Remember Me, My Love escrita por Bru20014


Capítulo 2
A vida que não me lembro de ter tido




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Uma coisa era fato, Richard estava atrasado para me pegar nesse hospital. Sim, hoje eu saio desse lugar. Porém enquanto Richard não chegava, eu não podia me cansar de me olhar no espelho. Era incrível o quão bela eu tinha ficado.

Meu cabelo cor de bosta agora é loiro e liso, e meu corpo... Bom, agora eu tenho um e modesta parte é um corpão.

Finalmente Richard chega se desculpando pelo atraso.

“Me desculpe pelo atraso, meu amor.” Ele disse atravessando a porta.

“Não foi nada.” Eu disse com ele em seguida beijando minha cabeça.

“Está pronta para ‘conhecer’ seu novo lar?” Ele me perguntou fazendo sinal de aspas na palavra ‘conhecer’.

“Mais ou menos.” Eu disse “Na verdade, não vejo a hora de me lembrar de tudo.”

“Pra que?” Ele perguntou “Eu posso te contar tudo o que aconteceu desde... desde aquele dia.”

“Mesmo assim.” Eu disse “Quero ter minhas próprias lembranças.”

“Eu entendo.” Ele disse.

“Vamos?” Eu o perguntei.

“Vamos.” Ele disse abrindo a porta para que eu passasse.

 

Quando cheguei em ‘casa’, será que posso chamar aquele apartamento de casa, ele me mostrou cada cômodo, inclusive o ‘nosso’ quarto.

Tive que dormir com ele do meu lado, mas não sabia explicar por que não gostava da idéia de dormir ao lado do garoto/homem dos meus sonhos.

Está tudo tão confuso em minha mente, não consigo me conscientizar de que não sou mais uma adolescente de 12 anos de idade e sim uma mulher de 23 anos de idade. Porém, ao mesmo tempo, penso igual a uma mulher de 23 anos, não tenho mais a cabeça de uma garota, às vezes.

 Ontem à noite, pude notar que Richard tentou fazer amor comigo, mas eu rapidamente o cortei dizendo que estava cansada e que passei muito tempo desacordada. Meio que 2 meses inteiros em coma!

Virei pro lado e fui dormir.

Não sei se já estou preparada para o sexo, mesmo não sendo mais uma virgem... Ah, qual é? Minha mente não se lembra de ter vivenciado o sexo.

Quando acordei, pela manhã, havia um bilhete em cima do travesseiro de Richard, mas nem sinal dele.

Peguei o bilhete e o li, e nele dizia:

Meu docinho,

Fui trabalhar, não se assuste por não me encontrar de manhã.

Tenha um ótimo dia,

Richard.

Achei o ‘meu docinho’ super podre, mas não sei por que Richard está me dando um nojo tão grande. Meus olhos reviram e meu estômago embrulha apenas em pensar nele.

Será que havia algo que ele teria me feito para eu ter tanto nojo dele assim? Ou será só implicância por apenas lembrar dele me rejeitando na frente de todos?

Sei lá.

Mas quando tocaram a campainha fui atender e na porta estava o jornal, mas antes que pudesse me agachar para pegar o jornal, meu vizinho de frente (na verdade o único vizinho, porque trata-se de um prédio de dois por andar) abre a porta e ao me ver diz: “Brooke?”

E depois de dizer meu nome corre até mim e me abraça como se me conhecesse muito bem.

“Você voltou!” Ele disse abraçado a mim como se estivesse aliviado, como se um peso estivesse saindo de suas costas.

Mas eu o quebrei ao meio quando perguntei: “Eu por acaso o conheço?”

“O que?” Ele me perguntou ao me soltar “Isso é uma piada de mau gosto?”

“Me desculpe, mas não trata-se de uma piada.” Eu disse “Olha, eu não sei quem o senhor é porque perdi toda minha memória dos meus 12 anos pra cá.”

“Então não se lembra de nada?” Ele me perguntou “De nós?”

“Como assim ‘nós’?” Eu o perguntei.

“Nossa amizade.” Ele desconversou e eu notei isso.

“Sei.” Disse “Mas isso não nos impede de sermos amigos de novo, se fomos amigos antes certamente seremos novamente.”

“Pode ser.” Ele disse “E do seu marido? Você se lembra?”

“De quando ele tinha 13 anos, mas também não me lembrava que estávamos casados, nem de nós namorando eu me lembro.” Eu disse “Só sei que isso é realmente estranho.”

“Então não gosta dele?” Ele me perguntou.

“Não me lembro de você ter dito o seu nome.” Disse tentando fugir do assunto.

“Max William Miller.” Ele se apresentou “Apenas Max para velhos amigos.”

“Acho que sabe meu nome, não é Max?” Eu o perguntei.

“Brooke Davis.” Ele disse sorrindo.

“Clark.” Eu disse “Brooke Davis Clark.”

“Não gosto do seu nome de casado.” Ele disse “Prefiro apenas Brooke Davis.”

“Ta certo, então.” Eu disse um pouco confusa.

Mas de repente, o elevador abre e dele uma mulher baixinha, muito bonita e loirinha sai de lá gritando e me abraçando: “Brooke!!”

Eu não sabia como agir e Max ria da cena.

“Você está bem!!” Ela disse “Fico tão feliz pela sua volta... Quando Richard me ligou eu nem acreditei no que ele me dizia!”

Ela se soltou de mim me perguntando “Por que não fala nada, B? Por acaso não se lembra de mim também?”

“Me desculpe.” Disse.

“Tudo bem.” Ela disse “Lembro de seu marido ter mencionado amnésia, mas também não quis acreditar. Bom, me chamo Claire.”

“Nós somos amigas?” Eu a perguntei.

“As melhores.” Claire disse, mas de repente ela se virou e ao ver Max disse: “Você se lembra dele e não se lembra de mim? Que ultraje!”

“Bom dia pra você também.” Ele disse.

“Eu não me lembro dele.” Eu disse “Queria me lembrar de todos, mas por mais que eu tente tudo o que vem é uma terrível dor de cabeça.”

“Então não se esforce.” Max disse “Se você tiver que se lembrar tudo virá naturalmente.”

“Ele tem razão.” Claire disse “Odeio admitir, mas ele tem.”

Estranhei a conectividade dos dois, ambos pareciam se dar muito bem. Então o que eu fazia no meio dos dois? E por que meu coração estava gritando de ciúmes?

Não entendia esses estranhos sentimentos que eu não parecia me lembrar.

“Você está bem, B?” Claire perguntou.

“Não muito.” Eu disse “Será que poderíamos conversar lá dentro?”

“Claro.” Claire disse entrando.

“Bom dia, Max.” Eu disse fechando a porta.

“Bom dia, Brooke Davis.” Ele disse antes que eu fechasse a porta por completo.

Dentro de casa, convidei Claire para se sentar, ofereci um chá, mas ela o recusou.

“O que foi?” Claire perguntou “Mesmo que você não se lembre de mim, eu sei exatamente o que essa ruguinha aí quer dizer.”

“Qual é a minha relação com o Max?” Eu a perguntei “E a sua?”

“Minha relação com Max William?” Claire perguntou “Nós somos nada... Digo, talvez amigos?”

“E a minha com ele?” Eu a perguntei.

“Você quer mesmo saber a verdade?” Claire me perguntou.

“Quero.” Disse.

“Vocês são amantes.” Claire disse.

“O quê?” Eu a perguntei “Impossível. Eu jamais trairia meu marido.”

“Vocês estavam infelizes há muito tempo.” Claire disse “Na verdade desde que a conheci ou antes.”

“E então eu conheci Max, senti um tesão por ele e resolvi trair o meu marido?” Eu estava ultrajada comigo mesma se aquilo fosse verdade.

“Na verdade você se apaixonou por Max.” Claire disse “Não pôde evitar o primeiro beijo, o primeiro toque...”

“Para!” Eu disse “Não quero me lembrar disso, quem sabe posso voltar a ser feliz com Richard?”

“Se eu fosse você eu não confiaria tanto assim nele.” Claire disse se levantando “Tenho que ir embora.”

“Não gostaria de ficar para o almoço?” Eu a perguntei.

“Não.” Ela disse “Tenho que voltar para a nossa loja.”

“Nós temos uma loja?” Eu a perguntei.

“Temos.” Ela disse “O nome é ‘love’, você criou.”

“É loja do que?” Eu a perguntei.

“Tchau, Claire.” Eu disse.

“Se cuida.” Ela disse beijando uma das minha bochechas.

“Pode deixar.” Eu disse.

Quando fechei a porta, fui para o meu quarto para refletir sobre tudo que me foi contado por Claire.

Mas quando olho pela minha janela, vejo meu vizinho, Max, fazendo flexões em seu quarto. Não posso evitar de ficar o olhando.

Aquele corpo escultural, cada músculo em seu devido lugar e super definido...

Mas de repente ele me vê, então eu rapidamente fechei as cortinas e me deitei na cama confusa sobre meus sentimentos e tudo o que eu não me lembrava me torturava. Sei que esqueci de coisas realmente importantes.

 “Roupas.” Ela respondeu indo em direção a porta, então abri essa para que Claire pudesse sair.

Mas o que exatamente?


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