Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 8
Parque de diversões - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Esse é mais um capitulo de Damon a convidando... No próximo vai ter eles no parque okey??
Espero que gostem....



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O cheiro de lavanda imperando por todo o quarto só indicava que Bonnie estava fazendo de seu quarto um verdadeiro SPA. Toalhas estavam espalhadas por uma das poltronas e, em sua cama, diferentes roupas afirmavam o quanto à morena estava em dúvida do que deveria usar naquela noite. Na escrivaninha, encontravam-se esmaltes de diferentes cores além de diversos acessórios para os cabelos que estavam seguros dentro da touca recebendo o que parecia ser uma hidratação profunda.

O encontro era às 20 horas da noite e Bonnie sentia-se aflita. Fora convidada para jantar fora e, um convite desta estirpe vindo de Jeremy, só era óbvio que surpresas viriam a seguir. Seu coração palpitava mais forte só de imaginar o que àquela noite mágica iria lhe oferecer assim que vestisse sua melhor roupa, sua melhor sandália e usasse seu melhor perfume.

O fato de ter ganhado a tarde toda para si era uma garantia para fazer tudo com calma. O entardecer se aproximava, mas nada impedia que Bonnie cantarolasse uma música romântica que ecoava baixo dentro do aposento. A janela semiaberta fazia com que a cortina de seda se movesse no que parecia ser no ritmo da canção enquanto ela permanecia estática com seus olhos verdes perambulando de um lado para o outro na escolha da cor do esmalte perfeito.

A ligação de Elena fora meio que uma surpresa. Depois de ouvi-la reclamar praticamente durante a semana inteira sobre o novo emprego, a morena pensou seriamente que a amiga iria querer passar um tempo sozinha buscando uma paz interior. Bonnie tentou pegar algo no ar, mas a morena estava tranquila demais ao sugerir um encontro. Intimamente, Bonnie só esperava que ela não chegasse juntamente com Jeremy.

Quando finalmente escolhera a cor do esmalte, a campainha tocou. Os olhos de Bonnie encheram-se de curiosidade já sabendo que se tratava da melhor amiga. Pensou em remover a máscara verde em sua face antes de atendê-la, mas, se não fosse rápida, Elena acabaria indo embora e isso era algo que Bonnie realmente não fazia questão. Queria saber o que estava acontecendo e quanto mais cedo melhor.

Descera às escadas amarrando um pouco mais forte o roupão que vestia e pegou a chave que estava perdida sobre a mesinha de centro. Antes mesmo de se entregar a todo aquele ritual de beleza, Bonnie fizera algumas compras e nada mais rápido do que jogar as chaves em qualquer lugar já que suas mãos estavam ocupadas por sacolas.

Ao abrir a porta, não se espantou com o olhar abobalhado que Elena lançara em sua direção. Ela até levaria a mão em direção à boca, mas elas estavam muito bem seguras dentro dos bolsos de seu casaco.

– O que é isso no seu rosto? - perguntou Elena, entrando na casa assim que Bonnie lhe dera passagem.

– Ritual de beleza. Digamos que Jeremy merece do bom e do melhor. - respondeu Bonnie, fechando a porta e trancando-a.

– E desde quando você pensa assim? - Elena enrugou a testa, sorrindo. - Até parece que se importa tanto com garotos.

– Eu nunca me importei com eles, até conhecer Jeremy.

Elena balançou a cabeça positivamente aceitando a resposta.

– Realmente abduziram minha melhor amiga. Ela era tão feminista.

– Ora, Elena! Uma hora isso passa. - brincou Bonnie subindo às escadas. - E ninguém merece uma mulher com as pernas sem depilação.

– Eu não me lembro de você depilar suas pernas, Bonnie. - disse Elena, acompanhando a amiga em direção ao quarto.

– Mas é claro que eu depilava as pernas. Só não fazia com frequência por mera preguiça.

Elena gargalhara.

– Como você é porca, amiga. Esperava mais de você. - brincou Elena, adentrando o quarto e ficando realmente espantada com o que vira. - Uau! Tudo isso é para sair com Jeremy?

– Não é só uma saidinha, Elena. Parece que é um encontro de verdade. - os olhos de Bonnie brilharam. - Ele me chamou para jantar. Acho que algo realmente prazeroso me aguarda.

– Prazeroso em que sentido? - perguntou Elena, sentando em um mero espaço da cama.

– Sua pervertida! - Bonnie mostrara a língua, voltando a se sentar diante dos esmaltes e dando uma gostosa gargalhada. - Sei lá, Elena. Algo me diz que hoje é meu dia.

– Convenhamos que todos os dias são seus dias. - Elena encolhera os ombros, dando uma olhada nos vestidos sobre a cama. - Você é bastante animada, Bonnie. Às vezes gostaria de roubar isso de você.

– Está dizendo isso para me chamar indiretamente de monga?

– Não, claro que não! - negara Elena, rapidamente. Uma coisa que não gostava de fazer era deixar Bonnie complexada. Isso nunca dava certo. - Sua animação é linda, amiga. Eu queria acordar assim todos os dias.

– Talvez isso aconteça quando você realmente encontrar alguém decente para lhe fazer companhia.

– Está me dizendo que está somente com essa alegria por conta de um garoto?

Bonnie virou-se na direção dela, enquanto abria o esmalte escolhido.

– Quando você encontrar o garoto de sua vida torça para eu não te encontrar de roupão, chinelos e máscara verde na face. Se um dia eu chegar a ver uma cena dessas, te internarei no hospício.

– Nossa! Lembre-me sempre de nunca me apaixonar. - pediu Elena erguendo a mão direta em sinal de defesa.

– Isso se já não está apaixonada e nunca percebeu.

– O que quer dizer com isso, Bonnie?

A morena observou Elena cruzar os braços e encará-la extremamente séria. Bonnie fora a única pessoa mais próxima da morena que acompanhara todo seu histórico de raiva e rancor atuado juntamente com Damon Salvatore. Era fato que ambos brigavam bastante, mas Bonnie tinha a absoluta certeza que havia um sentimento vindo por parte da amiga que jamais fora admitido ou demonstrado. Era como se a todo o momento, Elena trancasse algo dentro do peito que somente com a chave certa poderia ser descoberto, visto e apreciado.

– Iria dizer Damon Salvatore, mas não quero comprar briga com você.

– E nem precisaria responder, porque eu já sabia que você iria citar o nome daquele imbecil.

– Tem visto ele? - perguntou Bonnie, pintando as unhas.

– Moramos em bairros opostos. Como quer que eu o veja?

– Nem ao menos telefonemas? Mensagens?

– Nada!

Bonnie notara uma ponta de preocupação no rosto de Elena. A morena mordera o lábio inferior suavemente enquanto deslizava uma das mãos sobre o tecido fino de um dos vestidos da melhor amiga.

- Então, o que você tinha para me dizer? - Bonnie resolvera entrar logo no assunto, já que percebera que a amiga ficara um pouco mais distante. Falar de Damon Salvatore diante dela poderia ser divertido, mas, ultimamente, parecia que mexia com a morena de forma inexplicável.

- Estou cansada já desse trabalho. Ele é muito cansativo. Mais tenho que trabalhar para juntar dinheiro e pagar minha faculdade.

­­- Elena, eu não acredito que você atrapalha meu ritual de beleza para falar de trabalho... – disse Bonnie brincando.

– Bonnie, eu não estou muito concentrada no trabalho e...

– Só fica concentrada demais na expressão de homem que Damon Salvatore adquiriu durante o tempo.

Elena jogara o travesseiro na direção da amiga que tentara, funestamente, imitar seu tom de voz ao dizer o que havia dito. As bochechas da morena ficaram um pouco coradas, mas Bonnie deixou isso passar completamente despercebido.

Elena bufou baixo, caminhando em direção à janela. Queria que chovesse para poder sentir os pingos frios tocarem sua pele para deixá-la um pouco mais calma. Dando um longo suspiro, ela não via a hora do outono chegar.

– Por que sempre toca no nome dele? - perguntou Elena, encarando uma das árvores cujas folhas se agitavam. Estava séria, mas isso não pareceu intimidar Bonnie nem um pouco.

– É óbvio, não acha? - Bonnie dera de ombros indo até a amiga. - Eu sei que enfrentar Damon pode ser um pouco difícil...

– Enfrentar Damon é um pouco difícil? - interrompeu-a Elena, encarando-a. - Eu nunca tive que me preocupar com ele até você não parar de citar seu nome. Até Stefan me joga para cima dele. Até ele me deixa falando sozinha como se eu não existisse.

Elena gostaria de ter metade da tranquilidade de Bonnie. Sempre passara boa parte da sua vida fissurada em detalhes que não poderiam sair em nenhum momento do lugar. Queria ser diferente pelo menos por um dia. Queria não sentir o peso da responsabilidade pesando em seus ombros.

– É você pode ter razão. - afirmou Elena consultando o relógio. - Bom... Acho melhor eu ir andando. Daqui a pouco seu rosto vai ficar petrificado dentro dessa máscara.

Bonnie riu.

– Tem razão! E eu ainda nem escolhi o vestido.

– Escolha o preto. - Elena caminhara até ela, lhe dando uma palmadinha no ombro. - Preta é cor universal.

– Então irei seguir o seu conselho. - afirmou Bonnie sorrindo. - Quer que eu desça com você?

– Seria bom, afinal, você precisa trancar à porta.

Ambas desceram às escadas tagarelando um pouco e Elena não demorou muito na soleira da amiga. Seguiu seu caminho até o metrô e, quando já ia adentrando na estação, parou no mesmo instante ao sentir algo se mover dentro de sua bolsa.

Ao pegar o celular, sentira o ar lhe faltar quando vira o nome de Damon piscar furiosamente no visor.

Ela ficou parada onde estava não acreditando no que poderia ser considerada uma ousadia vinda da parte de Damon. O nome do garoto, que passou metade de sua época na escola infernizando-a, ainda piscava insistente no visor. Elena limpou a garganta algumas vezes ensaiando a melhor ou pior maneira de atender àquela ligação. Poderia ser rude, mas sentiu que não agiria de maneira certa já que concedera seu telefone ao rapaz. Poderia ser amena, mas conhecia perfeitamente os pensamentos tacanhos do moreno.

Àquela cena parecia extremamente surreal. Elena pensou seriamente em deixá-lo cansado de insistir nas ligações, mas Damon era um garoto persistente. Quando o celular finalmente silenciou, a morena sentira a fina ponta de esperança de colocar o objeto de volta na bolsa se esvair por completo. As luzes do celular voltaram a piscar provando que Damon não desistiria tão fácil de conversar com ela.

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Sem muitas opções, Elena resolvera atender. Entrou em uma pequena livraria que havia ao lado da estação e se emaranhou pelos corredores procurando o lugar menos movimentado. Afugentou-se entre as prateleiras de suspense e finalmente atendera o celular.

– Gilbert?

Aquela voz arrogante. A mesma voz que parecia não ter mudado absolutamente nada. Por um momento, Elena pensou se em algum dia de sua vida ele viesse a lhe tratar pelo primeiro nome.

– Salvatore!

Ele sentira um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir a voz da garota. Sentiu-se aliviado por ela não ter demonstrado frieza ou por não ter desligado na cara dele. Elena parecia confiante, mas ao mesmo tempo muito distante.

– Hmm... Tudo bem?

Belo início de conversa pensou Elena percorrendo os dedos por alguns títulos. Achou um que realmente a interessou e, com dificuldade, o puxou para si caminhando logo em seguida em direção a uma das mesinhas disponíveis para leitura.

– Tudo certo, Salvatore, e você?

Damon não sabia ao certo como estava. Acabou fazendo o exame de sangue naquela mesma tarde por extrema insistência de Tyler. Diante da enfermeira, que parecia querer seu braço inteiro, o rapaz não teve mais como atrasar o que já era praticamente inadiável. Agora, estava em casa seguro dentro do quarto, olhando para o teto. Mesmo falando com Elena, ele ainda não acreditava que acabou ligando para a garota que evitava já fazia uma semana.

– Hmm... Tudo certo também.

Ela o ouvira dar um rasgante suspiro. Sinal de que estava pensando no que dizer a ela.

– Gilbert... Er... Onde você está?

– Em uma livraria! - respondeu ela, sentindo finalmente suas mãos suarem. Ele não poderia estar fazendo aquilo. Era uma alucinação.

– Era de se imaginar. - disse Damon, não contendo um riso abafado. - Em qual livraria?

– A que fica perto do metrô. - respondeu Elena, folheando o livro. Começou a sentir suas bochechas esquentarem e certo incômodo infiltrar em seu ser.

A frieza com que Damon a havia tratado desde que havia retornado a NY não saía da mente da morena. O descaso realmente a chateou, mesmo ela não admitindo para si mesma que isso tinha acontecido. Passou os primeiros dias remoendo a situação e passou a aceitá-la como o fim de qualquer tipo de conversa que poderia provir entre ambos.

– Eu sei que é estranho eu estar te ligando...

– Salvatore, fui eu que te dei meu número e total liberdade para me ligar. - Elena alisou a testa nervosamente. - E desde quando sente remorso?

– Agora você me pegou!

Ela ouvira um riso vindo do moreno que pareceu contagiá-la de uma maneira diferente. Elena não se dera conta do seu sorriso e do quanto estava feliz por Damon ter ligado.

– Certo! Irei direto ao ponto.

Ouve uma pausa que parecia ter sido infinita do outro lado da linha. Elena temia que ele pudesse dizer algo constrangedor enquanto pedia internamente que Damon pedisse desculpas pelo frio tratamento do começo da semana. Duas possibilidades inviáveis, ela pensou, enquanto folheava o livro com falso interesse.

– Pode falar, Dam...Salvatore.

Em todos os anos em que convivera com Elena nunca a ouvira chamá-lo pelo primeiro nome. Sentiu um tremor só de ouvi-la quase cometer tal ato.

– Sabe você poderia me chamar de Damon de vez em quando.

– E você poderia me chamar de Elena.

– Não enquanto não estiver seguro perto de você.

– E desde quando você é seguro ao meu lado? - indagou Elena, enrugando a testa.

Damon sentou-se na cama. Trocou o celular de orelha tentando encontrar uma boa resposta. Aquele parecia ser o momento perfeito para testar sua sinceridade com aquela garota que já havia pensado em compartilhar sua vida inteira.

– Nós nunca tivemos a chance de nos sentirmos seguros uns com o outro, Gilbert. - começou Damon, lentamente. - Sempre nos alfinetávamos na época da escola e por um lado isso foi degradante.

– E o que faz você me ligar a essa hora, sendo que teve a semana inteira para fazer isso completamente ciente de que nossos assuntos não passam de insultos e patadas?

– Talvez por que eu passei a semana inteira evitando sua existência e meio que minha consciência me intimou a te ligar para podermos fazer alguma coisa juntos. - respondeu Damon, sentindo uma ponta de ansiedade tomar conta de seu corpo. Estava sendo difícil fazer aquilo, mas ele iria até o fim.

– Como você tem certeza de que eu aceitaria fazer algo com você justamente no sábado à noite? - desdenhou Elena, não sabendo se estava começando a ficar irritada ou insegura.

– Simples! O velho Damon ainda existe em mim e eu quero chamá-la para dar uma volta. - Damon a ouviu ofegar, mas não comentou nada. Guardara a reação dela para si.

– Damon... Você sabe que a resposta sempre vai ser não. - disse Elena não querendo demonstrar pesar. Naquele momento, era evidente que ela estava fugindo. Não fora incisiva e nem seca. Queria apenas evitar o encontro.

– Posso tentar mudar sua resposta?

A imagem das tentativas funestas de Damon chamando-a para sair tomou conta de sua mente muito rapidamente. Ele era persistente e grudento e Elena se deliciava com todos os foras que dava nele. Mas ainda havia algo diferente no novo Damon. A voz do rapaz soava melancólica e a morena não tinha tanta certeza se persistiria na ideia de fugir.

– Tente!

– Certo! - Damon respirou fundo e levantou-se. Caminhou até a janela e notara que finos pingos de chuva começavam a cair em NY. Parecia que o verão finalmente se despedia. - Eu acabei de voltar de viagem. Stefan acabou de sair de um relacionamento ruim, Matt anda atrás de uma loira e Tyler está quase sendo morto pela minha prima. Existem certos assuntos em meu particular que gostaria, talvez, de desabafar com você. Acredito-me que se não nos encontrarmos agora, qualquer tentativa de nos chamarmos pelo primeiro nome será mínima.

Elena colocou-se de pé e resolvera colocar o livro de volta na prateleira. Apoiou a mão sobre uma das estantes e cerrou os olhos por alguns instantes. Se Damon estivesse mentindo, poderia ser considerado o novo indicado ao Oscar. Tentar se convencer de ideias funestas estava levando a morena a completa angústia. Queria ver Damon e a necessidade disso era completamente nova e estranha.

– Certo! Onde nos vemos?

Damon sorrira do outro lado da linha. Esqueceu completamente do péssimo dia que teve.

– Fique onde está. Irei te buscar.

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As malas estavam lado a lado quando Lexi e April resolveram se sentarem nelas. Com o tempo ruim, Lexi chegou à conclusão que o atraso de Stefan poderia ter sido por causa do famoso tráfego lento. Os táxis enfileiravam-se uns atrás dos outros esperando que algum passageiro pedisse por seus serviços. Lexi sempre fora apaixonado por Stefan. Mas nunca teve coragem de dizê-lo. April antes de ficar à espera, a ruiva teve que rejeitar dois barrigudos antes que começasse a ficar estressada com as insistências vindas da parte deles.

O tempo na França parecia ter sido o melhor da vida de Lexi. Havia ingressado para dentro do país assim que se formara. Não aproveitou muito a cerimônia de formatura, pois tinha voo marcado. Mesmo assim, às singelas fotografias daquele dia ainda permaneciam muito bem seguras dentro da agenda que sempre carregava. Durante o tempo fora os únicos contatos que tinha era Stefan e Katherine. Pelas informações que recebera durante todo aquele período, chegou à conclusão de que não havia perdido praticamente nada. Cada pessoa daquele grupo que ela costumava fazer parte havia ido para lados diferentes e somente agora parecia que todos ficariam juntos depois de tanto tempo.

Sentia saudades de Elena e Bonnie. Internamente, não via a hora de telefonar para as duas marcando um encontro por mais rápido que fosse. Lexi não estava ligando se Bonnie estava com Jeremy ou se Elena estava presa em algum serviço importante. Queria ter um momento com elas duas, juntamente com Katherine, Caroline e April em qualquer boteco nova-iorquino para poder matar o sentimento que parecia sufocá-la a cada dia.

April estava muito ansiosa para ver a turma. Faz tempo que elas não os veem. April sempre teve uma quedinha por Matt. E ela queria o reencontrar.

Lexi voltara a si quando ouvira o barulho de buzina. Ao erguer o olhar, vira Stefan lhe lançar aquele famoso sorriso que encantava qualquer garota. Sabia que o casamento entre Katherine e ele não havia dado certo e, mesmo dando todo o apoio, não entendia o que havia levado os dois a assinarem o sagrado documento no cartório. O bom disso tudo era que Lexi teria tempo o suficiente para ouvir o que diabos haviam acontecido entre ambos. Mesmo ela sendo apaixonada por ele, ela queria o escutar já era a sua melhor amiga.

Stefan dera uma boa olhada em Lexi antes de pegar suas malas. Ela tinha um brilho diferente. Assim que retornara percebera que ninguém havia mudado e, a única pelo visto, era a loira que sorria debilmente em sua direção. April veio em sua direção e falou:

- Olá Stefan

- Oi – ele disse

– Demorou né? – disse Lexi

– Você sabe que Stefan tem outros compromissos no sábado, mas não poderia deixar minha loirinha na mão.

– Sua loirinha? - Lexi lhe dera um safanão nas costas. Mesmo ele dizendo sua para ela. - Que eu saiba você tem queda por morenas.

– Então, acho melhor você tingir o cabelo Lexi.

A garota dera uma gostosa gargalhada que parecia tê-la deixado mais leve. Estava de volta e ninguém estava se sentindo melhor do que ela naquele instante. Ela adorou essa cantada.

– Irei pensar no seu caso, Stefan. - disse Lexi, dando uma piscadela. - Mas e então, vai pegar nossas malas ou não?

Stefan erguera o dedo indicador na direção das malas. Coçara ligeiramente a testa enquanto April o fitava confusa.

– Que foi? - perguntou ela, ajeitando o casaco.

– Por que mulheres carregam tanta mala? - Stefan perguntou, pegando as malas maiores. - Se vocês pudessem, carregariam o namorado de vocês dentro delas também.

Lexi riu.

– Não tenha dúvidas. - respondeu ela, pegando as malas menores e caminhando em direção ao carro. - Só assim para os homens ficarem de boca fechada e pararem de alfinetar o que deve permanecer quieto.

Stefan abrira o porta-malas entre risos.

– França te deixou bem afiadinha, hein!

– Esse é só o começo. - vibrou Lexi, dando um saltinho. - E, como você será meu motorista, exijo que me leve para ver minhas amigas.

– Ih! Acho que vai ser complicado.

– Por quê? - perguntou Lexi enrugando a testa.

– Bonnie está com Jeremy. Elena eu não faço ideia de onde mora e eu não falo mais com a Katherine.

– E Tyler, Matt e Damon? – perguntou April

– Tyler está no trabalho, Matt deve está bebendo por ai e Damon provavelmente dormindo. Sinto muito, April, mas você vai ter que se contentar com a minha presença.

– Então, eu espero que você tenha grandes opções para este sábado à noite.

– Você não quer ir para casa descansar? - Stefan perguntou, fechando o porta-malas.

– E quem disse que Lexi descansa? - perguntou a April, entrando no carro seguido por Stefan e Lexi.

- Quero conversar, rever os fatos... – disse Lexi

– Mas não tem nada de novo. - Stefan encolhera os ombros perdido. Lidar com Lexi era algo que havia perdido o costume. Teria que voltar a velha forma parar poder aturar os momentos insistentes da loira.

– Então, vamos procurar algo novo. - disse Lexi, colocando o cinto de segurança. - Avante, Stefan.

–Você andou bebendo?

Lexi levou a mão em direção a boca, fingindo-se horrorizada.

– Bebeu sim! - respondeu Stefan, dando partida.

– Foram alguns drinks, mas eu ainda sei quem sou.

– E eu espero que continue assim. - disse April ajeitando o retrovisor.

- Bom, já que você quer se distrair tenho um lugar perfeito. – disse Stefan

– Ah é? - indagou Lexi alteando uma sobrancelha. - E onde quer nos levar?

– Vocês logo iram saber.

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Elena estava na porta da livraria segurando o novo livro que havia comprado. A morena ainda não via sentido em estar esperando por Damon naquela rua que, conforme as horas avançavam, pessoas estranhas perambulavam completamente fora de si. A vontade que ela tinha era simplesmente entrar na estação e seguir para casa como se nunca tivesse recebido nenhum telefonema vindo da parte dele.

Mas seus pés pareciam presos no asfalto. Elena tinha vontade de andar de um lado para o outro, mas não queria transparecer que estava nervosa. Várias cenas começaram a tomar conta de sua mente e todas elas levavam a uma briga feia entre os dois. Não era novidade ela pensar daquela maneira, mas a jovem estava começando a perder as esperanças que aquilo daria certo.

Uma fina chuva voltara a cair fazendo Elena se alojar mais uma vez dentro da livraria. De fato, Damon estava demorando demais e isso estava começando a deixá-la irritada. Por um momento, lembrou-se da antiga Elena que se enfezava facilmente com o simples respirar do moreno que fazia questão em pirraçá-la. Pensou até em pedir um café expresso quando, sem querer, sentira que pisara em algo com certa força. Ao virar-se, queria se afundar no poço mais fundo a ter que encarar Damon de cara feia sentindo uma fisgada no pé direito.

– Se você não me recebesse com algum tipo de agressão de certo você não estaria com seu juízo perfeito. - disse Damon, massageando o pé por cima do tênis. Ele não trajava mais as vestes sociais e estava menos cansado.

– Ah! Salvatore! - Elena dera um passo para trás criando certa distância. - Desculpe! Não tenho olhos nas costas.

– Deveria ter assim você evitaria acidentes.

Elena cruzara os braços bufando enquanto Damon voltara a ter postura.

– Por que demorou tanto? - perguntou Elena, séria.

– Eu pedi para você ficar onde estava, mas não disse que horas viria e nem se viria.

– Deveria ter ligado. - contestou ela, ainda de cara fechada.

– Já ia embora? - perguntou Damon, passando a mão pelos cabelos negros deixando-os ainda mais desgrenhados. Elena, ao ver a cena, lembrou-se do quanto enojava aquele gesto.

– Claro! Esperar você não é um bom negócio.

– Então, por que está aqui?

Realmente, quais as razões que a seguraram ali? Pensou Elena sentindo as bochechas esquentarem. Começou a se achar uma completa idiota.

– Porque não ia te deixar no vácuo.

Damon rira com gosto.

– Nossa Gilbert. Assim fico comovido com suas nobres intenções. - disse ele, balançando a cabeça.

– Você não iria gostar de ser deixado no vácuo. - disse Elena tentando se defender.

– Com certeza não e, por isso, agradeço por ter me esperado mesmo eu não te dando segurança de que viria. - Damon levou a mão em direção ao tórax fazendo uma grande expressão de pesar. - Podemos ir agora?

– Podemos ir para onde? - Elena enrugou a testa. - Está me chamando para sair, Salvatore?

– Eu nunca desisto e, se você esperou, é por que você também quer.

– Eu não quero nada! - exclamou ela, desviando o olhar para o outro lado.

– Ah! Já sei! - Damon erguera o dedo indicador, falsamente pensativo. - Você quer ficar aqui, jogando papo em meio ao aroma da cafeína?

– Está chovendo, Salvatore.

– Eu tenho guarda-chuva no meu carro. - Damon erguera as chaves, sorrindo. - Não seja ruim, Gilbert, e venha comigo. Não quero voltar para casa, enfrentar uma noite fria, comendo pizza e vendo filme antigo.

– Poderia incluir ao tópico de assistir ao filme antigo agarradinho com o Stefan.

Damon balançou a cabeça negativamente.

– Sabe Gilbert, cuidado para não terminar que nem uma anciã, sozinha e cuidando de gatos. - disse Damon, colocando as mãos em cada bolso do casaco. Começou a temer a negação de Elena já que realmente queria passar a noite ao lado dela. - É só uma volta. Não é um encontro.

– Uma volta onde? - perguntou Elena, tentando ficar mais relaxada e amolecendo ao vê-lo de mãos juntas como se implorasse.

– Tem um parque de diversões, sabe? Estou precisando dar umas voltas no carrossel.

– Carrossel? - perguntou Elena entre risos.

– Claro! Meu brinquedo favorito! - disse Damon, animado e ainda com as mãos juntas.

– Eu prefiro a roda gigante.

– Então vamos antes que as crianças pentelhas tomem nossos lugares nessa aventura pela chuvosa estrada que nos guiará ao paraíso da infantilidade.

– Salvatore, você tem certeza disso? - perguntou Elena, incerta.

– Se não tivesse certeza, não estaria aqui. - respondeu ele, incisivo. - Vai desistir?

Elena dera dois passos à frente e colocou uma de suas mãos dentro do casaco do moreno que permaneceu estático. Aqueles olhos azuis repousaram sobre os seus lhe oferecendo a famosa sensação de segurança. Queria ela ao seu lado naquela noite temendo, por singelos minutos, que aquilo nunca mais fosse acontecer. O tempo que esteve fora só lhe dera a certeza de que compartilharia qualquer momento que fosse ao lado de Elena Gilbert.

– Vamos nessa! - disse ela, entregando as chaves para Damon com um singelo sorriso.

 Continua...


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Notas finais do capítulo

XOXO