Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 19
Diferente


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capitulo
Espero que gostem.
Obrigadas por todos os reviews!
E nesse cap quero mais kkk



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Acordei esquisita, como se algo estivesse diferente, o quarto estava o mesmo, escuro, mas com alguns raios de luz que adentravam pelas beiradas da cortina escura, a mobília estava do mesmo jeito que deixei, minhas coisas continuavam espalhadas. Vi no criado-mudo minha foto com Lucia, há tanto tempo não consigo falar com ela, a saudade me invadiu, as lágrimas começaram a brotar pelas lembranças que me vieram á mente, seu riso bobo e barulhento sempre me fazia rir junto. Como ela faz falta pra mim aqui.

Me levantei e fui até o banheiro para ver se eu conseguia compreender o que é que estava diferente. Me olhei no espelho e me surpreendi, meu rosto, a minha pele estava bonita e rosada, minhas profundas olheiras escuras estavam bem mais claras e discretas. Foi então que percebi que não me sentia diferente em relação ao lugar, mas sim a mim, eu estava com uma leveza e uma confiança interior que eu não havia sentido antes, eu estava bem, muito bem, até um sorriso sincero e sem motivo brotou em meu rosto.

Essa noite de sono foi muito revigorante. Comecei a me arrumar para ir para a aula, o pensamento de que irei morrer em algumas horas me invadiu, mas o dispensei sem dar importância, como se eu não ligasse.

Peguei minha bolsa e sai do quarto.

Como hoje era terça minha primeira aula era de Matemática junto com Jenny e Mauricio. Nada de Thomas para me pressionar, nada de Hanna para me tratar como uma invalida e principalmente nada de Matheus para me preocupar ou me questionar. Eu sinceramente não queria saber a verdade sobre a ultima pergunta que o fiz.

Percebi os olhares surpresos de todos no corredor sobre mim, estranhei, mas continuei.

Desci a escada e fui em direção ás salas de aulas, vi Mauricio em frente á sala de química.

_ Oi Mauricio. – O cumprimentei com um sorriso.

_ Oi Alicia. – Disse também surpreso ao me ver.

_ Por que não está na sala? Nossa aula de matemática já vai começar.

_ Matemática? Hoje é quarta Alicia, tenho aula de química. – Disse ele.

Quarta? .... Há me confundi. – Menti. _ A minha é de português, Tchau. – Disse envergonhada.

Fui até a sala de português coloquei minhas coisas em cima da mesa e me sentei. Eu não conseguia entender o que havia acontecido. Como assim hoje era quarta? Eu não posso ter dormido por 24 horas.

Hanna. – Me levantei e fui em sua direção. _ Você pode me explicar o que está acontecendo?

_ Alicia você já acordou? – Abaixou a cabeça. _ Me desculpe, mas tive que fazer isso pelo seu bem. A mãe natureza me pediu se você não estivesse bem hoje tudo que conhece pode desaparecer.

_ E o que você disse para as pessoas? Ninguém sentiu a minha falta por 24 horas? – Perguntei brava.

_ Para Jenny, Thomas e Matheus eu disse a verdade, mas para os outros disse que você estava com um resfriado horrível e que mal podia sair do quarto.

_ Você não tinha esse direito Hanna. – Bufei com raiva.

_ Eu só quero que você esteja bem quando a hora chegar, eu sei que você é forte e pode suportar. Eu tenho esperança que a maldição não venha a se cumprir.

_ Eu não faço a menor ideia do que possa acontecer. – Disse me sentando. _ Mas eu tenho pouco tempo e tem algo que eu preciso fazer antes de morrer. – Me levantei.

_ Você não vai morrer, seja mais otimista. – Disse Hanna com um tom grave como se estivesse ordenando.

_ Tenho que ir. – Sai correndo.

_ Onde você vai? – Gritou ela.

_ Falar com Thomas. – Respondi sem parar de correr.

_ Mas e a aula?

_ Não me importo. – Gritei enquanto corria.

###

_ Thomas eu preciso falar com você.

_ Alicia você já acordou. – Disse ele surpreso.

Ele estava em frente á sala de química com Mauricio.

_ Ah você tem aula agora. – Disse desapontada.

_ Não, tudo bem. – Disse ele olhando pra sala. _ Não importa, vamos conversar. _ Voltou o olhar em mim. _ Mas é melhor a gente sair daqui, minha professora já está chegando.

Começamos a caminhar em direção ao salão da entrada.

_ Mas não tem problema? Você vai perder aula. – Perguntei.

_ Não, você é importante pra mim. – Disse me enfocando a palavra “importante”.

_ Pra onde estamos indo? – Perguntei corada.

_ Pro jardim. – Respondeu ele. – A gente pode ficar mais á vontade.

Andamos um pouco e ele me levou para uma parte do jardim onde não tinha quase ninguém. Havia um banquinho de madeira comum e uma grande arvore que fazia uma generosa sombra no lugar.

Nos sentamos e ele continuava a me olhar.

_ Então o que queria me falar? – Disse meio envergonhado.

_ Thomas eu não sei como te dizer isso, mas não quero te magoar. Você é meu amigo e eu gosto muito de você. Eu tenho que te libertar, você não pode se sentir preso a mim, você é lindo, uma pessoa maravilhosa merece ser feliz e eu não posso te fazer feliz, eu não amo... você. – Falei com cuidado, eu não queria parecer dura.

_ Você ama ele não é? Matheus, por isso que está ligada a ele. – Disse cabisbaixo num tom triste.

_ Sim. – O respondi. _ E você merece alguém que te ame da mesma forma que eu o amo.

_ Dói saber que esse alguém não é você, mas não posso te obrigar a me amar. Eu te amo, te amo muito e espero que você seja feliz com quem for. – Ele disse segurando minhas mãos e olhando nos meus olhos. Seus olhos estavam lagrimejados.

_ Obrigada Thomas. – Disse forçando o sorriso.

_ Agora eu preciso ir. – Ele disse se levantando e limpado com sua mão duas pequena lágrimas que escoriam pelo seu rosto.

Eu não me levantei, apenas fiquei o observando se afastar. Ele caminhava cabisbaixo com as mãos no bolso da blusa de moletom marrom, transparecia dor em seu andar.

Eu fiquei surpresa com a reação de Thomas, eu sinceramente não esperava por isso. Ele foi muito compreensivo e calmo, mas era claro em seu olhar a dor que eu estava o causando com as minhas palavras.

Dizer isso a ele doeu muito em mim, pois nunca conheci alguém mais bom que ele, ele é simplesmente a melhor pessoa que conheci e esse pensamento de eu ser a causadora da sua dor me remoia, me causava pesar. Eu gosto tanto dele. E ver lágrimas escorrendo por aquele lindo rosto alvo era horrível, ainda mais por ser culpa minha.

Depois de ver seu corpo esguio sumir no jardim me levantei arrasada e voltei para dentro do castelo.

Tive algumas aulas normalmente e depois uma boa surpresa. Minha mãe veio me visitar, eu não podia morrer sem vê-la. Abri um grande sorriso e fui correndo te abraçar.

­_ Mãe que saudades. – Exclamei.

Ele me envolveu em um demorado abraço forte e gostoso como se estivesse com medo de me soltar.

_ Filha como você está? – Perguntou beijando minha testa.

_ Eu sinceramente não sei mãe. – Fiz uma longa pausa e a observei. _ Mãe eu sei de tudo, do que sou da maldição e das poucas horas de vida que ainda me restam. – Não pude segurar, algumas poucas lágrimas começaram a brotar em meus olhos então as deixei cair sobre o meu rosto.

Ela me puxou para mais um de seus abraços demorados. _ Eu te amo filha. Não desista agora, lute por mim e por todos os outros que te amam, não se entregue. – Disse essa ultima parte limpando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto alvo.

Quando ela disse todos que me amam uma vasta lembrança do que Matheus me disse na praia invadiu minha mente “Meu amor por você é mais forte do que eu, é mais forte que tudo.” Será que essas palavras foram ditas com sinceridade, será que a dor em seus olhos era verdadeira? Não, não quero saber, não quero pensar nele. Isso me dói muito.

­_ Filha?

_ Sim mãe. – Votei a prestar minha atenção nela.


_ Alicia você é a única esperança. – Disse firme. _ Eu tenho que ir, não posso ficar muito tempo. Feliz aniversario. – Deu um belo sorriso esperançoso e amigável.

_ Obrigada. – A agradeci e uma ultima lágrima escorreu dos meus olhos.

_ Até logo. – Beijou minha testa e se afastou.

Eu apenas a respondi com um sorriso e a vi ir embora.

Tomara que exista o logo, pensei com medo.



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Notas finais do capítulo

Reviews??????!!!!!!!



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