Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 69
A Flechada do Destino


Notas iniciais do capítulo

Yo everyone! Desculpe a demora, problemas na escola. Mas aqui estamos nós ^^
Boa leitura o
*Crônicas das Fadas, partes 2 e 3 postadas. A próxima sai no domingo*
*Ficha da Felicity disponível, ficha do Diego a caminho*
*Notas do 69 chegando*



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O plano de Eriol era afastar Bickslow de Elijah e Nadeshiko para que sua luta não interferisse nas dos amigos. O que não fazia parte de seu plano era ficar cercado por vários brinquedinhos de madeira flutuantes.

– Você é o cara mais fraco que eu já vi – disse Bickslow. Como ele conseguia falar com a língua de fora? – Só o que faz é ficar pulando de um lado para o outro...

O mago arqueiro espiou por trás de Bickslow e sorriu.

– Bem, deu certo. Estamos afastados dos outros.

Seu oponente deu de ombros.

– E o que isso tem a ver?

– Não é óbvio? Agora que estamos longe deles, não podemos mais atrapalhá-los.

– Ah, você estava preocupado com isso? Eu não dou a mínima para eles. Poderia atrapalhá-los com prazer.

Eriol tirou os óculos escuros do rosto e os colocou na cabeça.

– Hein? Olha, eu posso não saber muito sobre sua vida, mas sei que você fazia parte da Raijinshu. Então aquela gata voando ali é sua companheira, e aquele cara marrento é seu líder e o cara que você devia respeitar e proteger, certo?

– Não sei do que você está falando. Não tenho nenhuma companheira. Não devo proteger ou respeitar qualquer pessoa além de mim mesmo.

Eriol torceu para que aquela fosse só uma personalidade distorcida de Bickslow. Se ele fosse realmente assim, então teria muito nojo do veterano. Só esperava que o resto da Raijinshu não fosse nojenta assim.

– Mas o que me interessa agora é você, guri. – O sorriso de Bickslow ficava ainda mais macabro com sua língua para fora. – Eu ainda preciso cuidar de você.

Eriol sorriu com convicção e apontou para cima.

– É, tente.

O veterano olhou na direção indicada. Flechas mágicas posicionavam-se acima deles, cada uma sobre um dos brinquedos de madeira. Eriol apontou para baixo.

Multiple Target Arrows!

As flechas caíram, quebraram todos os brinquedos e fincaram-se no chão. Antes que o oponente pudesse reagir, o mago arqueiro estendeu a mão aberta para trás. Fios mágicos ligaram cada uma das flechas a sua mão e ele as puxou. Uma a uma, elas se ergueram e foram se fundindo até se transformarem numa única e grande flecha pronta para ser lançada em Bickslow.

Great Arrow!

Eriol teria tido certeza de que seu ataque fora sucedido se no meio da fumaça formada não saíssem pedaços de silicone. Quando o “linguarudo” voltou a aparecer, dois manequins estavam cruzados num X o protegendo.

– Não seja tão ingênuo! – Logo, mais cinco bonecos de madeira surgiram do nada, um em cima do outro. – Line Formation!

Eles dispararam um grande raio branco e Eriol, sem muitas saídas, se protegeu com os braços. Mas o raio não chegou até ele. Quando um rapaz abriu os olhos, uma de suas estátuas gigantes de anjo se posicionava protetoramente a sua frente.

– Bem na hora, parceiro.

– Então você também tem seus próprios brinquedos, hein?

Eriol deu a volta no anjo para poder encarar o adversário.

– Esse carinha aqui não é um brinquedo. É minha maior defesa e meu maior ataque. Você não tem chances contra ele!

O sorriso macabro voltou ao rosto de Bickslow.

– E será que você tem chances contra ele?

O de óculos escuros não entendeu até ouvir sua estátua tremer. Olhou para cima e viu que os olhos desenhados no rosto do grande anjo brilhavam. O brilho branco era o mesmo que havia aparecido nos olhos dos bonecos de madeira antes de eles dispararem o raio, o que motivou a garoto a sair de perto o mais rápido que pôde.

Um círculo mágico se formou diante da cabeça do anjo seguido de uma grande tridente que foi girando na direção de Eriol. Este precisou pular para o chão para se esquivar das três pontas afiadas. Antes que pudesse se recompor, porém, um machado foi confeccionado pelo anjo e jogado em sua direção.

Eriol agiu antes de pensar. Estendeu a mão e agarrou o fio mágico que surgia ali para logo depois dar-lhe um puxão. O fio, mais forte do que aparentava ser, o puxou do chão e o levou para cima, longe do alcance do machado. Eriol girou no ar para pisar no cabo do enorme machado, só para em seguida estender a outra mão, puxar outro fio e seu puxado para o ombro do anjo gigante. Lá embaixo a arma acabava de se chocar com o chão e o rapaz ficou impressionado com a velocidade de executar a operação.

O machado ergueu tanta poeira e pedras que foi capaz de esconder Eriol. Por isso, não se espantou muito quando Bickslow gritou:

– E no final das contas você não deu nem pro gasto! Maldito guri, desperdiçando meu tempo...

O arqueiro esperou a cortina de poeira baixar um pouco para retrucar:

– Você deveria tirar essa máscara da cara, linguarudo! Está limitando sua visão!

Bickslow olhou para cima e enfim o encontrou. Eriol manteve o sorriso convencido, ainda que o homem lá embaixo parecesse indiferente à sua sobrevivência. Demorou um pouco para dizer bem sério:

– Então você ainda está aí?

– O que deu em você? Por acaso é bipolar? – Eriol apoiou uma mão na cabeça do anjo e fez um gesto com a outra indicando que estava deixando esse assunto de lado. – Tá, não interessa. O que importa mesmo é que você quebrou a cara. O anjinho aqui continua estando sob meu poder e de mais ninguém.

Os olhos da estátua voltaram ao normal e Bickslow continuou aparentemente indiferente com isso. Só que Eriol não ligou para isso e continuou sua exibição pulando drasticamente para frente. Uma enorme lança foi confeccionada abaixo de seus pés e ele se equilibrou em seu cabo enquanto a lâmina descia velozmente com o objetivo de cortar Bickslow.

– Você é tão ingênuo que me dá nervoso.

Mais brinquedos se materializaram diante de Bickslow e se juntaram num pentágono, girando até formarem uma ventania ao seu redor e começarem a brilhar. O vento foi tão forte que fez a lança diminuir a velocidade.

Baryon Formation!

Do espaço entre os brinquedos um raio negro, enorme e assustador foi disparado. Eriol engoliu em seco, recolocou os óculos escuros e agiu desesperadamente: correu na direção do raio, percorrendo todo o comprido cabo da lança de seu anjo de pedra.

Era aterrorizante ver o raio prestes a atingi-lo e provavelmente matá-lo, mas Eriol ocupou sua mente apenas com a ideia de que o que fizesse ali poderia salvar seus companheiros. Isso não deixava a situação menos tensa, mas já acrescentava alguns pontos em sua determinação. Assim, quando o raio estava mais próximo e o resto da lança a sua frente já tinha sido desintegrado, o arqueiro pulou o mais alto que pôde.

O raio negro passou por baixo de si e raspou em suas pernas e pés. Mas não parou. Criou uma flecha grande e brilhante a sua frente, recuou o braço e a socou na direção do adversário. Ficou mais tranquilo quando viu que seu ataque fora bem sucedido e que o raio mortal já cedia.

Só voltou a ficar nervoso ao notar que continuava caindo e que ainda havia muitos metros entre ele e o chão. Eriol fechou os olhos com força. Ainda teve a preocupação de segurar os óculos. Já começava a se espernear inutilmente no ar quando sentiu que tinha parado.

Ainda segurando seus óculos, abriu os olhos e olhou para cima. Sua camisa negra estava pendurada num dos dedos de um de seus anjos de pedra.

– Ei, vocês estão bem teimosos hoje. Quando foi que eu os invoquei? Bem, obrigado.

Tirou os óculos. Mais anjos se encontravam ao lado deste que o segurava.

Eriol se esforçou para se puxar para cima. Já seguro sobre a mão do anjo, examinou suas pernas. A dor só veio quando ele viu as marcas de queimadura. Contudo, sabia que seria bem pior se estivesse de bermuda.

– Deus, obrigado por me dar calças. Caramba. Nunca usarei nada além de calças.

Respirou fundo algumas dezenas de vezes antes de ouvir a voz a sua frente:

– Vai ficar o tempo todo aqui em cima?

Eriol ergueu lentamente o olhar. Bickslow estava bem diante dele, aparentemente intacto, sustentado por brinquedos que flutuavam aos seus pés. Os dois se encararam silenciosamente até o arqueiro falar:

– Qual o problema? Tem medo de altura?

– Estou aqui, não estou?

– Nunca se sabe. Com essa coisa no rosto você pode não estar vendo a altura em que estamos.

Bickslow abriu um sorriso nem um pouco amigável.

– Acho que tem razão. Talvez eu devesse tirar isso...

O homem levou a mão ao rosto e retirou a máscara. Seus olhos estavam fechados. Prosseguiu, abaixando o capuz. Uma tatuagem negra se estendia no meio de seu rosto. Seus cabelos eram pretos e brancos, as mesmas cores que preenchiam seu corpo e roupas. Então ele abriu os olhos juntamente de um largo e perverso sorriso. Seus olhos brilharam intensamente, um brilho de cegar que obriga qualquer um que esteja por perto a fechar os olhos.

Mas Eriol não os fechou. Ao invés disso, os arregalou, soltou os óculos e se levantou.

– Você é muito estúpido! Sua alma será minha se continuar assim!

– Caramba... Isso é tão... Óbvio! – Eriol riu. – “Sua alma será minha”? Fala sério! Você mal consegue segurar a que já tá possuindo!

Bickslow ficou claramente nervoso.

– Do que você está falando?

– E você teve a ideia brilhante de usar a única magia que poderia te desmascarar – prosseguiu o arqueiro. – Fica tão claro assim... É só uma ilusão. Essa luz toda não é real. É apenas uma escuridão disfarçada. E no escuro, você não fecha os olhos. – Eriol estendeu a mão para criar uma flecha mágica a sua frente. –Você os deixa bem abertos até encontrar algo que ilumine.

O sorriso de seu inimigo voltou aos poucos.

– E você acha que vai me deter com essa flecha miserável?

– Que absurdo! É claro que não. Só acho que posso usá-la para atrair as outras.

– Outras...?

Bickslow olhou ao seu redor. Diante de cada uma das estátuas havia uma flecha, todas se virando em sua direção. A flecha a frente de Eriol tremia até que ele a soltou. As outras foram disparadas ao mesmo tempo. Por um breve momento de ingenuidade, Eriol vibrou internamente de alegria, já comemorando sua vitória. Bastaram alguns segundos, porém, para essa alegria ser desmanchada.

– Não seja tão idiota. A escuridão é forte demais para ser extinta com algo assim.

Eriol não teve tempo de pensar ou reagir. Logo mais brinquedos de madeira apareceram bem a sua frente e formaram mais um pentágono. Dessa vez eles pareceram ser feitos puramente das trevas ao redor do corpo ainda mais negro de Bickslow. Deste só podia ver um dos olhos, que emitia um estranho brilho branco que o destacava da cortina de fumaça.

Zero Distance Baryon Formation.

Eriol teve apenas um breve vislumbre do raio agora negro antes de receber o impacto deste em seu corpo. Sentiu um grito passando por sua garganta, mas não o ouviu. Dessa vez, cada parte de si queimou e ele deixou de sentir a mão gigante de pedra o apoiando. Demoraram aparentemente vários e longos minutos para que ele voltasse a sentir o chão aos seus pés, mas da pior forma possível. Seu corpo quicou no chão e rolou por alguns metros até que tudo parasse. Eriol se assustou quando percebeu a dificuldade que tinha em abrir os olhos.

Não demorou muito para os passos de Bickslow se destacaram entre os zumbidos que ouvia. Seu inimigo começou a chutá-lo em todas as partes do corpo. Depois de certo tempo, Eriol notou que estava tão ferido que até sua sensibilidade ia embora e os chutes de Bickslow se tornavam apenas ecos em seu corpo vazio.

– Você é tão fraco que me deixa triste – o rapaz conseguiu ouvi-lo dizendo. – Vamos. Levante-se! Não tem graça alguma te matar assim.

Mas Eriol só conseguia pensar em sua casa, no motivo de ter saído dela e de ter decidido entrar justamente na Fairy Tail, dentre tantas guildas. As imagens de um passado nem tão distante simplesmente pipocavam em sua cabeça e o arqueiro se agarrava a elas, mesmo sem saber o porquê de elas aparecerem logo nesse momento. O dia de sua partida, de sua promessa, o dia que antecedeu aquele em que encontrou seu novo lar...

“Promessa”. Então, entendeu.

–--

Fiore, X849, meses atrás

– Você tem mesmo que ir?

O sol nascia na pequena cidade próxima a Magnolia. Um dia inteiro o esperava, tempo o suficiente para chegar ao destino que escolheu. Naquele dia estaria indo atrás de uma vida nova.

– Tenho, mãe. É o meu destino. Eu quero ficar mais forte, treinar minha magia e ainda mostrar para esses babacões da vizinhança que eles estão totalmente errados.

– Você não tem que provar nada a ninguém, querido. E de qualquer forma pode treinar aqui mesmo...

– Não! Não teria graça se todos pudessem ver minha evolução. Quero que seja uma surpresa, uma grande exibição do grande Eriol. – Ele abriu o sorriso mais confiante que tinha. – Seu pequeno travesso vai crescer de verdade.

Um silêncio melancólico se estabeleceu entre eles. Até sua mãe tornar a questionar:

– E porque a Fairy Tail? Com tantas guildas espalhadas pelo reino, por que logo essa?

Eriol riu com a pergunta.

– Você nunca ouviu o que as pessoas dizem sobre a Fairy Tail? Parece ser bem divertida. E é a minha cara! – Ele olhou para cima, sonhador. – Essa guilda me atrai mais do que qualquer outra, mamãe. Fico alegre só pensar em como será quando entrar nela. É como se eu já estivesse destinado a ir pra lá.

A senhora Kimihiro olhou ternamente para o filho e conseguiu abrir um pequeno sorriso triste.

– É isso mesmo o que você quer?

– Pode apostar que é.

Ela se aproximou e pôs a mão em seu rosto. Eriol a segurou e sorriu mais carinhosamente dessa vez.

– Então... Acho que não posso fazer nada além de desejar que você tenha sucesso em seu objetivo. Mas volte logo, ouviu? Não quero ficar muito tempo longe do meu pequeno travesso.

Com os olhos marejados, Eriol abriu mais ainda seu sorriso. Limpou os olhos com a manga da blusa e colocou os óculos escuros.

– Voltarei logo e muito mais forte. É uma promessa. A senhora ficará orgulhosa de mim.

Beijou a testa da mãe e se virou, esforçando-se para não cair no choro até atravessar os limites da pequena cidade.

–---

Bickslow continuava a chutá-lo e a chamá-lo de fraco sem parar. Eriol tinha acabado de despertar de seu rápido devaneio quando percebeu que isso já era constante. Mas estava começando a se cansar disso.

Com esforço, abriu os olhos. A primeira coisa que viu foi que as lentes de seus óculos, levados ao chão com a força do raio, estavam totalmente espatifadas. Depois, ergueu um pouco mais o olhar para ver Bickslow. Ele continuava a chutá-lo insistentemente e ria de forma lunática. Eriol sentia que seu corpo estava morto, mas por dentro uma raiva incontrolável tomou subitamente conta dele. Quando seu adversário estendeu a perna para mais um chute, o arqueiro fez uma força sobrenatural para levantar o braço e segurá-la. A risada do novamente mascarado foi imediatamente interrompida e ele puxou a perna para livrá-la da mão do caído.

– Como você ainda consegue se mexer? Bem, não importa. Não vai ser por muito tempo. Você está muito...

– Fraco? – Seu rosto doeu até com o sorriso que deu, mas fez questão de não deixar isso transparecer. – Na verdade agora eu estou bem nervoso, e o pessoal da nossa guilda costuma ficar bem mais forte nessas horas.

Eriol não soube exatamente como, mas conseguiu erguer o seu tronco e ainda manter o sorriso.

– A questão é que eu prometi que seria forte sempre. Então não entre no meu caminho.

O rapaz mesmo demorou a perceber o que acontecia. Bickslow de repente desviou o olhar para um ponto acima do seu oponente no mesmo instante em que uma rajada de vento balançava as roupas e os cabelos do mesmo. Eriol estendeu o braço para executar mais uma vez sua magia. Atrás dele, nem precisava olhar para saber, uma estátua de anjo de pedra ainda maior e mais intimidante que as outras flutuava. Sabia também, pelo brilho sobre sua cabeça, que ela já criava uma flecha muito maior do a que ele tinha a sua frente. E sem esperar pela reação de Bickslow, lançou.

Angel Final.

Um grande estrondo, um grito de origem desconhecida, e tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

No próximo... (narrado por Nadeshiko)
Eu nunca tinha enfrentado ninguém no ar. É difícil, mas por sorte o Neko consegue me estabilizar por enquanto.
Evergreen-san é mais forte do que eu esperava. Mas se eu perder aqui, ela vai atacar Elijah-kun, Eriol-kun e todos os outros. Tenho que resistir. E, principalmente, tenho que confiar que tenho pessoas mais próximas de mim do que posso ver.
Não perca o próximo!
"Os Dois Lados"
Soreha, sayounará!



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