The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 22
Always


Notas iniciais do capítulo

Oi! Era para eu ter postado ontem, mas a minha querida mãe decidiu afastar-me do computador assim que chegou a casa. Amanhã ou depois posto o capítulo do banquete! Sei que se devem estar a perguntar porque é já não posto com tanta frequência, mas é que eu tinha aqueles capítulos todos prontos e agora já só tenho metade do capítulo do banquete. Mas garanto que não vou demorar muito mais a postar, eu escrevo bem rápido quando estou inspirada.
Boa leitura!



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Acordei com a voz de Cato a chamar-me. Já era de manhã e tinhamos de sair dali. Na tarde anterior, Cato e eu decidimos que íamos abandonar a “cabana” e apenas levaríamos connosco alguns medicamentos e comida. Cato já tinha trocado a espada por uma lança que tinha saído intata da explosão – a única coisa que não ficou em estilhaços.

-A espada é muito pesada e limita a velocidade a que corro. – ele disse e eu apenas concordei, as facas era muito leves e dúvido que continuasse com elas se pesassem tanto quanto uma espada.

Estávamos agora no interior da floresta, Cato tentava caçar algum animal e eu procurava por alguns frutos comestíveis.

-Eu vou por ali – Cato apontou para norte – e você vai para sul, ok?

-Ok, - assenti – mas, Cato, tente caçar alguma coisa. Comestível, de preferência.

-Haha, Clove, que piada! – Cato rolou os olhos e dei-lhe um soco no ombro. Virei as costas e começei a andar na direção que o meu namorado indicara – Não volte de mãos vazias!

-Não vou! – gritei em resposta e ainda o pude ouvir rir baixinho antes de seguir para norte.

No Centro de Treinamento havia uma estação em que aprendíamos quais eram os frutos comestíveis. Fico feliz por ter prestado a mínima atenção a essa estação, pois a maior parte dos frutos que ali estavam eram venenosos. Tirei a mochila das costas – Cato tinha trocado de mochila comigo, pois assim eu ficaria com a dele, que tinha mais espaço livre para colocar lá o que eu apanhasse – e coloquei uma das alças no ombro direito, assim seria mais rápido a colher alguns frutos.

-Desejem-me sorte! – murmurei antes de escalar uma árvore.

Já não me doía o corpo e por isso já me considerava apta para escalar árvores, mesmo que aquela tivesse apenas quatro vezes o meu tamanho – o que não é grande coisa. Escalei a árvore e em poucos minutos já estava no topo. A vista lá de cima era fantástica e por vezes eu me perguntava se aquilo era mesmo verdadeiro ou não passava de alguma teclonogia que os Idealizadores estavam a utilizar para nos iludirem. A arena era uma mistura de montanhas com floresta, mas grande parte daquela área estava repleta de árvores ou grandes arbustos. Consegui ver a cornucópia e, como era costume, estava vazia. Não sei porquê, mas algo mantinha os tributos afastados daquele lugar – incluindo eu. Talvez fossem as memórias da bloodbath que atormentavam alguns tributos e outros - como eu e Cato - apenas se afastavam porque sabiam que não havia ninguém anquela área e, obviamente, o objetivo de um Careeirista era ir para onde estivessem os tributos e não fugir deles.

Colhi alguns frutos e coloquei-os na mochila. A maior parte eram vermelhos ou amarelos e tinham uma forma semelhante á de uma pêra ou uma manga, mas tinham bom aspeto – só espero é que tenham bom sabor também. Desci da árvore e fui procurar por mais alguma coisa, mas a mochila já estava bem pesada e se fosse preciso correr eu teria de a abandonar. De qualquer forma, ainda era cedo para voltar para o ponto de encontro onde, quando o Sol estivesse no topo do céu, eu me encontraria com Cato. Sorri com a expetativa de encontrar algum tributo no caminho e coloquei a mochila sobre os dois ombros, dividindo o peso entre eles; tirei uma faca de dentro do casaco e continuei a andar pela floresta, tão atenta quanto me era possível.

*

Já tinham passado quatro horas desde que Cato e eu nos separáramos e eu estava exausta. As minhas costas doíam imenso e os meus pés pareciam estar prestes a rebentar. Chegando ao ponto de encontro, coloquei a mochila no chão e sentei-me com as costas encostadas ao tronco de uma árvore que estava atrás de mim. Poucos minutos depois, Cato apareceu entre as ávores, com dois coelhos mortos numa mão e uma ave na outra.

-Ao menos isso é comestível? – apontei para a ave, que era do tamanho de uma papagaio, mas se assemelhava a uma galinha.

-Penso que sim, mas não tenho a certeza. – Cato sentou-se ao meu lado e, largando os corpos dos animais no chão, passou o braço ao redor dos meus ombros – Está cansada?

-Exausta. – admiti e encostei a cabeça no ombro dele – Mas enchi a mochila.

-A sério? – Cato parecia surpreendido, como se eu apenas soubesse usar as minhas mãos para lançar facas.

-Sim, mas aquela porcaria pesa mais que eu. Na próxima vez, quem vai apanhar fruta é você, eu fico-me com a caça.

-Por mim tudo bem. É difícil caçar com a lança, mas a espada ia atrasar-me. – fechei os olhos e senti um beijo no meu rosto – Você quer dormir?

-Sim, mas é mehor comermos primeiro.

-Está bem. – Cato levantou-se e estendeu a mão para mim – Podemos ir para uma gruta que encontrei enquanto caçava, está perto de onde estava a cabana, mas pelo menos podemos fazer lá uma fogueira e ninguém vai perceber.

-É, você tem razão. – aceitei a mão dele e levantei-me também.

Pegámos na mochila e nos animais mortos e fomos para a gruta que Cato tinha encontrado mais cedo, onde fizémos uma fogueira com alguns ramos que estavam caídos não muito longe da gruta e cozinhávamos a ave e um dos coelhos que Cato tinha caçado.

*

Já era tarde e pouco faltava para começar a anoitecer. Cato estava a fazer uma ronda áquela zona e eu fiquei na gruta, a descansar, para que quando fosse de noite pudesse ser eu a vigiar. Estava deitada no chão de pedra, enrolada no saco cama e não conseguia deixar de pensar que já eramos só seis tributos e que havia a possibilidade de, em breve, ser só eu e Cato. Fiquei deitada mais alguns minutos, tentando decidir o que devia fazer. Era demasiado perigoso continuar com Cato e seria mais fácil para ele ultrapassar a minha morte se não soubesse quem a tinha causado. Sim, era isso mesmo. Eu já estava viva há tempo de mais. Não saía da minha cabeça a ideia de que Cato poderia ficar desolado, mas eu tinha de fazer aquilo, tinha de me sacrificar por ele. E era isso que faria.

-Calma, Clove. – disse a mim própria, saindo do saco-cama e levantando-me.

Lentamente, andei até á mochila onde estavam as frutas. Já tinhamos comido quase metade delas e era suposto que, no dia seguinte, Cato fosse buscar mais, mas, sem mim ali, ele podia ir só no seguinte. Esse era um dos problemas que eu via em continuar viva. Cato dividia tudo comigo, a comida, as horas de sono e até o lugar onde dormia e eu sabia que isso estava a atrasá-lo.

Abri A mochila e procurei no fundo da mesma. Pequenas e redondas, com uma cor arroxeada, aquelas míseras bagas eram o suficiente para matar uma pessoa. Pelo que vi no Centro de Treinamento, uma amora cadeado era suficiente para matar em menos de um minuto, o que era bem mais rápido do que se cortasse os meus pulsos ou espetasse uma faca no peito – mesmo assim, ainda havia a chance de Cato me encontrar antes de eu morrer e arranjar algum medicamento que me curasse, o que, naquele caso, estava fora de questão.

Saí da caverna apenas com as amoras nas mãos. Andei alguns metros e sentei-me no chão, entre duas árvores.

-Tem de ser, Clove. Você consegue. – fechei os olhos e continuei a repetir essa frase que, supostamente, me devia dar coragem, mas não surtiu nenhum efeito – Vá, Clove.

O Cato já devia ter chegado á caverna e uma imagem dele desesperado á minha procura invadiu a minha mente. Mas eu tinha de fazer aquilo. Por ele. Abanei a cabeça, afastando quaisquer pensamentos desencoragadores e, num ato de determinação e coragem, levei uma das amoras á boca, sem a morder uma única vez. No preciso momento em que me preparava para engolir a amora, a voz Claudius Templesmith de começou a falar:

-Atenção tributos, atenção. A regulação que exige apenas um vencedor foi suspensa. A partir de agora, dois tributos podem ser coroados se ambos foram do mesmo Distrito. Este é o único anúncio. – os meus olhos quase me saltaram das órbitas quando percebi o que aquilo significava. Eu e Cato podíamos ganhar os Jogos juntos!

Cuspi a amora para o chão e levantei-me subitamente. Quando saí da caverna, estava demasiado ocupada a pensar naquilo que ia fazer eu acabei por não me apereceber do sítio para onde estava a ir. Perfeito, agora estou perdida e o Cato deve andar feito louco á minha procura.

-Clove! – ouvi a voz, num tom onde felicidade e desespero estavam misturados – Clove, onde você está?

-Cato! – gritei e corri na direção de onde vinha a voz.

Eu estava tão contente! Nós podíamos voltar para o Distrito 2, juntos e ambos vivos! Teríamos então a oportunidade de ter um namoro normal – ou o mais parecido possível -, teríamos encontros, discussões como todos os casais têm e poderíamos até chegar a casar um com o outro. Sorri estúpidamente ao imaginar eu e Cato numa na Vila dos Vitoriosos, juntos, sorridentes e mais vivos do que nunca. Depois de quase morrer, teríamos a oportunidade de provar o amor que sentíamos um ao outro, sem pressas ou preocupações.

-Clove! – corri ainda mais depressa, os meus olhos buscando por um sinal de Cato, mas era como andar em circúlos – CLOVE! – o tom da voz do meu parceiro de Distrito já não era feliz nem nada que se parecesse, o coitado devia estar agoniado com a hipótese de algo me ter acontecido.

Continuei a correr e menos de um minuto depois, já conseguia ouvi passos não muito longe de onde estava. Ao longe a figura de Cato apareceu. Ele estava desnorteado e parecia confuso e preocupado.

-Cato! – gritei e ele olhou para mim. Quando meus olhos se conetaram com os dele, foi como se tudo á nossa volta desaparecesse.

Cato abriu os braços segundos antes de eu praticamente saltar em cima dele. Mesmo um pouco desiquilibrado pelo impacto dos nossos corpos, Cato abraçou as minhas costas, segurando-me contra ele enquanto as minhas pertas rodeavam a sua cintura e os meus braços o seu pescoço.

-Oh meu… - eu estava ofegante e não conseguia dizer nada, a emoção era demais.

-Você… Você também ouviu o que ele disse? – beijei o pescoço dele.

-Sim, Cato. Nós podemos voltar juntos para casa.

-Nós vamos voltar juntos, pequena. – Cato soltou uma gargalhada, completamente eufórico e exclamou: - Nós vamos ganhar!

-Sim, Cato, nós vamos e ninguém nos pode vencer. – murmurei contra a pele do pescoço dele – Somos invencíveis, lembra? – levantei a cabeça e olhei para os olhos de Cato, que brilhavam de alegria e, usando aquele sorriso que me fazia derreter por dentro, ele repetiu contra os meus lábios:

-Invencíveis. – bruscamente, os lábios dele chocaram-se como os meus. Era como uma batalha onde ambos ganhávamos, não havia nada a perder.

Não me lembro de, até aquele momento, termos tido um beijo como aquele. Foi agressivo, desesperado e apaixonante. Era como uma busca por algo mais, nada era suficiente. Cato mordiscava e lambia os meus lábios, fazendo-me gemer contra a sua boca. Como vingança desci os meus lábios até ao queixo dele e mordi-o.

-Não, não, pequena, o sítio certo é mais acima. – sorri e levei os meus lábios de volta aos de Cato, abrindo a boca e deixando as nossas línguas fazerem o seu rumo de descoberta.

*

-Ainda não me disse porque é que saiu da gruta antes do anúncio. – estávamos de volta á gruta, os dois deitados no chão pedra, sem nos importarmos do desconforto que isso causava ás nossas costas.

-Fui procurar você. – menti – Você estava a demorar muito e decidi ir ver se estava tudo bem.

-Agora, não podia estar melhor. – Cato sorriu calorosamente a afagou as minhas costas.

A verdade ia doer a Cato e estragar aquilo que ele pensava de mim. Não queria que Cato me visse como fraca ao ponto de me tentar matar por ele. Mas, e essa era a principal razão, eu não queria que Cato soubesse o que aconteceu de verdade porque ele iria ficar triste e desiludido e algo que eu nunca suportaria seria desiludir Cato.

-A Katniss e o Peeta já devem estar juntos. – murmurei contra o peito dele, alguns minutos depois – Eles também devem querer ganhar os Jogos juntos.

-Não importa. – Cato não se deu ao trabalho de esconder o ódio na sua voz – Por mais que eles queiram, não vão. Nós vamos ganhar, Clove, nós vamos sair daqui. – a mão de Cato dirigiu-se ao meu queixo e levantou-o, obrigando-me a olhar nos seus olhos – Eu prometo que vamos ganhar.

-Juntos. – sorri e Cato fez o mesmo.

-Sempre.

*

-Quem é que você acha que matou o Marvel e a Rue? – perguntei a Cato na manhã seguinte. Estávamos a fazer uma ronda pela floresta e eu até tinha sugerido que nos separássemos, pois seria mais fácil, mas Cato insistiu em que ficássemos juntos.

-Não me parece que a “Garota em Chamas” fosse capaz de matar a garotinha, mas o Marvel sim. Idiota como ele era deve ter dado a oportunidade para a Katniss o matar.

-É, ele não era muito bom com estratégia. – rimos os dois – Mas ainda não sei como é que ela consegiu aquela nota. Quero dizer, nós treinamos desde crianças e aquela garota magrela e esfomeada tira melhor nota que nós! Por melhor que ela seja com alguma arma, nós temos anos e anos de treino.

-Eu também não percebi como ela fez isso, mas temos de ter mais cuidado com ela e o Peeta agora. – Cato avisou e tive de concordar com ele. Agora que dois tributos do mesmo Distrito podiam vencer, Katniss e Peeta iam, muito provavelmente, fazer uma aliança e ficar juntos. Peeta estava magoado na perna, mas os dois podiam arranjar uma maneira de que os patricionadores lhe enviassem algo e ele estaria saudável de novo. E isso não era bom, nada bom.

-Mesmo assim, a garota do 5 também deve ser levada a sério. Ela é muito inteligente e pode criar alguma armadilha.

-A inteligência não he vai valer de nada sem um aliado ou sem saber lutar corpo-a-corpo.

-Sim, mas imagina se ela se alia ao Thresh! – Cato lançou-me daqueles típicos olhares que diziam “Não diga disparates” – Está bem, isso é um pouco díficil de acontecer, mas eles podem formar uma aliança temporária, até sobrarem só eles os dois.

-Isso não vai acontecer, pequena. – Cato assegurou, passando o braço nos meus ombros – Nós vamos voltar ppara o Distrito 2 e vamos ter a nossa própria Academia de Treinamento.

-A sério? – Cato sorriu e assentiu – Isso vai ser bom, primeiro alunos, depois tributos e vencedores e, finalmente, treinadores do Distrito 2.

-Não podia ser melhor.

*

Dois dias depois da mudança de regra, Claudius voltou a fazer um anúncio. Haveria um banquete no dia seguinte, onde cada tributo poderia ir buscar aquilo que mais necessitava. Obviamente, o objetivo do banquete devia ser uma espécie de segunda bloodbath, pois todos os tributos sobreviventes iriam lá. Aquela era a oportunidade porque eu e Cato tanto tinhamos esperado, orém, havia uma pequena dúvida que ambos partilhávamos.

-Do que é que nós precisamos desesperadamente? – ele perguntou depois do anúncio terminar.

-Hum… Não sei, nós temos comida e nenhum de nós precisa de medicamentos, por isso… - pensei durante alguns segundos e, quando finalmente consegui obter uma resposta, olhei para Cato, de olhos esbugalhados – Já sei!

-O que é?

-Nós precisamos de algo que nos protega das armas dos outros tributos. – uma expressão semelhante á minha apareceu no rosto do meu namorado, ele tinha percebido – Ainda não sabemos o que é que a Katniss usou para ter o 11 e para matar o Marvel, mas deve ser algo quase tão perigoso como as minhas facas e a sua lança. – apontei para as respetivas armas – Eles devem mandar-nos algo que impeça a Katniss de nos matar com qualquer que seja a sua arma, não vejo outra hipótese.

-Você tem razão, mas não podemos deixar que a Katniss consiga o que ela e o Peeta precisam.

-Deve ser algum medicamento para curar a perna do lover boy, ou comida. Mas, primeiro, precisamos de uma estratégia.

-Bom, você pode ficar escondida enquanto vigia a zona e se aparecer algum tributo você ataca. Enquanto isso, eu vou buscar o máximo possível de mochilas que conseguir e depois vou ter com você. – Cato disse, confiante do seu plano, mas abanei a cabeça, discordando.

-Não, não, eu também quero ir.

-Clove, você fica a vigiar, é mais seguro.

-Eu vou com ou sem você, não me importa como, mas eu vou ao banquete. – insisti, vendo o rosto de Cato ficar avermelhado e os maxilares dele cerrados.

-Nem pense nisso, ouviu? – Cato deu um passo á frente e colocou as mãos nos meus ombros, apertando-os e fixando os olhos nos meus – Eu não quero que você corra riscos, Clove, é só isso. Nós podemos ganhar isto juntos e nós vamos, mas você tem de colaborar!

-Diga-me uma forma melhor de colaborar do que ir com você a esse banquete? – insistiu e Cato bufou, impaciente – Eu sou capaz de fazer isso, Cato. Mas, se você insiste tanto que alguém tem de ficar a vigiar, então, você vigia e eu vou buscar as mochilas. – a resposta foi automática, pois Cato exclamou, exasperado:

-Não! Não, não, Clove. – o aperto nos meus ombros intensificou-se e a expressão de Cato ia para além de preocupada. Eu sabia que ele estava preocupado comigo, mas eu também queria participar naquela que seria a melhor parte dos Jogos Vorazes - Você vai ficar escondida atrás da merda de uma árvore qualquer e matar o primeiro tributo que aparecer á sua frente ouviu?

-Cato, - insisti, agora num tom mais suave – eu sou a melhor lançadora de facas do Distrito 2, lembra? Eu sou a garota das facas por alguma razão e não é um simples banquete que me vai matar.

-Clove…

-Hey! – interrompi, colocando o indicador sobre os seus lábios – Eu vou ao banquete e você fica de vigia, assim se eu precisar de alguma ajuda, você está por perto, ok?

-Mas não é seguro! – ele insistiu.

-É tão seguro como se você fosse em vez de mim. - defendi e forçei um sorriso – Deixe-me ir e eu juro que dou um bom espetáculo para a Capital. – isso pareceu resultar, pois Cato rolou os olhos e beijou a minha testa, dizendo:

-Tudo bem, você pode ir. Mas se acontecer alguma coisa…

-Não vai acontecer mais nada do que algumas mortes e nenhuma vai ser a minha, eu prometo.

*

Acordei com um sussuro:

-Hey, acorda! – era Cato, que já estava levantado e com alguma comida na fogueira.

-Já é de manhã? – bocejei e fui até onde ele estava, comendo pão – o que restara dos pão que eu tinha guardado na minha mochila antes da Katniss explodir com tudo - e uma maçã que tinhamos apanhado mais cedo, juntamente com uma fruta estranha, mas que era doce e nutritiva – exatamente o tipo de comida de que precisávamos.

-É de madrugada, mas você pode voltar a dormir quando regressarmos do banquete. – sorri e sentei-me a seu lado.

-O que há para comer? – perguntei animada.

-Hum… Ainda temos algumas tiras de carne seca, - fiz uma careta, já estava enjoada disso – sobra algum pão, mas já está a ficar duro e também há um coelho que você apanhou ontem e aquela mochila tem alguma fruta.

-Acho que vou optar pelo pão, pelo menos enquanto não há o risco de partir um dente ao mastigá-lo. – anunciei e, cedendo ás ordens do meu estômago faminto, tirei uma saqueta onde estava um pãozinho redondo e já um pouco duro, mas era o suficiente para aliviar a minha fome até que voltasse do banquete.

-Então, está pronta para o grande momento? – era notável na voz de Cato que ele continuava a não concordar com a ideia de eu ir sozinha, mas ele já tinha percebido que, naquele assunto, não lhe valeria de nada opôr-se – Ou depois de dormir ganhou algum juízo?

-Não sou eu que preciso de juízo, loirinho, - provoquei – mas sim, estou pronta para meter a “Garota em Chamas” na linha.

-Não percebo porque é que a odeia tanto. – gargalhei e Cato olhou para mim, confuso.

-Oh, Cato, como se você não a odiasse tanto como eu! – ele encolheu os ombros e trincou a maçã.

-É verdade, mas eu tenho as minhas razões.

-E quais são elas?

-Aquela garota é um obstáculo entre nós e a vitória e você sabe perfeitamente o que faço com os meus obstáculos. – assenti levemente - É apenas isso e sim, quero vê-la morta tanto como você.

-Mas, mesmo assim, você vai deixar que seja eu matá-la. – lembrei e ele concordou, dando-me um sorriso compreensivo.

-Sou muito impaciente e impulsivo, as minhas vítimas costumam ter uma morte rápida e não muito dolorosa, mas você é mais paciente e tortura as suas vítimas como se isso fosse a coisa mais divertida do Mundo.

-Está na lista. – brinquei – Mas você está certo, a “Garota em Chamas” precisa de algo que lhe mostre que ela se meteu com as pessoas erradas.

-Exatamente. E é isso mesmo que vai acontecer. – sorrimos cumplicemente e continuámos a comer.

Quinze minutos depois, já estavamos os dois a sair da caverna. Cato dava-me conselhos para eu usar no banquete e pedia-me para ter cuidado. Durante o caminho, não pude evitar que um sorriso maldoso e sádico se formasse no meu rosto, com a expetativa do em breve fim Katniss Everdeen que, se dependesse de mim, ainda ia implorar pela morte.


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Notas finais do capítulo

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