Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 61
Os Dois Dragões


Notas iniciais do capítulo

Yo minna! Aqui está o novo capítulo. Bom proveito!



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Ao mesmo tempo em que Nick estava preocupado com seus amigos, ele mesmo estava espantado demais para dizer qualquer coisa. Tudo tinha acontecido rápido demais. Nem parecia que ele e Yuri estavam tendo uma luta amistosa uma hora atrás, com a maioria de seus companheiros vibrando de alegria e excitação.

E agora, sem nenhum aviso prévio, eles estavam diante dos magos da Fairy Tail do ano de X791. Lá estavam os jovens Natsu, Happy, Lucy, Gray, Juvia, Erza, Gajeel, Wendy, Levy, Mirajane, Laxus, Romeo... Todos aqueles que tanto Nick quanto seus amigos sempre admiraram e dos quais ouviram tantas histórias. E que agora eram seus adversários.

Nicolas sabia que isso era muito mais difícil para quem os conhecera pessoalmente e tinha relações de sangue ou afetivas com eles, como Ace, Aiko e Felicity. Mas para ele a ideia de ter que confrontar Gray era totalmente insuportável. Ele era seu ídolo desde a primeira vez que ouvira falar dele, quando ainda estava na Pegasus. Gray havia sido um dos motivos para o garoto ir para a Fairy Tail; queria ser tão forte quanto ele. Só não esperava que isso significasse que teria de lutar contra ele algum dia.

Olhou para Aiko. Ela cobria a boca com as mãos para impedir os soluços, mas não podia esconder o choro. Fel tremia enquanto mordia o lábio inferior, assustada. Elijah parecia olhar fixamente para Laxus. Mas o pior parecia ser Ace. Nick podia senti-lo tremer, e quando virou o rosto para o amigo, viu que a raiva em seu rosto. Ainda assim, o Dragon Slayer chorava.

Os outros também estavam nervosos demais enquanto viam magos que admiravam e tentavam digerir essa ideia absurda. Isso acabou resultando num silêncio geral. Depois de algum tempo, Makarov voltou a falar.

– Meus magos se espalharão por toda Magnolia. Vocês deverão procurar por eles, e se ousarem enfrentá-los, deverão propor o desafio. Se eles aceitarem, seus nomes serão automaticamente acrescentados no quadro ao lado do mago contra o qual estão lutando.

Então, um grande quadro surgiu atrás do estranho grupo, flutuando sobre suas cabeças. Nele estavam escritos os nomes de todos os magos da antiga Fairy Tail, exceto o de Makarov.

– As runas que Freed criou impedem a participação de qualquer mago que não possua a marca da Fairy Tail. Quem tentar quebrar as regras arcará com as consequências! – O antigo Mestre ergueu a mão novamente. – Tudo explicado, comecemos a batalha!

– Espera! – Gritou Aiko.

Não adiantou. Todos os magos de X791 sumiram num instante, espalhando-se por toda a cidade.

Ojii-chan... Obaa-chan...

Ruby, Saphire e Bianca logo foram confortar a amiga. Koichi ficou ao lado do trio. Aiko já era incapaz de conter os soluços.

– Isso é ridículo! – Reclamou Ankamy. – Nós também deveríamos poder ajudar!

– Isso é entre eles – Satoshi tentou acalmá-la. – Não há nada que possamos fazer.

– Não. Tem que ter uma solução – insistiu Hiromi.

– Todos vocês, sosseguem! – Naoto exclamou. – Vocês o ouviram: é a Batalha das Fadas. Só o que podemos fazer é torcer por eles.

Ninguém queria aceitar isso. O silêncio voltou até Taylor tomar novamente a palavra, com a cabeça abaixada.

– O que vocês estão esperando?! Vão! – Esbravejou. – Todo o nosso país está em jogo!

O primeiro a se mover foi Ace. Ignorou completamente a dor nas costas e se soltou de Nick, farejando o ar. Então, chamou Lucky e o Exceed o segurou pelas costas, levando o rapaz para o caminho que ele indicava.

Isso serviu para despertar os outros. Luke agarrou o braço de Fel e correu com ela. Gabriel desejou boa sorte a Diego e Eriol – que soltou um grito de empolgação, provavelmente querendo animar a todos e a si mesmo – quando eles começaram a correr. Dante, Ammy e Marry saíram juntos. Caíque deu um grito de incentivo para Mortis e ela saiu acompanhada por Yui e Mia. Elijah correu mais rápido do que nunca, chegando a deixar alguns relâmpagos pelo caminho. Deivid murmurou algo no ouvido de Nadeshiko, que lhe deu um sorriso e saiu voando com Neko. Sasha e Berry trocaram soquinhos antes de correrem em direções opostas.

Nick já ia acompanhá-los quando Aiko puxou a manga de sua camisa para chamar-lhe a atenção.

– Nick... Se meu avô é mesmo seu ídolo como você disse, você tem que ir atrás dele! Você tem que libertá-lo!

O loiro assentiu, lembrando-se da confissão que fizera a Aiko antes de todos partirem para a missão das Light Guilds. Eu sou um grande fã de seu avô, sussurrara em seu ouvido. A tarefa de derrotar Gray era sua.

– Certo. Eu vou procurá-lo e...

– Tudo bem. Acho que eu sei onde ele está.

Aiko sussurrou seu palpite no ouvido do amigo. Nick assentiu e prometeu que o derrotaria. Antes de sair, Yume apertou sua mão e sorriu para o amado antes de seguir seu próprio rumo.

Aquele simples gesto lhe deu forças para encarar o que tinha pela frente.

. . .

Ao mesmo tempo em que queria muito ver sua avó, Ace sabia que o único que poderia enfrentar seu avô era ele. Ele o derrotaria e libertaria o verdadeiro Natsu; aquele que vira antes definitivamente não era ele. O Natsu que ele conhecia jamais esboçaria um sorriso cruel como aquele, jamais participaria de algo que poderia levar à destruição de seu país. Isso não estava certo.

– Mais rápido, Lucky.

– Aye... Mas você está bem, Ace?

Ele não respondeu.

Quanto mais se aproximavam do local que Ace indicara, mais forte ficava o cheiro de seu avô.

–--

Ace ainda se lembrava de quando sua mão contou que seu pai ainda cuidava da antiga casa de seu avô por uns tempos, já que ele, Jade, Natsu e Lucy haviam morado ali por anos. Quando Natsu e Lucy morreram, Aaron começou a ir até lá frequentemente. Ele só parou quando Jade o repreendeu, dizendo que ele deveria parar de se esconder e ser forte por sua família. Agora estava claro que Aaron nunca havia voltado ali depois daquilo.

Se isso adiantou alguma coisa na época, seu pai provavelmente ficaria desapontado em ver que seu trabalho não tinha adiantado muita coisa no final das contas. A velha casa na floresta estava ainda mais caída do que Ace se lembrava. A placa no formato de cara de gato com os nomes dos moradores estava no chão e desgastada, embora ainda fosse possível ler os nomes ali escritos com tinta vermelha. “Natsu & Happy” estavam em letras maiores, uma vez que a placa estava ali desde que os dois moravam sozinhos. Logo abaixo vinha em letras menores: “& Lucy & Jade & Aaron”. Ace não pôde deixar de sorrir.

Mas seu sorriso se desfez assim que avistou seu avô. O jovem Natsu estava recostado à parede da casa, o rosto sem nenhuma expressão. Happy flutuava ao seu lado.

Agradecendo mentalmente por Lucky estar ali para lhe dar apoio, Ace avançou.

– Você chegou rápido – disse Natsu ainda sem expressão.

Ojii-chan – Ace suspirou.

Natsu riu com escárnio. Aquilo não era de seu feitio. Além disso, agora que o rapaz reparava bem, havia uma aura sombria contornando seu corpo, tal como o de Happy.

– Não sou avô de ninguém.

– Você... Não me conhece?

– Não. Mas você é parecido demais comigo. Quem é você?

– Sou seu neto, Ace Dragneel!

Natsu balançou a cabeça.

– Como posso ser avô sem ao menos ter filhos? Não diga besteiras.

Um calafrio percorreu o corpo do atual Dragon Slayer do Fogo.

– Espera... Você não se lembra? Você se casou com Lucy Heartfilia e os dois tiveram dois filhos, Aaron e Jade! Aaron se casou com Katie e eles te deram netos, eu e Jet! Como você pode não se lembrar de nada disso?!

– Escuta aqui, moleque. – O tom de voz de Natsu ficou mais ameaçador do que deveria. – Eu não tenho netos. Não tenho filhos. Não sei quem é essa Luigi. Sou Natsu Dragneel, o Dragon Slayer do Fogo, e por algum motivo tenho essa marca no ombro. – Ele apontou para sua marca da Fairy Tail. – Essa coisa me incomoda...

Ace trincou os dentes.

– Você não é o Natsu.

– Acabei de dizer que sou.

– Não, não é! – Esbravejou Ace. – Natsu Dragneel nunca diria que a marca de sua guilda é um incômodo. Nunca se esqueceria de sua família. E, principalmente, jamais se esqueceria da pessoa que mais amou na vida!

De repente, um sorriso desafiador surgiu em seu rosto enquanto as chamas cobriam seus punhos.

– E se você não é meu avô, quer dizer que eu posso te dar uma surra. – Apontou para Natsu. – Eu te desafio!

Natsu sorriu daquela forma cruel e também ativou suas chamas, agora brancas com contorno preto.

– Eu aceito. Agora você está falando a minha língua.

Juntos, bateram um punho contra o outro e gritaram:

– Agora estou empolgado!

. . .

Hiromi estava inquieto. Todos estavam. Em um momento estavam todos festejando, e de repente uma batalha absurda foi iniciada. Era tudo muito bizarro.

Olhou ao redor. Ankamy andava em círculos, ansiosa. Ruby e Saphire estavam sentadas lado a lado, cochichando entre si. Agora era Koichi quem abraçava Aiko e tentava acalmá-la. Bianca examinava as runas. Daisuke batia os pés de agitação. Satoshi estava sentado mais perto do prédio da Fairy Tail, segurando uma de suas espadas horizontalmente; devia estar conversando com o tal Mathias. Deivid parecia nervoso, embora não falasse muito. Gabriel olhava para os lados como se esperasse que o irmão voltasse a qualquer momento. Yano conversava com os Mestres Naoto, Kevin e Taylor.

E ainda havia o pessoal da Blue Pegasus. Yuri estava sentado de pernas cruzadas e batucava os dedos no queixo, com uma expressão pensativa. Natasha estava ao seu lado com Kay no colo, olhando para o primo como se esperasse que ele achasse a solução para isso de uma hora para outra. Willy não conseguia ficar parado. Hearther continuava frustrada por não ter conseguido falar com Nicolas antes de ele partir para desafiar alguém.

Hiromi estava preocupado com eles, mas o motivo de sua inquietação era Akane. Depois da missão das Light Guilds, sua namorada voltou para sua vila natal, prometendo que quando ficasse mais forte se juntaria a Eletro Magic. Se eles perdessem, Hiromi poderia nunca mais vê-la. Precisava raciocinar rápido para achar um jeito de acabar com aquela batalha maluca, ou ao menos ajudar seus aliados.

Então, viu Nyra. Sua companheira de guilda olhava para o céu noturno enquanto mexia nervosamente no pingente em seu pescoço.

– Está tudo bem? – Ele a perguntou.

Nyra encarou o amigo, mas demorou alguns segundos para falar algo. Parecia preocupada com algo.

– Estou com sensação estranha. Pode me ajudar, Hiromi?

Antes que ele pudesse responder, a garota o puxou pelo braço e correu.

. . .

– Luke.

O ruivo parou e olhou para Fel.

– Você não está procurando uma batalha, está? Só está me levando para fora da cidade.

Luke olhou para os pés e Felicity suspirou. As mãos do rapaz tinham feito uma marca no braço da garota por causa de todos aqueles minutos puxando-a para os limites da cidade. Fel sabia que ele queria seu bem, e ela também não queria confrontar Levy ou Gajeel ou qualquer outro mago da antiga Fairy Tail, mas não era certo fazer isso.

– Entendo suas intenções. Mas não pode fazer isso. E se isso acabar nos levando à derrota? E se for considerado como desistência? Luke, eu não posso fugir e botar Fiore em risco.

Ele coçou a cabeça, ainda de cabeça baixa.

– Desculpe, Fel. Eu devia saber que você não aceitaria algo assim. É só que... Eu vi como você ficou e fiquei preocupado.

Felicity sorriu e se aproximou do amigo, erguendo seu queixo delicadamente.

– Eu sei. Fiquei paralisada. Mas eu não posso fugir da luta e deixar todo mundo lutando, entende? Eu tenho que lutar também.

Luke lhe devolveu seu sorriso.

– Certo. Desculpe. Então vamos...

Antes de terminar a fala, Luke olhou rapidamente para o lado e se jogou no chão com Fel. Várias fagulhas de metal passaram sobre suas cabeças.

Os dois se levantaram com cuidado e se voltaram para o lado de onde veio o ataque. Fel sentia seu coração batendo como se tivesse corrido uma maratona. Sabia que só havia um mago da antiga Fairy Tail que poderia fazer uma magia daquelas.

– Bom reflexo. Mas por quanto tempo conseguirá se esquivar?

Ela quase desejou não reconhecer aquela voz.

– Ei! Pensei que não pudéssemos nos atacar até o desafio ser aceito! – Reclamou Luke.

– Quem liga para as regras?

Fel e Luke se viraram para trás, de onde vinha a outra voz. Felicity a conhecia também, mas nunca imaginou que ela diria algo assim.

– Luke – ela sussurrou. – São eles.

– O que você quer fazer?

A garota engoliu em seco. Já estava decidido.

– Vou ficar e lutar.

– Beleza. Mas não vou deixá-la sozinha. – Em seguida, gritou: – Já sabemos quem são vocês! Apareçam!

De um lado saiu um homem de cabelos compridos e vários piercings no rosto, além de um sorriso maldoso. Fel sabia bem que aquele sorriso sempre o pertencera.

Do outro lado saiu uma moça com um arco nos cabelos e uma caneta na mão. Seu sorriso não era mais aquele meigo que tanto confortara Felicity em seus primeiros dias em Fiore; agora estava repleto de maldade.

– Mama. Papa...

– Está falando com a gente? – Perguntou Levy.

– Eu não sou papa de ninguém! – Falou Gajeel.

Fel mordeu o lábio inferior novamente. Por mais que fosse doloroso ver Levy e Gajeel não se lembrarem dela, tinha que aguentar firme e fazer sua parte. Então, olhou para Luke. Este se virou para o Dragon Slayer e deu alguns passos para frente, deixando apenas Fel de frente para a usuária de Solid Script.

– Vocês vão ter que se lembrar – ela murmurou.

Juntos, cada um apontou para seu alvo e gritaram.

– Eu te desafio!

. . .

Enquanto corria, Elijah se lembrava de cada palavra dita por seu irmão na última vez que o vira. Afinal, o Malik o chamara de Dreyar. Mas como Elijah poderia ter qualquer parentesco com Laxus e Makarov?

Quando viu Laxus ali, não pôde deixar de pensar nisso e sair a sua procura depois. Queria respostas e algo lhe dizia que as obteria se lutasse com seu suposto pai. Em nenhum momento parou para pensar que todos estavam estranhos demais para serem eles mesmos, ou que Laxus não se lembraria de nenhum filho estando em sua forma jovem. Mas não deu tempo para reconsiderar. Afinal, ele já estava ali.

Laxus estava parado na rua por onde a Fairy Tail desfilava todos os anos. Estava sozinho, de costas para Elijah. O azulado ficou nervoso; precisou respirar fundo e expirar várias vezes até conseguir dizer algo.

–... Laxus?

O Dragon Slayer se virou para ele e abriu aquele sorriso estranho.

– Ótimo. Estava ansioso por uma batalha.

– Antes, eu preciso te perguntar uma coisa – falou Elijah. – Você... Você teve um filho e precisou dá-lo para outro casal?

Laxus desfez o sorriso e franziu as sobrancelhas.

– Filho? Eu nem tenho esposa. Fedelho, se você veio aqui para falar asneiras, pode dar meia-volta.

Elijah balançou a cabeça. Devia saber que ele não se lembraria.

– Sinto muito, mas eu tenho que lutar contra alguém. E já que estou aqui...

Ele estava prestes a propor o desafio quando ouviu um barulho. Olhou para o lado; um sujeito com uma máscara lhe cobrindo os olhos e alguns brinquedos voando ao seu redor era jogado no chão. Quando conseguiu se levantar, a flecha mágica em seu ombro se desfez.

– E aí, Elijah! – Eriol o cumprimentou. Ele não devia estar com Diego? – Podemos explicar.

O azulado nem precisou perguntar o que ele queria dizer com “podemos”; no instante seguinte avistou Nadeshiko no céu, sendo carregada por Neko, lutando contra uma moça usando um vestido sedutor e óculos. Esta voava com a ajuda de asas de fada.

– Expliquem depois! – Gritou Elijah. – Por enquanto, só me dêem cobertura!

– Pode deixar! – Nadeshiko e Neko responderam lá de cima.

– Ótimo! Nova Raijinshu, avante! – Incentivou Eriol.

Elijah já ia comentar que eles precisavam de mais um membro para se tornarem a “nova Raijinshu”, mas decidiu ignorar isso por ora. Mais animado, apontou para Laxus.

– Eu te desafio!

– Aproveite bem seu último suspiro, verme – Laxus falou enquanto invocava seus relâmpagos brancos de contorno negro.

Elijah também invocou os seus e avançou.

. . .

Mia tinha que manter a calma, principalmente agora que estava separada de Yui e Mortis. Não sabia quem acabaria encontrado, mas teria que lutar, fosse quem fosse. Mia precisava se concentrar em dar seu melhor para proteger seus amigos, sua cidade, seu país... E Dylan.

Parou de correr. Droga, tinha que parar de pensar em Dylan por ora. Se ela se preocupasse demais com o irmão agora acabaria perdendo o foco. Então, tentou pensar na festa que todos com certeza fariam ao final daquela batalha maluca, em como seria quando seu irmão voltasse para o lado do bem. Certo. Isso melhorava um pouco as coisas.

Mas quando se acalmou já era um pouco tarde demais, tanto que ela só notou a carta aos seus pés quando esta explodiu.

. . .

A colisão do punho flamejante de Ace com o de Natsu fez um rachado aparecer no chão, a neve ao redor derreter e seus cabelos e roupas se agitarem com a força do impacto.

– Como você pode usar o Karyuu no Tekken? – Indagou Natsu.

– Eu já vou fazer você lembrar!

Com o outro punho, socou seu suposto avô bem no meio do rosto. Mas Natsu nem sentiu; permaneceu de pé sem mexer um músculo, até se encobrir de chamas brancas. Ace retornou seu punho imediatamente; não sabia se era o poder normal de Natsu ou se sua força fora aumentada, mas as chamas estavam quentes demais.

– Ainda falta muito para chegar ao meu nível, novato.

Então, todas as chamas em seu corpo se concentraram em seu cotovelo, espalhando um pouco pelo braço devido ao volume destas. Ace não teve reação; simplesmente se deixou ser acertado pelo golpe de Natsu.

Karyuu no Enchu!

Ace voou até bater com tudo no chão, quicando até enfim para de costas. Lucky fez menção de ajudá-lo, mas Happy foi logo impedi-lo, iniciando uma luta aérea entre os dois Exceeds.

O atual Dragon Slayer se sentia um total incompetente. Não era ele quem estava tão furioso a ponto de sair voando atrás de seu avô? Que o desafiara prometendo lhe dar uma surra? Como podia estar tão acabado depois de ser atingido por apenas um golpe? Não. Não podia deixar isso acabar assim.

Ignorando a dor no corpo inteiro, Ace se levantou. Reparou que Lucky tentava afastar Happy o máximo possível para que ele não acabasse interferindo na luta ajudando Natsu, e lhe agradeceu mentalmente por isso. O antigo mago da Fairy Tail, por sua vez, continuava parado no mesmo lugar. Sua expressão de tédio chegava a ser irritante.

– Ah, você continua de pé? Que saco. Como pode preferir morrer a desistir?

Furioso, Ace avançou o mais rápido que pôde. Sentiu suas chamas crescendo dentro de sua boca, deixando brasas pelo ar. E então, investiu.

Karyuu no Kiba!

O rapaz de cabelos prateados foi parar atrás de Natsu. Antes que este pudesse se virar, gemeu de dor e levou a mão ao ombro. Ace não esperou; deixou as chamas se espalharem por seus braços e os agitou, disparando o fogo em seguida.

Karyuu no Yokugeki!

A neve e a fumaça se levantaram de tal forma que bloquearam completamente a visão de Ace. Por isso, ele não viu Natsu se aproximando até que sua mão surgiu em seu campo de visão, o agarrando pela camisa.

– Você realmente acha que vai conseguir me derrotar com essa chama fraca? Deixa eu te mostrar o que é fogo de verdade! Karyuu no Akugeki!

Natsu cobriu seu punho livre com suas chamas brancas e iniciou uma série de socos consecutivos em Ace, causando pequenas explosões ao seu redor. Finalmente desferiu o último soco, lançando Ace para trás com uma explosão ainda maior. O rapaz estatelou as costas na parede da antiga casa de seu avô.

– Isso... Ainda não é motivo para desistir.

Natsu franziu as sobrancelhas.

– Por que você continua se levantando?

– Porque meu avô uma vez me disse que devemos sempre proteger nossos amigos, mesmo que isso acabe com a gente – falou Ace. – Eu só estou seguindo seus valores.

O fogo que cobriu o Dragon Slayer foi aumentando cada vez mais até assumir a forma de um dragão. Assim, Ace avançou com tudo, o dragão de fogo ao seu redor com a bocarra aberta e as garras prontas para desferir um grave ferimento em seu adversário.

Mas este apenas balançou a cabeça.

– Isso não vai funcionar.

Quando Ace estava perto de desferir seu golpe, Natsu abriu a boca, sugando suas chamas. Seu neto sentiu o fogo ao seu redor diminuir cada vez mais, mas sua velocidade não diminuiu; ele continuou avançando, e, já sem seu dragão flamejante, a única coisa que pode fazer foi se preparar para um soco.

Só que seu oponente afastou um pouco a perna, apenas para acertar em cheio um chute no peito do de cabelos prateados. Este perdeu o ar enquanto era lançando novamente para cima.

– Veja e aprenda, fedelho. – Falou Natsu, também cobrindo seu corpo de chamas. – Karyuu no Kenkaku!

Assim, ele investiu contra Ace, batendo sua cabeça contra seu peito e o fazendo subir ainda mais. Natsu conseguiu pousar no chão sem maiores problemas, mas não seria assim para seu adversário. E o pior era que Happy ainda impedia Lucky de ajudar seu amigo...

Droga, pensou Ace. Eu não quero perder assim. Mas...

O chão se aproximava ainda mais depressa, e embora ele estivesse caindo sobre uma parte que ainda tinha neve, a queda seria muito feia. Ace estava sem forças; a única coisa que pôde fazer foi fechar os olhos e esperar o pior.

E então, tudo parou. Estranho. Ele já devia ter colidido contra o chão a essa hora. Então, por que sentia que estava suspenso no ar?

Ace abriu os olhos. Estava mesmo suspenso no ar. Ao olhar para o lado e ver um braço forte esticado, percebeu que era a mão do sujeito que o segurava pela camisa. Este olhava fixamente para Natsu com um sorriso desafiador no rosto. Embora seu rosto ainda estivesse cheio de marcas de queimaduras, seus cabelos loiros meio espetados e seus olhos da mesma cor que os da mãe e ainda assim muito parecidos com os do pai faziam dele inconfundível.

– Ei você! – Gritou Natsu. – Essa luta é só para magos da Fairy Tail!

– Ah, vamos. Vai dizer que você não se lembra de meu primeiro dia como membro da Fairy Tail, pai?

Ace continuava sem palavras. Enfim, Aaron virou o rosto para ele e alargou o sorriso.

– E aí, Ace. O que acha de detonar isso aqui com seu velho?


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Notas finais do capítulo

No próximo...
Desde pequeno, Gray meu ídolo. Meu sonho de infância sempre foi chegar ao seu nível, ou até superá-lo. Mas daí a ter que lutar com ele? Nossa.
Mas não posso desistir agora. Todos estão dando seu melhor para seguir em frente e proteger Fiore, e não posso decepcioná-los. Agora é tarde demais para desafiar qualquer outro mago.
Não perca o próximo!
" O Fã Número Um"
Soreha, sayounará!



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