Premonição: Alta Tensão escrita por PeehWill


Capítulo 8
Repouso na Água


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela abissal demora gente! Eu sei que os leitoes ficaram chateados comigo, pois não tinha motivos concretos para um "quase abandono" da fic. Mas, estou aqui não estou? E para postar mais um capítulo! :) Me desculpem mesmo, mas segue ai! :D



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Quando Heather chegou até o píer do porto, estava com os olhos tapados por uma venda branca. Brady fazia questão de criar uma curiosidade interna na esposa. Ela não estava nenhum pouco exasperada, porque será? Não se sentia afobada e nenhum pouco ansiosa, somente receosa. Não poderia pensar que era mais uma brincadeira inútil de Brady, ele não seria moleque a tal ponto. Fazê-la vestir o melhor vestido e passar o mais lindo batom, não seria atoa. Mostrou um breve sorriso depois de quase afundar o pé por um das fendas entre duas tábuas no largo píer. Andava cautelosamente, o salto de sua sandália era proporcional à um tremendo tombo, este que não queria que acontecesse de maneira alguma.

Ela respirava fundo, seu coração palpitava, mas para não dar chances e liberdade em demasia à ele, preferiu guardar a inquietude para si. Agora sim, estava ansiosa.

Brady respirava em seu pescoço, fazendo-a arrepiar. Seu salto fazia um barulho irritante, enquanto andava pelo píer. Ele ria por dentro, não sabia ainda do estado da esposa, mas sabia que ficaria feliz ao ver a surpresa.

Depois de tirar a venda que tapava os olhos de Heather, Brady apresentou-lhe ao seu presente. O enorme barco Destiny já a esperava, no fim do píer, com luzes enfeitadas e balões em forma de corações vermelhos. O rosto da mulher transpassou-lhe um apreço tremendo. Ela sorriu, abraçando-o sem palavras.

– Você gostou meu amor? – Os olhos de Brady estavam marejados.

– Como eu faço para não gostar? – Sorriu sem graça. – Mesmo com todo o lance com as discussões sobre o barco... – Não falou mais.

O beijo que se seguiu ao pequeno diálogo, foi demorado e molhado. A mão dele envolveu-lhe a cintura e ela se entregou, beijando sua nuca. Os dois partiram para o barco, sem escolha. A champagne que os esperava estava mergulhada em um balde de gelo. O barco por dentro era ainda mais espaçoso do que visto por fora. Era aconchegante e simples, mas esta simplicidade que dava o toque de sofisticação.

Os dois sentaram-se em um enorme sofá acochoado de cor beje. A morena estava feliz, mesmo com a ideia do barco e de seu enjoo.



x-x-x

Jenna tentava se apressar ao máximo. Chegou em casa ofegante, o seu carro seria seu apoio naquele instante. Tentaria chegar o mais rápido possível no porto, onde, provavelmente Heather estaria. Lembrou-se de uma breve conversa entre Brady e Tristan, o mais velho faria uma surpresa para sua amiga, mas ela decidiu não contar nada. Estragar o momento seria muito inconviniente de sua parte.

Loren não entendia nada que estava acontecendo.

– Filha, preciso te deixar com a Jill. Mamãe vai ter que dar uma saidinha.

– Você promete que volta logo?

– O mais ligeiro que puder. – Soltou um sorriso acalentador, não queria despertar a atenção da filha.

– Também vai ter que me prometer que vai me contar o que você tem. – Loren soltou num rompante, assustando a mãe com sua atitude.

– O que disse?

– Você anda muito estranha, mamãe. Parece que está escondendo algo de mim. Estou com medo! – Correu, abraçando a mãe.

Antes de chegarem, Jenna havia ligado para Jill. Ela seria a responsável por olhar Loren àquela noite, enquanto não chegava. Jill chegou rapidamente, com o coque de sempre. Jenna apenas sorriu, antes de entrar no carro.

– Cuide bem dela. – Piscou.

– Pode deixar Jen. Vá e fique bem. – Jill tentava passar tranquilidade para Jenna.

A morena entrou no carro e se dirigiu ligeramente até o porto. Tinha uma forte intuição de que estaria lá. Sentira que Brady a levaria até lá, mesmo que estragasse o clima romântico entre eles, teria de fazer aquilo. Era caso de vida ou morte.



x-x-x

Charlotte havia sido convidada por Tristan para dar um passeio. Pela tarde, o mesmo havia passado no hospital, para visitar Sandra e saber de seu estado. Estava mais empolgado com sua recuperação e ainda pensava no que dizer à mesma quanto ao paradeiro de seu pai, que havia morrido tragicamente alguns dias antes.

A noite com cara de chuva permaneceu nebulosa e tristonha, enquanto os dois, carregando sombrinhas, caminhavam pelas calçadas úmidas do centro da cidade.

– Onde prefere ir? – Tristan perguntou-lhe discretamente.

– Você já viu a beleza e exuberância do mar à noite?

– Não, nunca. – Respondeu secamente.

– Podemos ir até o porto? Uma hora destas o clima por lá deve estar bem agradável.

– Claro, como quiser. – Sorriu envergonhado.

Os dois pegaram um táxi na avenida que se seguiu e se encaminharam até o porto, pensavam na linda vista que a paisagem pudera os proporcionar naquele momento.



x-x-x

A champagne agora liberava como um foguete, a rolha da garrafa. Que ricocheteou na parede do barco. Heather sorriu ao ver aquilo. Sua felicidade estava estampada em seu rosto, agora, com a taça em mãos, beijava incansavelmente os lábios do marido.

Brady acariciava-lhe com pequenas carícias na nuca e parecia gostar. Os gemidos prazerosos que ele dava, marcava o quão apaixonado ele estava. Heather nem se importou com o lugar onde estavam. O barco fora, deveras, todo o motivo das brigas cotidiana de ambos. Fora o início de seus problemas, mas para todos os efeitos, estavam muito felizes.

– Eu te amo muito, meu amor! – Heather sentiu as mãos de Brady passarem por sua cintura, até chegar à sua coxa.

– Eu também, minha afro gostosa!

Brady beijou o corpo de Heather com intensidade, sem se importar com o que estava fora do barco e com o barco em si.

– Vamos lá fora, ver a paisagem? O mar deve estar lindo. O clima vai ficar muito mais romântico.

– É, deve ter razão, vamos. – Sorriu desconcertado.




x-x-x

O carro de Jenna estacionou com fúria na entrada do porto. Ligeiramente saiu do carro, levando o celular até a orelha. Jenna acabara de discar para sua melhor amiga, deveria avisar de que ela era a próxima vítima da lista e pensou em tudo, a morte não poderia levá-la. A morte não vai levá-la. Pensou consigo.




x-x-x

Heather carregava o celular no vestido, dentro do sutiã. Sem perceber sua presença, debruçou-se sobre Brady, deixando que o celular escapasse e caísse dentro d’água.

– Droga! – Olhou para baixo, procurando-o.

– O que foi?

– Meu celular caiu. Que merda!

– Vai deixar que isso estrague nossa nova noite de núpcias?

– Não, mas é que...

– Então me beija! – Puxou-a com ferocidade.

Os dois iniciaram mais um beijo molhado e demorado.




x-x-x

Enquanto o barco se movia lentamente, o motor fora ligado, misteriosamente. Dentro da cabine de comando, vários enfeites que gorava acima do leme, agora pareciam que estavam próximos de despencar e foi isso que aconteceu. Os enfeites pesados caíram sobre o leme, prendendo-o para a direita, amarrando bem na aresta do balcão. O barco virou bruscamente para o lado.

Heather tentou se segurar, mas escorregou, caindo na água. Brady olhou rapidamente para baixo, Heather havia saído de sua vista.




x-x-x

O céu começara a ficar nebuloso, aparentava saber que algo de ruim aconteceria. O coração de Jenna acelerou, sentindo uma onda de eletricidade percorrer todo seu corpo, assim como nas outras vezes com as outras vítimas. Logo lembrara de todos os que não pudera salvar, fora esforço em vão. Heather não poderia ser uma nova vítima da morte. Não ela, pensou.

Seu passos ligeiros, agora, mantinham-se no píer de madeira. Ao longe, percebeu a presença de um barco branco com listras pretas, de nome Destiny. Aquele era o tal barco de Brady, os dois estaram ali.

– Mas, o barco está... – Jenna olhou para o lado.

Rapidamente, como um vulto, Jenna viu um enorme rochedo, com pedras ponteagudas. A sensação de desconforto estava rotulada em sua expressão facial, estava com medo, poderia não conseguir salvar Heather.

– O barco está indo e direção às pedras! Oh, droga! – Correu, em direção ao final do píer.




x-x-x

Charlotte e Tristan haviam acabado de chegar no porto. Agora, desciam do carro. Ele sorria e ela devolvia em um sorriso acalentador, de qualquer forma. Não queria fazer com que Tristan se decepcionasse, havia percebido nele, o quão era bom e gentil. Porém, observou a forma como olhava para Sandra, realmente ele a amava, Charlotte havia sentido isso no dia da visita.




x-x-x

Enquanto Heather se debatia na água, tentando nadar, Brady pensava em como tirá-la dali. O barco se movia rapidamente em direção à parede de rochas e ele deveria salvá-la a qualquer custo.

– Brady, socorro! – Gritava Heather, enquanto engolia uma boa parte da água.

– Já estou indo, amor!

Brady, celeremente pulou na água, de imediato. Agarrou e envolveu seus braços másculos ao redor de Heather, que ainda engolia bastante água, sem pausa para respirar. Depois que conseguiu segurá-la, Brady percebeu a movimentação do barco, que agora vinha em direção à eles.

– Que droga! Vamos mergulhar! – E assim fez.

Brady agarrou a esposa com força e mergulhou com ela. Sentiu quando a movimentação do Destiny puxou-o contra eles, tentando os desviar das pedras que estavam bem mais próximas do que anteriormente.

Os dois prendiam a rspiração embaixo d’água, enquanto o barco passava por cima deles. O Destiny bateu com força nas rochas, fazendo várias rolarem mar adentro. Uma delas se chocou contra o corpo de Heather e a fez soltar do marido, indo em direção ao fundo do mar. Seus olhos fecharam aos poucos, até suas pálpebras estarem totalmente acobertando seus lindos olhos negros.

A afro-americana não conseguiu ser alcançada por Brady, mas, com um abissal esforço, alguns dedos seus entrelhaçaram com os dela, fazendo-a ser puxada novmente até a superfície. Com uma enorme abertura no casco e com o motor à mostra, o Destiny agora voltava, com o impacto. Brady ainda permanecia de costas, tentando acordar Heather, mas ela parecia estar morta. Seu corpo estava inerte, nenhum movimento sequer ela fazia.

Uma lágrima percorreu o rosto do homem, antes dele soltar um grito de agonia. Jenna o observou logo depois do grito, acenando para que ele pudesse a ver, mas não adiantou, ele não via o barco. Jenna gritava e suas cordas vocais já estavam bem desgastadas, a sensação de medo consumia-a por dentro, enquanto suas pernas bambas tentavamd escer pelo rochedo, até o barco.

O Destiny vinha em direção aos dois novamente, os enfeites que estavam acima do leme, agora, pendiam para o lado contrário e o movimento brusco feito pelo barco, o arremessou por cima dos dois. Sem reflexos rápidos, Brady deixou que o corpo de Heather fosse engolido pela enorme fenda no casco de seu novo barco e que estava tentando os matar. O corpo da afro-americana fora triturado em vários pedaços e uma nuvem de vapor foi soprada ao longo da costa do porto. O vestido que antes ela estava usando, agora, deixava que seus restos boassem no oceano.



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