Escolhas escrita por Rosa Scarcela
Notas iniciais do capítulo
Estou muito feliz pela quantidade de reviews que venho recebendo... Agradeço do fundo do meu coração...
02 anos depois
Eu voltei para Forks em cada oportunidade que tive e mesmo que a casa dos Swan não ficasse no caminho para nenhum lugar que eu quisesse ir, sempre passei na frente com a esperança de ver Bella por um ou dois segundos.
Minha mãe me mantinha informado, apesar de não haver muitas notícias. A única coisa sabida era que Bella desapareceu depois que fui embora. Nunca mais foi vista. Charlie, por outro lado, passava os dias mais lúcido. Ele nunca comentou com ninguém o paradeiro de Bella e, pelo que minha mãe me disse, ninguém teve coragem de perguntar.
Nunca tive um relacionamento com Tanya, apesar de vivermos sob o mesmo teto. Depois que Lilly nasceu, ela voltou a Harvard e coube a mim cuidar do bebê praticamente sozinho, mesmo que eu também estivesse estudando. Emmett nunca conheceu a filha e nas vezes que nos falamos por telefone, não se deu o trabalho de perguntar por ela uma única vez.
Meus pais e os pais de Tanya nos visitaram tantas vezes nesses dois anos quanto eu podia contar com os dedos da mão esquerda. Acho que sabiam da nossa infelicidade e ver, pessoalmente, o que tinham causado deixava-os mais culpados.
Porém, acordar todas as manhãs e ver minha Lilly com seus olhos grandes e lábios rosados me encarando, esperando meu beijo de “Bom dia”, anulava as partes ruins da minha vida. Ela passava o dia na creche enquanto Tanya e eu estudávamos, mas cabia a mim levá-la e buscá-la. Eu também a banhava e dava de comer porque, se dependesse da mãe, ela morreria de inanição.
Tanya se envolveu com muitos caras da faculdade, mas eu a havia proibido de levar qualquer homem para casa. Deveria respeitar a mim e a filha.
Me envolvi demais com a criança, que eu amava como se fosse minha. Ela era toda parecida com Tanya e Emmett. Tinha os cabelos loiros e lisos da mãe e os furinhos na bochecha como o pai. Felizmente, sua personalidade era minha, acredito que pela convivência.
A primeira palavra dita por Lilly foi “papai” e eu quase fiquei desidratado de tanto que chorei. Ela nem tinha completado um ano e já falava pelos cotovelos. Passava horas me contando de seu jeito como tinha sido seu dia. Como o babão que eu sempre fui, ouvia atentamente e interagia na esperança que ela me entendesse também.
Em momentos como este, Lilly mostrava-se uma verdadeira Cullen. Falava sem parar. Isso era tão Alice.
Deixei Tanya na casa dos pais e segui com Lilly para a casa dos meus. Fomos recepcionados por Esme e Alice completamente animadas e excitadas.
- Meu Deus, como ela está grande, filho!
Lilly agarrou meu pescoço e apenas olhou para a avó. Por mais que eu amasse meus pais, eu não era altruísta ao ponto de esquecer o que fizeram comigo. Jamais os perdoaria. E às vezes eu tinha a impressão que minha princesinha sentia tudo que acontecia ao seu redor, pois não aceitou o abraço oferecido por minha mãe e apenas sorriu para minha irmã. Não me senti mal ao ver a face triste delas. Eu estava calejado.
- Nosso quarto está pronto? – perguntei subindo as escadas.
- Sim. E o berço de Lilly foi levado para lá.
Minha cama de casal era a mesma desde que parti. Encarei o móvel recordando os incríveis momentos que passei ali. As vezes que dormi abraçado com Bella. Nossas noites de amor.
Infelizmente, éramos apenas Lilly e eu. Me recusava a pensar se Bella seguiu sua vida com outra pessoa. Linda e amável, não seria difícil encontrar alguém que a amasse como ela merecia. E esse alguém nunca mais seria eu.
- Papai, quelo papazinho - minha princesinha me tirou dos devaneios. Ela tinha este poder. Era a única que me salvava dos momentos de depressão.
- Humm... Será que a vovó Esme já deixou seu papazinho pronto? – sorri.
- Selá que tem batatinha? – animou-se.
Seguimos para o banheiro e eu coloquei a banheira para encher. – Primeiro um banho e depois nós descemos para comer, combinado?
- Combinado!
Emmett chegou da faculdade naquela noite também. Tratou Lilly como se fosse uma criança de qualquer vizinho e foi encontrar com os amigos para uma festa – daquelas que eu era acostumado a frequentar.
Lilly e eu dormimos cedo. Há muito tempo eu não ficava mais tão à vontade na casa de meus pais. Deslocado era a palavra que melhor descrevia a sensação de estar no meio de tanta gente hipócrita.
Não via a hora dos feriados acabarem para eu voltar à minha vida com minha filha. Já vinha até pensando na hipótese de pedir o divórcio a Tanya. Eu ficaria com Lilly e ela com todos os bens, até meu carro. Uma proposta irrecusável a meu ver.
Acordei com Lilly deitada em cima de mim. Tentei colocá-la de volta na cama sem perturbá-la, pois era muito cedo, mas ela abriu os olhos, já sorrindo.
- Bom dia, princesinha linda do papai.
- Bom dia, papaizinho lindo da Lilly.
Ri com a novidade. Lilly crescia rapidamente. Se eu piscasse, perderia as novidades, como sua primeira frase completa.
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