Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 37
A Fuga – Parte II




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― Do que está falando lobo? Quem é Tia Evi? – pergunta a vampira confusa, por não ouvir ninguém conversando com ele.

― Reverta o que fez comigo, traga meus sentidos de volta! – ordena o cherokee.

― Essas experiências não são reversíveis. Acha que estou pesquisando tanto para elaborar uma vacina temporária? Estou trabalhando num anulador de genes lupinos, isso quer dizer que ficará assim para sempre.

― Ok! – grita Evi, batendo palmas e chamando a atenção dos presentes. – Chega de brincarmos de captura, está na hora de irmos para casa.

― Como quiser titia – ironiza Lucian, deixando a fera negra explodir de dentro do seu corpo.

― Mas como? – solta a doutora num sussurro. – Você não está em condições de se transformar, eu o deixei sem comida... Como?

― Acho que a pergunta que deveria fazer é: esse é o meu dia de sorte? – ironiza Evi, tombando a cabeça para o lado. – Porque tenho certeza de que é o meu...

A cherokee cruza os braços em frente ao corpo e os abre com rapidez, liberando sua fera interior que a muito estava querendo sair. Era hora de começar a festa!

Ambos os lobisomens agarram as barras de aço, quase que simultaneamente, forçando-as a se abrir e fazendo Valeska se desesperar. Ela grita pelos vigias, que adentram o cômodo em posições de ataque, enquanto um terceiro corria para alertar sobre a pequena rebelião no laboratório.

Sem delongas, vamos acabar com isso logo— vocifera Lucian, avançando contra os vampiros.

Ele estava farto daquele lugar, farto de todos aqueles vampiros. Queria sair dali o quanto antes e, sem pensar muito, o cherokee deixa-se levar por sua fera assassina, que destroça os vampiros com suas garras mortais, virando-se para a doutora em seguida.

Valeska recua à medida que o lobisomem caminhava em sua direção, com as presas a mostra. Lucian avança contra a doutora, abocanhando seu ombro direito e lançando-a sobre a mesa de experimentos, quebrando todos os tubos de ensaio presentes ali. A vampira se debatia desesperadamente, podia sentir o veneno do lobisomem penetrando em seu corpo e a matando pouco a pouco.

Enquanto isso, Evi destruía o laboratório, puxando os cabos de energia para que nenhum outro lupino fosse vítima daquele lugar. As faíscas voavam pelo ar conforme a fera branca arrebentava as linhas de força e destruía os equipamentos, algumas delas caindo sobre as pesquisas da doutora e iniciando um pequeno incêndio.

Lucian se aproxima da vampira lentamente, quebrando a mesa em que a jogara com uma única pisada. Ele estava prestes a encerrar seu sofrimento quando Kiary entra no recinto e avança em sua direção, fincando suas garras sobre suas costas largas e arranhando-as de cima a baixo. Evi intercepta lobisomem castanha com fúria, não imaginando o quão habilidosa Kiary poderia ser, mas a oponente também a subestimava, pois não sabia que o que ela tinha de “habilidosa”, a lupina branca tinha de experiência e força.

As duas lobisomens rolam numa luta feroz pelo laboratório, enquanto Lucian voltava suas atenções para Valeska, sem deixar-se intimidar pela ferida. O cenário caótico dava um toque a mais na adrenalina do cherokee, que agarra o corpo magrelo da vampira e o ergue do chão.

― Acabe logo com isso – geme a doutora, sentindo seu corpo denegrir com o veneno lupino.

Sem romper o contato visual, Lucian aperta o corpo da sanguessuga com força, transformando-a num amontoado de pedaços gélidos de restos mortais.

Um ganido estridente ecoa pelo ar, atraindo sua atenção. Kiary gemia em desespero enquanto sua cabeça sangrava do lado esquerdo e Evi cuspia a orelha da loba, que arrancara em meio à luta. A lobisomem branca tinha apenas um arranhão no braço, o suficiente para que Lucian resolvesse dar fim aquele combate. Ele avança contra a cherokee que um dia chamou de irmã, prensando-a contra a parede de maneira furiosa.

Faça o que deve ser feito— pede ela em agonia, deixando algumas lágrimas molharem os pelos ao redor de seus olhos. – Me perdoe, não me deixe morrer sem o seu perdão!

Lucian segura à cabeça da lobisomem com carinho, encostando seu focinho ao dela como sinal de despedida. Algumas lembranças de sua convivência como irmãos de bando lhe vem à mente, entristecendo o coração do alfa, pois nunca desejou aquele fim a ela...

Você escolheu esse caminho, mas eu te perdoo.— Pausa. – Te perdoo com toda a força do meu coração cherokee. Adeus, Kiary!

Adeus, Lucian— sussurra ela, antes do lobo girar sua cabeça num movimento rápido e quebrar-lhe o pescoço.

Lucian se afasta do corpo inerte da lobisomem, que logo desaba ao chão e retorna a forma humana, pois era assim que terminavam os lobisomens: em sua forma humana e sem apresentar rastros do que realmente eram. Ele a observa com pesar, não deixando de imaginar como tudo poderia ter sido diferente, se ela tivesse compreendido a situação de seu imprinting e seguido em frente...

Temos que ir— lembra Evi, retirando o sobrinho de sua observação.

Os lobisomens atravessam a porta do laboratório com rapidez, deixando a destruição e os corpos para trás. Mais inimigos vinham em suas direções, na tentativa de detê-los, mas o corredor estreito impedia um ataque em massa, dando-os a chance da vitória...

Lucian interceptava grande parte de seus oponentes com sua telepatia, dando a Evi, a escolha de manipulá-los ou destruí-los. E a lobisomem revezava suas vítimas entre estas duas ações, hora os matando e hora os usando para matar, abrindo caminho em direção a saída.

O corredor finalmente termina, dando início a recepção daquela ala do castelo. Lucian atira seu corpo contra as pilastras que sustentavam o lugar, querendo destruir tudo, pois nada daquele maldito ambiente poderia permanecer de pé. O teto começa a ceder à medida que o lobisomem negro destruía seus pilares de sustentação, e Evi o observava, cuidando de sua retaguarda.

Vai desabar, precisamos ir – alerta Evi, já com medo de não saírem a tempo.

Ambos correm em direção à saída, não parando nem mesmo para averiguar a queda da construção. O lugar atingido fora a recepção, mas as rachaduras se estenderam por toda a extensão daquela ala, levando tudo ao chão: entrada, corredores, laboratório, salas de pesquisa... Nada ficou em pé para contar história!

Venha por aqui, estamos quase saindo!

Não! — diz Lucian de repente, parando sua corrida. – Vá à frente, eu a alcançarei, tenho algo para fazer primeiro.

Antes que Evi pudesse protestar, Lucian retorna pelo caminho que estavam fazendo, derrotando os vampiros no caminho e se dirigindo ao salão de conferências dos Volturis.

Droga! Seu teimoso... Esperarei lá fora.

A lupina branca percorre o restante do caminho até a saída, observando os vampiros aterrorizados que também fugiam. Vampiros e lobisomens eram inimigos naturais, sendo os lobisomens de alto nível, os mais temidos numa briga, e, por isso, muitos sanguessugas saíam do castelo amedrontados, preferindo encarar a fúria de Aro, às garras de um lupino.

Lucian percorre os corredores com uma fúria insana. Seu monstro interior pulsava em seu peito pedindo por justiça, fazendo com que as vontades do rapaz se intensificassem ainda mais, pois ele também queria justiça.

A porta de entrada do grande salão surge à frente do cherokee, mas é logo derrubada pela força de seus braços, atraindo todos os olhares para ele. Vampiros e vampiras ali presentes, correm e gritam em desespero, visto que nenhum deles tinha experiência para derrubar um monstro como aquele.

O cherokee encara o rosto amedrontado de cada vampiro daquele salão, detendo-se na face que ansiava encontrar: Aro Volturi. Seus lábios se levantam, mostrando suas presas, enquanto seus olhos se estreitavam pela sede de justiça. O lobisomem levanta suas garras e as finca na coluna mais próxima, puxando-as para baixo e arrancando parte do concreto. Ele eleva-as a altura dos olhos, mostrando-as para seu oponente e fazendo-as cintilar, mesmo com a pouca iluminação do lugar.

Aro sente o corpo estremecer com aquele feito, estava cara a cara com seu maior inimigo e ninguém ali parecia querer protegê-lo. Os únicos que poderiam deter a besta, naquele momento, seria a Guarda Volturi, que tragicamente não estava presente.

Este é o seu fim!— rosna a fera antes de disparar na direção do vampiro.

Não querendo morrer sem lutar, Aro avança contra o monstro com sua velocidade vampírica, tentando agarrar-lhe o pescoço, mas Lucian, mais rápido do que ele, o derruba diante de todos e prensa o seu tórax com o pé.

Este é o dia de seu julgamento... Por tudo que fez a minha família, por tudo o que fez a mim, por tentar matar a minha mulher e o meu filho, eu o declaro culpado!— sentencia por telepatia.

― Tentar? – questiona o vampiro, levando alguns segundos para compreender o que ele queria dizer – Ela ainda está...

E antes que pudesse terminar sua frase, Lucian pressiona o tórax do vampiro, abocanha-lhe o pescoço e segura suas pernas ao mesmo tempo, puxando-os para cima e partindo o mestre vampiro em pedaços.

Lucian lança os restos mortais do Aro sobre o chão, arcando seu corpo para trás e uivando poderosamente, bradando sua vitória. Ele encara os demais vampiros de cabeça erguida, detendo-se nas imagens de Caius e Marcus por alguns instantes, que já se preparavam para fugir. Eles não conseguiam acreditar que o todo poderoso Aro, morrera tão depressa, como um mero verme!

Se tentarem fazer mal a minha família de novo, eu voltarei para matá-los... E não pensem que não sou capaz.— Rosna. – Sou o alfa dos Filhos da Lua! Se colocarem seus olhos sobre minha família novamente, usarei toda a minha força e poder contra vocês. Não haverá piedade!

O lobisomem termina seu recado e corre, apressado. Alguns vampiros fazem menção de segui-lo, mas são detidos por Caius que, para o bem de sua existência e da permanência dos Volturis sobre a Terra, prefere esquecer há lobisomens em La Push... O cherokee sai do castelo sem grandes empecilhos, finalmente encontrando-se com Evi do lado de fora.

Volte para casa, Leah precisa de você!— pede Evi.

Você não vêm?

Não. Quero me certificar que não o seguirão... Agora é a minha vez de dizer: Vá à frente, eu o alcanço depois.

Lucian assente com a cabeça e corre desesperadamente de volta para La Push, de volta ao seu lar, aos seus amigos, a sua loba e ao seu filhote!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Já podem ir se preparando psicologicamente para o encerramento da fanfic, pois pelos meus cálculos, ela terminara ainda esta semana...
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No próximo capitulo veremos o retorno de Lucian ao seu lar, será que haverá alguém o esperando na fronteira? E Leah, como ela estara depois de tanto tempo?
Não perca: De Volta ao Lar