Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 9
Parque de diversões - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/248552/chapter/9

Já passavam das oito, quando Tyler decidira fazer seu percurso em direção à casa dos Forbes. Enquanto dirigia, o rapaz encontrou um singelo tempo para culpar-se. Embora amasse seus afazeres, deixar Caroline de lado o estava deixando completamente fora de si. Gostava da garota e, o fato de receber o mesmo sentimento em troca, o fazia se sentir um completo ogro insensível por estar ausente na vida dela e até mesmo um egoísta. Pensar que era um egoísta não era o mais importante, pois Tyler sabia que não estava agindo de maneira totalmente insensata. O problema era a ausência.

Nos pensamentos de Tyler, encontrar alguém especial era o mesmo que encontrar um trabalho que pagava absurdamente bem sem fazer absolutamente nada. Concluindo, era uma raridade. Nunca fora do tipo de namorar muitas garotas, mas sempre acabava se apaixonando pela maioria delas. Gostava das gentis e sinceras e Caroline fugia completamente do parâmetro apresentando sintomas de loucura. Talvez, esse fora um dos grandes motivos que fez com que o rapaz se encantasse no que parecia ser para sempre. Ambos começaram a sair no último ano da escola e ele esperava que, com o término do ano letivo, nada interferisse na relação que tinham.

Tyler não esperava que fosse amadurecer tão rápido e que isso fosse prejudicar seu namoro. Pensou que tudo daria certo até se ver tornando-se um adulto de maneira brusca e ao mesmo tempo encorajadora. Caroline era a típica garota rica que jamais havia passado por dificuldades. Na visão da loira, uma dificuldade era quebrar o salto bem no dia da melhor balada do ano. Mesmo tendo seus ataques fúteis, ela não deixava de ser engraçada e inteligente, principalmente quando tudo dava errado. Já ele, era o típico garoto de classe média que não participava dos melhores eventos da cidade e nem tinha seu nome nas reservas dos melhores restaurantes. Ela e ele formavam o típico casal improvável. O típico casal que, de uma forma ou de outra, sempre fica muito bem no final.

Era triste pensar que poderia perder a única garota que o via como ele realmente era. Ambos divertiam-se juntos fazendo os típicos programas de casais ou com simples telefonemas. Não havia cobranças, medos ou inseguranças. Era ela o completando e vice-versa. Era um sentimento novo que Tyler não queria que acabasse. Poderia tentar sacrificar alguma coisa para ficar de bem com ela, mas Caroline teria que entender que ele precisava do emprego que ajudava seus pais nos momentos de emergência. Se ver sem Caroline no ápice de sua vida era o mesmo que ver Damon deixando Elena para trás.

Mudando completamente o foco dos seus pensamentos, Tyler acabou lembrando-se da visita repentina de Damon ao hospital. O melhor amigo não parecia bastante animado e, mesmo tentando ajudar seu pai na empresa, Damon parecia mais disposto em ficar trancado em casa sem fazer absolutamente nada. Tyler percebera que o moreno estava diferente, mas não comentara nada para evitar problemas. O grande alívio era que Stefan continuava o mesmo idiota de sempre garantindo certo equilíbrio no trio.

Mesmo estando preocupado, Tyler não fazia ideia do que estaria acontecendo com Damon. Sua tristeza repentina deveria ser por sentir saudades de Elena, mas como já estava na cidade, ainda não entendia o comportamento dele. O pedido para fazer o exame fora o auge das dúvidas que assombravam sua mente dizendo que o amigo não estava bem. Se tivesse sorte com Caroline, poderia perguntar se ela sabia de alguma coisa. Ambos sempre foram muito grudados.

Os finos chuviscos da noite embaçavam a visão da casa da família Forbes. Tyler estacionou o carro e perguntou-se sobre o motivo que levaria Damon a querer morar sem eles. Seus pais sempre se mostraram pessoas maravilhosas principalmente quando acolheram Stefan quando ele se convidou a se retirar de sua própria casa. Razão complicada que o levou a pensar na mesma coisa: por que saíra de casa?

Saindo do carro e travando as portas, ele guardara as chaves no bolso sentindo a garoa cair sobre a sua face. O vento estava um pouco gélido, o que era espantoso depois de uma semana longa de verão. Pelo visto, o outono parecia querer chegar mais cedo do que o esperado. Dando um longo suspiro, Tyler cruzara o jardim guiando seus olhos em direção ao andar superior da casa. As luzes do quarto de Damon estavam apagadas indicando que Caroline não estava lá em cima. Subira os limpos degraus e tocara a companhia já temendo levar uma tapa certeiro na face.

A falta de ruídos do outro lado fez com que os músculos de Tyler se enrijecessem. Pensou em pegar o celular e telefonar para a jovem, mas parou no mesmo instante quando a própria apareceu trajada no que parecia ser seu melhor pijama, abraçada com uma tigela imensa de pipoca. Ao ver Tyler, teve uma imensa vontade de fechar a porta na cara dele, mas não o fez. Curtir uma síndrome depressiva a deixaria mais gorda, então, só restava ouvir o que ele tinha a dizer para ver se melhorava.

– O que você está fazendo aqui? - perguntou Caroline, tentando ser o mais seca possível. Poderia tentar espantá-lo, mas Tyler não estava com cara de quem desistiria mesmo sabendo das crises de TPM da namorada.

– Não é óbvio? Vim ver se posso conversar com a minha namorada sem correr o risco de levar um balde de pipoca na cabeça. - respondeu Tyler, cruzando os braços e fitando-a. Mesmo estando tenso, não deixou de notar que ela estava uma gracinha dentro daqueles pijamas.

Caroline lançou um olhar interessado em direção a tigela de pipoca.

– Não seria nada ruim, sabe? - disse ela, com um singelo sorriso. - Somente assim para o seu cérebro voltar ao lugar que pertence.

– Meu cérebro sempre esteve no lugar de sempre, Caroline.

– Ele foi removido assim que você resolveu me trocar por um hospital.

Realmente, ela parecia ter matutado sobre o assunto o resto da tarde. Ainda bem que ele não fez a mesma coisa sozinho. Quase errou a veia de Damon levando um soco no ombro bastante memorável.

– Ainda bem que você tocou no assunto. - Tyler enrugou a testa. - Caroline, você sabe perfeitamente que preciso estar dentro daquele hospital. É uma garantia de exercer minha profissão lá sem correr o risco de ficar desempregado. Foi um favor e sou muito grato por isso. Só não imaginava que fosse ficar tanto tempo lá a ponto de ficar ausente no meu papel de namorado. Eu sinto muito, Caroline, mas prometo que vai melhorar.

Ouvi-lo daquela maneira, com aqueles lindos olhos a deixavam fora de si. Caroline não poderia mentir, sempre fora apaixonada por ele mesmo que tivesse relutado bastante para admitir. Isso só provava o quanto de Damon ela tinha dentro dela.

– Melhorar em que sentido, Tyler? - perguntou ela, alteando uma sobrancelha.

– Em todos os sentidos, começando pelo hospital. Prometo sair no meu horário. Às seis horas, eu te busco aonde quer que você esteja para te pagar uma barra de chocolate. Que tal?

– Acho que estamos começando a entrar em um acordo, Senhor - Caroline deixara escapar um meio sorriso. Estava esperançosa mais uma vez. Nem queria mais comer aquela tigela de pipoca e tomar o refrigerante que, com certeza, estava manchando a bela mesinha de centro de sua tia.

– Então, vai querer fechar o contrato?

– Você me ama, Tyler?

Tyler fora pego de surpresa e sentira o ar lhe faltar. Que diabos de pergunta era àquela em meio a um assunto completamente nada a ver?

– Er... Bem... - as mãos dele começaram a transpirar e, por segurança, as colocou dentro do bolso.

– Ama ou não?

– Eu amo você, Caroline!

Ela não pensou duas vezes. Simplesmente largara a tigela e correra para os braços de Tyler selando seus lábios perfeitamente nos dele. O beijo fora demorado e com o singelo gosto da saudade.

– Eu amo você, Ty. - disse ela, pegando na mão dele. - E espero que pare de me trair com o hospital.

Tyler desatou a rir.

– Acho melhor você se preocupar com a sujeira que você fez do que com o hospital. Já dei minha palavra. O hospital não será mais problema.

– É você tem razão. Se minha tia ver essa sujeira no tapete dela, minha vida acabará. - Caroline dera uma tapa na testa e perguntou-se como poderia ser tão burra. Poderia muito bem beijar Tyler segurando a porcaria da tigela. - Venha você não vai escapar dessa.

Caroline puxou Tyler para dentro da casa dos Forbes e, juntos, resolveram limpar a sujeira um bom tempo depois, já que os beijos eram muito mais importantes do que um pouco de manteiga engordurando o precioso tapete da Sra. Forbes. O rapaz esqueceu-se completamente da preocupação com Damon, voltando a ficar em paz com sua namorada.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Um parque de diversões. Elena havia criado expectativa demais com relação a Damon e nem sabia o que a levou a aceitar o convite. Não que esperasse um jantar à luz de velas, mas um passeio qualquer já seria bem menos estranho do que passar à noite de sábado entre crianças e adolescentes em busca de alguma perdição para matar o tempo. O que ainda não ajudava era a chuva fina que insistia em cair e que provavelmente a deixaria resfriada. Durante o percurso até pensou em desistir, mas Damon parecia tão animado que, estranhamente, lhe dera um pesar grande em retroceder todo o percurso de volta para casa.

Quando o moreno finalmente estacionara o carro, poderia jurar que o vira sorrir para as luzes da imensa roda gigante. Por ter convivido bastante tempo com ele, à morena tinha certeza de que ele havia tido uma infância fascinante e não entendeu à razão que o levou a babar por uma roda gigante. Aquele passeio entre os dois poderia ser brevemente resumido na mente de Elena: problemas.

– Vamos?

Elena erguera o olhar, voltando a si. Estava tão preocupada em pensar no final da noite que nem se tocara que mal abrira a boca durante o trajeto. Damon também não havia falado muita coisa, preferindo cantarolar junto com algumas músicas que ele conhecia.

– Damon, você tem certeza?

Maldita boca. Elena segurou a vontade de dar uma tapa em si mesma, tentando disfarçar lançando um sorrisinho amarelado.

– Lá vem a Gilbert com suas inseguranças. - Damon alisou a testa, desligando o motor do carro. - Gilbert, não é um encontro e não contarei vantagem.

– O que quer dizer em contar vantagem? - perguntou Elena, confusa.

– Contar que passamos uma noite louca de amor dentro da casa mal assombrada.

A morena lhe dera um tapa no ombro, fazendo-o rir. Ele estava se sentindo extremamente confortável. Um sentimento que não fazia parte dele desde que terminara a escola. Parecia que a metade que lhe faltava estava completa tendo Elena ao seu lado por meras horas que, com toda certeza, faria valer a pena.

– Se você espalhar uma porcaria dessas, digo que você broxou.

– Eu? Broxar? - Damon apontou para si mesmo, abobalhado. - Eu nunca broxo.

– Tem certeza? - Elena enrugou a testa, segurando o riso.

– Er... Toda certeza do mundo, minha querida.

– Parou para pensar. - Elena desatara a rir. - Damon já broxou.

Pela primeira vez em toda sua vida, Elena conseguira fazer com que ele ficasse embaraçado. Sempre acontecia o contrário, mas ele fora pego completamente de surpresa. Mesmo o assunto não sendo nada agradável, gostou de se sentir envergonhado.

– Você está colocando palavras na minha boca, mocinha. - Damon balançou a cabeça. - Pode perguntar a todas as minhas namoradas. Todas saíram bem satisfeitas.

Elena sentiu um pequeno desconforto ao ouvi-lo citar suas ex-namoradas. Isso era sinal de que Damon Salvatore não havia mudado em nada e a única coisa que poderia fazer naquele momento era continuar a brincadeira como se nada a tivesse afetado.

– Terei que entrevistar a escola interia então.

– Poupe o trabalho, Gilbert. - Damon abrira a porta do carro. - A minha resposta já vale por todas elas.

Ela riu. O ego de Damon ainda continuava enorme. Bem que ele poderia ser mais humilde.

– Dá para sair do carro, Gilbert? Fez chapinha hoje?

Elena fizera uma careta idiota, saindo do carro.

– Não, Salvatore! Meu cabelo é liso naturalmente. Não é que nem o seu que fica um fiasco 24 horas por dia.

Damon levou a mão em direção aos cabelos e os assanhou fazendo charme. Elena poderia negar o quanto fosse, mas ele estava um belo pedaço de mau caminho.

– Você tem inveja do meu cabelo. Mesmo bagunçado, ele fica uma sedução.

A garota rira mais uma vez, ajeitando a bolsa no ombro. Fechara a porta e esperou que Damon fizesse o mesmo para aproveitarem o parque apinhado de gente.

– Sedução... Hahaha...

Ambos caminharam em direção à entrada do parque. Por mais que estivesse cheio lá dentro, a fila não estava enorme. Elena ficou aliviada com isso, pois detestava filas. Estar na companhia de Damon, na chuva e enfrentando fila era pedir demais para uma noite só.

Vendo Damon se afastar, a morena ficou parada onde estava à espera. Passou um bom tempo com os olhos fixos nas costas dele pensando como aquela imitação de encontro poderia estar acontecendo. Elena passou quase sua vida inteira renegando o moreno para então, com bastante facilidade, estar ao lado dele comprando entradas para o parque. Se tivesse uma bola de cristal, teria gasto menos energia negando todos os convites dele para sair.

Damon podia sentir uma quentura nas costas e dera uma rápida olhada para trás. Elena o olhava e isso fez seu estômago revirar. Lembrou-se do período em que estava fora, acreditando cegamente que poderia esquecê-la. De uma vez por todas, o rapaz aceitou que ela era parte viva de seu ser. O objetivo principal dele para aquela noite era fazê-la memorável, pois imaginava que nada daquilo aconteceria novamente.

Quando finalmente estava com as entradas em mãos, sentira uma fisgada no braço direito e lembrou-se do exame de sangue que fizera. Ele não sabia o que o levou a fazer isso, mas ultimamente vinha se sentindo estranho. Sentia muito sono sem necessidade e ficava cansado de repente. Não tinha vontade em sair de casa e preferia ficar isolado sem ver ninguém. Por estar acostumado com sua visão de pessoa socialmente envolvida, preocupou-se quando se vira abatido demais.

– Está tudo bem? - perguntou Elena, vendo-o ajeitar alguma coisa no braço com a mão livre.

– Está tudo bem! - respondeu Damon, sem fitá-la. Ajeitou a jaqueta e deixou de sentir que estava com o curativo. - Vamos?

Elena não engolira a resposta de Damon. Era simples saber quando ele omitia algo: o contato visual era praticamente ignorado.

– Claro! - concordou ela sem demora.

Ao entrarem, ficaram espantados com a fila dos brinquedos. Os mais perigosos eram os que tinham filas intermináveis. Elena supôs que, finalmente, Damon iria andar no carrossel depois de tantos anos.

– Seu sonho vai se tornar realidade. Você vai conseguir ir ao carrossel, Salvatore.

Damon virou-se na direção dela com a testa enrugada.

– Pare de me zombar. O carrossel sempre foi meu brinquedo favorito. Não destrua meu sonho.

– Quem sou eu para destruir seu sonho? - indagou Elena, dando de ombros e dando uma boa olhada ao redor. Não havia nenhum rosto conhecido, até se deparar com uma loira e uma ruiva que parecia conhecer. Ao estender a visão na direção do acompanhante, dera um berro ao gritar o nome de Lexi e April.

– ELENA! – elas gritaram

A cena ficaria mais interessante se fosse em câmera lenta, pensou Damon observando as três amigas se abraçarem. Poderia ser bonito, claro, se Stefan não aparecesse para estragar o espetáculo de gritos esganiçados.

– O que você está fazendo aqui? - perguntou Damon, abobalhado. - Stefan em um parquinho? Pare tudo e chamem a mídia.

Stefan dera uma gostosa gargalhada, dando um empurrão de leve no amigo.

– Eu quem deveria fazer a pergunta. O que faz aqui com Elena?

– Viemos andar no carrossel por que a TV a cabo não está funcionando.

– Sério? - Stefan arregalou os olhos. - Droga! Hoje ia passar um filmão e vou perder. Não acredito!

– Você está bancando o idiota né? - Damon perguntou meio espantado com a burrice de Stefan.

– Idiota? Não!

– Estou zoando, imbecil.

Stefan dissera um palavrão com extremo gosto fazendo Damon rir com imenso prazer.

– As mocinhas poderiam parar de se agarrar! - disse Stefan, chamando a atenção de Elena, April e Lexi que logo se juntaram a eles.

– Damon! - exclamou April, abraçando.

Elena sentira uma raiva a invadir e a mesma não sabia o por que. Mas a verdade era que ela não gostara nada daquele abraço.

– April!

Logo depois abraçou Lexi.

– Bem que podíamos ir no carrinho bate e bate. O que acham? - sugeriu Stefan, empolgado.

- A não... Eu não quero ir nesse brinquedo não! – disse April. Ela odiava carrinho bate-bate.

- Ah mais você é chata hein? – disse Stefan

– Eu acho perfeito! A fila nem está tão grande. Apesar de que eu queria um algodão doce. - disse Lexi chorosa.

– Só quer comer, dá licença. Por isso está gorda. - resmungou Stefan.

– Eu não estou gorda, seu recalcado. Deixe-me em paz. - disse Lexi, enrugando a testa, brava. Não estava gorda. Ela tinha certeza que não estava. - Elena, estou gorda?

Damon, April e Stefan desataram a rir, fazendo Lexi corar levemente.

- Você está ótima, Lexi.

– Obrigada, amiga. Só você para me botar na realidade. - Lexi abraçou a amiga mais uma vez, soltando-a rapidamente. - Vamos brincar então?

– Não temos outra opção a não ser essa. - disse Elena, encolhendo os ombros.

– Depois da briga de casal, acho que merecemos brincar. - comentou Damon, recebendo um olhar furtivo de Stefan.

– Engraçadinho! - disse Stefan balançando a cabeça negativamente.

O quinteto rumou para a fila e esperaram por pouco tempo. Quando chegou a vez deles, Stefan pegou Lexi às pressas não dando chance para ela pedir à Elena para ser sua dupla.

– Bom... Acho que devemos acabar com Lexi e Stefan. - disse Damon um pouco sem graça. Por que estava sem graça? Nem ele sabia.

– Eles não podem contra nós. Daremos um banho neles. - respondeu Elena, puxando Damon para um dos carros. Se for para brincar que fosse direito.

– Eu dirijo! - avisou Damon, tomando conta do volante.

– Eu queria dirigir.

– Fica para o mês que vem.

Elena entrou no carro sem dizer nada, mas estava um pouco desapontada. Sempre ela dirigia mesmo que fosse para deixar Meredith muito ferrada da vida.

Quando a brincadeira começou, Damon não sabia se ria ou se controlava o volante. A pista tornou-se a fonte de uma grande perseguição em que Lexi e Stefan pareciam os fugitivos. Poucas vezes eles acertaram Damon e Elena e isso deixou Stefan bastante irritado. April assistia tudo e ria sem parar.

– Quero mais uma rodada! - exclamou ele, no final. Nem perdera tempo para ouvir as respostas e fora direto comprar outros bilhetes.

E brincaram mais uma vez, mas parecia que a performance de Stefan e Lexi tinha sido melhor. Damon meio que havia deixado ser acertado, pois a face raivosa de Lexi já estava começando a lhe dar medo.

– Foi melhor dessa vez! - disse Elena, tentando recuperar o fôlego de tanto que rira. No fundo, ela sabia que estava se divertindo.

– Mas ainda não achei justo! - comentou Stefan, ajeitando as vestes. - Vai ter troco!

- Okey mais uma rodada então – disse Elena animada – Mais eu dirijo!

Disse ela e saiu puxando Damon.

Depois de muitas batidas no carro de Stefan e Lexi. Eles desistiram de revanche.

– Olhe Stefan, meu algodão doce! - apontou Lexi com os olhos brilhando.

– Na França não tinha algodão doce não? - perguntou Stefan, com desdém.

– Eu quero algodão doce! Não me interessa se na França tinha ou não. Eu quero!

– Tá! - Stefan dera seu braço para Lexi. - A gente já volta.

Stefan e Lexi se afastaram deixando Elena e Damon sozinhos. Elena se perguntara onde estaria April numa hora dessas. Era evidente que eles não sabiam o que fazer, e o silêncio já estava ficando bastante constrangedor.

– O que faremos agora? - perguntou Elena, de repente.

– Hmm... - Damon olhou para os lados e não vira nada de interessante. Na verdade, ele viu, mas não comentou nada. - Gilbert, eu preciso ir ao banheiro. Pode me esperar?

- Claro! Ficarei aqui! - respondeu ela, dando um meio sorriso.

– Certo! Serei rápido!

Elena olhou mais adiante e vira Lexi escolhendo o algodão doce que queria enquanto Stefan permanecia com o rosto emburrado. Sem muitas opções, sentou-se no banquinho protegido por uma colorida lona apreciando as luzes do parque. Aquele lugar só poderia ser estratégico já que ninguém estava sentado ali, pensou ela. Levou as mãos delicadas em direção à face secando os pingos de chuva que caíram enquanto se deslumbrava com o final da primeira diversão. Só de lembrar-se da cena do carrinho bate e bate, ficou rindo sozinha sentindo-se uma completa idiota.

Ela julgou que haviam se passado dez minutos quando Damon retornara. Lexi e Stefan não estavam com ela ainda, pois se enfiaram em outra fila do que parecia ser da casa mal assombrada. Mesmo que o encontro entre os cincos tivesse sido por acaso, Elena sabia perfeitamente que os três estavam apenas ganhando tempo em deixá-la sozinha com o Damon.

– Pensei que tivesse se perdido! - disse Elena, observando Damon. Ele parecia estranho e um pouco nervoso. Suas mãos estavam nas costas e seu sorriso parecia bastante forçado. - Está tudo bem?

Era a segunda vez que ela perguntava isso a ele. Damon estava meio nervoso, mas não queria que isso estivesse absurdamente transparente.

– Está... Está tudo bem. - ele sentou-se ao lado dela, ainda com as mãos atrás das costas.

– Você está escondendo alguma coisa? - perguntou ela, desconfiada.

– Na verdade, eu não estou escondendo. Estou tentando fazer uma surpresa.

– Surpresa? - Elena espantou-se. Damon com suas surpresas não era um bom sinal.

Ele não dissera nada. Apenas colocou em seu colo um pequeno urso branco que segurava um coração que tinha um espaço estratégico para escrever o nome do possível casal apaixonado.

– Para você!

Elena não movera as mãos, pois parecia que estava em estado de choque. Jamais esperou que algum dia Damon lhe daria algum presente. Justamente naquele momento, a morena sentira uma vontade estranha de chorar, mas ao invés disso, sorrira e enlaçou o pequeno urso nos braços.

– Não precisava se incomodar! - disse ela, meio sem graça. Evitou encarar Damon pelo simples fato de ter certeza que suas bochechas estavam vermelhas.

– Eu me incomodei e espero que tenha gostado. - disse ele, coçando a testa sem jeito. Por um lado, estava se sentindo um completo tolo por ter ouvido os conselhos de Tyler. - Acho que depois dessa você pode me tratar pelo primeiro nome.

Elena erguera o olhar na direção dele. Fazia tempo que não encarava aqueles olhos azuis. A única novidade é que não o encarava com raiva como sempre acontecia. Havia ternura de ambas as partes e isso parecia tão estranho quanto o fato de receber um ursinho do rapaz.

– Eu adorei Damon! - disse Elena, com firmeza. Ela não deixou de notar como ele havia ficado espantado ao ser tratado pelo primeiro nome. - Acho que ainda temos tempo de ir ao carrossel ou na roda gigante. Topa?

– E April, Lexi e Stefan?

– Eles não precisam de nós!

Damon sorrira e recebera o gesto de volta. Caminharam lado a lado tagarelando coisas sem sentido enquanto rumavam em direção à roda gigante. Por mais simples que fosse aquela noite Elena carregaria para sempre e Damon faria questão em recordar todas as vezes que tivesse oportunidade.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Postarei o próximo ainda hoje!