POV Bella

— Filha, acorda. – Ouvi algum mosquitinho me chamar? – Bella! Acorda! – Levantei num pulo.

— Já tô acordada. – Falei grogue.

— Vai se arrumar. Lembra que você tem que estar lá às 8 horas? – Puts, esqueci disso.

— Mas mãe... – Tentei argumentar que eu não precisava cuidar de um bando de crianças.

— Sem mais nem menos, Bella. Agora vá tomar um banho e tomar café. – Balancei a cabeça. – Ah, coloque uma roupa apresentável, vou indo querida. Se cuida. – Ela me deu um beijo na testa e saiu.

[...]

 Aff, o ônibus tava lotado, e o gordão ainda ficou olhando para as minhas pernas. Nojento. Coloquei meu óculos escuro e segui o endereço no papel. Parei em frente a casa. Uau. Isso não é uma casa, é uma mansão! Apertei o interfone.

— Quem é? – Disse um carinha.

— É a Isabella Swan, eu vim aqui por causa do emprego de babá.

— Claro, entre.

   POV Edward

 A tal Isabella tinha chego, espero que ela seja qualificada.

— Com licença. – Falou alguém com uma voz encantadora.

— Então você deve ser a Isabella Swan. – Não estou acreditando nisso. A garota estava com uma camisa dos Rolling Stones, um short jeans rasgado em algumas partes, um all´star todo remendado e óculos escuros.

— Só pode ser brincadeira né. – Disse eu.

— Como?

— Nada não. Podemos nos sentar? – Ela concordou.

— Tem alguma experiência com crianças?

— Não. – Já imaginava.

— Tem plano de saúde?

— Tenho. – Bom, isso ela tinha.

— Perfeito. Já pode começar a trabalhar.

— Cadê o pestinha? – Essa aí, chamou meus filhos de pestinhas? Como ela ousa!

— Não são pestinhas. – Era o que eu mesmo queria acreditar. – E eu não tenho só um filho. – Ia ser a parte mais difícil.

— São dois? – Neguei.

— São cinco. – Falei e o seu queixo escancarou.

— Então, cadê eles? – Falou já recuperada da surpresa.

— Crianças, desçam aqui! – Gritei. Eles desceram e ficaram um do lado do outro. – Essa é Maria Laura e tem 15 anos.

— Apenas Laura. – Disse Laura seca.

— Essa pequena aqui é a Sophia, ela tem 8 meses. – Olhei para ela nos braços da Laura. – David de 14 anos, Gabriel e Júlia tem 10 anos. – Terminei de apresentá-los.

— Olá crianças, eu sou Isabella mas podem me chamar de Bella, sou a nova babá de vocês. – Reparei que ela não estava muito feliz com isso.

— Como é? Você vai ser nossa babá? – Falou Laura questionando.

— Pois é... – Respondeu Isabella.

— Moça, você é pobre? – Dá onde Gabriel tirou essa pergunta? Todos riram.

— Não. Por quê?

— Por que você tá com o short rasgado então? – Ah, isso, eu também pensei que ela era pobre.

— Isso não é da sua conta garotinho. – Bella disse fria.

— Ok ok. Bella, vou ter que ir agora, tenho uma reunião marcada. – Falei, já estava mais que atrasado.

— Peraí, você vai me deixar com eles?

— Essa é a sua função. Tchau crianças. – Dei um beijo na testa de cada um. – Se comportem.

[...]

POV Bella

Droga. Edward se foi e eu fiquei aqui com esses pestinhas de novo. Não é preconceito por eles serem crianças, mas tem uma cara de diabinhos.

— Bella, certo? – Perguntou a... Laura! Ela parece ser a chefona desse bando aí.

— Sim. Vocês precisam de algo? – Perguntei.

— Já que você é a nossa babá, pode ficar cuidando da Sophia. – Laura me entregou ela nos braços. – E depois pode fazer nosso almoço. – Epa. Fazer comida não é a minha área.

— Não tem uma cozinheira aqui?

— Temos, mas ela está de folga hoje. – Droga!

— Então vocês podem ir brincando que eu vou preparar o almoço. – Todos correram para cada canto e eu fiquei com a Sophia. Onde é a cozinha aqui? Essa casa é tão grande... Procurei e finalmente achei a cozinha.

— Vamos ver o que temos... – Abri a geladeira e tinha bastante coisas como no armário. Resolvi fazer algo simples, arroz, filé de peixe e uma saladinha.

— Bella! – Me virei e era o Gabriel.

— Sim? Precisa de alguma coisa? – Reparei que os outros estavam atrás da porta, talvez se escondendo.

— Toma. – Ele me entregou uma caixa, não muito pequena e nem muito grande. – Comprei especialmente pra você.

POV Laura

Isso vai ser tão engraçado. Isabella olhou para meu irmão com desconfiança, agradeceu e falou que ia abrir depois. Merda, ela tem que abrir agora!

— Ah não Bella, abre agora.- Quando ela abriu seus olhos se arregalaram e ela deu um grito bem alto. Hahahaha! Cai na gargalhada. A aranha caranguejeira pulou no cabelo dela, acho que de susto. Com isso ri mais ainda.

— Ah! Tira! Tira isso de mim! Ah! – Bella gritava e ao mesmo tempo pulava. Até que a aranha caiu e o Gabriel a pegou e saiu correndo. Entrei na cozinha como se nada tivesse acontecido.

— Está tudo bem Bella? – Perguntei inocentemente, os outros entravam também.

— Seus, seus diabinhos! – Coitada, tava toda descabelada.

— Nós só queríamos nos divertir. – Falei.

— Com esse tipo de brincadeira? Até vocês dois? – Bella falou olhando para o David e a Júlia. – Não imaginava isso de vocês. – Ela só queria me fazer sentir culpada, e isso não vai acontecer. – Bem, eu vou terminar o almoço de vocês. – Como assim só vai terminar o almoço? Ela não vai chorar ou não vai embora?

— Espera, você não vai embora Bella? – Perguntei.

— E por que iria? – Fiquei confusa. – Eu vou ficar, tô precisando muito desse emprego.

[...]

— Er, desculpa Bella. – David falou no almoço. Olhei para ele, não entendi por que ele estava se desculpando.

— É Bella, desculpa nós dois também. – Disse Júlia apontando para ela e o Gabriel. Isabella olhou para mim.

— Se você acha que eu vou me desculpar, eu não vou. – Falei confiante.

— Tudo bem Laura, mas seria bom se você seguisse o exemplo dos seus irmãos. – Seguir exemplo é o caramba.

— Você não manda em mim. – Eu disse.

— Eu sei e agradeço por isso. - Ela sorriu.

— Eu te odeio! – Falei e levantei da mesa. Fui para o meu quarto, se ela queria guerra, é guerra!

(Continua...)