POV BELLA

O  mau de deitar cedo é que nunca consigo dormir muito tempo. Mas não me lembrei disso na noite passada quando decidi vir para a cama.

Levantei-me, cheia de sede, e sai do quarto em direcção à cozinha.

Passava pelo corredor quando vi a porta do quarto de Renee entreaberta. Aproximei-me silenciosamente, espreitando.

A imagem que vi, fez o meu coração parar de bater por um segundo.

Edward estava sem camisola, deitado de barriga para cima e Renee estava deitada, com a cabeça encostada no seu peito, dormindo
tranquilamente.

Voltei para a cama, e enfiei-me debaixo os lençóis, tentando adormecer outra vez, e tive sucesso.

Acordei com batidas na porta e ao olhar para o relógio vi que era meio dia.

- Entre.

A cabeça de Edward apareceu na porta.

- Posso?

- Claro.

Ele sentou na minha cama e deu-me um beijo na testa.

- Dormiste bem?.

- Sim. A minha mãe já saiu?

- Sim, bem cedo. Mandou-te um beijo, porque não te quis acordar. – Assenti – Vim aqui para te convidar para sair. Aceitas?

- Aceito pois. Já vi que estás carente.

- é estou mesmo. Vai mudar de roupa, vá.

Saltei da cama e corri para o armário, escondendo-me atrás da porta. Escolhi uma roupa simples e fui tomar um banho rápido.

- Venho já Edward. – anunciei para ele, que já se tinha deitado confortavelmente na minha cama

- Hum hum

Ri e fui para o banho.

Quando acabei de me despachar encontrei Edward ainda na mesma posição.

-  Vamos ou não?

- Vamos.

…

Fomos até a um pequeno restaurante ao pé de casa.

- Comida italiana é a minha preferida – comentei – em Forks, tínhamos que andar até à cidade vizinha para encontrar um restaurante italiano.

- Sério? Então ainda bem que acertei.

Pedimos o que queríamos comer e não demorou muito para que
chegasse a nossa lasanha.

Quando íamos começar a comer, o telemóvel de Edward começou
a tocar.

- Edward, não vais atender agora.

Ele olhou o visor.

- É a tua mãe.

- Ah então tens de atender. Ela vai morrer de inveja.

Ele atendeu rapidamente.

- Renee, como estás? – olhou para mim com um sorriso – Adivinha onde estou… no restaurante italiano com a maravilhosa lasanha… e
adivinha com quem estou – ele pediu e riu de algo que Renee disse – Não, com a Bella… Renee, ela tem que almoçar.

Revirei os olhos

- Já está a ralhar comigo?

- Não, ela não está a ralhar – Edward respondeu-me calmo e em seguida estendeu-me o telemóvel – Ela quer falar contigo.

- Ah Edward porque foste atender? – peguei o telemóvel – Olá mãe

- Olá filha. Não te esqueças que tens de ir á universidade.

- Sim mãe. Edward levas-me á universidade?

- Claro.

- pronto mãe, está combinado. O Edward leva-me.

- Não Bella, eu…

- O que foi? – perguntei estranhando a sua atitude.

- Bella, não quero que aborreças o Edward com as tuas coisas. Ele é meu namorado, não teu empregado.

Fiquei boquiaberta com as suas palavras e com a sua voz fria, sem conseguir responder nada.

- Bella, o que foi? – Edward sussurrou, cobrindo a mao que eu tinha em cima da mesa com a sua.

Apenas balancei a cabeça, estendendo-lhe o telemóvel.

- Renee, o que se passa?... não, eu não vou passar o telemóvel à Bella… eu sei… importaste de me dizer o que lhe disseste?... que absurdo… Não
te quero ouvir dizer mais isso… Não… tudo bem… eu também… um beijo.

- Bella, a tua mãe não queria dizer isso.

Assenti

- Hey, olha  para mimm – pediu levantando-me a cabeça com um dedo – Não fiques assim. Sabes perfeitamente que eu não me importo de te levar não sabes? Eu gosto de estar contigo.

- Eu sei. Eu também.

- Então, porquê essa cara triste?

- Não devo falar contigo sobre isso.

- Porque? Além de teu padrasto sou acima de tudo teu amigo.
Conta-me o que se passa.

- Renee… sabes que ela nunca foi uma mãe muito preocupada, e agora parece que me trata como se eu fosse uma criança. Não gosto disso –
reclamei.

Edward assentiu.

- Eu percebo-te. Mas também consigo perceber o motivo dela. Agora que estás aqui, ela quer que tenhas todo o sucesso. Talvez para provar a
si mesma que consegue.

- Pareço uma criancinha.

Edward apertou-me o nariz de forma carinhosa.

- Ah minha criancinha.

Rimos e depois de comer fomos directamente para a Universidade.

Apaixonei-me de cara por tudo aquilo que vi e assim que terminámos de visitar eu quase pulava ao lado de Edward de tanta animação. Ele
ria da minha cara.

- A tua mãe não errou muito. Tu realmente pareces uma criança.

Dei-lhe um leve beliscão e com isso senti o seu braço musculoso.

- Tu já viste como isto é maravilhoso? E grande – comentei admirada, olhando em volta.

- Não estás habituada a uma escola deste tamanho, certo?

- Certíssimo. A minha escola era muito mais pequena. Devia ter cerca de 400 alunos.

- Hum… O que queres fazer agora?

- Que tal irmos a pé até casa? Assim posso conhecer o caminho.

- Sim, concordo.

Edward orientou-me, mostrando-me os caminhos mais rápidos e mais seguros, por onde eu não teria problemas ao andar sozinha.

Quando chegámos a casa Edward não entrou.

- Eu tenho de ir agora. A minha mãe está a organizar um churrasco para amanhã ao almoço.

-Certo.

 - Vens comigo?

- Onde?

- Ao churrasco Bella.

- Não Edward, deve ser coisa de família.

- Deixa-te disso, tu és da minha família. Além disso são mais os amigos que a família. Anda vai ser divertido e assim ficas a conhecer mais gente.

- Está bem, convenceste-me.  Qual é a morada?

- Eu venho buscar-te. Está pronta às onze.

 - Está bem.

- Até amanha – beijou-me a bochecha.

- Até.

Assim que fechei a porta fui para o quarto e liguei para a Tanya.

- Sua desnaturada, porque nunca mais me ligaste?

- Desculpa. Ainda me estou a orientar com a nova rotina.

- Certo, então nesse caso estás perdoada. Como estão as coisas por aí? A tua mãe?

- Tudo bem. Acho que as coisas podem dar certo entre nós.

- Fico tão contente por ti, Bella. Sei o quanto querias isso.

- Obriga Tanya. Sinto-me feliz agora.

- Sei que sim. Mas tens alguma coisa para me contar certo?

Pensei um pouco e decidi desabafar com ela. Contei-lhe a estranha atitude de Renee durante o almoço e, ao contrário do que eu esperava,
Tanya não fez grandes comentários.

- Vais ver que ela está só stressada com o trabalho, querida. Não te preocupes muito com isso.

- Espero que sim.

- E as coisas com o Pai Cullen?

- Tanya pára de falar dele assim.

- É, tens razão. Com tanta beleza, posso chamá-lo de outra coisa.

Não pude fazer nada a não ser rir.

Tanya babara em Edward desde que eu lhe enviara uma fotografia dele. Diz que a minha mãe deve ter feito muito bem noutra vida para ter um homem como aqueles ao lado.

- Tu não és normal.

- Sou pois. Ele por acaso não tem irmãos?

- E o Jake?

- Oh certo…

Continuamos a falar até à hora de jantar e quando desligámos, comi apenas uma sopa, já que estava sem fome.

Liguei para o meu pai para o pôr a par das novidades e depois recebi um telefonema de Renee.

- Olá – atendi meio incerta sobre o que dizer.

- Bella, desculpa pelo que te disse filha. Estive a falar com o Edward e ele fez-me ver que agi de forma errada.

- Tudo bem. Já fui à universidade e está tudo marcado.

- Certo. Bella, espero que entendas que eu só te quero ver feliz. Apenas isso.

- Eu sei – suspirei – vou dormir agora. Até amanhã.

- Até amanha querida.

Assim que desliguei, troquei de roupa, vesti o pijama e fui dormir, ansiosa para que chegasse a hora de ir para o churrasco.

Conhecer pessoas novas iria fazer-me bem.