Catherine pov

Acordei assustada, como quem desperta de um sonho ruim. O que não deixava de ser.

Olhei ao meu redor, me encontrava em um ambiente aconchegante, eu estava sob uma cama grande, de lençóis marfim, toda a mobília do quarto tinha um aspecto moderno, novo, mas não era minha casa.

- Bom dia Catherine! – exclamou Grissom entrando pelo quarto com um carrinho de serviço de quarto. – perdeu os modos? – naquele momento me lembrei do que aconteceu e pousei minha mão sobre minha nuca, que começava latejar. – trouxe seu café!

Continuei sem dizer uma única palavra.

- Mi amore, eu trouxe seu café, quero que se alimente... – ele falava com aspecto assustador na voz. Estava extremamente sombrio.

Permaneci silenciada.

- Não vai falar mi amore? – ele continuava com aquilo, ao lembrar de como ele mudara uma vontade quase incontrolável de chorar veio até minha garganta. Mas, permaneci imóvel e quieta. – não quer comer que seja, mas ficará aqui, pra quando quiser...

Ele se levantou para sair do quarto.

- Não coloquei nada ai querida... – ele olhou maldosamente pra mim e fechou a porta, pude ouvir ser trancada e curvei meus ombros relaxando, me levantei, mas não foi pra comer, fui até a janela e na hora pensei seriamente em pular, mas dei uma boa olhada na altitude, eu estava em um prédio, um condomínio.

Pensei que ele era muito burro pra fazer isso, mas, cogitei, ele pensou em tudo, eu não iria pular a não ser que quisesse a morte, coisa que eu não almejava antes de saber tudo sobre meu passado e provavelmente as paredes eram a prova de som. Bufei em resposta a minha evidente frustração.

Eu queria muito saber o porquê dele me trancafiar nesse lugar, eu aposto que não era Vegas, e isso me entristecia, só lá eu saberia, eu encontraria alguém ou algo que pudesse esclarecer essas muitas dúvidas na minha cabeça.

Sai da janela, repensando meu ato de pular, como pude cogitar aquilo?!

Enquanto alguns viviam sua liberdade, eu estava presa como uma humana.

Naquele mundo louco, no qual eu passei a viver do dia pra noite, será que Morgan, - minha amiga e única pessoa que eu confiava no momento -, sabia do meu desaparecimento, não, por que eu não sabia por quanto tempo eu havia dormido. Será que ela minha única confidente, sentia minha ausência? Perguntava-me melancolicamente deitando na king-size existente naquele cômodo.

Suspirei, fechei os olhos e deixei a escuridão me invadir...

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Nick pov

Levantei de supetão da cama, não estava conseguindo dormir, na verdade, eu não precisava, mas gostava pra me sentir normal, de alguma forma.

Contando com hoje, faziam cinco dias que minha Catherine estava desaparecida, e Grissom também, era óbvio que ele aprontara alguma coisa, mas eu não iria perder meu tempo o procurando sem ajuda.

Precisava conversar com Petrus e, com ele, tentar descobrir algo sobre o desaparecimento dos dois.

Suspirei, não queria que chegasse a esse ponto... Talvez se eu não tivesse me apaixonado por ela, se eu não tivesse contado, se tivesse ficado no escuro silêncio meu, ela poderia estar aqui, segura ao meu lado, ou Gilbert iria contar primeiro e ela agora estaria me odiando!

Ah – gritei esmurrando a parede -, eu gostava cada vez menos daquela situação, numa hora eu teria que lutar e eu queria muito pouco isso, lutar pela minha vida não era ao ideia, mas não hesitaria se fosse pela vida de minha amada.

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Morgan pov

Eu dirigia freneticamente pelas avenidas, dobrando as vias sem freios e acelerando em cada placa de sinalização.

Freei com tudo e quase bati a cabeça no volante, mas finalmente estava na casa de Greg.

Sai do carro batendo a porta do mesmo e dando uma pequena corrida até a portaria de seu prédio.

Sorri para o porteiro.

- Quem procura senhorita? – inquiriu-me o simpático porteiro.

- Greggo Sanders! Pode me deixar subir? – inquiri o influenciando, queria que fosse uma surpresa.

- Claro... – ele me respondeu de olhos vazios como um morto. Eu era uma bruxa, e como tal, tinha mus truques. Corri até o elevador e subi.

Bati a porta e ele logo me atendeu, surpreso e com seu lindo sorriso.

- O porteiro... – ele iniciou, mas o interrompi.

- Me conhece e deixou-me subir! – eu falei rápido. – posso entrar, tenho uma revelação a fazer!

- Claro! – ele exclamou e me deu passagem para entrar. Estava extremamente arrumado, como eu me lembrava, sorri pra mim e sentei-me no sofá, ele sentou à minha frente. – inicie...

- Bem, você outro dia tocou no assunto que achava que coisas estranhas estavam acontecendo naquele laboratório, que pessoas estranhas estavam naquele laboratório... – eu pausei minha fala, como falar a verdade.

- Prossiga!

- Bem... Eu prefiro mostrar! – eu falei ficando de pé na frente dele. Ele me encarou confuso, mas no fim sorriu. – você pode se surpreender, querido, por isso fique sentado. Eu não conto isso pra ninguém, mas, eu sinto que você é diferente e que posso confiar em você! Por isso... – eu falava indo até a cozinha, ele me seguiu.

Eu olhei fixamente para um copo que estava em cima da pia cheio d’água e ele começou a se mexer, e depois eu pronunciei um feitiço e transformei a água nele em vinho. O encarei depois e ele me olhava e ora o copo atônito.

- Você é algum tipo de mágica? – ele inquiriu ainda perplexo.

- Pode se dizer que sim, Greg... Eu sou uma bruxa! – eu falei e ele continuou a me encarar. Como se não acreditasse no que eu dizia, nem no que via.

- Bruxa?!

- Sim... Eu, Heather e Sofia, somos bruxas inglesas! Viemos ajudar Grissom... – eu tentava explicar o acompanhando até o sofá novamente.

- Ajudar pra quê? Algum tipo de exorcismo?

- Não! Somos bruxas não malucas satânicas!

- É muita coisa! Agora tuso se encaixa, você não precisa comer também, é como se fosse uma espécie de ser maior, como uma... – eu o encarei docemente. – não me diga que também é um anjo, ou uma vampira?!

- Então... É sobre isso que quero conversar, tempos tenebrosos estão por vir e Catherine gostaria que você soubesse de tudo, por isso vou lhe contar toda a história relacionada a mim e ela só assim, você vai compreender e se preparar para o que está por vir...