O avião vermelho sobrevoa o mar, Bruna liga a câmera.

- Quatro de Maio, são oito horas da manhã, traçando a rota para Prince Ruberg na Colômbia, vou passar por Vancouver, depois Seattle e depois por São Francisco... E pelo litoral oeste – Bruna olha para o mar embaixo e leva seu olhar para frente, ela suspira, Ana está quieta no banco de trás com as mãos amarradas – Minha passageira é uma tagarela!... Seja lá o que foi aquilo, injetou nela algum tipo de droga, algo que a fez perder a memória... Espero que o efeito passe logo!

Ela desliga a câmera.

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Imagens do avião de Bruna sobrevoando uma floresta são recebidas pelo satélite.

- Seu nome é... Bruna não é? – Pergunta Ana.

- Ela fala! – Diz Bruna, brincando com Ana.

- Me desculpe pelo o que eu fiz... – Diz Ana – Eu não sei o que aconteceu... – Ana olha para o lado com um olhar confuso – Não me lembro de nada... Nem sei o meu nome!

Ana nega com a cabeça se lamentando.

- É Ana... – Responde Bruna – Ana Beatriz!

- Ana? – Ela diz.

- Soa familiar? – Pergunta Bruna.

- Não muito – Responde Ana.

- Vai se acostumar – Diz Bruna.

Ana levanta as mãos amarradas.

- Acho que já pode me soltar – Ela diz.

- Tenho que confiar em você primeiro – Responde Bruna.

Ana da um sorriso e olha para o lado, logo arregala os olhos inclinando-se para frente, Bruna sobrevoa a cidade de Hollywood, que está com prédios derrubados, outros pegando fogo soltando uma fumaça negra, as ruas sujas, com jornais espalhados pelo chão, carros virados, sangue nas paredes, lojas saqueadas, um verdadeiro caos. Bruna encara a cidade embaixo, ela fica séria lhe observando.

- A cidade dos anjos – Diz Bruna.

Logo liga a câmera.

- Seis de Maio, são seis horas da tarde, Los Angeles... Nenhum sinal de vida... – Bruna olha para o lado – Nem mesmo de um vampiro... Alguns devem ter queimado com a cidade, mas quanto ao resto?

Bruna fica desviando dos prédios, ela olha para o lado e fica séria de repente.

- Meu deus – Ela diz, abismada, olhando fixo para o lado.

- O que foi? – Pergunta Ana.

- Olhe só aquilo – Diz Bruna.

Ana olha para o lado se surpreendendo.

Longe, Jensen está avistando o avião de Bruna sobrevoando a cidade, ele abaixa o binóculos não acreditando.

- Minha nossa – Diz Jensen, olhando fixo para o avião.

Em seguida, corre até a sirene de manivela e a gira, o alarme vai soando bem alto. Rapidamente Ian abre a porta caminhando para o centro da cobertura da prisão, a cobertura tinha no mínimo 3km de distancia. Leonardo e Berry saem correndo para o centro da cobertura que tinha pequenas pedras no chão.

- É um avião – Diz Ian, esperançoso.

No chão, bem embaixo deles, está escrito “Nos ajude” com tinta branca, Berry levanta os braços acenando.

- Eu sabia! – Diz Leonardo – Eu disse!

- OIIII ESTAMOS AQUIII – Grita Ian, balançando os braços – OIII.

Bruna se aproxima da gigantesca prisão com diversos andares, os vampiros nas ruas próximas a prisão, olham para cima por causa do barulho do avião, eles grunhem andando devagar pela rua, uns tinham os braços quebrados e pedaços de carne faltando no corpo.

Bruna olha para baixo e avista mais de dois mil vampiros cercando a prisão, Ana fica encarando-os com um olhar angustiado, os vampiros que tentavam pular as altas paredes, eram mortos com a cerca elétrica no topo, enquanto os outros batiam contra a parede forte da prisão, Bruna sobe o avião um pouco mais.

- Vampiros – Diz Bruna, negando com a cabeça – Não vamos descer!

Ela se afasta, Ian abaixa os braços ficando agitado, ele caminha para a ponta.

- O que ele ta fazendo...? Porque está indo embora? – Pergunta Ian.

Leonardo e Jensen o segue.

- Não ta indo embora, ta dando a volta – Diz Jensen.

- Dando a volta? – Ian não entende muito.

O avião vem em direção a eles.

- Ele ta muito baixo – Diz Leonardo.

O avião se próxima.

- ABAIXEM – Grita Leonardo, já se tacando no chão.

Naquele instante o avião passa por cima eles um pouco rente ao chão, Jensen havia se jogado em cima de Ian, eles se levantam, Berry limpa a blusa enquanto observa o avião.

- O que ele está fazendo? – Pergunta Ian.

Bruna levanta o avião para dar a volta.

- Ele vai pousar – Diz Leonardo – Ele vai pousar!

Leonardo corre para o lado.

- TIREM ESSAS COISAS DO CAMINHO, RÁPIDO!

Ian olha para Jensen ao seu lado.

- Pousar? – Ele pergunta, não acreditando.

- É pousar! – Jensen corre em direção a um carrinho jogado em sua frente.

Berry e Leonardo vão tirando as coisas da frente, Ian caminha um pouco para frente com um olhar esquisito.

- Esse cara é um grande miserável – Diz Ian, fechando as mãos.

Bruna fica aflita, ela se ajeita no banco.

- Se segura – Ela avisa – Esse pouso vai ser difícil!

- Me solta! – Diz Ana, levantando as mãos.

Bruna olha para os lados não gostando muito, em seguida pega uma faca, respira fundo e lhe entrega, Ana vai cortando a corda.

- Valeu – Agradece Ana.

- Não tente fazer nenhuma loucura – Diz Bruna.

- Nada tão louco do que vai fazer – Diz Ana.

Bruna olhando para frente dando um sorriso de canto. Jensen corre até uma pilastra de ferro e puxa o cabo de aço no chão, Leonardo corre até Berry, que estava com dificuldade de empurrar um carrinho com vários ferros e fios.

- Vamos Berry, vamos – Leonardo ajuda a puxá-lo.

Jensen puxa o cabo até o outro lado da cobertura, ele amarra no ferro em frente e fica puxando-o, Bruna vai descendo o avião.

- É isso ai, se segura – Diz Bruna.

Leonardo empurra um barril para outra ponta da cobertura.

- De pressa, ele está vindo.

No instante em que olhar para o lado, observa o avião se aproximando, ele da uns passos à frente notando que ele havia diminuído a velocidade. O avião começa a chacoalhar, Ana olha para a luz vermelha piscando, ela fica um pouco tensa.

- Vamos logo, vamos – Diz Bruna.

O avião desce da visão de Leonardo, ele se aproxima para verificar se o avião havia caído, quando olha para baixo, o avião sobe para a cobertura, naquele exato instante, Leonardo se joga para trás, Bruna puxa a alavanca, as rodas do avião vão deslizando no chão da cobertura, Ian se vira correndo com o avião atrás de si, quando olha para trás, se joga no chão e deixa a asa passar por cima dele, ele arregala os olhos e abre a boca.

Bruna está fazendo muita força puxando o freio, a asa do avião vai derrubando diversas antenas e postes de aço, por mais que o chão seja feito com pedras, o avião não para de deslizar e está se aproximando do final da cobertura. Jensen passa o cabo de aço em vários postes de ferro, então passa a puxá-lo, olhando para o lado, o avião passa por eles, Bruna avista a mureta do final da cobertura, ela arregala os olhos, as rodas são presas pelo cabo de aço, no entando o avião quebra a mureta e fica com a parte frontal inclinada para baixo, sendo uma queda de 87 andares. As duas primeiras rodas do avião ficam para fora do chão, ele fica bem inclinado, Ana da um sorriso de nervoso.

Portanto o cabo de aço não vai aguentando o peso do avião e é fortemente puxando, a parte traseira do avião vai sendo levantada devagar, Jensen está segurando o cabo com toda sua força, Leonardo vai se aproximando correndo. A pilastra de aço é puxada para frente quebrando o concreto que lhe segurava no chão, todos os postes de ferro por onde o cabo passou, são puxados para frente quebrando todos. Jensen agacha-se no chão protegendo o rosto dos pedaços de concreto.

O avião vai para frente rapidamente.

- AAAAAHHHHHHHH – Grita Bruna, arregalando os olhos.

- MEU DEUS – Grita Ana.

A parte traseira está há 2 metros do chão, Leonardo da um salto e segura o rabo da aeronave, portanto a parte traseira vai descendo, Kerry sai correndo da porta e pula ao lado de Leonardo para fazer peso, o avião tem as rodas traseiras no chão. Bruna fecha os olhos aliviada.

- PUXEM, PUXEM – Grita Leonardo.

Jensen e Ian vão puxando o avião pelas asas, o avião fica um pouco afastado da borda.

- Ótimo, muito bom – Diz Leonardo.

Jensen senta na asa ofegante, Kerry olha para Bruna que saia do assento, Ana retira os cintos de segurança. Bruna da uns passos na asa e encara os outros em pé no chão, Berry e Ian se aproximam, Kerry da um sorriso. Bruna fica em uma posição poderosa com as mãos nas cinturas.

- Boa aterrissagem – Leonardo elogia.

- Tecnicamente foi um desastre – Diz Bruna.

Ela da uns passos à frente, Leonardo estica a mão e lhe ajuda a pular da asa, Ana sai do assento e logo observa Jensen sentado na asa, ela o encara por segundos e vira-se para os outros.

- Leonardo Velasco – Ele se apresenta com um aperto de mão.

- Bruna... – Ela se apresenta, então solta sua mão, ela olha para o lado – Está é Ana!

Leonardo estica a mão para Ana.

- Leonardo Velasco – Ele tenta ajudá-la a pular da asa.

Ana o ignora e pula sozinha, caindo em pé, Leonardo fecha a mão e vira-se para ela. Em silencio, Ana encara Kerry e logo se afasta. Kerry vai até Bruna, já apertando sua mão.

- Oi, meu nome é Kerry... – Ela diz.

- Ta,ta,ta,ta, chega de apresentações – Diz Ian, Bruna olha para ele – Você veio nos buscar, né?

- Pode nos tirar daqui? – Pergunta Berry, feliz.

- Você é de Titan? – Pergunta Kerry, sorridente.

- O-o que você disse? – Pergunta Bruna, espantada.

- Você é de Titan?

- O que sabe sobre Titan? – Pergunta Bruna.

- Eles dizem que podem nos ajudar – Diz Berry.

- Há outros sobreviventes, civilização e segurança... – Diz Kerry.

- Sem nenhuma infecção – Completa Berry.

- Eles te mandaram, não é? – Pergunta Ian.

Bruna nega com a cabeça, ela os observa.

- Não... Eu sinto muito – Ela diz.

- Mas, tem outras como você lá fora, ou não tem? – Pergunta Berry, ficando preocupado.

Bruna fica séria novamente.

- Somos só nós – Ela responde.

- Não... Veio nos resgatar? – Pergunta Kerry, com seu olhar meio, cabelo loiro até um pouco abaixo do peito, o tom de sua voz ficou entristecido.

- Sinto muito – Bruna nega com a cabeça.

Eles se afastam bufando, Kerry abaixa a cabeça e caminha junto com os outros em direção à porta de grades. Leonardo fica ao lado de Bruna, ela vira-se para ele.

- Sinto muito – Diz Bruna.

- Olha só, não se ofenda ta legal? Estávamos esperançosos e... – Leonardo não consegue terminar.

Jensen desce da asa e caminha dando a volta, ficando ao lado de Bruna, ela leva seu olhar a ele.

- Achavam que iriam ser levados à terra prometida – Diz Jensen.

Bruna da um sorriso de canto e logo o desfaz.

- Jensen Ackles – Ele se apresenta – O rasante foi demais!

- Obrigada! – Diz Bruna, depois da um sorriso.

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Bruna testa a hélice da frente do avião, ela fica girando-a para os lados, Leonardo se aproxima.

- Ela tem conserto? – Ele pergunta.

- Ele vai voar – Responde Bruna.

- É!

Bruna apoia as costas na hélice, cruza os braços e encara Leonardo.

- Sabia que eu tenho a sensação que eu te conheço? – Diz Bruna, analisando as feições de Leonardo.

Ele da um sorriso, olha para o lado e depois para ela.

- É... Isso acontece comigo! – Diz Leonardo - Gosta de esportes...? Basquete?

Bruna expressa que não e nega com a cabeça.

- Não muito! – Ela responde.

- Não! – Diz Leonardo – Então você gosta de... Relógio de pulso!

Ele olha pra o lado, Bruna segue seu olhar, avistando um outdoor com a foto do Leonardo e um relógio, subtítulo “O Poder Do Astro”. Jensen se aproxima dos dois.

- É, o Leo aqui é o nosso astro residente! – Diz Jensen.

Leonardo da um soco leve em seu ombro, Bruna olha para os dois.

- Agora, me fale de Titan... O que sabem exatamente? – Pergunta Bruna, com uma expressão normal, suave.

- Só o que ouvimos nas transmissões – Diz Leonardo.

- Recebemos transmissões à semana toda – Relata Jensen – Alimento e abrigo, proteção e segurança... Sem infecção.

- Nós achamos que tinham lhe enviado – Diz Leonardo.

Bruna olha para o lado, encarando a cidade.

- Soltamos sinalizadores por dias para chamar atenção – Diz Leonardo.

Bruna olha para ele confusa, ela nega com a cabeça e da um sorriso debochado.

- Sinalizadores?! – Em seguida uma risada leve, ela os encara – Quem irá vê sinalizadores da Antártica?

- Antártica? – Leonardo olha para Jensen não entendo.

- Antártica? – Jensen pergunta.

- Titan... Eu estive lá, fica na Antártica – Diz Bruna, convicta – É uma cidade, é o que achamos!

- Uma cidade? – Leonardo se surpreende, ele nega com a cabeça – Eu acho que não!

Bruna olha para eles estranhando e bastante confusa.