The Secret escrita por Ronnie


Capítulo 30
Capítulo 30




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-Preparar para que?! – eu não agüentava mais esperar! Odeio segredos! Ainda mais quando se diz respeito a mim e eu era a única que não sabia!

 -Você é a chave para fazer com que Charlie não acabe com Alídea. – falou Lara rapidamente que demorou para eu assimilar suas palavras.

 Tive que repetir suas palavras umas cinqüenta vezes na minha mente para ver se eu entendia.

 -Charlie? Alídea? O que? – eu estava chocada, minhas pernas estavam bambas e eu nem ao menos sabia falar Nirhaquiano, muito menos combater Charlie.

 Matthew colocou as mãos na cabeça e a balançou, como se Lara tivesse feito a maior merda de todos.

 -Casete Lara! Porque não cala a boca?! – falou Catherine, ao passar por todos e deixar seu prato de panquecas na pia da cozinha.

 -Me obriga! – falou Lara se sentando na cadeira.

 -Mel... – ouvi a voz de Matthew, ainda estava muito chocada para ser menos monossilábica.

 -Que? – falei rapidamente.

 -Você é a única Nirhakiana que tem conexão direta com sua serpente, mas não sofre os efeitos. – falou ele se aproximando de mim, com os olhos acolhedores.

 Ficamos em silêncio por um momento e ele pareceu franzir a testa, estranhando alguma coisa, até balançar a cabeça fortemente para trás.

 -Matt? – ouvi Beth dizer preocupada. – Está tudo bem?

 -Sim, estou bem. – falou ele passando a mão na cabeça, olhando-me estranhamente e se sentando na cadeira da mesa.

 -Mas, como assim não sofre os efeitos? – perguntei para Matthew, mas como percebi que ele não estava muito... Bem, olhei para Beth.

 -Sua serpente pode ser ferida e até morta, que você continuará viva. Isso não ocorre com o resto de vocês. – explicou ela pausadamente, como se quisesse que eu entendesse cada letra que ela soltava. – Isso é raro querida e a última pessoa que foi assim foi uma tal de... Taylor. – arregalei os olhos.

 -Essa era minha mãe! – poderia ser outra Taylor, mas eu tinha certeza que era a aminha mãe! Certeza! Convicção! Eu sabia! Isso corria pelas minhas veias! Senti-me feliz de saber que herdei algo dela, algo forte.

 -impossível! – ouvi a voz de Matthew se levantar, ao mesmo tempo em que sua cabeça.

 -Por quê? – falei confusa, com um leve sorriso de felicidade nos lábios. Estava realmente feliz de ter herdado algo tão grandioso assim dela.

 Mas, após ouvir o que a boca de Peter pronunciou, meus lábios se transformaram em uma linha e eu não entendia como aquilo era possível.

 -Como? – sussurrei, minha voz estava falha e eu não podia acreditar no que meus ouvidos estavam ouvindo.

 -Ela viveu ha mais de duzentos anos.

 Eu só escutava um zumbido, a partir disto.

 -Por isso sabemos que não foi sua mãe. Pode ter sido um parente, ou algo do tipo. – ouvi no fundo de minha mente a voz de Beth ecoando e ricocheteando.

 -Como...  – respirei fundo e engoli em seco. – Como Taylor era? – perguntei, tentando me manter calma.

 O que era impossível! Se fosse minha mãe mesmo – e eu tinha quase certeza que sim – queria dizer que ela havia mentido para mim, para o meu pai e para todos. Ela tinha mais de duzentos anos! Nem teria palavras para descrever o quanto aquilo era bizarramente estranho.

 -Bem parecida com você... – Beth me olhou e analisou. – Sim! Igualzinha! Posso dizer isso, porque a conheci. Tenho duzentos e sente anos. – riu ela como se aquilo fosse bom.

 -Isso não é possível! – olhei para o meu braço e me lembrei que na cabeça de minha serpente, quando estava na forma de bracelete, havia o nome Taylor gravado, então me esforcei um pouco para que me lembrasse as palavras certas, que libertavam minha Nirhak.

 Alguns segundos depois, o bracelete já estava em minha mão e eu já estava examinando sua cabeça.

 -Aqui está! – mostrei a Beth. – Essa era a letra... – Beth me interrompeu.

 -De Taylor! – ela se espantou e teve de se segurar nas paredes para não cair. – Você é a filha de Taylor! – falou ela, tremendo e com as mãos na boca, mostrando total e completo espanto.

 -Melany, quantos anos você tem? – ouvia voz de Lara e a encarei, ela parecia espantada, mas não com medo.

 -Dezessete. – sorri. Não, melhor! Tentei sorrir.

 Silêncio.

 -E há quanto tempo tem dezessete? – achei ridícula a pergunta de Peter!

 -Dezessete anos! Arg! – aquilo era óbvio!

 -Mel... – falou Peter, olhando-nos. –Eu tenho dezesseis a trinta anos. – falou ele, não envergonhado, mas parecia que estava contando um segredo, já revelado.

 -E eu tenho dezenove a vinte e dois anos. – falou Catherine, se sentando de qualquer modo na cadeira.

 Olhamos todos para Lara.

 -Eu tenho quinze desde sempre. – sorriu ela, fazendo o clima ficar mais descontraído.

 -Alguns de nós para em certa idade. – falou Beth, olhando-me.

 -Mas, eu lembro de cada aniversário meu! Isso é ridículo! – falei tentando soar normal e indiferente, apesar de não lembrar direito de algumas coisas.

 -Melany, quantos anos você tem? – ouvi a voz de Catherine, entrar em minha mente como um soco.

 Aquilo era RIDICULO! Eu sabia quantos anos eu tinha! E me lembrava de cada aniversário! Do meu primeiro beijo! Dos meus professores do jardim de infância! Tudo!

 -Dezessete! – gritei, me sentando no chão e me encostando na parede gelada da casa.

 -Ela tem dezessete. – disse Catherine, após seus olhos ficarem concentrados tanto tempo em mim que pensei estar com alguma coisa suja na roupa, ou sei lá...

 Olhei para Beth com o olhar indagador.

 -Ela lê almas. – falou Beth fofocando com Matthew alguma coisa.

 Ok! Aquilo era uma total surpresa! Para falar a verdade, não era! Ela era muito estranha, só poderia ser perturbada mesmo!

 -Alguma coisa aconteceu nesse tempo que nós não sabemos... – falou Peter.

 Finalmente alguma coisa que eu não sabia e nem eles! Sentia-me até mais aliviada.

 -Bem, eu não sei o que é... – como sempre. – pensei.

 No dia seguinte todos estavam de pé às cinco da manhã, enquanto eu ainda estava agarrada ao meu travesseiro de pena de ganso. Cada um tinha um quarto. Também... Havia muitos quartos para uma mulher morar lá sozinha.

 -Mel... – ouvi a voz abafada de alguém atrás da porta. Ela se abriu e vi o rosto de Beth. –Levante-se! Hoje será um dia cheio para você. – sorriu ela, fechando a porta e me deixando estirada na cama, querendo dormir.  

 Em cinco minutos eu já estava na sala ouvindo a balela de Beth sobre como eu tinha que tomar cuidado, por onde eu podia e não podia andar na cidade, falando sobre as comidas típicas e sobre uma festa que comemorava a fundação de Alídea.

 -Mas, nunca! Jamais! Vá para o lado sul de Alídea! – falou Beth.

 Eu sempre adorei o sul de tudo! Era mais frio, melhor, mais misterioso, sombrio. Eu era uma mistura de corajosa e destemida com medrosa e cagona. Eu amava histórias de terror, suspense, mistério, mas tinha medo.

 -Por quê? – falei mordendo um pedaço de maça super vermelha.

 -Porque lá estão os vampiros sugadores de alma! Caraca! Que burra! – ouvi Catherine passando, mordendo um morango que era azedo que nem ela.

 Ela aparecia do nada e ainda estragava meu dia! Que raiva dessa garota! E eu ainda tinha que conviver com ela! Eu mereço! – pensei.

 Era incrível! Mas, eu não estava me preocupando em ser “A chave”. Eu estava mais como: Estou nem aí! Que se dane!

 -Os vampiros são do mal? – perguntei para Beth, revirando os olhos dramaticamente.

 -Não para os outros, mas para os Nirhaquianos sim. – sorriu ela, como se aquilo fosse completamente normal, mas para ela, era realmente normal.

 -Por quê? – muitas perguntas...

 -Porque os Nirhaquianos habitavam a terra onde eles estão. Houve uma guerra e eles venceram e agora qualquer Nirhaquiano que entre em suas terras, é morto. – ela falou com um tom melancólico e teatral, que me fez imaginar a guerra.

 -Bem que você podia ir dar uma volta por lá, não é? – passou Catherine para o outro lado da sala, com sua serpente mal encarada e fútil, que nem ela!

 Ainda não havia me acostumado a ver serpentes caminhando pela casa, me assustava só de pensar que dali a algum tempo, seria normal para mim também.

 -E você ir para a p... – falei delicadamente, até Beth me interromper com a voz mais alta que a minha.

 Catherine, infelizmente não ouviu meu xingamento, o que me irritou.

 -Ok! Agora que já sabe de tudo daqui, precisa ser treinada. – sorriu ela. 


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Notas finais do capítulo

Espero reviews e MP'S, ok? Beijoooos