Personagens:

Brooke Clark: 27 anos

Richard Clark: 28 anos; marido de Brooke

Claire Jefferson: 26 anos; melhor amiga de Brooke

Max William Miller: 25 anos; vizinho de Brooke

Lana Davis: 21 anos; irmã mais nova de Brooke

Suzanna Davis: 53 anos; mãe de Brooke e Lana

História:

Eu voltava para casa aos prantos. Estava desesperada, mas não me lembro por que... E de repente tudo o que vi na minha frente foi um caminhão vindo em minha direção.

Depois disso era tudo um branco, havia apenas o som do meu despertador gritando.

Me levantei, tomei meu banho, desci as escadas até a cozinha, onde tomei o meu café e finalmente saí rumo à escola como em qualquer outra manhã.

Porém nesse dia, decidi que iria dizer ao garoto que gosto tudo o que sentia por ele.

“Richard?” Eu o chamei enquanto ele falava com os outros meninos.

“O que você quer, Davis?” Ele me perguntou com certa rigidez.

“Será que eu poderia falar com você?” Eu o perguntei

“Claro.” Ele disse revirando os olhos e fazendo um sinal para que os outros meninos nos deixassem “Pode falar.”

“Bom, primeiro eu gostaria de dizer que eu te acho super bacana e...” Eu dizia, mas ele me interrompeu.

“Dá pra você ir direto ao ponto?” Ele me perguntou apressado.

“Ta.” Eu disse meio sem graça, então respirei fundo e disse: “Eu gosto de você.”

Ele começou a rir de mim e chamou os outros garotos que também começaram a rir de mim.

Eu chorava os mandando parar, e de repente tudo ficou escuro.

Quando acordei, estava em um quarto branco. Olhei ao meu redor e pude perceber que estava em um quarto de hospital, devido aos aparelhos e tudo mais que me cercava.

Mas ainda assim me perguntava, o que fazia em um hospital.

Comecei a pensar na possibilidade de Richard ter me batido, mas vi que era loucura. Eu me lembraria de algo assim.

Olhando para o meu lado direito, pude ver um homem engravatado cochilando no sofá que tinha ao lado da minha cama. Quem seria esse homem? Não me lembro de conhecê-lo. E cadê minha mãe que não estava aqui comigo?

Enquanto tudo isso passava pela minha cabeça, o homem engravatado acordou e ao me ver se aproximou de mim dizendo: “Brooke? Meu amor você acordou!”

Eu não entendia nada, mas não sei por que aquele homem parecia muito com Richard. Será ele um irmão mais velho ou primo... E por que ele me chamou de ‘meu amor’?

“Por que está me olhando com essa cara, linda?” Ele me perguntou.

“Quem seria o senhor?” Eu o perguntei.

“Como assim, meu amor?” Ele franziu a testa, o que era super meigo “Você não se lembra de mim?”

“Eu deveria?” Eu o perguntei.

“Eu vou chamar o médico.” O engravatado disse saindo do quarto indo atrás do médico.

Enquanto esperava, resolvi me sentar e quando o fiz, pude ver o meu reflexo no espelho que estava pendurado na parede em frente.

Gritei.

O engravatado e o médico entraram correndo no quarto ao ouvir meu grito.

“O que houve, Brooke?” O médico perguntou.

“Você está bem, docinho?” O engravatado me perguntou, mas eu o ignorei.

“Desde quando eu tenho isso desse tamanho?” Eu perguntei ao médico colocando minhas mãos sobre os meu seios “E meu cabelo? Desde quando ele ta liso e loiro? Tudo está estranho em mim, doutor.”

“É sério, doutor?” O engravatado perguntou.

“Acho que não.” Ele respondeu o engravatado e depois se virou para mim “Quantos anos você tem, Brooke?”

“Fiz 12 mês passado.” Respondi.

“O quê?” O engravatado estava desesperado.

“E cadê a minha mãe?” Eu perguntei.

“Sua mãe?” O engravatado perguntou.

“Bom, a Brooke está com amnésia.” O doutor disse .

“Eu perdi a memória?” Eu perguntei.

“Sim.” Ele respondeu “Qual é a última coisa da qual se lembra?”

“Eu me declarava para um garoto e ele zombava com os amigos dos meus sentimentos.” Disse, mas não me dava nem um pouquinho vontade de chorar. Era como se eu de alguma forma já tivesse superado isso há muito tempo, mas não me lembrava como nem quando.

“Eu já pedi desculpas por isso.” O engravatado disse “E peço mais uma vez se for preciso.”

“Richard?” Eu o perguntei.

“Você se lembra?” Ele me perguntou tocando em minha mão.

“Não de você agora, mas me lembro do Richard de 13 anos que me humilhou na frente de todos.” Disse.

“Me desculpe.” Ele disse “Acredite, nós superamos isso.”

“Isso mesmo.” O médico nos interrompeu “Conversar sobre o que aconteceu pode fazê-la lembrar das coisas.”

“Mesmo?” Richard perguntou.

“Mesmo.” O médico disse “Amanhã mesmo você poderá sair, Brooke. E quem sabe visitar algum lugar que fez parte da sua adolescência? Pode ajudar e muito.”

“Nós iremos.” Richard disse “Tudo para a minha Brooke ficar bem.”

“Bom, então vou deixá-los a sós.” O médico disse saindo.

“Richard?” Eu disse.

“Sim?” Ele respondeu carinhosamente.

“Posso perguntá-lo uma coisa?” Eu o perguntei.

“Claro.” Ele disse mais atencioso ainda.

“Nós namoramos?” Eu o perguntei.

“Na verdade, Brooke...” Ele disse “Nós somos casados.”

Eu fiquei em choque.

Não sabia se era para eu ficar feliz ou triste. Claro que meu sonho sempre foi me casar com Richard Clark, mas não aos 12 anos.

Ta, eu sei que não tenho isso, mas de certa forma é a última coisa que me lembro.

“Você está bem?” Ele me perguntou.

“Claro.” Disse me recuperando “Posso perguntar outra coisa?”

“Claro.” Ele disse.

“Como sofri esse acidente e por quanto tempo estou desacordada?” Eu o perguntei.

“Você bateu com o seu carro em um caminhão.” Ele disse.

Quando ele disse tal coisa, o sonho que tive passou pela minha cabeça. Um caminhão vindo em minha direção e depois tudo um branco...

“E você estava em coma por dois meses.” Ele disse.

“E por que eu sofri o acidente de carro?” Eu o perguntei.

“Porque você estava desatenta?” Ele me perguntou “Eu realmente não sei. Eu não estava com você.”

“Sei.” Disse desconfiada.

“Se lembra de algo?” Ele perguntou.

“Não.” Respondi.

Mas tinha algo por trás desse acidente, agora tudo que me resta fazer é me lembrar de tudo o que aconteceu desde do dia que levei aquele fora de Richard.