(POV Elena)

– Damon? – Gritei.

Logo Damon retirou os lábios de Katherine, meus olhos ferviam, meu coração explodia de ódio, eu podia voar em cima da Katherine agora.

Damon se levantou e olhou para mim e para Katherine, como se não acreditasse que eu nós não estávamos realmente ali. Katherine continuava inclinada sobre a areia.

– Espera! Que está acontecendo? – Damon gritou.

– Desculpa Leninha, não resisti. – Katherine ironizou.

– Elena? – Damon perguntou incrédulo.

– É, ela é a Elena e eu sou Katherine. – Disse se levantando. Damon continuava a nós olhar estranho.

– Vocês são idênticas. – Concretizou.

– Bom gente, vocês me dão licença, porque briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Vocês me dão licença, tá? – Katherine falou passando por nós com suas vestimentas nos braços.

Fiquei encarando Damon por alguns minutos. E ele não falava nada. Eu nunca havia sentido tanto ódio em toda a minha vida. Minha cabeça estava ao ponto de explodir. Não passava em minha cabeça que aquela cena havia acontecido. Simplesmente me virei e fui em direção a estrada, eu queria sumir, morrer de ódio.

– Espera! Elena!Elena! – Damon me chamava e eu o ignorava. Não queria o olhar na cara.

–Me larga, me larga! – Ele agarrava os meus braços.

– Elena, por favor, me ouve. Você precisa entender, eu não tive culpa. – Falou segurando meu queixo delicadamente. – Vamos conversar?

(...)

Estávamos à caminho da estrada em busca aos cavalos.

– Está tão calada, gostaria de saber o que passa em sua mente agora. – Damon andava exatamente atrás de mim.

– Não queira. – Ironizei.

– Elena, não foi minha culpa. – Disse me puxando para si.

– Me solta Damon. A vida inteira passei por isso. ‘’ Katherine, Elena tão faz! ’’ Era assim que todos pensavam. ‘’ Elas são idênticas. ’’

– Elena eu não sei o que dizer, sinceramente. – Disse me soltando devagar e encarando o chão.

– Então não diga. – Finalizei, com uma dor imensa que atravesso o meu peito. Sempre Katherine, sempre. Ela nunca vai desistir.

Senti pequenas gotas sobre o meus ombros expostos. Chuva. Claro, ótimo. Olhei para o céu, havia grande nuvens escuras e já estava ficando bastante tarde. Assim que chegamos não avistei os cavalos. Oh Deus.

– Onde está Luz? – Damon perguntou inquieto.

– Me pergunto o mesmo. E acho que tenho uma resposta.

– Katherine?

– Exatamente. Com certeza.

A chuva estava ficando cada vez mais forte e grossa. Meu cavalo havia sumido, estava no meio do nada sem suporte e totalmente encharcada. Não podia ser verdade. Levantei minha saia e comecei a caminhar pela estrada. Damon logo correu atrás de mim e me segurou.

– Aonde pensa que vai? – Me perguntou. Ele estava totalmente encharcado também, sua blusa fina e branca estava com alguns botões abertos, por consequência da agua a blusa colava em seu corpo. Tão sensual, e bonito. Encarava-me em busca da minha desaprovação.

– Vou para casa.

– Não vai. Via ficar aqui. – Ela respondeu serio.

– Não pensa que vai mandar em mim Salvatore. Estou muito abalada para ter que me aborrecer novamente. – Disse me soltando rudemente.

– Elena, seja esperta, está escuro e está chovendo.

– O senhor jura? – Disse me virando. Ele me segura novamente.

– Me larga Damon!

– Não vou. A senhorita pode estar irritada comigo, mas eu não vou soltar. Nem nos sonhos vai voltar sozinho.

– Não mesmo, vai comigo. – Disse me relutando.

– Como? – Parou de me segurar rapidamente. – Elena já é noite.

– E o que me recomenda? Ficar aqui nessa chuva, sem ninguém? Preciso ir para casa Damon! Se não vai comigo, vou sozinha.

– Tudo bem... eu vou. – Bufou. Damon me pegou rapidamente pela cintura e me colocou sobre o seu ombro, suspendendo-me. – Mas terá que ficar quietinha.

(POV Damon)

– Damon, não pode me acompanhar como uma pessoa normal? Meu sangue irá para a cabeça! – Disse batendo em minhas costas.

– Elena, é muito perigoso aqui. Tem que ficar comigo.

– Obrigada, mas não pode me segurar como uma pessoa normal? Sou uma dama não um animal!

– Quietinha Elena. – A ouvi bufar. Um sorriso vitorioso surgiu em meus lábios.

Elena não era pesada, totalmente ao contrário, era leve. Era estranho porque ela não tagarelava e ficava batendo nas minhas costas, ela totalmente quieta.

– Elena?

– Hmmm. – Ela resmungou.

– Estava dormindo?

– Uhumm. – A puxei e a coloquei em meus braços.

A chuva já havia passado, e Elena dormia serenamente em meus braços. Tão linda. Seus braços enroscavam meu pescoço e sua cabeça estava afundada em meu peito. Seus cabelos longos e ondulados estavam suspendidos deixando gotas caírem ao chão. Como pude me enganar? Como pude me deixar levar desse jeito? Katherine e Elena eram totalmente iguais. Não no interior, mas Katherine podia a interpretar de tal maneira que deixava me envolver facilmente.

Avistei o grande portão da mansão e logo um dos empregados o abriu para mim. Estava na varanda e sacodi Elena em tentativa de acorda-la. Ela se remexeu. Abriu os olhos devagar e olhou para todos os lados tentando se localizar.

– Chegamos.

– Já? – Ela falo incrédula.

– Sim. – Sorri.

Ela logo abriu a porta e eu a segui. Todos nos encaravam seriamente. Não entendia.

– Boa noite. – Meu pai falou ainda seriamente. Katherine e Senhora Gilbert estavam com os olhos inchados e vermelhos como se tivessem chorado. Mas por quê?

– Boa noite. – Respondi educadamente.

– Am... Porque nos encaram tão sérios? – Ela disse abrindo um sorriso de medo.

– Elena, preciso conversar contigo a sós. – Meu pai respondeu. O que eles queriam com Elena?

Logo meu pai pegou a mão de Elena e a levou para o escritório.

(POV Elena)

Senhor Salvatore pegou minha mão delicadamente e me levou para o escritório.

– Bem Elena o assunto que tenho que conversar é bastante importante. – Assenti curiosamente. – Conhece esse colar?

– Am... sim, é da mamãe. – Me olhou suspeito.

– Soube que ele sumiu ontem?

– Não, não sabia, mamãe não comentou nada comigo. – Sorri tentando tirar minha tensão. Porque as perguntas?

– Elena, onde estava hoje mais cedo? – Como assim onde eu estava ontem? Estava suspeitando de mim?

– Estava na cachoeira com Damon.

– Tem certeza?

– Absoluta senhor. – Suas perguntas já estavam me irritando. – Senhor Salvatore está suspeitando que eu possa ter roubado o colar da minha mãe? É meio irônico, não?

– Sim, absolutamente irônico. Ela é sua mãe, não vejo porque roubar algo da sua mãe.

– Não o roubei, está enganado. Há muitas outras pessoas aqui também.

– Elena, a senhorita foi vista entrando no quarto se sua mãe ontem de noite, quando não havia ninguém em seu quarto, como pode me explicar isso?

– Não, não fui. Ontem estava no meu quarto.

– O colar foi achado debaixo de seu colchão.

– Não roubei o colar. Não fiz isso, nunca por Deus iria roubar algo que não é meu. Senhor Salvatore, o senhor me conhece sabe que jamais faria isso. – Eu estava praticamente gritando.

– Eu sabia, mas agora desconheço. Você foi vista. E o calar estava em seu quarto.

– Foi a Katherine, foi ela. Senhor, Katherine quer me deixar louca.

– Reconheço que Katherine não é uma ótima pessoa, mas não tem que colocar tudo em sua culpa!

– A Katherine ver me enlouquecer, ela quer me tirar tudo. Ela quer me enlouquecer!

– Sem drama senhorita Gilbert. Sem mais, sabe como sua mãe sofreu quando soube de tudo?

– Não fui eu!

– Basta! Não quero lhe ouvir mais. Me recuso. – Meus olhos se encheram de água, eu o encarava com uma dor no peito. Abri a porta do escritório e dei de cara com todos me encarando. Mamãe chorava, eu sabia que era mentira. Katherine queria me enlouquecer. Não havia mais forças, sempre era ela. Sempre, sempre, sempre. Passei por eles rapidamente. Katherine me encarava com um sorriso cínico nos lábios. Ela havia chorado, com certeza estava encenado antes de eu chegar com Damon. Enquanto Damon... me olhava com pena. Sai correndo pela sala, subindo a escada rapidamente. Damon correu atrás de mim.

– Elena, espera! – Lagrimas desciam em meus olhos, e eu não conseguia para-las.

– DAMON! – Senhor Salvatore gritou. – Deixe ela! Desça agora! – Damon devagar foi descendo as escadas olhando para o chão. Corri rapidamente para o meu quarto, fechei a porta com raiva e cai em minha cama. Agarrei um travesseiro e afundei minha cabeça nele. Lágrimas caiam e caiam. Eu não tinha ninguém, ninguém.