POV BELLA

Acordei com o sol a bater-me na cara e espreguicei-me.

Faziam já duas semanas desde que eu chegara a Nova Iorque e, para minha felicidade, relação com Renee realmente melhorara.

No dia a seguir à minha chegada ela não fora trabalhar e por isso ficámos o dia todo juntas, a falar de tudo e de nada, o que ajudou a que nos conhecesse-mos.

Renee revelava-se uma mulher incrível, divertida, atenciosa, preocupada e acima, de tudo, contrariando as minhas expectativas, uma boa mãe.

Quando finalmente ganhei coragem perguntei-lhe o motivo pelo qual me abandonar. A resposta surpreendera-me.

Renee tivera uma depressão pós parto, que se manifestou mais tarde do que o normal, fazendo com que ela não conseguisse cuidar de mim, como
uma mãe deveria fazer. Também a sua relação com Charlie terminara, e, apesar de gostarem muito um do outro, decidiram que o melhor seria a separação.

Eu fiquei com Charlie e Renee viera para Nova Iorque, onde pudera recuperar-se e pôr em prática o seu curso.

Quando perguntei o motivo das poucas visitas, Renee começou a chorar e a pedir-me desculpa.

Flashback on

- Quando vim para cá e abri o meu pequeno estabelecimento
comecei a melhorar e a depressão foi aos poucos desaparecendo. Quando, seis meses depois, resolvi que já estava bem e que poderia ir ver-te apanhei de imediato  avião e mais que depressa cheguei à vossa casa. Não posso descrever-te a minha ansiosidade para te ver, o meu coração batia descompassado por saber que ia ver a minha menina. Mas então,
no momento em que Charlie abriu a porta contigo ao colo, comecei a chorar desesperada e fugi dali o máximo que consegui.

O meu rosto estava banhado de lágrimas ao ouvir as palavras de Renee. Eu fazia-lhe mal.

- Mãe…

Ela sorriu entre lágrimas e apertou-me as mãos.

- Por fim reconheci para mim mesma, e para o teu pai que não conseguia assumir a responsabilidade de ter uma filha dependente de mim. Não
tinha forças para isso. O teu pai deu-me um apoio incrível e prometeu que deixaria que eu te contasse tudo. – Renee olhou-me abatida – Peço-te imensa desculpa por te ter feito sofrer e por te sentires abandonada. Sei que a partir do momento em que decidi engravidar devia ter assumido todas as responsabilidades mas eu simplesmente não fui capaz – fungou.

- Oh mãe – lancei-me nos seus braços e apertei-a fortemente contra mim. – Lamento imenso que te tenhas sentido assim. Eu não fazia ideia.
Sempre pensei que eu tivesse algo de mau que fizesse com que tu não quisesses estar comigo – disse soluçando.

- Bella, nunca teve nada haver contigo. És a filha que qualquer pessoa quereria ter, meu amor.

Flashback off

Fui desperta dos meus pensamentos por uma batida na porta.

Endireitei-me na cama e tentei tirar os vestígios de sono da cara.

- Entre.

A cara sorridente de Renee foi a primeira a aparecer e logo em  seguida ela entrou, sentando-se na minha cama.

- Bom dia, querida, dormiste bem?

- Bom dia, sim muito bem. Parece que dormi por dias. O Edward já acordou?

Assim que Renee viu que eu já me acostumara com Edward perguntou-me se eu não me importava que o convidasse para dormir aqui em casa
algumas noites por semana. Ontem tinha sido a primeira vez.

- O Edward levanta-se sempre cedo demais. Nunca consegui que ele ficasse na cama depois das nove da manhã.

-Sério?

- Sim, ele é demasiado madrugador. Já foi correr e agora está a tomar um banho.

- Hum…

- Bella tens a certeza de que não te importas que ele fique aqui?

- Ah mãe. Vocês namoram. É perfeitamente normal que queiram
ficar juntos. Se quiserem eu até posso ir para os dormitórios da faculdade
assim vocês ficam mais à vontade.

- Nem digas uma coisa dessas Bella. Nenhum de nós aceitaria isso. O teu lugar é aqui comigo.

- certeza?

- Absoluta.

Mais uma batida na porta interrompeu. Hoje o meu quarto estava bem concorrido.

- Edward é muito formal – Renee comentou com uma careta – Entra logo Edward.

E ele entrou a rir da sua maneira de falar.

Corei intensamente ao lembrar da roupa de dormir que tinha
vestida, que me fora oferecida por Tanya, e tapei-me com o lençol, de forma pouco percetível, tentando esconder o decote.

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- Bom dia, dormiste bem? – perguntou ao beijar-me a bochecha.

- Sim, muito bem.

- Optimo, preparei o pequeno almoço, enquanto as meninas fofocavam aqui no quarto.

Edward cozinhava maravilhosamente.

- Ah Edward, o que preparaste? Eu hoje estou a morrer de fome.

- Foi o que eu imaginei – respondeu sorrindo-me – anda ver.

Sem pensar saltei da cama e os seu olhar correu o meu corpo de cima a baixo.

- Filha, que roupa é essa? – Renee perguntou rindo.

Apressei-me a vestir o roupão, com a cara vermelha de vergonha.

- A Tanya ofereceu-ma antes da minha viagem e decidi experimentar ontem.

- A minha menina está uma mulher.

- Mãe pára. Vamos comer.

Fui na frente, enquanto os ouvia a rir atrás de mim.

Quando cheguei à mesa e vi o maravilhoso pequeno almoço olhei para trás sorrindo largamente a Edward.

- Edward. És oficialmente o melhor padrasto que a minha mãe me podia arranjar – comentei alegre, olhando para as panquecas que inundavam a
sala com o seu maravilhoso cheiro.

- Muito obrigado, senhorita.

Sentámos à mesa e imediatamente servi uma boa porção de panquecas.

- Edward, está maravilhoso – elogiei.

Ele sorriu satisfeito.

- Então filha, deixaste algum namorado em Forks?

- Não o deixei. Terminámos quando decidi vir para cá.

- Sério?

- Sim, o Mike. Ele disse que vai tentar vir visitar-me aqui.

- hum… então isso ainda não acabou. Será que pode dar em casamento?

- Mãe, eu acabei de dizer que terminámos. Além disso se voltarmos a ter alguma coisa, não quer dizer que vá dar em casamento.

- Para que estragar, não é verdade? – Edward perguntou.

- Exacto. Como adivinhaste o que eu ia falar?

 - Porque eu disse a mesma coisa à minha mãe quando ela me perguntou se eu ia casar com a  Renee.

- Hey não me contaste isso – a minha mãe reclamou.

Edward, deu aquele sorriso torto devastador, que me obrigou a desviar o olhar.

- Bem, não é que eu seja contra o casamento. Eu quero casar, mas eu não penso nisso assim que tenho namorado até porque durante algum tempo o Mike foi apenas um amigo colorido.

- A minha irmã Alice, diz sempre isso. Não tem namorado mas sim um amigo colorido. Pobre Jasper – Edward comentou rindo.

Ri com ele.

- Que idade tem a tua irmã?

- 19, como tu. Ela já me disse que te quer conhecer.

- Optimo, assim sempre conheço alguém da minha idade.

- Vai fazer-te bem, filha. Que tal hoje dar-mos uma volta?

- Vamos, claro.

Acabamos de comer e arrumamos tudo rapidamente.

Vesti umas calças de ganga e uma camisa simples e juntei-me a eles na sala, para sairmos.

Edward e Renee andavam abraçados na rua enquanto eu olhava para
todo o lado.

- Bella, pareces uma antena parabólica, com a cabeça a andar de um lado para o outro. – Edward gracejou.

- Ah cala-te. Tu estás habituado mas garanto-te que tudo isto é maravilhoso.

Chegámos ao empire state building e eles tiveram que me convencer a subir.

- Vamos filha

- Não. Isto é muito alto.

- Bella, garanto que a beleza da vista te faz esquecer o medo das alturas.

O sorriso confiante de Edward e o olhar entusiasmado de Renee convenceram-me.

- Certo, vamos lá.

Pude comprovar que Edward tinha razão, realmente a vista era impressionante.

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Eu andava de um lado para o outro a tirar fotografias e quando olhei, surpreendi-me ao ver a minha mãe encostada á parede, com o corpo
de Edward parcialmente a cobri-la e a trocar um beijo apaixonado.

O meu estômago embrulho, sentindo-me culpada por olhá-los e desviei imediatamente o olhar, tentando distrair-me com a vista e não olhar
para aquela cena.

- Bella, vamos?

Senti-me imediatamente aliviada por poder olhar para eles.

- Vamos.

Descemos e quando chegámos à rua assustei-me com um grito agudo.

- Edward

Por mim passou uma cabeleira loira, que se lançou nos braços de Edward.

- Lauren, como estás? – ele perguntou.

- Agora que te vejo estou óptima – ela chiou agarrando o
braço dele e ignorando-nos completamente.

- Que bom.

- Onde te escondes que eu nunca te vejo? Vejo tanta gente chata e  a ti que te quero ver nunca encontro.

Edward apenas balançou a cabeça rindo o que me fez arquear uma sobrancelha para a minha mãe, que riu.

Depois de se despedir de Lauren, Edward levou-nos para um pequeno restaurante, onde almoçaríamos.

Assim que nos sentámos ataquei Edward com perguntas.

- De onde conheces aquela loira estridente?

- Lauren andou comigo na universidade. Ela sempre foi meio chata.

- Chata? Mas tu bem que jogas um charme em cima dela. – provoquei.

- Eu? – ele perguntou com o seu sorriso característico.

- Não achaste mãe?

- O que eu sei é que ela nem nos percebeu ao teu lado. Foi só Edward e Edward.

- hey. O que foi que eu fiz para ter mãe e filha contra mim? É uma dupla de ciumentas.

- Ah eu sou ciumenta sim. E muito. – confessei  - E não disfarço. Sou e pronto.

- Mas vocês viram que eu não fiz nada. Eu mal olhei para ela.

- Edward tu fazes charme. Sempre que vez uma rapariga bonita ficas logo todo sedutor .

Edward balançou a cabeça rindo mas a chegada do atendente acabou com a nossa conversa. Uma coisa eu sei, se fosse a minha mãe,tomava bem conta do que era meu, principalmente um homem como Edwrad.

…

Estávamos sentados nos sofás da sala quando Renee recebeu um
telefonema que mudou todos os nossos planos.

- Amanhã bem cedo tenho de viajar. Um potro está prestes a nascer e eu preciso de estar lá.

- A sério amor? Por quanto tempo?

- Uns três ou quatro dias, não sei. Bella aproveita para ir á universidade enquanto eu estiver fora.

-  Claro – voltei-me para Edward – hey dorme aqui hoje. Assim despedem-se.

- Não te importas?

- Claro que não. Aliás, eu vou dormir agora mesmo. Boa noite para vocês. – beijei a bochecha de cada um.

- Boa noite – responderam em uníssono.