Avatar, O Herói É O Inimigo escrita por Lianina9


Capítulo 3
Capítulo 3- Os Irmãos Dobradores


Notas iniciais do capítulo

Aqui aparece o rapaz ^^ espero que gostem



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_Ahhh!!!  Socorro! Ladrão! Ladrão! Ele roubou meu dinheiro! –gritava uma mulher apontando para um homem encapuzado que corria velozmente desviando de todos que tentavam impedi-lo.

O homem encapuzado olha para trás se alegrando por ter despistado alguns soldados e nem percebe uma parede de pedra se formar em sua frente. Ele bate com tudo na parede e cai. De trás dela, surge um rapaz loiro que se aproxima do ladrão e pega um saco de moedas que este segurava. A vítima que tentava alcançá-lo para e percebe que alguém o tinha detido. O loiro se aproxima dela e lhe entrega o saco.

_Muito obrigada, filho. Não sei o que teria acontecido sem você por aqui. Está com fome? Quer que eu te pague um almoço?

_Não, obrigado. Eu tenho que continuar minha viagem. –disse ele sério.

_Ah, por favor, deixe-me compensá-lo. –insistiu a senhora.

O rapaz a olha com um olhar frio e assustador.

_Se quer me ajudar, então me deixe continuar minha viagem até Ba Sing Se. Estou com pressa, senhora.

_Ah, você gostaria de um cachorro-enguia? Meu marido vende. Posso fazer um bom preço para você.

_A criatura mais veloz que já existiu? Seu marido não se incomodaria? –perguntou o loiro desconfiado.

_De maneira nenhuma. Vamos, eu te mostro. Como você se chama, meu filho?

_Shen.

_Então venha, Shen. Você parece mesmo com pressa. Está procurando alguém em Ba Sing Se?

O loiro olha com um olhar vazio para o céu e responde depois de um longo silêncio.

_Sim. Tenho coisas a acertar com ele.

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Mei deu novamente um bocejo enquanto andava por uma vasta floresta. Era o quarto em menos de duas horas.

_O que houve, menina? Você parece cansada. –perguntou Shiro curioso.

_Não, não é nada, Touya. Não se preocupe tanto comigo. –disse Mei sorrindo.

A menina achara muita falta de educação reclamar sobre os roncos do companheiro na noite passada, já que ele havia pedido para acompanhá-la até Ba Sing Se por conta própria . Já haviam se passado dois dias e eles ainda não tinham chegado a capital, o que era meio preocupante para Mei, pois o Avatar poderia já ter destruído-a.

Touya era um ótimo contador de histórias e nunca recontava uma. Mei ficara interessada, mas podiam-se ver algumas mentiras naquelas histórias se você pensasse bem nelas. Mesmo assim a garota não queria que Touya perde-se o entusiasmo que sempre tinha, então ouvia com atenção e de vez em quando comentava alguma coisa.

De repente, um barulho é ouvido.

_O que é isso? –pergunta Touya correndo na direção do barulho sendo acompanhado por Mei.

Os dois sobem uma moita para verem o que estava acontecendo. Uma luta era travada entre um rapaz e uma moça contra sete homens armados com machados e espadas. O rapaz era moreno assim como a moça, podia-se ver que tinha um corpo bem definido e, apesar de vestir roupas do Reino da Terra, lutava com quatro homens usando a dobra de fogo, enquanto a moça (um pouco mais alta que o rapaz, com um corpo cheio de curvas e vestindo roupas mais fechadas também do Reino da Terra) acabava com os três restantes com a dobra de terra. Um dos homens que os atacava era mais ágil e desviava dos golpes do rapaz enquanto um outro era mais forte e quebrava as pedras que se metiam em sua frente com rapidez, os companheiros apenas davam pequenos golpes atrás da proteção e distração dos dois. Mei olhou para Touya séria e disse:

_Nós temos que ajudá-los, Touya.

O homem riu e disse:

_Você é mesmo corajosa, menina. Mas eu não posso deixá-la machucada antes de chegarmos a Ba Sing Se. Afaste-se que eu vou dar uma pequena demonstração da minha força.

Mei obedeceu. Touya começou a fazer alguns movimentos. Movimentos familiares para Mei, pois ela já vira Shen fazê-los. Poderia ser que Touya fosse um...

De repente, uma enorme pedra sai do chão e Touya empurra-a com um movimento das mãos. A pedra acerta os dois homens mais fortes que, graças a surpresa, não conseguem se defender e caem no chão tontos. O rapaz e a moça olham para onde a pedra veio e, assim que percebem a presença de Touya e Mei, se entreolham sorrindo. O rapaz dá um rodopio e chuta uma bola de fogo para os outros homens enquanto a moça levanta os braços num movimento fazendo várias paredes se levantarem e junta suas mãos num outro movimento fazendo as paredes prenderem os inimigos com força. Surpresos e assustados os homens tentam fugir, mas não conseguem graças as paredes.

Terminada a batalha, o rapaz olha para cima e acena para Mei e Touya que logo descem.

_Então vocês estavam nos espionando, né? Já ouviram falar que isso não é certo. –disse o rapaz com um sorriso travesso.

_Só estávamos andando quando ouvimos um barulho. –começo Mei sorrindo. -Ainda bem que chegamos a tempo antes que...

_Não precisávamos da sua ajuda. Acabaríamos com eles de todo jeito. –interrompeu a moça com um olhar de desprezo.

Tanto Touya quanto Mei se surpreenderam e ficaram quietos. O rapaz ao lado da moça começou a rir e só parou depois de um tempo. Ele voltou a sua postura ereta e orgulhosa e olhou para os dois com um sorriso frio.

_Desculpe pelos meus modos, mas minha irmã tem um pouco de razão. Agradecemos pela sua... ãn... “jogada”, mas não precisávamos dela. Agora se nos dão licença precisamos ir para a capital.

Disse começando a andar em direção a uma árvore onde se encontrava uma bolsa. De repente, Mei ouve um barulho que um galho quebrando vindo de cima. A garota olha para uma árvore e percebe algo brilhando com a luz do sol. Os outros parecem não ter notado, mas aquilo parecia.... UMA FLECHA!! A flecha foi lançada antes que Mei abrisse a boca e ela começa a avançar na direção do rapaz que distraído não percebe nada assim como sua irmã. Mei corre até ele e o abraça por trás com todo seu peso fazendo os dois caírem no chão.

_Cuidado! –grita a menina enquanto a flecha passa rapidamente quase atingindo seu cabelo.

A moça ao perceber a flecha caindo no chão, olha para onde ela veio e joga uma pedra média na direção do arqueiro que cai no chão com força.

_O que você pensa que está fazendo, pirralha?! –grita o rapaz bravo. –Me larga! Me larga!

_Shiro, acalme-se. –diz sua irmã com os braços cruzados. –Você está agindo que nem uma criança.

_E você, Kaoru? O que pensa que está fazendo? Vem tirar ela de cima de mim, sua folgada.

Touya se aproximou da garota e a tira de cima de Shiro que se levanta num pulo.

_Você está bem, menina?

_Estou, só um pouco tonta.

Sorriu Mei.

_Bem feito. Quem mandou me empurrar, pirralha? –disse o rapaz bravo.

Mei o olha brava e se aproxima batendo o pé para surpresa tanto dos irmãos quanto de Touya.

_Da próxima vez eu te deixo morrer! –grita quando seu rosto e o de Shiro estão bem próximos.

Talvez fosse pela voz autoritária ou por aquele olhar intimidador, mas um calafrio percorreu Shiro que se perguntou como uma simples garota poderia fazê-lo estremecer com aquele olhar.

Mei logo volta para onde Touya estava e o puxa pelo braço para uma direção.

_Vamos, Touya. Temos que chegar logo em Ba Sing Se.

_Ba Sing Se? Então vocês também estão indo para lá? –ri Shiro se recuperando do susto.

_Não é da sua conta. Vamos, Touya. –diz Mei séria.

_Por esse caminho, vocês nunca vão chegar. –zombou o rapaz com um olhar brincalhão e mostrando a língua para a menina.

_Como assim? –perguntou Touya parando de andar.

_Se vocês continuarem por ai vão chegar a capital em dez dias e não haverá quase nenhuma vila para dormirem. Por isso eu e meu irmão estamos indo para esse lado. Levará uns quatro dias e terá três vilas onde poderemos descansar. –explicou Kaoru.

_Sério? Por acaso, poderíamos acompanhar vocês? –perguntou Touya, curioso.

_Não vejo nenhum problema. –respondeu a moça.

_O QUE?! –gritaram Mei e Shiro ao mesmo tempo. _Sem chance!!

_Vamos, menina. Eles sabem um atalho para Ba Sing Se. Você não queria chegar o mais rápido possível?

_Isso mesmo, Shiro. Eles nos ajudaram, mesmo contra a nossa vontade. Agora vamos retribuir o favor. –disse Kaoru virando-se e começando a andar.

_Desde quando você começou a concordar com eles? –disse Shiro bravo para a irmã.

Kaoru olhou para Touya por um instante e depois virou a cara vermelha.

_D-Desde sempre, Shiro. Você sabe como eu odeio ficar devendo para alguém. Agora vamos antes que outros homens cheguem.

Mesmo contra a vontade, Shiro e Mei começaram a seguir Touya e Kaoru. Os quatro caminhavam calados e ninguém queria quebrar aquele silêncio, nem mesmo Touya com suas histórias meio verdadeiras. Quando chegaram numa vila próxima, já estava no meio da tarde e Touya conseguiu dois quartos por um ótimo preço para passarem a noite. Enquanto esperavam a noite cair, Mei foi visitar o mercado cheio de bugigangas com Touya enquanto Kaoru e Shiro ficavam no quarto arrumando suas tralhas. A garota ficava muito animada quando se tratava de comprar coisas, mas graças a sua falta de dinheiro, Mei apenas olhava uma tenda por menos de cinco minutos antes que a tentação começasse. Touya ficara para trás em uma tenda de comida e a garota começara a andar cada vez mais longe dali. De repente, Mei começa a escutar uma música vinda de uma fonte próxima dali onde alguns músicos se apresentavam de graça para as pessoas que dançava ou permaneciam em silêncio apreciando a bela melodia. A garota no começo apenas fechou os olhos para ouvi-la com mais atenção, mas o ritmo era tão animador que a cada minuto que se passava mais entusiasmada Mei ficava. Quando se deu conta seu corpo já estava se movendo automaticamente. Ela não conhecia muitos passos de dança, mas lembrava-se de alguns movimentos de dobra que vira Shen e seu pai adotivo praticarem, e assim ela os fazia de um jeito mais relaxado e aproveitador. Era tamanha sua diversão que Mei nem percebera o sol indo embora. Shiro andava pela vila, que recebia as últimas luzes solares antes da escuridão chegar, procurando a menina impaciente, já que Touya havia voltado para o aposento sem a pirralha e agora estava louco de preocupação para achá-la. Shiro estava prestes a ir embora desistindo da tentativa de encontrá-la quando escuta uma música próxima dali. O rapaz não se aproximaria se não visse um cabelo castanho vermelhado familiar balançando no ar. Quando chegou mais perto viu a garota dançando mais graciosamente que todas as pessoas que se encontrava por ali. Por um momento, Shiro fica hipnotizado por ela e seus passos, mas quando volta a si, sente suas bochechas esquentarem. O que era aquilo? Elas estavam quentes! Como aquilo poderia estar acontecendo? Por que ele não conseguia fazê-las esfriarem? Que droga de calor era esse?! Shiro se irritou e jogou uma bola de fogo num dos instrumentos do grupo que logo pararam de tocar. Todas as pessoas olharam-no surpresa, principalmente Mei, que parecia brava agora.

_Vamos, pirralha. Touya está te procurando. –disse Shiro friamente para ela.

Todas as pessoas olharam para Mei, curiosas. A menina ficou sem graça e olhou para Shiro cheia de ódio.

_Shiro, seu idioooootaaa!

Gritou ela se aproximando dele e logo correndo de cabeça baixa em direção ao aposento. Shiro não entendeu aquela atuação. Por que ela correra daquele jeito? Por que gritara com ele se tudo que ele fizera foi chamar sua atenção e avisar para eles irem embora? E por que ele estava se sentindo tão estranho naquele momento? Tinha que descobrir. Shiro começou a correr, alcançando-a em pouco tempo. Ele segurou seu braço com firmeza, não deixando a menina correr mais.

_Ei, o que houve, pirralha? Você saiu de lá estranha.

Mei não respondeu.

_EI! –disse Shiro curioso, mas logo essa curiosidade virou irritação.

O rapaz se aproximou dela e disse bravo:

_Ei, me responda, menina. O que a com você?

_O que a comigo?! –gritou ela se virando para ele. –O que a com você?! Olha, eu sei que a gente não se gosta e tudo mais, mas isso não é motivo para você me humilhar na frente daquelas pessoas desse jeito.

_Do que você está falando?

_Da sua atuação! –gritou ela. -Se você não estava gostando da música podia ter ido embora, não precisava ter quase acertado a cabeça de um moço dali.

_Música?! –irritou-se ele. –Eu estava nem ai pra música. Eu estava olhando para você e....

_E o que?! –gritou ela.

_E... –disse Shiro se envergonhando. Por que ele estava olhando para ela?

O rapaz ficou calado por um tempo, o que acabou deixando Mei mais nervosa.

_Eu vou embora. –disse se soltando da mão do rapaz e começando a andar rapidamente.

_Ei, espere! –disse Shiro se aproximando dela.

_Não me siga! –berrou ela começando a correr.

Shiro a obedeceu e quando a perdeu de vista olhou para trás percebendo que a multidão continuava ouvindo os músicos tocarem e que aquele que tinha seu instrumento destruído agora estava dançando de um jeito engraçado. Eles pareciam estar se divertindo. Mei parecia estar se divertindo quando estava dançando junto com aquelas pessoas. E ele acabara com essa diversão por causa daquele surto que tivera. O rapaz por alguma razão queria se desculpar com ela. Mas como faria aquilo? Shiro olhou ao redor e viu numa tenda algo que poderia funcionar como um pedido de desculpas. Ele trocou o objeto por algumas moedas que tinha guardado e o vendedor até o cobriu com um pano. Shiro foi para o aposento em que os outros estavam e chegou bem a tempo, pois um grupo de nuvens cinzas se aproximava preparado para encobrir a vila e jogar sua água  naquelas terras férteis. Porém quando Shiro entrou no quarto percebeu que apenas Touya e Kaoru estavam lá. Os dois o olharam curiosos.

_Então, achou a menina, Shiro? –perguntou Touya, preocupado.

_Ela não voltou? –perguntou-se Shiro surpreso.

_Hã? O que você quer dizer com isso?

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Um pouco longe dali, Mei olhava para um pequeno rio quando as primeiras gotas começaram a cair em sua cabeça e escorregarem pelo seu corpo. A menina queria voltar, mas não estava nem um pouco a fim de ver o rosto de Shiro. Ela estava cansada, não dormia bem a duas noites graças a Touya. A chuva ia aumentando sua intensidade e cada vez mais Mei sentia sua cabeça doer. Por que Shen não poderia estar ali? Ele certamente a olharia e a abraçaria com seu corpo quente até que a menina dormisse. Bem, pelo menos o antigo Shen faria isso. Desde o ataque do Avatar, Shen não era mais o mesmo e isso não era apenas seu comportamento que denunciava isso, mas também seus olhos cheios de frieza. Mei olhou para o rio e duas lágrimas caíram de seu rosto. Ela rapidamente as limpou. Tinha quer ser forte de agora em diante. Ela não podia deixar se abalar por Shiro. Iria confrontá-lo! Isso! Estava pronta e decidida. Iria sair dali e se dirigir ao aposento. Assim que chegasse lá iria ignorar Shiro mesmo que ele...

_Ei, você! –ouviu uma voz que atrapalhou seus pensamentos.

Quando ela olhou para cima percebeu um homem alto e musculoso olhá-la malvadamente.

_Você não é aquela menina da moita de hoje cedo?! –disse o homem.

Mei arregalou os olhos. Ele era um dos bandidos que estava perseguindo Shiro e Kaoru. E agora? O que aconteceria com ela?


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Notas finais do capítulo

E ae? O que acharam? Gostaram? Acharam chato? Me avisem para eu me esforçar mais no próximo capitulo



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