Faz uma semana que tudo aconteceu, não paro de pensar nisso, pois não me lembro de como voltei pra casa e fui parar na cama. E aquele garoto quem era? Só sei que acordei aqui, e tenho certeza absoluta que aquilo não era apenas um sonho. Desde essa noite tenho a impressão de estar sendo seguida e observada, tenho pesadelos horríveis a noite e esse garoto está neles, não vejo seu rosto mas tenho certeza de que é ele.

Minha mãe não fala comigo desde o incidente, mas também ela nunca falou muito comigo mesmo.

Agora sim ela endoidou de vez, quer estragar minha vida por completo, decidiu de uma hora pra outra que vamos para a Europa, e eu não posso dizer nada contra, tenho que aceitar as decisões dela, isso foi o que minha avó me disse, elas pensam que podem mandar em mim.

Lucia nem quer falar comigo depois de eu ter ditos coisas horríveis a ela na nossa briga, ela é minha melhor amiga e a única amiga que tenho, a única pessoa que quer ficar perto de mim com todas as minhas esquisitice, e a única que me entende. Na escola me chamam de “garota esquisita”, louca ou coisa pior. Lucia é a única de que sentirei falta daquela escola de patricinhas nojentas, e mauricinhos metidos.

Tenho que arrumar minhas malas para ir a “Paris”, sou a única que não vê beleza nenhuma em ir a Paris, também duvido muito que minha vida vai melhorar lá, estando aqui ou lá é tudo a mesma merda.

Matheus narrando:

_ Paulo por que tenho que protegê-la?

_ Não sei irmão, só sei que você tem que obedecê-lo.

_ É disso eu também sei, só que isso é muito diferente do tipo de coisa que ele me manda fazer.

_ Mas você sabe que tudo que ele nos manda fazer tem um sentido. Ele é quem nos criou e não podemos o questionar.

_ Já que é assim, vou passar um tempo na terra, cuidando da humana, vai ser um saco ter que deixar o inferno.

_ Adeus irmão.

Proteger uma humana e não poder me divertir matando, estrangulando, ou brincando com os humanos, que coisa entediante, Mas o que eu posso fazer? Sou um mero demônio. Mas vai ser divertido me passar por humano.

Alicia narrando:

_Não, Não, me solta, socorro.

_ Alicia, filha tudo bem?

_ Sim mãe é só mais um pesadelo.

Um pesadelo sem sentido, estou andando por um lugar cinzento, capins secos até o joelho dificultando para correr, não a nada por muitos metros, nem arvores, casas, ou qualquer outra coisa, só eu e o silencio. De repende escuto uma voz muito baixa quase imperceptível.

_ Filha, Filha.

Era a voz de um homem. E então ouço um grito horrorizado, viro para traz e uma criatura flutuando com um tipo de pano preto cobrindo seu corpo, tudo começa a congelar, o frio congela a minha alma, seus olhos pareciam querer me sugar, entretanto um garoto com uma capa preta cobrindo todo o seu corpo e rosto aparece atrás da criatura, e então estou em uma canoa com ele olhando para a água, tento me jogar na água, mas ele segura meu braço e então começo a gritar.

_ Filha chegamos, o avião já vai pousar.