Isabella pov

Minha cabeça latejava enquanto assistia um pouco daqueles programas de comédia, que passava no início das noites londrinas. Estiquei meu pé na mesinha baixa que tinha na frente do sofá, e fechei meus olhos com calma. Quando tudo parecia estar perfeito, em silêncio e pura magia, fui atrapalhada por uma mensagem em meu celular. Me recompus, peguei ele em cima da mesinha, e li aquele “Você tem uma nova mensagem” com preguiça.

“Estamos indo para a London Eye, eu Nat e Karla, uma amiga aqui do prédio. Vamos? Giu xx”

Tentei arrumar meu corpo que estava totalmente torto em cima do sofá. Respondi a mensagem.

“Minha cabeça está doendo.. não acho uma boa ideia”

Isabella com dor de cabeça não é uma menina boa. Essa dor chegava a toda hora, e me pegava sempre de surpresa. Sair com as amigas não iria me deixar melhor, essa dor sempre vinha com o seu lado ruim pra cima de mim.

“Não acho uma boa ideia você ficar em casa. Te encontramos em frente da LE daqui 15 minutos, xx”

Bem insistente essa senhora Giullia... tudo bem, às vezes nem é uma má ideia, só que já visitei essa London Eye umas quinhentas mil vezes desde que nasci. Fui para o meu quarto que ficava no mesmo andar que a sala. Morava em casa, e graças ao bom Deus minha casa era térrea. Eu odiava o fato de ter que ficar subindo e descendo aquelas escadas que nem sei por que foram inventadas. Preguiça? Magina. Coloquei apenas uma calça que estava jogada na cama, e permaneci com a minha blusa azul predileta. Passei um batom, e peguei meu celular da mesinha. Me dirigi a porta, fechando a mesma, e colocando minha mão sobre a minha testa, a dor a cada minuto aumentava.

[...]

– Oiiiiiiii meninas! – disse alto quando vi Giullia, Nat e Karla se dirigindo à mim. – Prazer Karla. – respondi, dando um beijo em sua bochecha. Ela era linda, e cheirosa.

– Prazer Isa!

– Isso aqui é maravilhoso!! – Nathalia estava impressionada, e fiz uma cara “isso aqui eu via todo dia”, e as garotas começaram a rir.

– Ah.. é lindo mesmo! – Giu pegou em minha mão, e me puxou para dentro de uma das cabines da roda gigante. – Vamos Karla. – puxou ela também.

Subimos para a segunda cabine que vinha em nossa direção, e sentei ao lado de Karla. Giu e Nat foram dando risadas e ficaram impressionadas a cada movimento da roda gigante. Olhei para o rosto de Karla, que me encarou rindo.

– Elas são umas fofas. Brasileira tem todo o seu jeitinho original de ser. – disse no ouvido de Karla, que compreendeu no mesmo instante o que disse. Voltei o meu olhar às duas garotas, e a aquilo subia cada vez mais alto. Desde pequena moro aqui em Londres, mais vou confessar, essa é apenas a segunda vez que subo nesse negócio, tenho muito medo de altura. Após 15 minutos de sofrimento, a cabine acaba em seu destino, e nos dirigimos para fora.

– A gente podia ir jantar. – disse Nathalia com a mão na barriga.

– Podemos? – perguntou Giullia.

– Por que não? Vamos Isa? – Karla notou que minha cabeça doía, mais o convite não poderia negar. Fiz que sim com a cabeça, e fomos andando até o restaurante que ficava em frente do ponto turístico. Nos dirigimos para uma mesa no canto do local, e pedimos para que o garçom servisse algumas doses de energético, para recompensar tudo isso. Fomos jogando papo fora (aquelas coisas de mulheres) e fui perguntando cada vez mais do Brasil. Elas diziam que o brigadeiro, um doce típico de lá é bem famoso e muito gostoso. Falaram também que os pontos turísticos são variáveis e muito bonitos. Perguntei dos homens brasileiros, e Giullia soltou uma longa risada.

– Olha... não vou dizer que eles não prestam, mais os homens brasileiros são bem safados.

– Não acredito nisso! – parecia que a minha dor de cabeça ia embora ao falar de homem. Coisa boa não?

– Então acredite! As mulheres não são diferentes... poucas se salvam. – disse Nat. Continuamos falando do Brasil, e depois alguns papos da nossa Inglaterra ia tomando conta. Comemos uma porção de batatas, e tomamos um vinho. Depois veio as pizzas, e em seguida a famosa torta holandesa, como eu amava tudo isso. O restaurante ia ficando cada vez mais silencioso, até que uma turma de garotos entra no local. Eram 4, aparentemente com roupas simples, e cabelos não muito organizado. O primeiro entrou correndo, indo em direção do garçom, e pedindo diversas coisas, ele era loirinho e muito muito fofo. O segundo não ligou para isso, mais encarava o local com um olhar bem forte. Na verdade, não vou falar que ele encarou o local por que se não vou estar mentindo... o garoto olhava com muita atenção as garotas que estavam aqui. Um moreno com um topete não muito alto, pediu para que o loiro parasse de pedir muita coisa, se não a conta iria sair alta. Louis, o garçom do Nando’s estava aqui. Lógico que eu conhecia ele... num belo dia, fui almoçar lá e ele foi super carinhoso comigo, tomara que ele não me veja aqui com todos esses garotos se não uma grande algazarra iria sair. O último da turma ia chegando com uma cara de emburrado, parecia estar bravo com esses pivetes que viam jantar e fazer bagunça ao mesmo tempo. Ignorei, e as meninas fizeram o mesmo, menos Nat que não tirava o olho do emburradinho.

– Nat? – Giullia bateu no seu ombro, mais Nathalia só faltava babar diante do garoto.

– Naaaaaaaaaaaaaaaat – berrei alto, e toda atenção do restaurante veio à mim. Olhei para os lados, e vi que o loirinho dava risada da situação, junto com Louis. Karla e Giullia não faziam diferente, mais a filha da mãe da Nathalia ainda estava no transe.

– Nat, acho melhor você atender a garota para não fazer uma algazarra maior. – disse o emburradinho que veio em direção da nossa mesa, e Nathalia sorria enquanto ele falava, ainda em pequeno transe.

– Oi Liam! – sorriu Giu, e tentei fazer o mesmo. Ele sorriu pra mim, e Nat parecia entrar em crise.

– L-i-a-m... – ela sussurrou baixinho. – Oi..

– Oi princesa! Posso me sentar com vocês? – ele disse educadamente, e Karla fez que sim com a cabeça. – Vamos pedir vodka? – perguntou Karla.

– Eu não posso beber! Quer dizer.. não muito! – ele disse tristonho.

– Por-por-que? – os olhos de Nathalia brilhavam a cada palavra de Liam, ela era linda e deixava tão claro a sua paixão à primeira vista que mesmo assim ele não notava.

– Alguns probleminhas de saúde.. Mais vamos beber? – ele chamou o garçom, que logo chegou com uma garrafa de vodka.

– Opa que bebida é comigo mesmo! – um menino de cabelos cacheados ia se aproximando, jogando seu cabelo ao lado e arrumando para o outro, muito estiloso. – Oi garotas! – ele sorriu, e seu sorriso parecia ser maior que um carro, navio ou sei lá o que. Perfeito.

– Harry?? – Liam curvou sua cabeça para o lado direito e deu de cara com Harry.

– Eu mesmo.. e essas são as novatas? – ele sorriu de canto, e apontou para nós.

– Bom, essas duas são. – apontei para Giu e Nat. – Mais eu e Karla já moramos aqui. – esclareci.

– Prazer, Harry! – ele ofereceu sua mão para a nossa, sorrindo sem parar.

Giullia pov

Fomos jantar em um restaurante bastante movimentando por adolescentes, como disse Isabella. Tomamos um pouco de vinho, e após a chegada de Liam na nossa mesa, ele pediu uma garrafa de vodka. Bebemos e conversamos, enquanto Nat apenas babava no garoto. Um pouco depois, um garoto de cabelos cacheados, olhos verdes, e um pouco alto, veio se aproximando da nossa mesa. Meu coração fez BOOM! quando viu aquele menino. Ele era lindo, sorridente e simpático.

– Prazer Harry! – ele disse estendendo sua mão entre a minha, e tentei fazer o mesmo.

– Giullia! – sorri, ele se ofereceu para sentar ao meu lado. Tirei a minha bolsa que estava na cadeira da direita, e ele se sentou. Olhei para Liam que chamava todos os meninos para a nossa mesa, de acordo com o pedido de Karla.

– O que adianta dois vim, e os outros ficarem pra lá. Junta todo mundo! – sorriu Karla, e correspondi, tentando entrar na conversa.

– Olá meninas! – sorriu Zayn que entrava na conversa, arrumando seu cabelo com um mini espelho em sua mão.

– Ele é assim mesmo. – disse Harry rindo.

– Assim como? – perguntou Nat que não parava de olhar para Liam.

– Ele é assim, todo vaidoso! – respondeu Louis chegando mais perto, sentando ao lado de Karla.

Finalmente já sabia o nome dos quatro meninos mais bonitos da Inglaterra. Niall era o comilão, o loirinho que qualquer menina se apaixona logo de cara. Liam é o fofo, cuidadoso e como disse os meninos na conversa “o pai de todos”. Louis era o engraçado, o que gosta de se aparecer sempre brincando. Zayn é o vaidoso de todos, e pelo o que percebi em seu rosto, o mais safado, eu acho. Harry também era safado, mais o Zayn tinha um olhar que me transmitia mais isso. Ah Harry... o garoto dos cabelos encaracolados, alto, olhos totalmente perfeitos e verdes, e ah.. o mais pegador de todos. Tinha que ser bem assim?

– Precisamos ir, Brenda vai brigar com nós se não chegarmos daqui 10 minutos. – disse Niall engolindo rapidamente as duas batatas que estavam em seu prato, bebendo logo em seguida um pouco da vodka que sobrou em seu copo.

– Temos que ir meninas. – Liam beijou cada uma de nós com delicadeza, e chegando na Nat, segurou o seu rosto com as duas mãos, envolvendo elas em sua nuca. Foi apenas um beijo no rosto mais programado, mas para Nathalia era algo de outro mundo.

– Podemos marcar de vocês irem lá em casa. – sorriu Zayn, e olhou com um olhar maliciosa para mim. Confesso que fiquei hipnotizada por aqueles olhares sobre mim, mais logo acordei do transe. Harry veio até mim, envolvendo sua boca até a minha bochecha. “Tchau” – ele sussurrou em meu ouvido. Veio com o nariz em meu pescoço discretamente e me cheirou. “Ótimo perfume” – disse outra vez em meu ouvido, e todos os pelinhos do meu corpo se arrepiaram.

Eles se levantaram da mesa, se despedindo de nós, e Karla foi em direção do caixa pagar o que tínhamos comido e bebido. Peguei minha bolsa, e fomos saindo do restaurante. Isabella que morava na esquina de trás se despediu de nós e saiu andando. Eu, Karla e Nat continuamos seguindo caminho, nas ruas bem iluminadas de Londres, até chegar no condomínio, que estava escuro. Karla morava no andar debaixo de nós, e saiu do elevador alguns segundos antes de nós.

– Liam.... – disse Nat no pequeno transe que ainda estava.

– Har... ah esquece. – abri a porta, e ignorei o que tinha falado antes. Não ia deixar meu coração se entregar para alguém que não abre possibilidades. Não vou fazer com que isso torne realidade, não quero compromisso com alguém que não vai ter. Quero liberdade, ouviu coração? Nada de besteiras, nada de se apaixonar por Harry.

–Haaaaaaaaarry. – debochou Nat.

– Calada. – falei séria.

– Amanha como diz Isabella tem a festa deles, e nós não podemos deixar de ir.

– Vai ter a festa mesmo? Tinha me esquecido. – falei baixo, e me joguei no sofá.

– Foi o que Louis disse. Liam não aprovou a ideia, mais ouvir eles falando baixo que vão fazer escondido.

– Como assim escondido? – perguntei na dúvida, arrancando meu tênis do pé, e jogando no chão.

– Ué Giu, escondido uai.. Liam não vai estar no apartamento, e eles vão dar a festa. – Nat riu, e não aprovei a ideia.

– Não vou em um lugar em que um não aceita a ideia. Prefiro ficar aqui. – joguei minha cabeça para trás, e tentei relaxar.

– Larga de bobeira Giu.... – Nat se aproximou e me abraçou.

– Não posso. – falei sério, e ignorei qualquer possibilidade. Ver Harry iria me causar grandes problemas. Ah, Harry...