Always At Your Side escrita por Ágatha Geum


Capítulo 7
Ideia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Obrigada pelos comentários...
Postarei ainda hoje...
Parque de diversões....



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A semana havia passado sem grandes emoções. O trabalho de Elena estava indo da melhor maneira possível. Havia aprendido algumas coisas, mas nada que a mantivesse ocupada durante muito tempo. Os arquivos pareciam que não viam espanador há décadas e o chefe parecia notar apenas sua existência dentro daquele lugar. Elena perdera as contas de todas as vezes que fora chamada por ele e de todas as críticas que havia ouvido em menos de sete dias de trabalho. Era um pouco desanimador, claro, mas a morena sabia que não poderia se dar ao luxo de desistir. Não era de seu feitio desistir.

Enfim era sábado. Os raios solares não se faziam tão presentes e um vento forte sacudia as janelas. O céu estava coberto por pesadas nuvens mostrando que a qualquer momento poderia cair uma tempestade. A casa dos Gilbert estava silenciosa naquele dia. Meredith havia saído com seu mais novo namorado e parecia nem um pouco interessada em voltar no mesmo dia. Isso era um alívio para Elena, já que poderia ficar à vontade, sem ter que aguentar os berros da estressada irmã.

A cama parecia seu melhor consolo. Estava abraçada com o ursinho de pelúcia quando lentamente rendera seus olhos à claridade do quarto. As cortinas ainda estavam fechadas e passos não eram ouvidos no andar de baixo. Elena achou um milagre da parte de sua tia em não despertá-la antes das dez, pois, sempre que Jenna Gilbert saía da cama, ela tinha o dom de sempre acordar a casa inteira consigo.

Dando uma longa espreguiçada, ela resolvera levantar. Ainda sentia um pouco de cansaço, mas nada que uma soneca no final da tarde não curasse. Seus ossos pareciam espremidos e seu rosto parecia que havia levado vários socos seguidos de tão inchado que estava. Sem pensar muito, Elena dirigiu-se ao banheiro já almejando um delicioso café da manhã que a sustentasse até o almoço.

Depois de ter demorado um bom tempo presa no quarto, Elena dirigiu-se à sala de estar. Ela caminhou a passos lentos em direção ao local, cumprimentando sua tia com um breve aceno de cabeça. Elena estava se sentindo tão devagar que nem força na garganta estava conseguindo impor.

– Bom dia, sobrinha! Dormiu bem? - perguntou Jenna, colocando algumas roupas dentro da máquina de lavar.

– Hmm... Acho que ainda estou sonolenta, mas nada que um café não resolva. - brincou Elena, abrindo um meio sorriso.

– Tem café na garrafa e pães na mesa. Meredith saiu e não pretende voltar hoje. Se quiser, pode chamar uma de suas amigas para lhe fazer companhia.

Elena pensou em Bonnie muito rapidamente, mas logo se lembrou de que ela tinha namorado e que provavelmente iria querer passar o final de semana com ele. Pensou em Caroline mais ela não sabia onde a mesma morava. Lexi estava fora do país. April também. Katherine estava do outro lado da cidade e Elena não sabia onde ela morava.

– Vou tentar a sorte! Qualquer coisa alugo uns filmes e me enterro nas almofadas. - disse Elena, indo para a cozinha com a tia nos calcanhares.

– Você parece realmente cansada. Voltar à rotina é difícil, mas logo você se acostuma. Imagine quando começar a fazer faculdade?

Definitivamente, faculdade ainda não fazia parte dos planos da morena embora ela pensasse no assunto constantemente. A garota queria se estabilizar primeiramente no emprego para não dar dor de cabeça à sua tia. Jenna tinha condições em pagar, mas a morena preferia desembolsar o valor do próprio bolso.

– É tia, quando eu começar a fazer faculdade tudo ficará um pouco mais complicado. - Elena puxou a xícara e se serviu de uma dose generosa de café. De relance, dera uma olhada para fora. O dia não seria tão quente como os anteriores. A morena supôs que os primeiros indícios do outono se aproximavam.

– Parece que vai chover. Preciso me livrar dessas roupas antes de fazer compras. - comentou Jenna, abrindo um pouco a janela. - Parece que vai cair o mundo.

– Já era tempo do verão acabar. Com o outono chegando, com certeza teremos pessoas mais alegres e cheirosas. Acho que até meu chefe vai mudar de humor. – riu Elena.

– Ele ainda está pegando no seu pé? - Jenna cruzara os braços, preocupada com a sobrinha. Vagamente, lembrou-se do primeiro chefe que teve. Insuportável.

– Tia, eu sou novata. Ele tem todo o direito de me infernizar até criar confiança. Só quero que ele não me deixe em pânico, porque Elena Gilbert em pânico, não é uma boa coisa.

– Você vai se sair bem, querida. Esse emprego já é seu e ninguém tira.

– Eu espero mesmo que ninguém tire. - Elena dera uma bebericada no café, dando um longo suspiro. Para ter autoconfiança em seguir com o emprego, Elena sabia que teria que dar o melhor de si.

Pegara o celular e ficou feliz em saber que Bonnie estava em casa. Despedindo-se da tia, Elena partiu em direção ao apartamento da morena.

Tyler ainda não sabia dizer como sua vida havia se transformado. Ainda estava no quarto ano da faculdade de Medicina e sentia-se extremamente grato por ter ganhado a oportunidade de participar de uma rotina dentro de um hospital. Era cansativo claro, mas, graças a suas notas, o diretor da universidade fizera questão em indicá-lo para o trabalho.

O jaleco branco pendia sobre o ombro cansado de tanto carregar o peso da mochila. Tyler não fazia grandes feitos já que não era formado, mas ajudava no que podia. Além de enfrentar cincos horas dentro do campus, o garoto ainda enfrentava mais 4 horas do que ele chamava de treinamento. Uma vez ou outra era visto na pediatria, tirando o pânico das crianças, outras era visto na enfermaria controlando os remédios.

Seus pais sentiam um extremo orgulho do filho e isso era bastante evidente. Tyler sentira a necessidade de sair de casa, pelo simples fato de precisar de seu próprio espaço e não por luxo. Claro que isso não incluía Damon, Matt e Stefan, mas, como eles nunca eram vistos em casa, dava para estudar algumas horas na madrugada que achava seu melhor momento de concentração.

No corredor amplo e quase vazio, ele caminhava lentamente em direção à lanchonete. Fazia tempo que não comia decentemente e, todas as vezes que sua mãe oferecia um almoço em casa, não recusava o pedido. Parando diante da máquina de café, Tyler sentira dois dedos tocar-lhe bruscamente o ombro. Ao virar-se, não se espantou em ver Caroline à sua frente. A garota estava muito bem vestida - o que era um hábito da família Forbes - e seus cabelos estava seguros em um rabo-de-cavalo. Seus olhos, azuis como o do primo, estavam bastante estreitados para fazê-lo ter certeza que bomba estava a caminho.

– Oi, Caroline! - cumprimentou Tyler, dando um passo à frente e dando um beijo no rosto da jovem.

– Tyler, diz para mim que você vai sair daqui cedo.

Ele não se espantou com o fato dela ter ido direto ao assunto. Já fazia semanas que prometia sair com a garota e sempre aparecia algum imprevisto. Tyler queria muito aproveitar seu namoro com ela, mas a faculdade e o trabalho estavam sugando todo seu tempo disponível.

– Eu vou sair daqui por volta das oito.

– O quê? - Caroline arregalou os olhos, indignada. - Tyler, hoje é sábado e você não tem obrigação de ficar aqui até tarde. Você trabalha até às seis.

O fato de ela o ter chamado de Tyler era sinal de que nada estava indo bem como ele supunha.

– Eu sei que trabalho até as seis, mas o doutor...

– Eu tenho uma solução para este problema. - interrompeu-o Caroline, com as mãos na cintura.

– Não me interrompa. Deixe eu te explicar...

– Você prefere passar a noite com seu chefe do que comigo?

– Caroline, eu jamais disse isso. E jamais faria isso.

– Mas é o que você vem fazendo desde que se enfiou neste inferno. - protestou ela, com energia.

– Isso não é um inferno. É meu trabalho e eu quero que você respeite. - disse Tyler, canalizando todo seu corpo em busca de calma. Odiava discutir com Caroline, mas era algo que vinha acontecendo constantemente.

– Então, o doutor ou eu?

– Não faça as coisas ficarem mais difíceis. - Tyler encolhera os ombros desolados.

– Você que tornou tudo mais difícil, Tyler.

Caroline lhe dera as costas, fazendo seu salto ecoar por todo o corredor não movimentando do hospital. Sem muita escolha, o garoto seguiu-a passando a caminhar ao lado dela.

– Poderia me ouvir, antes de me dar às costas?

– Eu acho que não temos mais nada sobre o que conversar. Ultimamente, você só vem me deixando na mão.

– Caroline, eu disse que não seria fácil.

– Mas também não avisou que seria impossível. - Caroline parou de andar, ficando de frente para ele. Ela não parecia tão irritada agora. Parecia chateada. - Sabe, nem nosso aniversário de namoro comemoramos e você sabe que faço questão disso.

– Eu sei que você faz, mas você havia me dito que não tinha problema algum.

– Mas é óbvio. Eu não iria te obrigar a sair daqui já que você ama este lugar. Tyler, de verdade, não faz nexo ficarmos junto se você anda obcecado por isso aqui.

– Caroline, eu avisei que precisava de trabalhos extracurriculares para me dar bem. Eu sou bolsista e não posso me dar ao luxo de perder oportunidades.

– Nem ao menos sua namorada?

Tyler se calou. A relação dele com Caroline já estava estagnada há meses, mas nenhum deles parecia recolher coragem o suficiente para terminar o relacionamento.

– Eu amo você, Caroline. Você sabe disso.

– Mas não ama tanto quanto seu trabalho.

– Não coloque palavras na minha boca. - pediu Tyler, calmamente.

– E nem preciso. - Caroline balançou a cabeça negativamente. - Seus olhos já dizem por si.

– Caroline...

– Depois conversamos Tyler. Deixe-me em paz.

Ele movera os lábios para dizer mais alguma coisa, mas nada saiu. Sentiu-se covarde o bastante em ficar parado ali a vendo se afastar muito rapidamente. Quando ela cruzou a porta de vidro, sentiu-se ainda pior ao ver Damon caminhando em sua direção. Era provável que piadinhas viriam a seguir.

– Ih! Pelo visto Caroline virou macha e terminou com você. - disse Damon, assim que ficara perto o bastante do amigo.

– Não terminamos, mas acho que depois dessa discussão não vai ser preciso tanto esforço. - disse Tyler, dando um longo suspiro cansado.

– Caroline é esquentada demais. Ligue para ela depois. Ela vai estar calminha, calminha. - Damon dera palmadinhas amigáveis no ombro de Tyler. - Você sabe como funcionam os Forbes. Eles sempre precisam de espaço.

Tyler dera um meio sorriso e resolveu guardar para si o conselho do amigo.

– Tentarei ao máximo fazer com que ela me atenda. - disse Tyler, desanuviando a mente e dando uma boa olhada em Damon. - Aonde você vai com essa roupa? Veio fazer exame de fezes?

Damon caíra na gargalhada.

– Quando eu estou mal vestido, pareço um mendigo. Quando me visto bem, vou fazer exame de fezes. Andarei nu para ver o que vocês irão me dizer.

Damon trajava um conjunto social que não ganhava nem um pouco de seriedade devido aos cabelos desgrenhados. Por mais que o garoto passasse todos os tipos de produtos no cabelo, nada fazia com que eles ficassem comportados.

– Saiu do trabalho?

– Eu não chamaria aquilo de trabalho e, sim, de estágio.

– Por quê?

– Meu pai enche mais minha paciência do que me deixa trabalhar. Hoje ele me fez o favor de me prender em uma reunião que durou quase duas horas. Sério! Às vezes eu gostaria de odiar a bolsa de valores e passar o resto da minha vida surfando.

Tyler não deixou de rir com o comentário do amigo que tentava inutilmente afrouxar a gravata.

– Vai sair hoje à noite? - perguntou Tyler, calmamente.

– Vou para casa. Minha mãe me chamou para ficar lá para jantar, mas estou realmente a fim de uma pizza.

– Como sempre comendo porcaria. Não cansa não?

– Eu ainda não aprendi a ser vegetariano.

– Elena é vegetariana, poderia pedir algumas dicas.

O moreno sentira seu estômago embrulhar. Passou a semana inteira fingindo que Elena Gilbert era apenas o fruto de sua mente e fugia de todas as coisas que poderiam fazê-lo lembrar-se dela. Queria socar Tyler por ter feito o comentário, mas, cedo ou tarde, alguém tocaria no nome da morena.

– Não vou me dar ao trabalho. Vegetariano é algo que nunca serei.

– E por falar em Elena, você ligou para ela? - perguntou Tyler interessado.

– Claro que não!

– E não vai ligar?

Damon revirou os olhos.

– Tyler, a última coisa que Elena Gilbert vai querer ouvir em pleno sábado é minha linda voz. Não vou desperdiçar saliva.

– Você deveria ligar. Vocês podem se divertir juntos.

– E desde quando Elena e eu nos divertimos?

– Desde que vocês largaram o colegial.

Tyler fitou Damon por alguns segundos como se tentasse convencê-lo apenas com o contato visual. Ele sabia que o amigo era difícil de convencer, mas logo ele saberia o que fazer.

– Desde que larguei o colegial nós não nos falamos mais.

– Mais uma chance para recuperar o tempo perdido. - Tyler encolhera os ombros. - Com a chegada do outono, hoje é a última vez que aquele parquinho de diversões vai estar aberto. Você pode tentar ganhar um ursinho para ela no tiro ao alvo.

– Se você não estivesse no seu campo de trabalho, juro que te socaria as orelhas agora. - disse Damon, deixando escapar um sorriso. A ideia de convidar Elena para sair era extremamente assombrosa, mesmo que três míseros anos tivessem passado.

– Mas, então, vai ligar?

– Não enche Tyler.

Tyler gargalhou com gosto e dera o assunto por encerrado. A mensagem que ele queria passar foi transmitida com grande estilo e, conhecendo Damon como ninguém, saberia que pelo menos uma vez ele tentaria.

– Afinal, o que você faz aqui? Me ver é que não é!

O sorriso de Damon se desmanchou. Parecia que encontrar com Tyler havia desviado seu propósito completamente. Pigarreando, o moreno olhou nervosamente para os lados e colocou as mãos seguras no bolso.

– Na verdade, eu queria fazer exame de sangue.

– Para que? - perguntou Tyler, surpreso.

– Garantias!

Tyler enrugou a testa, mas preferiu não questionar.

– Hmm... Se quiser você pode fazer agora. Trouxe a carteirinha do convênio?

– Tyler, eu não queria fazer isso agora. - respondeu Damon, meio receoso. Percebeu que estava desistindo de uma de suas prioridades como vinha fazendo há tempos.

– Então por que perguntou?

– Acho que... Pode esperar. - Damon alisou a testa nervosamente, desviando a atenção do amigo.

Tyler espantou-se ao notar que Damon estava quase saindo correndo por causa de um exame de sangue. Foi uma atitude inesperada que, por alguns segundos, ele não soube como agir. Não era todo dia que Damon Salvatore exigia exames para serem feitos.

– Certo! Vou te agendar então. - Tyler encolhera os ombros. Estava optando pela melhor saída. - Venha comigo!

Damon pensou duas vezes antes de seguir Tyler que tinha a absoluta certeza de que havia algo errado. Sem demora, passou a seguir o amigo pensando em como seria telefonar para Elena. A ideia parecia aliviá-lo e, talvez, ele pudesse faturar o ursinho na tenda de tiro ao alvo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

xoxo
Tem mais um hoje...
Parque de diversões...