Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 33
Ataque em La Push




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Fazia, aproximadamente, oito dias que Lucian fora capturado. Leah estava, mais uma vez, aguardando seu retorno numa clareira, um pouco maior do que a que o bando utilizava para suas reuniões, e que ficava exatamente na fronteira da reserva.

A quileute estava sentada a beira de uma árvore, como sempre fazia àquela hora da manhã. Sua mão brincava de fazer desenhos em sua barriga ainda lisa, que completara quatro semanas de gestação, o equivalente há dois meses, segundo Carlisle.

― Por favor, Lucian, volte a tempo de ver nosso bebê nascer. Ele precisa de você tanto quanto eu – sussurra para o vento.

― E se ele não voltar? – pergunta Embry de repente.

Ela se assusta com o aparecimento repentino do quileute, que, por sinal, não a deixara em paz nem um segundo durante todos aqueles dias. Leah suspira fundo, tentando conter o mau humor que se formava devido à resposta do garoto e a irritação que sua presença vinha lhe provocando.

― Ele vai voltar.

― Coloque os pés no chão, Leah, pare de sonhar, ele foi raptado pelos Volturis. Se ele realmente sair de onde está agora, com certeza será num caixão.

Leah se coloca de pé subitamente, fuzilando o garoto com os olhos. Se não fosse pela gravidez, podia jurar que se transformaria naquele exato momento.

― Dobre sua língua quando se referir a ele! – grita, levantando os punhos para socá-lo.

A quileute defere o soco, mas Embry segura sua mão com facilidade, sorrindo com o acesso de raiva da loba. Ela se repreende mentalmente, por se esquecer que ele também era um lobo, afinal, ela poderia ter socado com mais força.

― Você é realmente uma graça. – Ri. – Fica ainda mais bonita quanto está brava.

― Que história é essa, Embry? – Estranha.

― Vai me dizer que não notou? – Dá o seu melhor sorriso. – Eu estou atrás de você durante todos estes dias e você realmente não notou? Eu te amo, Leah.

Embry puxa a garota para um abraço e tenta um beijo, mas ela se esquiva, virando o rosto e o empurrando para longe com força, visivelmente irritada.

― Pare de piadas, Embry! – esbraveja.

― Não é piada, eu te amo de verdade.

― Me ama? – Cruza os braços. – Por que você me ama?

― Porque você é linda. Desde que a vi passeando toda arrumada e atraente com Lucian, não pude deixar de amá-la, foi à primeira vista.

― Como eu imaginei – cospe com desdém –, você não me ama.

― É claro que amo, Leah, por que está duvidando?

― Somente Lucian me amou de verdade... Você diz que se apaixonou quando me viu “arrumada e atraente”, mas ele me amou quando eu estava um horror. – Começa a subir o tom de voz. – Lucian me amou quando eu estava deplorável, me amou quando me vestia como uma mendiga, me amou quando todos me ignoravam, me amou apesar desse corte de cabelo curto que odeio. – Respira fundo. – Ele me amou além de minha aparência e para mim, ninguém pode substituí-lo... Nunca!

― Eu posso tentar. – Segura a mão direita da loba com força. – Posso cuidar do seu bebê também.

― Me solte, Embry, Lucian é insubstituível, ninguém pode e nem vai, tomar o lugar dele.

― Pare de sonhar, garota – irrita-se. – Ele deve estar morto a essa altura!

― Me solte agora mesmo – rosna.

― Não solto!

― Acho bom soltá-la – ordena Sam, surgido atrás de Leah.

― Você não manda em mim, Sam, não é mais o alfa.

― Tem razão, não sou o alfa, é por isso que não preciso ter um comportamento exemplar e posso pular em seu pescoço agora mesmo se não largá-la...

― Este é um assunto nosso, você não faz parte da matilha.

― Errado! Eu estou de volta, Jacob me aceitou no bando novamente e, para o seu azar, Seth suspeitava de seu comportamento e Jake me encarregou de ficar em seu encalço.

― Quer bancar o herói agora? Não era você mesmo que queria vê-la rastejando atrás de você?

― Sim, era eu e fui homem o suficiente para admitir meu erro. E agora estou aqui, protegendo a mulher do homem que me deu uma nova chance, se não fosse pelo perdão de Lucian, nunca teria tido forças para dar a volta por cima... Acho que proteger a namorada dele é o mínimo que posso fazer por ele!

Embry resmunga algumas palavras e solta a mão de Leah, levando consigo o anel prata que simbolizava o compromisso da garota com o cherokee.

― Embry, pare de brincadeiras, devolva este anel!

― Vá pegá-lo – desafia, lançando o anel no meio da grama alta da clareira.

Leah o xinga alto e corre em direção à grama, caindo de joelhos para procurar o objeto, em um local que esperava ser o correto... Embry se vai e Sam o segue de perto, certificando-se de que não voltaria.

A quileute remexia o gramado com ansiedade, quando um estranho cheiro adocicado alcançou suas narinas, fazendo com que parasse de procurar o anel e entrasse em estado de alerta, havia mais alguém ali além dela e, com certeza, não era um quileute.

― Droga – resmunga mentalmente, ao olhar para frente e ver, logo no final da clareira, um vampiro a observando.

Ela apalpa o solo com mais rapidez e urgência, precisava achar a aliança e sair o quanto antes, mas onde raios ele tinha parado? Leah guia suas mãos um pouco mais à esquerda, sem desfazer o contato com o vampiro, finalmente encontrando o objeto perdido.

― Achei! – grita ela num impulso, se colocando de pé e correndo em direção à floresta, fazendo com o que o vampiro avançasse contra ela num ataque rápido e mortal. – Socorro, Sam! – chama já em desespero, torcendo para que o lobo não estivesse longe o suficiente.

O imenso lobo negro salta da floresta em sua direção, no mesmo instante, pois não se atrevera a deixá-la sozinha. Ele pula por sobre a sua cabeça, caindo de forma certeira no sanguessuga, que quase a alcançava... Leah tremia e ofegava devido ao susto, não poder se transformar lhe dava uma terrível sensação de vulnerabilidade. Suas pernas logo cedem, fazendo-a cair de joelhos, envolvendo a barriga protetoramente.

Sam destroça o vampiro em questão de segundos, mas sabia que o ataque não havia acabado, pois podia sentir o cheiro dos demais frios que estavam por ali, a espreita. Por isso, ele ergue o focinho em direção ao céu, uivando o mais alto que pôde, alertando todo o bando.

― Time A, ataquem! Temos que cumprir nossa missão antes que o restante dos lobos chegue – ordena Vic de repente.

Três vampiros saltam das árvores em direção ao lobo negro, o atacando em períodos alternados, mas o que Sam não esperava, era que aquilo fosse apenas uma distração, pois um quarto vampiro se aproveitava para se aproximar de Leah.

O sanguessuga sai da floresta rumo à quileute, fazendo uma onda de tensão subir por sua coluna e uma dor se alojar em seu baixo-ventre. Ela queria se levantar e fugir, entretanto, a dor era consideravelmente forte, o que a impedia de fazer qualquer outra coisa... Será que estaria perdendo o seu bebê?

O vampiro estava próximo, quase a ponto de tocá-la, quando é repentinamente interceptado por Hana em sua forma lupina e destruído por Seth, que a seguia... O bando quileute sai da floresta, quase todos ao mesmo tempo, bradando e rosnando, incentivando Vic a fazer o mesmo com seu exército de 70 vampiros.

Jake, temos um probleminha aqui— alerta Seth. – Leah não se sente bem.

― Peguem a garota quileute, eu a quero viva! – grita Vic, ordenando o ataque.

Protejam-na e acabem com todos eles!— comanda Jacob.

Era tudo muito inesperado. Nenhum deles previra aquele ataque, nem mesmo Alice com seu dom especial, o que os obrigava a contar uns com os outros e com o aprendizado que Jasper lhes passara há muitos anos, para conseguirem vencer. Porém, nem de longe aquela batalha se comparava à que tiveram na época de Bella, aqueles eram vampiros experientes, treinados e em maior número, tornando o desafio ainda maior.

Os dois exércitos se chocam em meio à clareira numa luta voraz, enquanto Hana retornava a sua forma humana para averiguar o estado de Leah.

― Você está bem, Leah?

― Não, nada bem...

― Aguente firme, logo tiraremos você daqui!

Hana mantinha guarda ao lado de Leah, observando atentamente a luta e a todos vampiros que ousavam se aproximar, por qualquer outro ângulo. Os que se arriscavam, eram recebidos pelos seus socos poderosos, pois apesar de estar na forma humana, possuía a resistência e a força bem acima de um quileute na mesma forma.

Jacob não sabia ao certo o porquê de quererem levar Leah, mas decide deixar os questionamentos de lado para se concentrar na luta, pois a proteção da reserva e de um irmão de bando eram mais importantes do que meditar sobre o assunto.

Os vampiros, apesar de experientes e em maior número, não sabiam trabalhar em equipe como os lobos faziam, e estavam sempre atacando em horários diferentes, dando ao alfa a estratégia de ataques em duplas, onde um lobo veterano daria cobertura a um novato, para que ninguém saísse gravemente ferido.

Vendo que seu ataque não daria tão certo quanto imaginava, Vic decide cumprir a missão com suas próprias mãos e avança contra Hana, nocauteando-a enquanto ela se ocupava com outro oponente.

― Você precisará de muito mais treino para vencer minha experiência! Agora vamos ao que interessa. – Encara Leah com intensidade.

Hana estava atordoada, pois o golpe da vampira fora realmente muito forte, e agora, Leah estava desprotegida. Não havia nenhum lobo disponível para prestar-lhe assistência, estavam todos entretidos com os sanguessugas. Leah já podia sentir outro calafrio subir-lhe a espinha e pensamentos negativos dominarem sua cabeça, acreditando que aquele realmente seria o seu fim!

― Mestre Aro quer o seu filhote e, por isso, você vem conosco.

Quanta tensão, quanto medo. Seth tenta se desvencilhar dos vampiros para ajudar a irmã, mas eles não permitiam, aquele exército de frios parecia não ter fim e suas costas já estavam doloridas devido aos socos que tomava.

Vic sabia que ninguém a deteria naquele momento e se aproxima da quileute lentamente, aproveitando o momento, como se quisesse amedrontar sua presa e mostrar que estava encurralada. Ela estende o braço para segurar o pescoço de Leah, mas paralisa ao ouvir o rosnado feroz vindo das árvores.

A rastreadora segue o rosnado com os olhos, assustando-se com a imensa fera branca que disparava em sua direção. Uma besta de olhos castanhos, com traços finos que denunciavam se tratar de uma fêmea, mas cujos dentes a mostra lhe davam um ar pouco receptivo. Vic sabia que ela não pertencia ao bando quileute, porém, não fazia ideia de quem era ou de onde viera.

A lobisomem intercepta a vampira com velocidade, agarrando seu corpo miúdo com as garras, girando e lançando-a contra a árvore de que viera. Leah tinha uma nova guarda-costas!

― Tia Evi? – murmura Hana com voz arrastada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!
Evi Tavares, espero que tenha gostado da surpresa, rsrs, você me fez um pedido a um tempo atrás e aqui esta você, aparecendo na história :D
.
No próximo capitulo veremos o desfecho desta luta e um pouco mais sobre a lobisomem branca, tia de Hana e Lucian...