The Secret escrita por Ronnie


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, ok? Beijão!



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Eu não fazia idéia do que era aquela comida, mas adentrei a casa e ela era idêntica a casa de Lara.

 A sala espaçosa, com dois sofares grandes e chiques, uma TV gigantesca, uma enorme escadaria para o andar de cima e a esquerda a cozinha, onde vi as costas de Matthew, debruçado sobre algo.

 Quanto mais eu me aproximava, mais eu estranhava. Todos estavam debruçados sobre algo e até Lara que acabara de chegar, já havia corrido para uma cadeira na mesa de jantar que havia na cozinha e se debruçado sobre ela, todos estavam de costas para mim, o que me assustou ainda mais.

 -Gente... – sussurrei. Deveria ter saído mais alto, mas estava com medo do que ia encontrar ao vê-los de frente.

 -Junte-se a nós Melany... – ouvi a voz arisca de Catherine, virando-se e eu pude ver o que todos estavam fazendo debruçados sobre a enorme mesa de vidro.

 -Você... – minha voz mal saía e eu também não fazia idéia do que dizer.

 Eles estavam comendo as famosas panquecas, e ao lado, suas serpentes estavam bebendo um líquido expeço e rubro em pequenas tigelas rasas.

 -Elas estão se alimentando? – Matthew já havia me explicado, mas não havia me acostumado a ver tal cena.

 -Sim... – disse Lara olhando sua serpente, comendo ou bebendo, seja lá o que estivessem fazendo, de forma veloz.

 -Junte-se a nós! – sorriu Peter após acabar de comer sua panqueca, deveria ter sido a terceira, havia vários pratos em volta dele.

 Sentei-me na mesa, só que do outro lado, bem longe de suas serpentes e as observei, enojada, vendo o jeito como bebiam sangue.

 Só de pensar que aquilo era sangue já me deixava com vontade de vomitar e até mesmo, um pouco tonta.

 -Então querida, vai querer panquecas, não é? – falou a mulher que eu ainda não sabia o nome.

 -Sim, senhora... – disse com a intenção que dissesse seu nome.

 -Me chame de Beth. – sorriu ela e foi para cozinha.

 Ninguém falava na mesa, a não ser meus pensamentos fervilhando de nojo e curiosidade sobre tudo aquilo, estava doida para saber mais daquele mundo e tudo mais.

 Beth voltou rapidamente com um prato com panquecas cobertas de açúcares e uma tigela de sangue ao lado.

 -Sei que sua Nirhak deve estar morrendo de fome. – disse Beth rindo e colocando o prato e a tigela encima da mesa.

 Olhei super enojada e me recusava a deixar com que minha serpente bebesse aquilo, era nojento!

 Dei um sorriso falho e Beth notou que havia algo de errado. Nunca fui boa em esconder emoções.

 -O que foi? Não gosta de panquecas? – ela nem considerou a hipótese de ser o sangue que me enojava.  

 -Gosto! – falei tentando parecer mais animada do que estava.

 -Ela é novata. – falou Catherine com muita panqueca na boca e olhando-me de modo quase que horripilante. – Não sabe que sua serpente precisa se alimentar. – cuspiu as palavras. – Ignorante... – sussurrou ela, mas fiz-me de desentendida.

 -Ah querida! Deve ser nojento mesmo! – balancei a cabeça rápido de mais, o que a fez sorrir.

 -Mas, sua serpente terá de beber Mel. – falou Lara, ela não me olhava, estava muito concentrada em seu suco que havia trazido até lá.

 -Por quê? – disse com os olhos espremidos, encarando a tigela.

 -Não vai gostar, quando ela ficar com fome. – disse Matthew, olhando-me e depois observando sua serpente e acariciando-a no topo da cabeça.

 Coloquei meus cotovelos encima da mesa e apoiei minha cabeça em minhas mãos. A tigela estava bem na minha frente, me encarando com sua cor escarlate.

 -Eu não quero... – sussurrei com a boca seca.

 Até que comecei a sentir uma forte coceira no local da tatuagem, o que me fez coçar o braço rapidamente.

 -Agora ferrou! – disse Lara se afastando da mesa, assim como Catherine, Peter e Beth, mas Matthew levantou e foi para trás de minha cadeira acolchoada.

 -Está coçando demais! – disse coçando freneticamente meu braço. Parecia que haviam caído várias formiguinhas minúsculas que estavam mordendo meu braço de forma contínua e perturbadora.

 -Ela sentiu o cheiro! – falou Peter saindo da sala.

 -Como?! – falei nervosíssima com a situação.

 -Ela vai tentar sair de todas as formas... – ouvi Matthew sussurras em meu ouvido. –Liberte-a já! – gritou ele indo para perto de Beth.

 -Como faço isso?! – minha pele já estava se rasgando com a pressão de minha unha sobre minha pele.

 -Diga que ela pode comer. – falou Beth, sua voz era de estremecer.

 Eu não fazia idéia de como era aquilo na língua delas, então tentei buscar no fundo de minha mente alguma informação que me fosse útil, mas nada! Ninguém havia comentado comigo sobre essa fala que eu tinha que dizer a ela.

“Ish it-ar” - ouvi no fundo de minha mente. Parecia que minha Nirhak estava tentando se comunicar comigo.

 -Ish it-ar! – falei desesperada e angustiada.

 Quando tive a visão mais bonita de todas.

 Minha serpente saindo do meu braço de uma forma luminosa, que eu não havia visto antes. Luminosa, formosa e com um dança que se entrelaçava pelo meu braço.

 Ela caía no chão e se rastejava até a mesa, onde conseguia comer.

 No instante que vi sua língua tocar no sangue, pude sentir em minha garganta o gosto descendo amargo e ficando doce. Era muito bom. Fiquei alguns segundos olhando-a comer.

 -O que foi Mel? – senti o braço de Matthew em meu braço. – Você está gelada. – falou ele, indo para minha frente.

 -O gosto é tão... – não conseguia encontrar a palavra e estava em um estágio de embriagues fora do normal. – Bom! – sorri, passando a língua por meus lábios.

 -Beth, isso é normal? – ouvi a voz de Matthew de longe, enquanto eu me aproximava de minha Nirhak.

 -Que eu saiba, não é não. – ouvi sua voz se distanciando e depois voltando cada vez mais forte, deveria ter ido até outro lugar e retornado a sala.

 Senti suas mãos em meu braço, me fazendo olhá-la.

 Olhei em seus olhos e ela os arregalou. 

 -Seus olhos estão vermelhos! – falou ela, espremendo os olhos e rindo para mim. – Ela é realmente a chave.

 Naquele momento, parei de sentir o maravilhoso gosto descer por minha garganta, e voltei a prestar atenção no que estava acontecendo.

 Olhei para minha serpente e ela rastejava graciosa até meu braço e se escondia por sobre minha pele.

 -Que porra de chave é essa casete! – já estava cansada de escutar que eu era aquela maldita chave! Ninguém me dizia o que significava aquele merda!

 Nem reparei que estava falando com Beth, uma bruxa e ainda por cima, tia de Matthew.

 -A chave... – começou Beth, até Matthew a interromper.

 -Não acho que devemos contar agora. – disse ele olhando-a, sério.

 -Devemos sim! – gritou Lara se levantando. – Quanto mais rápido ela souber, mais tempo vai ter para se preparar! – disse ela, séria e olhando para todos na sala. A única pessoa que não estava se preocupando era Catherine que já havia saído da sala. 


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Notas finais do capítulo

Está chegando ao fim, pessoal! =(