Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 20
Maldição


Notas iniciais do capítulo

Estavam ansiosos pelo ultimo capitulo?? hu hu :(
Adorei escrever esse capitulo espero que gostem
Boa leitura



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Continuei parada onde ela me deixou por alguns minutos e depois comecei a andar se rumo.

Daqui umas horas tudo pode mudar, quando o sol começar a nascer as 4 e 55, momento em que nasci será minha ultima chance, de ser forte e tentar mudar meu destino.

Fui pro meu quarto, ás aulas já haviam acabado e o sinal de recolhimento já iria tocar. Eu precisava ficar esse momento sozinha pensar e descobrir o que realmente importava pra mim, o que eu deveria fazer ou se deveria mesmo fazer algo.

Cheguei tomei um banho bem demorado e me joguei na cama. Comecei a refletir sobre a minha vida, desde o primeiro momento em que nada pareceu dar certo. Pensei em tudo o que aconteceu, em tudo em que há algum tempo eu não conhecia, não pensava que poderia existir. As almas apenas por poder vê-las antes me assustavam de uma maneira cruel e agora que posso compreendê-las e sei o porque sirvo á elas, vejo que de nada elas me assustavam antes, era apenas um leve medo, pois eu desconhecia o horror verdadeiro e o mesmo sinto em relação a todo o resto.

Mas o que mais me assusta sou eu mesma, sou eu o que me da mais medo.

Já havia escurecido a um bom tempo, eu girava na cama de um lado pro outro, mas não conseguia dormir. Eu estava ansiosa, mas não de uma maneira boa, eu estava apavorada, o medo me dominava e a insegurança crescia em meu interior.

Eu já estava angustiada de tanto girar na cama e nada, eu apenas ficava mais agitada. Me virei pro lado da janela e a fitei até que então ela se abriu bruscamente sozinha, nada entrou ou saiu a não ser uma forte brisa de vento gelado que fez os pelos dos meus braços se arrepiarem. Apenas por esse alarme da janela meu coração acelerou e o pânico começou a brotar.

O vento fazia a cortina balançar pra dentro e pra fora do quarto, o assopro do vento era agudo e a cada instante ficava mais alto, mais alto e mais alto. Não sei se era o medo que me fazia delirar, mas jurei ver dois grandes olhos vermelhos lava se abrirem na imensidão negra que havia do lado de fora da janela. Os olhos da mesma rapidez que se abriram se fecharam.

Abracei a coberta e comecei a tremer, eu não conseguia desviar os olhos da janela aberta.

_ Alicia. – Uma voz suave, mas desconhecida soou no meu ouvido.

Me virei assustada, mas não havia nada ao meu lado, nem mesmo um vulto preto. Mas então senti uma presença do meu lado direito, voltei a me virar e novamente nada vi.

_ Aqui. – Disse algo arranhado o meu braço esquerdo.

Gritei e me virei assustada, mas duas cinzentas mãos prenderam minha boca para que eu não gritasse mais. As mãos eram magras e geladas como gelo.

Fiquei sem ar, estava difícil respirar e a tal coisa tapando a minha boca piorava tudo.

Coloquei minhas mãos nas mãos que tapavam minha boca e fui subindo cuidadosamente até encontrar o seu rosto ainda mais gelado e descobrir um sorriso satisfeito que mesmo sem eu tê-lo visto gelou minha espinha.

O tal ser largou a minha boca e soltou um riso apavorante.

Antes de eu me virar para olha-lo ele me levantou da cama com apenas um braço e me carregou.

_ Chega de brincar. – Disse ele com o seu tom normal.

Eu me debatia de uma forma brutal em seus braços, o chutava e o socava, mas nada parecia machuca-lo, era um ser sem dor, um ser frio e insensível, apavorante.

Ele me retirou do quarto e abrindo as suas asas completamente negras levantou voo.

_ Você está bem querida chave?

_ Pra quê quer saber? Você não se importa, é um ser frio e insensível. – Disse áspera.

_ Não é essa a visão que você tem de nós querida. – Disse mostrando pela primeira vez o seu rosto que abrigava um sorriso irônico.

_ Você? – Disse surpresa. _ O que você quer dizer com isso?

O reconheci daquele dia no quarto de Matheus, o garoto que me chamou de chave e saiu pela janela.

_ Quero dizer que da forma que me descreveu não é a verdadeira forma com nos enxerga, nós os demônios. – Deu ênfase a ultima palavra e depois soltou um sorriso cínico.

_ ELE, ele é diferente da forma como o descrevi e não você. – cuspi as palavras furiosa.

_ O ELE querida. – Deu ênfase a palavra “ele” da mesma forma que eu havia dado. _ É o mesmo que eu, não temos nada de diferente.

_ Ele tem um coração já você não, é uma pedra de gelo.

Ele riu alto.

_ Todos os seres possuem coração querida, o coração é apenas uma pequena bomba que nos mantém vivos. Já os sentimentos só os fracos escolhem possuir. Eu não tenho culpa se Matheus é um tolo e confesso que ele não me fará a melhor falta.

_ Por que está dizendo isso? – Perguntei assustada.

_ Você verá. – Foi sua única resposta.

Eu mal percebi, mas já havíamos chegado. Ele me levou para um lugar pequeno e esquisito onde só haviam um solo de terra seca, no seu centro um circulo feito com areia vermelha e umas pedras gigantes cravadas ao chão.

O sol já havia começado a surgir no horizonte e então eu vi um ser coberto inteiramente por uma capa preta, nenhuma parte do seu corpo estava aparente, nem mesmo as suas mãos.

_ Ótimo Paulo, já me trouxe a chave agora só precisamos esperar o eclipse se completar. – Disse a figura negra com uma voz grave.

Eu fiquei imóvel apenas observando eles arrumarem algo como um ritual.

_ Paulo a coloque na posição. – Pediu o ser de preto.

Então o garoto me levou para o centro do circulo vermelho com uma tamanha estupidez, que após os meus braços ficaram com duas enormes marcas vermelhas.

Na minha frente havia uma pequena mesa de madeira comum e um punhal branco muito bonito com uma caveira vermelha no seu centro, da sua boca gotas de sangue davam a impressão de estarem escorrendo.

_ O que é isso? – Perguntei apontando para o punhal.

_ É a única arma que pode mata-la. – Respondeu a criatura negra.

Meu corpo se estremecia apenas com a sua presença.

_ Tudo pronto, só falta ele, vá busca-lo. – Ordenou ao o garoto.

_ Mas meu criador, ele é um tolo pode botar tudo a perder.

_ Mas é a cima de tudo fiel a mim. – Respondeu a figura dando um passo a frete, o intimidando.

_ talvez não seja mais. – Inquiriu o garoto.

A figura negra pensou um pouco e depois o lançou um olhar raivoso.

_ Mas é o único que pode fazer isso. Vá e não quero mais ouvir a sua insolência. – Disse a o ser negro impaciente.

O garoto o obedeceu e desapareceu por trás das grandes pedras.

Após uns minutos ele reaparece puxando uma corrente enorme e muito pesada toda ensanguentada e enrolado nessa corrente estava Matheus, todo ferido e fraco.

Meu coração ardeu ao vê-lo naquele estado, instintivamente quis ir até o seu alcance, mas antes mesmo que eu pudesse me mexer a figura negra reteve a minha atenção.

_ Nem pense em sair daí ou ele sofrerá muito mais. – disse ela.

_ Alicia. - Disse Matheus com dor e pesar derramando uma única lágrima de ódio de seu rosto.

_ É tudo lindo e romântico, mas não temos tempo para isso. – Disse ironicamente o ser negro.

A criatura negra se dirigiu até Matheus e bruscamente apanhou as correntes de seu pescoço, o enforcando e o levando até a minha frente.

_ Você sabe que não pode por o pé dentro do circulo vermelho. – Disse a criatura á Matheus.

Nos pés de Matheus uma possa de sangue se formou me assustando.

_ Ele está perdendo muito sangue. – Comentei.

_ É um ritual de sacrifício você queria o quê? – Perguntou a criatura. _ Porem não será ele quem será sacrificado, não agora. – Completou rindo de uma forma maligna.

_ O eclipse está quase completo. – Disse libertando Matheus das correntes e o entregando o punhal.

Matheus segurava aquilo com familiaridade e segurança.

_ Por que me deu isso? Por que estou aqui? – Perguntou Matheus fraco por ter perdido bastante sangue.

_ Você deve a mim sua existência. – Respondeu a criatura. _ E principalmente a sua lealdade. Matheus a chave para sua liberdade está bem na sua frente. – Matheus me olhava fixamente. _ Você já sabe o que tem que fazer.

_ Não. – Balançava a cabeça atormentado.

Eu fiquei apavorada, o pavor e o horror me controlavam.

_ Por que eu? – Perguntou Matheus a criatura.

O eclipse já estava quase completo, o céu já estava negro, só faltava os dois astros se encobrirem.

_ Por que ela só pode se morta por alguém que a ama. Está na hora Matheus mate-a.

Nesse instante os olhos de Matheus se encheram de lágrimas e os meus pasmos e assustados derramava varias.

_ Mate-a Matheus, mate-a. – Gritava a criatura bem no momento em que os astros se encontraram.

Matheus aproximou o punhal de mim fazendo nascer um sorriso satisfeito no rosto da criatura negra e me fazendo sucumbir em horror e desespero.

_ Nunca. – Disse ele jogando a arma com muita força no chão. _ Nunca seria capaz de machuca-la.

_ Seu incompetente. – Gritou com ódio a criatura.

O céu voltava aos poucos a se clarear.

_ Eu avisei. – Balbuciou Paulo.

_ Calado. – Gritou ainda com mais raiva a criatura negra.

_ Matheus, você vai pagar muito caro por isso. Você não a matou, mas esse amor irá matar vocês dois. Eu os amaldiçoo as suas mortes, que esse sentimento idiota irá causar. – Falou com ódio.

Nesse momento eu senti uma forte pontada no coração que me causou uma imensa dor me fazendo cair ao chão.

Percebi que o mesmo aconteceu com Matheus. Encontrei a explicação que era minha morte, pois o meu tempo já havia acabado, mas não entendi o por que o mesmo aconteceu com Matheus. Minha visão estava fraca e então sumiu inteiramente e apaguei.


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Notas finais do capítulo

Esse não foi bem o ultimo capitulo, porque vai ter um extra hehe pq eu queria que uma pessoinha que eu adoro muito acabasse feliz :D !!!



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