The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 21
Run if you can


Notas iniciais do capítulo

LEIAM, POR FAVOR! Peço desculpa por não ter postado ontem, mas não consegui mesmo. Fico contente pelos comentários, mas alguns leitores andam desaparecidos. Bom, desde que não tenham sido capturados por um grupo de carreiristas, tudo bem.. Hehe.
O capítulo até tem um bom tamanho hoje, mas acho que é melhor avisar que a Clove que fica contente quando alguém morre está de volta, ok? Alguém me disse antes que a Clove não parece regular muito bem, e ela não regula mesmo. Os treinos e tudo aquilo a que a habituaram no Distrito 2 fez da Clove e do Cato dois adolescentes que são tudo menos normais. Por isso, peço compreensão para as minhas personagens.
P.S - Como eu já disse antes, algumas coisas aqui são diferentes do que acontece no livro, então não fiquem muito surpreendidos se algo não acontecer como estavam à espera.
Boa leitura!



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Agradeçi mentalmente a Colan por me ter obrigado a ir para a arena com alguns elásticos extra. Peguei em quatro deles e refiz – ou, pelo menos, tentei refazer – o penteado com que tinha entrado na arena. Os meus cabelos eram compridos e eu só não os tinha cortado ainda com uma das minhas facas porque sabia o quanto Cato gostava deles. Suspirei de alívio quando já não tinha madeixas coladas ao pescoço com o suor que se formava na minha nuca. Não que estivesse muito calor – aliás, as temperaturas só tinham vindo a baixar -, era mais a ansiedade em saber o que viria asseguir que me fazia ficar descontrolada. Por falar em descontrolo, nem sei quantos esquilos já matei hoje, devem ter sido uns 7 ou 8, mas por mais animais que caiam no chão a minha sede por sangue apenas aumenta.

–Calminha aí, Clove, ou já não vão haver esquilos quando precisarmos deles. – Marvel estava sentado ao meu lado, na tenda que Cato tinha montado. Eu tinha acabado de lançar uma das minhas facas a um esquilo que aparentava ter apenas algumas semanas.

–Cale-se, Marvel, ou o próximo alvo é você. – ao dizer isso, joguei a faca a estaca de madeira que equilibrava a tenda e, mesmo sem olhar para ele, senti Marvel ficar tenso a meu lado.

–Não precisa de ficar nervosa, Clovinha, - tremi de raiva e tive de ranger os dentes para não gritar – eu não lhe faço mal. – Marvel, já tão estúpido como antes, riu.

–Porque é que você não vai ter com a loira defunta, hein? – levantei-me e olhei o rosto de Marvel, que ficou pálido e inexpressivo de repente – Sei que gostavam um do outro, mesmo que ela se armasse em oferecida com quase todos os tributos, mas você não devia estar a chorar a porra da morte dela em vez de me chatear? – não obtive nenhuma resposta além de um Marvel aparentemente magoado a pegar na sua lança e a sair da tenda. Satisfeita com o resultado, encolhi os ombros e voltei ao meu lugar.

Espero que alguma câmara tenha filmado a minha “conversa” com Marvel. Brutus e Enobaria devem estar fulos comigo, neste momento. Eu e o Cato temos dado muito nas vistas, sempre juntos e sem receio de “namorar” á frente das câmaras. Mesmo que o meu mentor e a minha antiga treinadora discordem desta nossa atitude, vamos continuar assim. Porque o nosso tempo juntos está a acabar e estou decidida a aproveitar até ao último segundo. De qualquer forma, tenho a certeza de que continuo a ser vista pela maior parte dos telespetadores como a garota que mata sem miserdicórdia – e mesmo que não tenha matado o Marvel, qualquer pessoa que nos tenha visto percebe o quanto eu me sentiria bem em fazê-lo -, porém, eles têm agora a oportunidade de ver um dos meus lados humanos – se não o único. Não acho que isso me faça parecer fraca, pelo contrário, isso até pode fazer com que as pessoas que nos estejam a ver, ao Cato e a mim, se permitam simpatizar mais connosco, reconhendo que até os carreiristas têm mais em que pensar do apenas sangue e morte.

Alguns minutos depois, Cato e Iann apareceram na tenda, conversando os dois como dois antigos camaradas. Aquela imagem de Cato a ser quase simpático com outra pessoa depertou-me dois sentimentos: inveja e felicidade. Por um lado, eu não queria que mais ninguém pudesse ver o lado de bom de Cato, pois desde que o conhecia apenas eu o pudera ver. Mas Cato ia precisar de ser simpático – ou simplesmente educado – com outras pessoas quando voltasse ao Distrito 2. Eu não estava habituada a partilhar a amizade de Cato com ninguém e por isso senti-me um pouco deslocada naquele momento, embora soubesse que qualquer vestigío de camaradagem existente entre os dois desapareceria em poucos dias. Indecisa sobre como me devia sentir, olhei para os meus pés e ouvi-os rirem sobre futilidades.

–Onde está o idiota do 1? – Cato perguntou passados minutos e eu encolhi os ombros, sem olhar para ele.

–Deve ter ido retocar a maquiagem. – ouvi a gargalhada infantil de Iann e de Cato, que se sobressaía entre as duas – Mas, sinceramente, não sei e até espero que ele não volte.

–Já somos dois. – quase sorri, mas limitei-me a balançar a cabeça – Está tudo bem? – levantei a cebeça e os meu solhos encontraram os dele, cansados mas animados.

–Sim, mas vai ficar ainda melhor depois de ouvir algum canhão. – Cato sorriu cumplicemente e ajudou-me a levantar.

O meu corpo ainda doía um pouco, mas os medicamentos que estavam na cornucópia ajudaram imenso. Além disso, Cato, depois de eu ter saído da “cabana” e o ter encontrado na tenda, lembrou-me das picadas das teleguiadas e contou-me que tinham recebido uma pomada para espalhar nas mesmas. Quando acordei, não havia nada mais do que pequenas cicatrizes na minha pele.

–Então, vamos caçar? – Iann perguntou, animado com a ideia de apanhar algum tributo e, mesmo começando a gostar pouco dele, assenti.

*

Mais uma vez, a arena estava demasiado silenciosa. Apenas se ouviam os passos de Cato, pois ele era mais pesado que eu. Cato insistiu que Iann ficasse no acampamento, vigiando a área e, mesmo contra a sua vontade, o garoto teve de concordar. No entanto, duvido que alguém se atrevesse a obedecer a alguma ordem de Cato, a não ser que essa pessoa fosse suícida ou fosse mesmo burra. Oh, claro, a não ser também que essa pessoa se chamasse Clove Breil.

–Isto está muito calmo, - murmurei – calmo demais.

–Eu sei, mas não há nenhum tributo á vista, eles devem estar escondidos.

–Mas onde? Dentro dos troncos das árvores é que não está ninguém, de certeza. – Cato riu do meu tom sarcástico.

–Tenha calma, mais tarde ou mais cedo alguém vai ter de morrer.

–Espero que seja mais cedo.

–Vai ser, - ele garantiu, apertando delicadamente a minha cintura – além de que o lover boy também não deve durar muito tempo.

–Como você sabe isso? – inquiri, tomada pela curiosidade.

–Antes de… hum, encontrar você no lago, - Cato ficou tenso ao lembrar-se do sucedido – eu voltei atrás. Nem sei bem porque é que fiz aquilo, mas quando voltei, a Glimmer e a Jean estavam mortas e eu estava quase a voltar para o lago quando ouvi vozes. A Katniss já estava longe e eu estava demasiado afetado pelo veneno das teleguiadas para conseguir correr e alcançá-la. Mas o lover boy ainda estava ali e eu pude ouvi-lo a ajudar Katniss. Então, cortei-o na perna. Foi um corte profundo e longo, por isso dúvido que ele ainda não tenha alguma infeção. Deve estar morto em poucos dias.

–A não ser que alguém o ajude. – lembrei, subitamente aborrecida por Cato não ter terminado o trabalho – Porque você não o matou de vez, Cato? Provavelmente o Peeta tem vários patricionadores dispostos a ajudá-lo e você não aproveitou uma chance quase única como aquela! – Cato limitou-se a encolher os ombros, não comentando nem largando a minha cintura. Isso apenas me irritou ainda mais – Não vai dizer nada, ou a verdade é que você ficou com pena dele? – o meu namordo rolou os olhos e bufou.

–Não diga disparates, Clove.

–Então não me faça dizer disparates, Cato! – ele parou de repente e puxou-me contra ele. Os olhos de Cato estavam sérios e percebi que ele não tinha gostado do meu surto repentino.

–Pare com isso, ok? Não precisamos de discussões agora e eu não gosto de discutir com você. – ele levou a mão ao meu rosto e afagou a minha maçã do rosto – Não se deixe enervar tão facilmente, pequena, assim nem pareçe que você é uma carreirista. – zombou, o seu humor voltando ao normal. Infelizmente, o meu continuava na mesma.

–Com você a chamar-me de pequena é que ninguém me vai ver como uma carreirista. – Cato gargalhou e voltou a andar, levando-me atrás dele.

–Tenho as minhas dúvidas.

Continuámos andar durante mais algumas horas até que vi fumo no céu. Pairando sobre o topo das árvores, uma forma cinzenta e esvoaçante fazia-se ver. Sorri e puxei o braço de Cato, atraindo a sua atenção.

–O que foi? – apontei para o fumo.

–Ali. – Cato assentiu e mudámos de rumo, indo em direção ao fumo e usando um passo mais apressado.

Estávamos praticamente a correr e em menos de cinco minutos estávamos no lugar de onde vinha o fumo.

–Mas que porra é esta? – Cato exclamou, irritado e confuso.

Não havia ninguém ali, apenas uma fogueira acessa rodeada de folhas, terra e pedras. “Algo está errado” uma voz na minha cabeça sussurrou “Volte para o acampamento, algo está muito, muito errado. Volte”.

–É melhor voltarmos para o acampamento. – sugeri, cedendo aos meus instintos de sobrevivência.

–Não, eu quero saber o que… - Cato não terminou o que ia dizer, pois mais uma linha de fumo apareceu no céu, não muito longe de onde estávamos – Vamos! – ele ordenou.

–O quê? Onde? – Cato passou a mão pelo cabelo, impaciente.

–Vamos seguir aquele fumo, acabou de aparecer pelo que deve estar alguém ali. – abanei a cabeça.

–Não, não vamos. É uma armadilha! – “Volta para o acampamento, Clove” a voz repetiu e eu sabia que ela estava certa.

–Estamos a perder tempo com isto, vamos! – Cato, ignorando os meus avisos, começou a correr em direção ao segundo fumo.

–Cato, não! Cato! – mas ele não me ouviu, ou ouviu e decidiu ignorar.

Uma coisa que aprendi com o tempo sobre Cato foi que ele é muito teimoso e que não vale a pena tentar fazê-lo mudar de ideais se ele não quiser mudar. Deixada para trás – Cato, provavelmente, já sabia que eu ia ter de ceder – corri na direção em que ele tinha ido.

A minha cabeça latejou um pouco durante a corrida, mas era bom correr novamente. A sensação do vento a fustigar-me o rosto era relaxante e se eu fechasse os olhos e ignorasse o som das folhas secas a serem quebradas pelos meus pés, podia dizer que esatva a voar. Mas não, eu estava em terra e Cato pareceu querer certificar-se disso, pois, de vez em quando, ele olhava para trás, verificando se eu continuava a segui-lo. Isso era um pouco absurdo, pois tanto eu como ele sabiamos que eu sempre seguia Cato para todo o lado, mais ainda agora que estávamos juntos. Lembrar-me disso fez o meu coração pular contra o meu peito. O fim estava perto, os Jogos não podiam durar muito mais tempo. Os Idealizadores iam certificar-se que isso não aconteceria. Eles tinham de ter um Vencedor e, como eu os conhecia, eram tão teimosos como Cato, no entando, com mais armas do que ele alguma vez poderia ter.

Cato podia ser mais alto e mais forte que eu, mas não era mais rápido. Em poucos segundos, corriamos lado a lado, ele com uma expressão determinada e eu frustrada por ter um namorado tão casmurro. Parámos de correr antes de chegarmos ao local de onde vinha o segundo fumo. Tal como previ, não estava ali ninguém.

–Merda! – Cato gritou, frustrado e eu tive de me controlar para não soltar um “Eu avisei!”, isso apenas o ia irritar ainda mais – Eu não percebo como é que…

–É uma armadilha, Cato, eu disse que era! – abanei a cabeça e ele suspirou, vermelho de raiva – Temos de voltar, pode acon… - de repente, um estrondo fez-se ouvi e juro que senti o chão da arena a tremer.

Sem equílibrio, tive de me colocar de joelhos no chão até que o mesmo parasse de tremer. O estrondo foi muito alto e ainda tinha os meus ouvidos a zumbri. Olhei para Cato em choque e ele estava da mesma forma que eu, pálido, confuso, surpreendido e, principalmente, totalmente furioso.

Nem foi preciso dizer nada, desatámos a correr logo que nos conseguimos levantar sem cair. Não me lembro de alguma vez ter corrido tão depressa na minha vida, mas tinha de ser, mesmo que os meus pulmões gritassem por ar e eu não conseguisse respirar direito, tinha de ser. A adrenalina deu-me mais velocidade enquanto corria e percebi que o mesmo acontecia com Cato.

Quando chegámos ao acampamento, tive de parar de repente. Fiquei petrificada a olhar para a área danificada pela explosão. Mas o pior de tudo era ver as coisas que tinham explodido. Felizmente, fui para a floresta com a minha mochila nas costas e tinha alguma comida, água e medicamentos nela, mas tudo o resto desaparecera na explosão. Até a tenda que Cato e Iann tinham construído estava resumida a uns pedaços de madeira e tecido espalhados pelo chão e outros que ainda pairavam no ar.

–Oh meu Deus… - deixei escapar um múrmurio de surpresa. Praticamente tudo o que o grupo dos carreiristas tinha reunido nestes últimos dias tinha sido destruído por algum desgraçado sem mais nada que fazer – Cato? – ele já não estava ao meu lado, mas sim a andar lentamente na direção de Iann, que estava tão chocado quanto eu, mas visivelmente bem mais aborrecido.

–Você estava aqui, você viu quem fez isto. – os passos de Cato se alongaram e pela tensão dos músculos dele e os punhos fechados, coisa boa não ia sair dali – Quem foi?

–Eu não… Eu não consegui ver, eu… - Iann estava apavorado e sem cor nenhuma no rosto. Qualquer pessoa no lugar dele estaria daquela forma e eu não tinha pena nenhuma. Afinal, ele devia estar a vigiar o acampamento! – Eu não sei quem foi! – Iann continuava imóvel, congelado e incapacitado pelo medo e, por momentos, não consegui evitar rir internamente.

–Isto é culpa sua! – Cato gritou com ódio e, menos de três passos, estava á frente de Iann, com as mãos no pescoço do garoto.

–Cato, não! – corri até onde eles estavam, mas era tarde de mais.

Num movimnto rápido e ágil, Cato quebrou o pescoço de Iann e em seguida largou-o, deixando o corpo do nosso ex-aliado tombar no chão. Segundos depois, ouvimos o canhão. Cheguei até onde Cato estava e fiquei imóvel, com os olhos fixados no corpo de Iann. É verdade, eu tinha tido inveja dele e a culpa daquila maldita explosão era do garoto, mas ele ajudou-nos. Não que eu fosse contra a morte dele, mas acho que o garoto do Distrito 3 merecia uma morte mais digna. Abanei a cabeça e afastei os meus olhos dos dele, abertos em desespero, mas sem nenhum brilho de vida, opacos e vazios como os de qualquer morto. Levei a mão á boca, abafando um riso histérico que se formou com o pensamento que, em breve, os meus olhos estariam tão vazios como os de Iann – ou aquilo que restava dele. A arena estava, definitivamente, a afetar a minha sanidade mental e eu tinha de me controlar se não queria acabar como alguns tributos de Edições anteriores. Os Idealizadores não se focavam muito neles, limitando-se a mostar algumas imagens de um desses pobres tributos, falando sozinho, gritando para uma árvore ou alucinando horrívelmente devido á sede ou a febres altas que tinham resultado de uma infeção.

Mais calma, voltei a minha atenção para Cato, que parecia estar a ter um dos seus típicos ataques de raiva. Mas aquele era pior que os outros, pois Cato estava descontrolado. Num momento rápido, os seus olhos encontraram os meus e a dor de os ver tão opacos como os de Iann acertou-me como um murro no estômago. Por sgundos, Cato não me pareceu reconhecer e, pela primeira vez desde que o conheçi, senti medo dele. Tive de me conter para não dar um passo atrás e, ao contrário do que eu achava ser seguro, aproximei-me dele. Não duvidei que ele me pudesse matar naquele momento, mas também não duvidei que o pudesse ajudar a voltar ao normal - e se não conseguisse, morreria a tentar.

–Cato, tenha calma. – aconselhei, tocando o ombro dele – A pessoa que fez isto deve estar morta, não há como não estar.

–Não quero saber. Nós perdemos tudo! – gritou e, num ato de coragem, rodeei o seu rosto com as minhas pequenas mãos e, em bicos de pés, roçei os meus lábios nos dele.

–Hey, já passou, Cato! Eu tenho a minha mochila, há comida lá dentro e ainda temos a “cabana” na floresta, estão lá algumas coisas também. Está tudo bem.

–Mas…

–Não, - interrompi com um pouco mais de agressividade e quase supirei de alívio quando vi naqueles olhos azuis que Cato estava a regressar ao normal – você vai, pela primeira vez na vida, fazer o que eu digo, ok? Então, cale essa boca absurda e acalme-se. Vai ficar tudo bem. – sorri contra os lábios dele e senti o seu hálito fresco e doce.

–Obrigada. – sussurrou, já mais calmo.

–É para isso que os aliados servem, certo? – Cato assentiu, ainda tentando acalmar-se. Sorri e sugeri que procurassemos algo que pudesse ser aproveitado, mesmo já sabendo que tudo não passava de um monte de destroços inúteis.

*

Pouco tempo depois, ouvimos mais dois canhões que descobrimos serem de Marvel e de Rue, a garotinha que, durante um dos treinos coletivos, tinha roubado a faca que eu dei a Cato antes de chegarmos á Capital. Fiquei satisfeita por saber que eram menos duas pessoas neste Jogo, admito, mas parte de mim tinha vontade de ir atrás de Katniss naqule momento, porque era a fotografia dela que devia ter aparecido naquele maldito céu da arena. Porque foi a Katniss que fez o nosso acampamento explodir e como prova disso havia algunas estilhaços de uma seta algures no local que outrora fora o acampamento dos Carreiristas, perto da cornucópia. Cato não mostrou nenhuma emoção quando soubemos que Katniss e Peeta continuavam vivos, apenas apertou a mão que estava na minha cintura e bebeu alguns goles da água que tinhamos recolhido no rio, mais cedo.

Estávamos na “cabana”, ambos deitados num saco-cama que Iann tinha lá deixado. Agradeçi internamente pelo saco-cama, porque se não o tivessemos apenas os nossos casacos não seriam o suficiente para nos aquecer.

–Só restam 6 tributos na arena. – Cato disse.

–É tão estranho, - murmurei – ainda há poucos dias eramos 24 e agora os Jogos estão quase no fim.

–Pelo menos não temos de ficar nesta arena durante mais uma semana, em poucos dias isto estará acabado. – assenti, a minha cabeça contra o seu peito – Durma, Clove.

–Ok, mas não me deixe dormir muito tempo, não quero ficar demasiado mole. O Jogo está a ficar mais perigoso e eu sei como fico quando durmo muito. – Cato riu, fazendo o seu peito tremer, e afagou o meu cabelo.

–Não se preocupe, pequena. Agora, durma. – e foi isso que eu fiz, sem sonhos nem pesadelos, apenas aquela escuridão da qual eu já estava tão familiar.


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Notas finais do capítulo

Daqui a dois capítulos é o banquete! Curiosos? Eu estou. Já agora, a Clove levou os elásticos para o cabelo para a arena porque ela não levou mais nada. Tal como a Madge pediu à Katniss para ela levar aquilo que seria um símbolo de rebelião, o estilista da Clove fê-la levar elásticos para o cabelo. Comentem!