A Lua e as Trevas escrita por Lara


Capítulo 2
Capítulo 02 - No paraíso


Notas iniciais do capítulo

E finalmente eu terminei este cap! (Palmas!)
Desculpe pela demora. Vida de universitário não é tão divertida assim... O que importa é que este cap ficou pronto e espero que vocês gostem. Terá muita referencia ao OVA, então eu aconselho, a quem não viu, dar uma olhada antes de ler este cap.
O OVA é: Darker Than Black OVA - Gaiden 01 MDAN.
Algumas frases foram tiradas do OVA, por isso não são de minha autoria.



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"Perguntou-me o que teria acontecido se eu nunca tivesse me tornado uma doll. Provavelmente seria uma estudante normal, talvez acabasse me tornando uma famosa pianista, talvez outra coisa. Mas tudo isso parece ser insignificante quando penso que nunca teria conhecido Hei. Não me importo se acabar perdendo a minha alma para essa maldição dos dolls. Prefiro guardar na memória esses preciosos momentos em que passei com ele do que viver eternamente sem eles."





O brilho intenso da luz do sol trouxe um estranho calor para a sua pele pálida. Olhou curiosa para a própria mão aberta. Ao levantar a cabeça, a luz alaranjada brilhava no meio do céu azul cercado por nuvens brancas as quais a lembravam de algodão doce. Esticou o braço e os seus dedos tentaram capturar aquela bola circulada por raios. Era a primeira vez em que sentia calor de verdade e também via o sol tão bonito e brilhante. A primeira coisa que veio a mente foi “Parece com o paraíso”. Não tinha ideia de onde estavam. Provavelmente em alguma cidade ao sul... Muito longe do lugar de onde vieram. Sentada de frente para o mar esperava pelo retorno de Hei enquanto brincava de desenhar na areia branca e macia. Apesar de estar muito cedo para alguém caminhar na praia, uma ou outra pessoa passava por ela. Um casal em particular atraiu a sua atenção. Eles conversavam animadamente enquanto andavam de mãos dadas.

– Você precisava ver a cara que a minha irmã fez quando viu a minha aliança. – falou o homem rindo. – Achei que ela fosse ter um infarto de tão vermelha que ficou. Depois disso ficamos uma semana sem nos falarmos.

– Minha nossa... Não achei que esse “complexo de irmão” fosse tão sério.

– Não faça essa cara, querida. – pediu com gentileza beijando as costas da mão dela. – Ariel apenas ficou chateada porque o seu irmão mais novo se casou antes dela e talvez também porque ele não a convidou para o casamento...

– Nós não convidamos ninguém! – interrompeu usando um tom sério. – Foi algo inesperado até para nós dois, lembra? – começou a rir. – Nem sei como foi que você conseguiu arranjar as alianças a tempo.

– Nem eu sei. – e os dois se afastaram rindo juntos relembrando algumas memórias especiais para ambos. Realmente, este lugar era completamente diferente de onde eles vieram. A garota de cabelos prateados queria que pudessem ficar ali por mais tempo que o previsto, mas achava difícil acreditar que Hei iria mudar de ideia.

– Yin. – ao ouvir a voz dele se levantou e passou a mão pela saia do vestido, limpando-a da areia que havia grudado no tecido roxo. – Aconteceu alguma coisa? – ela ficou surpresa com a pergunta. Será que sua expressão estava diferente? Não. Isso era impossível.

– Não. – respondeu com o tom calmo e sem emoção de sempre. – Como estão os seus machucados? – apesar de ele ter a deixado ajudar a cuidar das feridas causadas pelos Contratantes com que ele lutou, Hei insistia em dizer que aquilo não era nada. Ela o conhecia a tempo suficiente para saber que, mesmo que estivesse a beira da morte, ainda sim não iria dizer absolutamente nada.

– Não se preocupe com coisas insignificantes. – respondeu friamente pegando a sua mão. – Vamos. Temos que mudar de roupas. Peguei tudo o que precisamos. – na outra mão ele segurava uma grande mala preta. – Preciso também inventar uma história sobre nós antes de irmos para o hotel.

– Por quanto tempo iremos ficar aqui? – perguntou quase em um sussurro.

– Não muito.




– Mais uma vez.

– Nós acabamos de nos casar e estamos em lua de mel. Decidimos viajar, mas não fizemos nenhum planejamento e é por isso que não fizemos uma reserva antes. – repetiu a história de mentira pensando no que havia se passado na mente dele para criar algo desse tipo. Claro que ela fazia sentido, porém porque Yin sentia que o seu coração acelerava toda vez que pronunciava essa mentira? Por que uma parte de si queria que isso não fosse uma mentira? – Não devo falar com ninguém, mas se dirigirem a palavra a mim deverei falar normalmente e tomar cuidado com as palavras que usar.

– Não iremos ficar muito tempo aqui, contudo devemos tomar o maior cuidado possível. – fez uma pausa. – Ainda não sabemos se este lugar é seguro.

– Existe um problema com a nossa história.

– Problema?

– É só um detalhe, algo bobo, porém acho que talvez as outras pessoas possam notar e questionar a veracidade da nossa história. – ele continuou a encara-la esperando que continuasse a falar. – As pessoas depois de casadas não deveriam estar usando alianças?

– Ah... isso. – passou a mão pelos cabelos negros suspirando. - Tinha completamente me esquecido sobre isso. – ficou um tempo calado pensando. – Não pensei sobre os anéis porque os meus pais nunca usaram mesmo depois de casados. E os seus? – a pergunta a fez se lembrar da época em que a mãe ainda estava viva. Viva e feliz. A sensação de segurar a mão dela e sentir aquele calor confortável a aquecer nunca a abandonara. A aliança fria de metal nunca saíra do dedo dela, mesmo depois que o pai falecera naquele acidente de avião.

– Sim, eles usavam.

– Entendo. – Hei virou o rosto para o lado e fixou os olhos em algo que chamou a sua atenção. Não muito longe de onde estavam havia um homem sentado no chão vendendo vários tipos de objetos espalhados a sua frente. – Mostre-me a sua mão esquerda. – apesar de estranhar o pedido, estendeu a mão e ele a segurou, observando-a atentamente. – Sua pele é tão branquinha. – durou menos que um segundo, no entanto ela sabia que ele tinha sorriso ao pronunciar essas palavras. – Não sei como não tinha percebido isso antes. – os dedos dele soltaram a mão lentamente. – Espere aqui um instante. Já volto. – e se afastou caminhando na direção do homem sentado. Sentou-se no banco com a cabeça levemente abaixada. O novo vestido que Hei havia lhe dado era azul claro cor do céu. Ele próprio agora usava uma simples camisa branca e uma calça sem cor. Enquanto contava o número de formigas que andavam no chão seus olhos acabaram se fechando sem que percebesse e no fim acabou adormecendo.

Dentro do seu sonho, debaixo da luz da lua, estava cercada por várias flores de pétalas brancas, quase prateadas. Não havia ninguém por ali, só ela e a lua. Por alguma razão tudo aquilo lhe trazia uma sensação de nostalgia, como se já tivesse estado ali antes. Algo estava sendo sussurrado no seu ouvido, no entanto não conseguia entender nada. “Não consigo te ouvir.”, disse mentalmente. Foi neste instante que a voz ficou mais nítida. “Você... Quer ficar mais forte?”.

Abriu os olhos lentamente e percebeu que a sua cabeça se apoiava no ombro de alguém do seu lado direito. Pensou que Hei fosse recrimina-la por ter adormecido de forma tão negligente e despreocupada, porém ele não disse nada mesmo sabendo que ela já estava acordada. Permaneceu ao lado dela segurando o livro turístico aberto na parte do mapa da cidade onde estavam. Yin permaneceu com a cabeça encostada no ombro dele, voltando a fechar os olhos. Ao mexer a mão esquerda percebeu que havia algo de diferente nela. Colocou a outra mão sobre ela e sentiu o metal frio envolta do seu dedo. Um anel.

– Obrigada... Hei. – mesmo que ele não soubesse o quanto aquilo significava para ela, Yin agradeceu da melhor forma que conseguiu. Segurou uma parte da camisa dele e a seguir, fechou os olhos.




Ao chegarem ao hotel, logo foram atendidos pelo gerente do hotel. Um homem simpático e muito sociável nos seus quarenta anos vestindo camisa havaiana e gravata borboleta preta. Parabenizou-os pelo casamento e lamentou que não tivessem feito a reserva antes, pois teria preparado o melhor quarto. Hei conversava de forma bem animada com o homem, entrando completamente em sintonia com o papel que interpretava como já havia feito várias vezes em Tóquio. Contudo, debaixo daquele sorriso Yin conseguia perfeitamente perceber que ele estava totalmente em alerta, analisando o ambiente com estrema frieza e já se preparando para qualquer sinal de perigo. Ela já havia observado todo aquele lugar em um raio de cinco quilômetros com o seu espírito observador e não tinha encontrado nada de preocupante. Como forma de dizer que estava tudo bem ela segurou uma parte da camisa dele, surpreendendo-o de certa forma. A seguir eles foram para o quarto. Assim que o gerente foi embora, Hei revistou todo o quarto a procura de qualquer coisa suspeita enquanto a garota permaneceu sentada sobre a cama. No fim, ele pediu para que ela usasse o espírito observador como vigia enquanto ele ia procurar por um navio para saírem dali na manhã seguinte. Por mais que quisesse obedecer às decisões de Hei, algo dentro de si lhe dizia que aquele lugar era seguro e que se ela desejasse ficar ali mais tempo deveria ficar sempre ao lado dele. Independente se ele queria ou não.

– Com licença...

– Sim? – o gerente parou de escrever e dirigiu os olhos para a jovem mulher. Ao reconhecê-la sorriu. – Ah, é a jovem recém-casada. Em que posso ajuda-la?

– Sabe para onde ele foi?

– Ele? O seu marido? Ah, ele me perguntou onde poderia encontrar um navio e lhe indiquei um que conheço que não fica muito longe daqui. – retirou um pedaço de papel de um bloquinho e escreveu rapidamente as coordenadas. – Aqui.

– Obrigada. – pegou o papel e o guardou no bolso da saia. – Que horas o jantar é servido? Depois que nós voltarmos, acredito que desejaremos comer algo.

– Entendo. – sorriu. – Não temos uma hora certa. Deixamos isso a critério dos hospedes. – pegou um caderno e o abriu. – Já deixarei o seu pedido avisado na cozinha. Qual é a quantidade que deseja que seja preparada?

– O suficiente para dez pessoas. – o homem arregalou os olhos.

– Nossa, nossa... Vocês são o casal mais saudável que já conheci! – fez algumas anotações no caderno. – Pronto. Pedido anotado.

– Obrigada. – começou a se afastar.

– Ah, espere um pouco! – pediu procurando por algo. – Uma jovem como você não deveria andar no sol com esse calor sem nenhuma proteção, então... Achei! – aproximou-se dela e colocou chapéu sobre a cabeça dela. – Isso a irá protegê-la. Faça um bom passeio.

– Obrigada.

Não demorou muito para que ela o encontrasse e como esperado Hei a repreendeu por ter desobedecido às ordens dele. Como poderia convencê-lo de que este lugar era seguro? Yin queria apenas que ele relaxasse e descansasse um pouco. Sabia que estava sendo muito negligente considerando que havia pessoas atrás deles querendo matá-los, porém de que adiantaria tudo isso se ela era a única que estava sendo protegida e cuidada. Ele poderia ser o Contratante mais forte de todos, no entanto, ainda sim, era um humano. Um humano e não uma máquina.

Quando voltaram ao hotel, o sol estava se pondo e o gerente do hotel recolhia os lenções do varal cantarolando alguma melodia até que os viu. Perguntou sobre as passagens de navio e informou que assim que acabasse a tarefa que realizava iria preparar a refeição. Hei estranhou e perguntou se as refeições estavam inclusas e como resposta do homem contou sobre o pedido de Yin. Pela segunda vez naquele dia ele a encarou com olhos repreendedores, mas ela não ligou ou se incomodou. Sabia o quanto Hei adorava comer e este foi o exato motivo de ter feito o pedido para o gerente do hotel. Era o mínimo que ela podia fazer por ele. Ao vê-lo comer com energia os diversos pratos que haviam cozinhado para eles, sentiu-se muito contente. Por um breve momento parecia que tinham voltado no tempo, para a época em que não precisava correr de ninguém.

No dia seguinte, eles saíram bem cedo do hotel para pegar o navio. O barulho das cigarras indicava que o dia iria ser tão quente quanto foi o anterior. Resolveram matar o tempo que tinham para fazer diversas coisas. Andaram pela praia calmamente, foram em uma loja onde Hei comprou chapéus para si e para Yin. Tomaram picolés juntos em um banco de madeira e nos minutos restantes apreciaram o mar. A garota retirou os sapatos e deixou que as ondas molhassem os seus pés. O vento acompanhava o ritmo de vai e vem das ondas do mar e por isso brincava com os cabelos prateados. Chegada a hora, foram para o lugar de embarque do navio e de lá o observaram se aproximar lentamente.

– Hei. – chamou-o como se estivesse fazendo um pedido. O rapaz virou o rosto e a observou como se estivesse tentando entender o que se passava na mente dela através da expressão facial. Ao tomar a sua decisão, amaçou as passagens do navio, colocando-as dentro do bolso e se aproximou da garota para tomar a sua mão e sair dali. Yin não sabia ao certo o que o tinha feito mudar de ideia, porém se alegrou com este fato.

Enquanto Hei estava na recepção prolongando o tempo de estadia dos dois, Yin esperava por ele do lado de fora do hotel. Foi então que alguém passou por ela e entrou no hotel. Era uma mulher, longos cabelos verdes e olhos cor de âmbar. Amber? Seria mesmo possível? Ao seguir a mulher para dentro do hotel se deparou com Hei encarando atônico e surpreso a estranha recém-chegada. Por algum motivo que ela desconhecia, sentiu-se desconfortável ao ver aquela cena. Um desconforto que beirava o sentimento de raiva.

– Ah, algum problema? – perguntou a mulher para Hei o qual finalmente despertou da surpresa e do susto tentando voltar a normalidade.

– Desculpe! Fiquei distraído por causa do calor! – desculpou-se de forma envergonhada o que apenas irritou mais ainda a jovem mulher que observava tudo. Ao dar às costas a mulher de olhos cor de âmbar deu de cara com Yin levando outro susto.

– O que foi? – limitou-se em dizer sem demostrar qualquer tipo de sentimento na feição.

– Não é nada. Vamos. – segurou o seu pulso e a puxou para sair do hotel de forma bem apressada.

Os dias seguintes serviram apenas para piorar o humor de Yin e ela própria, de certa forma, não entendia porque se sentia dessa forma. Hei não havia feito nada de errado, mesmo assim... Cada pequeno detalhe, um olhar ou uma troca de palavras, incomodava-a tão profundamente que ela se pegava pensando coisas ruins sobre aquela misteriosa mulher. Coisas que normalmente não pensaria e nem desejaria mesmo para as pessoas que não gostava. O que a mais a feriu foi que, ao seu ver, parecia que ele se encontrava mais distante do nunca de si. Isso ficou claro quando andavam pela praia e ela tentou segurar a sua mão. Seus passos estavam tão rápidos que ela nem conseguiu se quer encostar na pele dele. Aquilo quebrou o coração dela.

Ao cair da noite, quando ambos já estavam dormindo nas suas devidas camas, Yin acordou decidida a acabar com aquela situação de uma vez por todas. Desceu da cama e caminhou até a mesa onde estava uma jarra de água. Encheu o copo de vidro com o líquido transparente e tocou os seus dedos sobre a superfície da água. Como havia imaginado, aquela mulher não era Amber. Um Contratante. Então, eles haviam sido descobertos. Ela provavelmente não estava sozinha, no entanto tinha certeza de que se a matasse ali, naquele instante, eles ganhariam tempo para fugir. Matá-la? Por quê? Para proteger Hei ou por mero desejo seu? Verdade que desprezava aquela mulher, porém a partir de que momento começou a desejar a sua morte? Que era esse sentimento que conseguia fazê-la agir como uma pessoa completamente diferente? “Ciúmes.”, foi a resposta que ouviu de dentro da sua mente. Antes que pudesse fazer qualquer coisa contra a Contratante, uma mão segurou o seu pulso e a afastou do copo fazendo com que o mesmo caísse e derramasse o liquido pela mesa.

– O que esta fazendo? – a voz séria e repreendedora de Hei a retirou dos seus pensamentos. – O que estava procurando? – ele estava protegendo aquela mulher? Não. Mas isso não significava que ela gostou dele a ter impedido de completar a sua tarefa.

– Ela não é Amber. – informou esperando que ele entendesse a situação em que estavam. - Apenas se parece com ela. – claro que ela não poderia ser a antiga amiga deles. Mortos não voltam a vida, não importa que tipo de poder se tenha.

– Do que está falando? – Yin se levantou, ficando de pé.

– É um Contratante. – ela não deveria ter feito Hei mudar de ideia naquele dia. Tinha sido egoísta em querer passar um tempo tranquilo ao lado dele. - É melhor deixarmos esse lugar logo. – de qualquer maneira não queria mais ficar ali depois de todo o estrago que aquela mulher causou. - Confie em mim. – surpreendeu-se quando ele a puxou para perto, envolvendo-a em um abraço quente e aconchegante. – Hei...

– Confie em mim também. – Yin sentiu vontade de dizer que nunca deixou de confiar nele e provavelmente nunca iria. – Eu não vou deixa-la sozinha. – essas eram as palavras que ela tanto desejou ouvir vindas dele, contudo por que ela não se sentia feliz em finalmente ouvi-las? Por que sentia que ele nunca estaria ao seu alcance?

– É mentira. – usou um tom acusatório que o fez abraça-la mais forte.

– Por que eu mentira para você? – uma lágrima solitária desceu pelo rosto pálido e ela fechou os olhos parando de pensar em tudo que a deixava confusa para só pensar naquele instante. Quando começou a cair no sono, Hei a carregou até a cama onde a colocou, cobrindo-a com o lençol. Estava começando a se afastar quando ela segurou a sua mão.

– Você poderia ficar ao meu lado até eu conseguir dormir? – para ser mais sincera ela queria que ele ficasse ao lado dela até a manhã seguinte. Hei nada disse. Levantou o lençol e se colocou debaixo dele junto com ela. Abraçou-a com carinho e beijou o topo da sua testa.

– Bons sonhos, Yin. – e ela logo caiu no sono mantendo a mão presa a camisa dele.

Já na manhã seguinte, Hei desceu para encerrar a estadia deles enquanto Yin terminava de se arrumar. Estava terminando de colocar fita roxa em volta do seu cabelo quando percebeu que havia duas outras presenças no quarto. Prendeu o cabelo e se virou para trás para encarar os intrusos. Naturalmente, era a Contratante que se parecida com Amber acompanhada por um humano. A mulher segurava um revólver preto e sorria com uma ridícula flor presa no cabelo.

– Isso vai logo terminar, então fique quietinha, doll, e...

– Por que você escolheu ficar parecida com Amber? – a mulher ficou surpresa em ter sido interrompida por Yin e riu ao ouvir a pergunta.

– A resposta é um pouco óbvia, não acha? – a seguir alguém colocou um pano sobre a sua boca e nariz e logo ela perdeu a consciência. – Esse era o único jeito de fazê-lo baixar a guarda o suficiente para te pegar... – odiou ouvi-la falar dele daquela maneira, porém como o de costume não conseguiu fazer nada. Odiou o fato de ser tão incompetente e também de causar tantos problemas para Hei. Por que as coisas não poderiam mudar? Ela queria protege-lo da mesma maneira que ele a protegia. Não queria mais ser um peso para ninguém.

Vou perguntar mais uma vez. – era aquela mesma voz que ouviu em seu sonho. – Você quer ficar mais forte? Você... quer proteger a pessoa que ama?

– Quem é você? – perguntou desconfiada.

Eu sou você. Sou a parte escondia bem no fundo do seu coração, a parte que você rejeita desde que começou a perceber que estamos mudando graças a este sentimento que temos pelo Hei. – a voz riu. – Até quando você vai negar o óbvio? Aquela mulher deve tê-la feito perceber.

– Perceber o quê? – sua voz saiu mais séria do que o de costume.

Que se não fizermos nada... Hei vai morrer. E por nossa causa.

– ... – pensar na possibilidade de perdê-lo não lhe trouxe nada de bom. Imagina-lo morto era o pior pesadelo que poderia ter e imediatamente afastou esses pensamentos da mente. - O que posso fazer?

Mudar.

– Para pior? – novamente a voz riu se divertindo.

Se será pior ou não, isso dependerá apenas do Hei. Qual é a sua resposta?

– No fim, não faz diferente se você esta ou não mentindo. Eu tenho que mudar. Eu quero mudar. – fechou os olhos e fez uma pausa. – Mas... Se isso sair do controle... se isso começar a colocar a vida de Hei em perigo... – abriu os olhos. – Eu prometo. Será o fim. O meu e o seu, entendeu?

É uma promessa então.




– Y... Yin... – ao ouvi-lo a chamando começou a despertar. – Yin! – ao abrir os olhos lá estava ele. Bem a sua frente, como imaginou que estaria. Aqueles olhos azuis escuros já começavam a se recuperar da preocupação ao encontrar com os dela. Hei a abraçou suspirando de alivio. Ela conseguia sentir que o corpo dele tremia um pouco. – Não... Não me deixe sozinho! – havia algo de errado ali. As palavras soaram como um suplica e ele não fazia este tipo de coisa. Não importava a situação em que estivessem. A garota se moveu e correspondeu ao abraço colocando os abraços ao redor dele.

– Hei... – de certa forma, as mãos dela também tremiam um pouco.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Para o próximo cap:
"Certo ou Errado"



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