Recomeçar escrita por Bonequiinha


Capítulo 46
46- Outro olhar


Notas iniciais do capítulo

ola minhas pitchurecas. como estao? espero que bem. estou tao animada, estou feliz.



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É
um quarto um pouco conhecido. Não me lembro dele, mais posso jurar que é
familiar. As janelas altas e com cortinas brancas me reforçam que eu conheço o
local. Estou em uma cama de solteiro. Seu lenções macios me fazem não querer
levantar.



Acordei
ao que parecem ser uns 10 minutos atrás e continuo a olhar para o mesmo teto
até que me deliberei a pensar. Como vim para aqui? O que estar acontecendo? E
onde estou?



Minhas
próprias respostas são tão confusas quanto as perguntas. Não lembro como vim
parar aqui, apenas me lembro de acordar e não querer levantar. Meu braço
direito tem uma picada avermelhada, provavelmente de agulha. Alguém injetou
algo em mim, mas quem? E por quê? Minha cabeça começa a doer novamente. Sei que
é novamente, pois me lembro de sentir essa mesma dor antes, só não sei onde e
quando.



Fecho
os olhos para clarear minha cabeça. Tento lembrar a ultima vez que vi algo,
onde eu estava antes de dormir. Vamos lá. Eu estava em um quarto, também
familiar, sei pela cortina azul e por, em cima de uma cadeira, está uma blusa
provavelmente minha. Lembro-me de haver sangue, muito sangue e uma mulher. Ela
parecia sentir dor. Então um choro, um choro de um bebe… e eu o pegando no
colo. Eu havia sonhado com isso? Um bebe? De onde eu tirei essa idéia?



Balanço
minha cabeça para tirar a imagem borrada da pequena criança em meus braços.
Pronto! Mente limpa! Por onde irei começar novamente? Quem foi a ultima pessoa
que vi? Fora a criança, não lembro de mais ninguém. De onde aquela criança
teria saído? Forço-me a pensar mais um pouco.



Então
vejo um rosto, bonito e doce, mais em agonia. Tento foca-lo. O rosto goteja
sangue por sua boca, já não tão delicado assim. Lembro-me de querer correr para
agarrar a garota, mas algo me impede. A dor latejante volta, então paro por
algum tempo. Sento-me na cama e olho a cor bege do quarto. É um quarto bonito.
Um guarda roupa a esquerda, uma maquina de costura a direita, um criado mudo e
só. Um quarto simples. Então me deparo com uma pergunta obvia e simples. Quem
sou eu?



Quem
sou eu, onde moro e oque faço aqui?



Aos
poucos vou me lembrando da minha vida.



Sou
Peeta Mellark, tenho 18 anos. Tenho um pai gentil e uma mãe mal humorada e mais
dois irmãos. Moro em um distrito, o ultimo dos distritos para ser exato. Existe
12 distritos no total, bem, eram 13, mais esse ultimo se rebelou e acabou sendo
destruído pelo Capitol. Os distritos reverenciam um único lugar, chamado de
capitol que controla os demais, nos mantem unidos, alimentados. Por causa da
rebelião, foi criado os Jogos Vorazes, onde 24 crianças de cada distrito lutam
até a morte, sobrando apenas um vencedor.



Mas
essa seria minha casa? E porque eu não estava me lembrando de nada? Tenho algum
tipo de doença ocasional? Ótimo, as notícias estão cada vez melhores.



Então
de repente a porta se abre. Olho diretamente para a menina que estava entrando.
Não era a garota que estava na minha mente. Seus cabelos loiros combinavam
perfeitamente com sua pele totalmente branca.



“Acordou?”
ela diz amigavelmente. Eu aceno. “Que bom, da ultima vez que vim aqui você
dormia profundamente.” Olho para ela a procura de mais. “E quando foi a ultima
vez?” eu a pergunto. Ela parece pensar. “Acho que a uma hora atrás” ela
aproxima-se, puxa uma cadeira e se senta ao meu lado. Eu sabia que me lembrava
dela. Delly Cartwright. Minha amiga de infância, morávamos próximo um ao outro
e estudávamos juntos. Lembro que ela costumava dizer que éramos irmãos. Um
sorriso cruza meus lábios ao lembrar que ela era minha amiga. Um rosto
conhecido me confortava.



“Posso te fazer uma pergunta?” digo a ela. Ela espera minha
pergunta sem dizer nada. “Onde estou?” digo sinceramente. “Em casa” Ela
responde, sorrindo um pouco. Seu sorriso era lindo. Era um alivio saber que
estava em casa. “E como vim para aqui?” digo. Ela para repentinamente seu riso.
Eu espero cautelosamente. Ela me olha, me examina. Eu espero sua resposta.
“Você não lembra?” ela pergunta e eu aceno. Se há pouco tempo eu não tinha
ideia de quem eu era, imagina de como cheguei aqui. Sentia-me confuso a isso,
queria saber o por quê dos flashes mentais que estava tendo com aquela garota.



“Você
realmente não lembra?” ela perguntou com uma voz aflita. Eu nego novamente. O
que havia acontecido? “Será que você voltou a ter alucinações?” ela diz
baixinho, como se fosse para ela mesma. E eu a escuto cautelosamente.
Alucinações? Que tipo? Então como um sobre salto e começo a lembrar de onde vêm
as alucinações.



Ok,
eu sempre fui contra a Capital levar crianças para os Jogos. Eu ate mesmo já
participei, se não me engano, duas vezes. Então a Capitol me pegou e fez algo
em minha mente, eles a modificaram, colocaram lembranças opostas as que tinham,
mais eram tão reais, que me faziam acreditar e desconfiar da verdade. Então eu
tive uma dessas alucinações? Mais por quê? Pelo que sei já tinha sido
considerado normal, pelo menos é isso que lembro.



“E
agora estou melhor?” pergunto inocentemente para ela. Ela ainda me olha com um
olhar cuidadoso. “Não sei, me diz você...” ela diz e depois solta um pequeno
sorriso. “Eu não me lembro de ter nenhuma delas agora.” digo em um tom
simpático. Então a garota deve ser uma das minhas alucinações. Ficamos por
longo minuto em silencio, algo desconfortante e desnecessário. “Bem, então o
que estou esperando para poder sair daqui?” faço menção de levantar da cama e
percebo o rosto confuso de Delly. “Ou eu devo esperar aqui?” me posiciono
novamente na cama macia. “Por mim, você já teria sido liberado, principalmente
vendo você agora, mais Plutarch insiste em examinar você por mais algumas
horas...” ela parecia avessa a essa decisão de Plutarch. Eu me lembro dele. É
um amigo, pelo menos é isso que vejo em minha mente.



“Hey,
Delly” eu pergunto. “Como foi que cheguei aqui?” tento parecer casual e
esconder a curiosidade, não sei se era bom ela saber que eu estava tendo lapso
de memoria. Ela olha para mim analítica, como se estivesse decidindo entre
escolher contar a verdade ou não.



“O
Dr. Erick é mais especializado para te falar. Você parece não lembrar não é?”
Ou eu estava sendo muito obvio, ou ela me conhecia muito bem. Provavelmente os
dois. “E porque você não me fala?” tento parece indiferente quanto a isso, mais
eu definitivamente queria saber o porque estava trancafiado na minha própria
casa, e qual o motivo do meu 'surto'.



“Eu
não sei se…” Acho que ela não irá me contar. Eu queria tanto saber a resposta.
Baixo minha cabeça em um modo de decepção, não por ela, mas sim por eu não
saber de nada. Como alguém pode esquecer seu passado? Como alguém pode esquecer
quem você é? É tão decepcionante.



“Você
promete agir normalmente?” ela pergunta com a expressão de duvida em seus
olhos. Eu aceno. “Bem, você não se lembra de nada que aconteceu?” ela pergunta
e eu aceno novamente. “isso é complicado, eles me proibiram de falar dela com
você.” ela diz mais para ela mesma do que para mim. “Dela quem?” a curiosidade
cresce dentro de mim. Quem é ela? A garota da minha mente? Ela parece avessa a
isso. “Por favor,” eu suplico.



“Da
sua mulher.” Ela diz em relutância. Minha mulher? Eu era casado? Afinal que
idade eu tinha? “Eu... casado? E com quem?” pergunto atônito. Ela me olha
preocupada. “Sim, você não se lembra? Você é casado com Katniss Everdeen.”



Assim
que ela diz seu nome, eu consigo me lembrar dela. Seus cabelos escuros que
caiam em uma trança em seu ombro, seus rosto doce e hostil. Seus olhos
acinzentados. Sua voz suave e amorosa. Eu havia me casado com ela, nosso
casamento havia sido fantástico e ela havia engravidado também. Então de
repente as imagens da linda garota se contorcem em minha mente. A menina linda
de cabelos pretos vira um monstro, um bestante, sua pele verde e seus olhos
arregalados, com sua mortal língua para fora, garras cortantes, e ela estava
por cima de varias corpos mortos. Agarro minha cabeça com as mãos. Lembrar
disso fazia minha cabeça latejar de dor. Eu havia me casado com um monstro?



“Peeta.
Peeta você estar me escutando?” ouço Delly dizer então olho para ela. “Você
está bem?” ela diz preocupada, ainda sentada. Tento recompor minha posição, mas
está difícil. Milhares de imagens cruzam minha mente. Tanto de uma vida
harmoniosa, como de uma vida destroçada.



“O
que você esta vendo?” ela pergunta aflita. “Não sei.” E estou sendo sincero,
não sei o que tinha visto realmente. Como uma pessoa pode se transformar
naquilo? Eu estava confuso, não sei se ter sabido a resposta foi uma ideia
muito boa. Olho novamente para Delly e tento recompor minha expressão de antes.



Então
assim que pareço composto, a porta se abre novamente e dela entra o Dr. Erick.
Eu sabia que ela ele. Lembrei assim que vi seu rosto.



Ao
fim de uma hora eu já lembrava a minha vida por partes.



Eu
sabia que tinha nascido e crescido aqui, que tinha ido duas vezes aos Games,
que minha família havia sido assassinada por Snow, que aliais estava morto. Eu
tinha me casado com a mulher que amava, a única coisa que não se encaixava. Ela
esperava um filho meu e ao final do parto, ela teve complicações e ao vê-la
naquele estado eu, possivelmente, enlouqueci.



Tudo
sobre a Katniss me confundia. Desde a parte que eu a amo, até a parte em que
ela virava uma bestante. O Dr. Erick afirmava que essas imagens grotescas eram
alucinações do veneno e das modificações feita em meu córtex. Tudo era mentira,
supostamente um plano de Snow. Mas porque apenas tudo que envolvia Katniss
Everdeen me confundia? Tudo que eles me contava pareciam surreal, mentiras. Na
minha mente ela é apenas um monstro que acabou com nosso mundo. Matou pessoas
inocentes e minha família, aliais.



Depois
dessa hora torturante de lembranças, sou deixado em paz. Delly e o Doutor saíram,
mas antes me ejetaram algum tipo de sonífero. Aos poucos vou caído no sono, e
vou despertando entre um horrível pesadelo, ou sonho.



Eu
estava em algum lugar desconhecido. Era uma floresta. Encontro a linda garota
dos meus sonhos, Katniss. Ela sorrir no mesmo instante e eu retribuo sem
hesitar. Vou me aproximando, ansiando por isso, mas quando chego perto algo
diferente acontecer. Ela começa a se transformar, a vejo se contorcer toda,
tudo mudando, se modificando. Em alguns segundos, a linda garota, havia se
transformando em uma mutação. Corpo de cobra e cabeça de rato. Uma coisa
horripilante. Por mais que eu corresse, ela sempre me alcançava.



Acordo
atordoado, desejando imediatamente excluir cada imagem da minha mente. Eram
assustadores. Eu não poderia ter me casado com uma mulher monstro, mas talvez
não fosse um monstro, não literalmente e sim figurativamente. Então uma imagem
passa por meus olhos.



Katniss
está atirando flechas nos moradores do distrito 12, e ela acertava cada um com
prazer. Então talvez tenha sido assim que pessoas morreram. Ela os matou. É
assim que ela é, má e destruidora. Uma pontada forte sobre minha cabeça me faz
cai ao chão e me contorcer de dor. A dor era profunda e intensa, algo surreal.
Então eu vi o mesmo mostro de meus sonhos. Katniss estava vindo em minha
direção, com seus caninos amostra. Eu corria mais ela sempre estava próxima a
mim, sinto-me esbarrar e depois cair, mais quando olho, não há nada. Eu estou
provavelmente enlouquecendo. Ela vai-me enlouquecer. Talvez esse seja o plano
dela, me prender aqui e me sedar de remédios que me fazem ter alucinações.
Então monstro pula em cima de mim. Tento inverter suas mordidas contra meu
pescoço. Então a imagem se distorce novamente. São dois guardas, ambos com o
rosto de Katniss. Eles me agarram, um em cada braço e me jogam na cama e enfiam
algo em minha veia, acho que o remédio das alucinações. Aos poucos vou perdendo
a consciência. E a ultima coisa que vejo é Katniss comendo meu coração.



Quando
acordo novamente, estou com o braço direito enrolado com ataduras. Olho ao
redor e vejo que tinha esbarrado numa mesa fina e simples de vidro, ela estava
aos pedaços e havia sangue. O meu sangue, o sangue que ela tirou de mim. Uma
raiva me consome. Eu tenho que fazer algo.



Delly
aparece novamente. Ela estar insegura, percebo isso com seus poucos movimentos.



“Eu
não vou machucar você” afirmo a ela. Era difícil vê-la ter medo de mim. “Você é
minha amiga” termino dando a ela o motivo real. “E quem daqui não é?” ela fala
desafiadoramente. “Katniss” respondo curtamente. Ela balança a cabeça aflita,
como se eu estivesse falando alguma maluquice. “Não Peeta, ela não é.” Ela
fala. “Ela é a pessoa que você ama…” eu a interrompo.



“Eu
não a amo, nunca amei. Ela é uma falsa, estar engando todo mundo.” Minhas
palavras saem altas de mais e isso faz com que Delly se assuste. “Você a ama e
ela ama você” Delly diz pacientemente. Eu não consigo acreditar que Delly, tão
esperta, tenha caído nas mentiras de Katniss. “Ela destruiu nosso distrito,
matou inúmeras pessoas.” eu ressalto isso. Mais os olhos de Delly parecem não
compreender nada do que falo, como se fosse eu o enganado.



“Você
a ama desde sempre. Ela nunca fez nada de errado mais do que seu dever. Pessoas
iriam morrer de qualquer jeito, Peeta. E era melhor que fossem do jeito certo,
para salvar vidas futuras, como a da sua filha.” Tenho um sobre salto em minha
cabeça. Filha? Oh certo, Katniss havia dado a luz a uma menina. Mas minha
filha? Minha e de Katniss? Baixo minha cabeça sentindo-me confuso e perdido.



“Pense
nisso, se ela é tão mal assim, então porque ela retribuiu todo o seu amor e te
deu uma filha?” Delly diz levantando-se e saindo do quarto. Eu estava perdido e
confuso. A cabeça doendo, o braço cortado latejante. Não queria ficar com essas
alucinações, mas cada vez que tinha uma memoria de Katniss, ela era retorcida
em um monstro ou algo terrível. Talvez a memorias retorcidas não seja as
imagens implantadas, talvez elas sejam as verdadeiras. Pode ser que a memoria
'boa' foi implantada em mim, mas meu cérebro está tentando me mostrar a
verdade. Eu sabia que ela era uma mutação. Algo criado pelo Capitol para
aniquilar a todos, e eu sou o único que posso detê-la.



Não
sei se é noite, ou dia, pois as janelas estão sempre fechadas, talvez porque
eles tenham medo que eu fuja. Isso reforça mais minha ideia de que eles me
querem preso. Pouco tempo depois Layla aparece. Eu a reconheço assim que a
vejo. É uma coisa complicada. Eu não me lembro das pessoas ate eu as ver. Layla
entra timidamente enquanto eu a observo entrar.



“Ouvir dizer que você não se lembra de muita coisa, bonitinho.”
Ela aparentava ser muito simpática. “Só até eu as ver” digo. Ela se senta na
mesma cadeira que Delly estava. “E como você está se sentindo?” eu penso a
respeito. Não posso dizer a verdade, que estou preso em um quarto com lembranças
assustadoras, não sabendo qual é real ou não real e acho que me casei com
alguma mutação. “Bem”, foi a única coisa que consegui dizer. Ela olha nos meus
olhos e depois os desvia. Ela podia ser gentil, ou simpática, mais tinha algo
nela que eu não confiava. “Ouvir dizer que você está tendo novamente
alucinações” ela pergunta inofensivamente. Eu só aceno. Então percebo minha
perna mecânica visivelmente fora. Puxo a delicadamente para baixo do lençol.
Layla não parece perceber. “Que coisa não é...” parecíamos estar fora de
sintonia. “Você sabe que sou sua amiga, não sabe?” ela diz e eu aceno.



Layla
e eu trabalhávamos juntos na padaria, tínhamos uma ótima relação, pelo menos é
isso que eu me lembro. “Eu espero que sim.” ela sorri. “Bem, saiba que você
pode contar comigo para tudo. Tenho que ir, agora vou indo visitar Katniss,”
visitar Katniss? Onde ela está? “acho que Gale já acabou com sua visita” ela
diz levantando-se e afastando seu rosto para longe dos meus olhos. Gale? Com
Katniss? Um tremor percorre por meus braços e uma raiva invade meus olhos.
“Gale está com Katniss?” eu pergunto. “Oh sim, ele passa bastante tempo lá.”
ela diz em um sorriso. “Onde ela está?” pergunto indiferente. “Ela estar no
terceiro quarto a direita.” seus passos vão ate a porta “Então, até logo,
bonitinho.” ela sai. Eu agradeço. tremor e ódio que eu estava sentindo era algo
que não poderia ser visto por alguém tão legal quanto Layla. O ódio que me
consumia parecia percorrer todo o meu corpo. Gale estava ao lado dela. Mais é
claro que está, qual é meu espanto afinal? Eu sei que isso era tudo que ele
queria e ela também.



Tudo
foi uma bela de uma farsa. Ela se casa comigo para implantar a sua mentira e
depois diz que eu enlouqueci plenamente. Isso é fácil de fazer para um monstro.



Delly
falou sobre eu te me casado com ela e de nossa filha ter nascido, mais quão
real isso é? Quão verdadeiro é? Eu tenho que formular novamente meus
pensamentos.



Eu
e Katniss nos casamos, temos uma filha… mas… mas… quem me garante que tudo isso
é real? Quem me garante que eu realmente casei com ela? Pode ser mais uma
alucinação. E quem garante que a filha é minha? A menina pode ser… do Gale.
Pensar nessa possibilidade me doía. Rasgava-me o peito e a alma, mais isso era
uma possibilidade. Então tenho outro flash. Nele Katniss está linda com um
vestido rodado e ela estava radiante. Sorrio com a imagem, mais a pessoa ao
lado dela me faz parar. Gale estar ao seu lado e com um bebê em seus braços.
Katniss sorrir e beija ambos, a menina e o amante. Eles parecem felizes.



Eu
urro com o ódio crescendo dentro de mim. Eu a odeio. Lembro-me do que Dr. Erick
e Delly me disseram, mais nada disso se encaixa. Eu não a amo, podia ter amado,
mais não agora. Não mais. Eu não acho que o capitol tenha feito algo terrível
comigo, apenas acho que essas lembranças, são a verdadeiras. Katniss não é a
pessoa bondosa que todos pensam e eu sei disso.



Não
sou uma pessoa má ou odiosa, mais ver Katniss assim me faz querer deseja-la
morta. Katniss causou nossa destruição. Se perdermos entes queridos, se perdemos
nosso lar, ela foi a culpada, então ela deveria pagar. Ela é um monstro que
assola minha mente.



Varia
imagens se cruza na minha cabeça nesse exato momento. Katniss boa, Katniss má.
Eu e Katniss, Katniss e Gale. A dor na cabeça volta com tudo. Agacho-me perante
a dor intensa. Sinto que meu crânio ira explodir. Minhas mãos estão agarradas a
minha cabeça, a dor é imensa e só algo que irá fazer a dor ir embora.



Matar Katniss Everdeen.



Então
me dirijo para o corredor central. Tive muito tempo para pensar a respeito.
Ninguém tinha ido me visitar e quando tomei coragem para sair do quarto, vi que
ninguém me vigiava, todos deviam estar bolando planos para nos destruir. Tento
ser sorrateiro e vou deslizando a cada centímetro. paro a frete da porta do quarto
onde ela estar.



Entro
vagarosamente, sorrateiramente, com muito cuidado. Qualquer movimento em vão
pode acordar a todos e fazer meu plano ir por água a baixo.



O quarto não tem muita claridade e há uma cama no centro, moveis
todos a distancia. Vou-me aproximando da cama. A ansiedade cresce a cada
segundo. Ela está ai? E ela estar. Dormindo? Não sei dizer. Seus olhos estão
fechados e sua pele um pouco pálida. Em seus pulsos há algum tipo de ligação
para um soro logo em cima. Havia um aparelho desligado ao lado da única mesa
próxima a ela. Muito fraca para qualquer coisa. O que aquele monstro estava
tendo? Estava morrendo? Eu mesmo vou me garantir de fazer isso.



Eu a examino, tentando ver o porquê de ela ser tão especial. Ela é
uma garota normal. Ela era comum. Tudo em mim gritava para eu a mata-la.
Agarrar seu pescoço e a estrangular. Esse era o momento perfeito. As imagens do
que ela havia implantado em mim passa pela minha cabeça como slides. Levo minha
mão ate seu pescoço, mais antes que eu a toque, eu ouço vozes próximas a porta.
Alguém estava entrando. Se me pegassem ali, eu nunca poderia ter outra chance
matar Katniss.



Escondo-me atrás de uma mesa e fico imóvel para não ser percebido.



Dr. Erick entra com outro homem que eu não conheço e com Haymitch
ao seu lado. Haymitch, só de me lembrar dele outra raiva percorre por meu
corpo. Ele era um traidor, ele a defendia. Sabia da verdade e a deixava viver.



“Quais são os progressos?” Haymitch fala. “Ela está normal, sem
efeito de remédio algum.” Dr. Erick diz. “Mais sem a morfina, ela não ira ter
outras complicações?” Haymitch parecia preocupado. “Não. a induzimos no coma
para que as convulsões não danificassem seu cérebro, mais agora ela parece
estável” diz o outro homem alto e calvo, outro medico talvez. “E quando ela
poderá acordar?” Haymitch pergunta mais uma vez. “Não sabemos, pode ser hoje,
durar dias, semanas... Realmente não sabemos, devemos apenas esperar.” Dr.
Erick parecia desapontado. Então Katniss estava realmente mal? Algo em mim se
aperta ao saber disso. “Vamos torcer para que ocorra tudo bem.” diz novamente o
outro homem. “E a menina? Como Está?” Haymitch pergunta. “Ela agora, parece
saudável. Saiu dos equipamentos e respira normalmente” o outro homem diz.
“Venha ver com seus próprios olhos” ele diz. Então os três vão indo em direção
a porta. Ao sair, levo alguns segundos até ter confiança para sair do lugar.



Marcho em direção a cama da mutante. Ela estar paralisada
novamente. Enfim terei minha chance. Mais algo não deixa eu mover minha mão ate
seu pescoço. Eu a olho calmamente. E decido, como um estupido, puxar a cadeira
próxima e sentar.



Eu a observo pelo resto de tempo a seguir. Ela era bonita afinal.
Ela é linda. Sua expressão facial faziam combinações engraçadas. Ela esteve em
coma induzido então? Algo muito bom para um monstro. Decido agir. Não ia ficar
analisando a beleza que essa mutação tinha. Decido mata-la de uma vez por
todas. Vou a mesa, na qual eu havia me escondido e dela puxo um pequeno
bisturi. Um corte em sua garganta e ela sangraria ate a morte. Aproximo-me
lentamente de sua cama e elevo minha mão ate sua garganta. Então com um bufar,
seu cheiro me invade. É o cheiro dela, estou espantando por saber disso. Era um
cheiro que estranhamente eu conhecia bem. Uma mistura de fragrâncias. Doce com
madeirado. Era o perfume de Katniss.



“O que você estar tentando fazer, hein?” digo em voz alta, como se
o monstro imobilizado a minha frente pudesse me escutar. “Você quer me
confundir? Não é uma troca justa? Sua vida pela de tantas?” eu não sabia ao certo
oque eu estava a dizer. As lembranças, más e distorcidas, haviam ido embora,
junto com as boas. Minha cabeça estava vazia, como pela manha ou quando
acordei. O que estava a me acontecendo? Era outro truque dela? Fito a
procurando resposta, mais ela parecia tão inofensiva. Ela teria realmente
causado tudo aquilo? Todas as mortes? Eu estou confuso.



Então o som que ouço a seguir muda tudo.



“Peeta.”



“Peeta” é o que ouço sair dos lábios de Katniss.



Tao
baixo, mais era meu nome. Levo meu ouvido até os seus lábios e o seu hálito
quente reforça que é isso que estou a ouvir. “Peeta...Peeta...Peeta” ela estava
dizendo meu nome, chamado por mim. Então tudo muda. A sede de mata-la
desfalece. Eu ainda a sinto, mais tão fraca que parece mentira.



Então lembro de beijos sendo dados em meus lábios, lembro dos seus
sorrisos, sua voz e seu olhar. Lembro-me de quanto ela pertenceu a mim pela
primeira vez. Lembro e eu a ouvir dizer que me amava. Lembrava de cada vez que
eu estive com ela. Lembrava-me de quanto eu tinha a visto pela primeira vez, em
como ela estava linda com aquela duas tranças e seu vestido vermelho, lembro da
sua voz suave ao cantar e lembro de me declarar que meu coração seria só dela e
é, sempre foi e sempre será. Katniss a mulher que eu amo. Consigo ver as
imagens horríveis, mais agora eu consigo distinguir as reais e as não reais, é
tão fácil. O veneno ejetado em mim não

é mais forte do amor que sinto por ela. Não mesmo. Eu a amo mais que tudo e
nenhum tele sequestro é capaz de apagar isso.



Deixo o pequeno objeto cortante cair de minha mão e fazer um
pequeno barulho no chão. Com a mão solta, eu posso toca-la. Sua pele macia.
Como eu puder querer mata-la? Como? Ela estava tão debilitada e fraca. Aos
poucos as memorias do que havia acontecido me invade.



Eu
tinha acabado de pegar nossa filha no colo, ela era tao linda. Lembro da mulher
de Dr. Erick me dizendo “Acho melhor levamos ela para uma checada rápida
Peeta”. Sabia o quão feliz Katniss ficaria ao vê-la, mais ao retornar eu a vi
se retorcendo. Seus lábios estavam roxos e sua boca distorcida. Dr. Erick me
empurrou e ficou ao lado de Katniss injetando algo nela. Eu ouvia alguns
barulhos estranhos vindo da boca dela, então eu acho que me sequestrei nessa
hora.



Lembro-me de cada passo meu, cada pensamento horrível que tive de
Katniss, das visitas e do momento que decidi mata-la.



“Eu estou aqui meu amor” digo em um sussurro desejando que ela
pudesse me escutar.



Eu
prometi estar sempre ao seu lado e aqui estou eu. “Volte logo para mim” digo e
a beijo em sua testa. Sabendo que era a ela que eu pertencia.




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Notas finais do capítulo

e ai minhas patinhas? oque acharam? foi boa essa mudaça? me dou bem em pensar como Peeta?/ rsrsrs. espero que deixem seus comentarios para eu saber. estou anciosa para saber e anciosa para postar o proximo!
bjos minhs girls. ate.