Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 34
Tia Evi




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A lobisomem branca encara Hana por alguns instantes, averiguando todas as partes de seu corpo para saber se estava realmente bem, surpreendendo-se quando a menina se coloca de pé e se aproxima de Leah com preocupação.

Leah encara a lobisomem com um misto de confusão e medo no olhar, as dores em seu ventre cessam gradualmente, mas isso não a deixava menos desesperada com tudo o que estava lhe acontecendo.

― Tia Evi, precisamos protegê-la, os Volturis querem levá-la...

A fera olha para a quileute, desconfiada, como se esperasse um bom motivo para lutar por ela. Sua pelagem branca e brilhante logo começa a desaparecer em forma de poeira, revelando a forma humana da lobisomem.

Evi ajeita seus cabelos compridos e mais uma vez analisa a loba com seus olhos cor de mel, cruzando os braços em frente ao peito. Leah sustenta o olhar da cherokee, não conseguindo imaginar que aquela fosse realmente a tia de Lucian, já que a garota aparentava ter a idade de Hana.

― Eu apareci para visitar meus sobrinhos queridos e adivinha o que encontro? Minha sobrinha sendo atacada e correndo o risco de ser morta... Dei-me um bom motivo para lutar por ela, Hana!

― Leah é o imprinting de Lucian! – Pausa. – E está esperando um filho dele... Os Volturis querem o bebê!

Evi arregala os olhos para a sobrinha e depois para Leah, que tentava se levantar e parecer menos digna de pena, mas sem obter muito sucesso, caindo novamente sobre os joelhos.

― Ei, garota... Lia, sei lá como se chama, isso é verdade?

― Meu nome é Leah – resmunga – , e sim, isso tudo é verdade, mas não precisa lutar por mim, não preciso de caridade.

― Garota de gênio forte, gostei... A mulher e o filhote de Lucian são motivos suficientes para me fazerem lutar.

― Cuidado, tia, atrás de...

Antes que Hana pudesse terminar sua frase, Evi vira-se rapidamente, agarrando o vampiro pelo pescoço, que tentava atacá-la sorrateiramente. Suas garras se sobressaltam e seus olhos mudam de cor, quando, olhando fixamente para a íris vermelha do vampiro, ela pronuncia:

― Você odeia os Volturis e odeia vampiros, quer matar todos eles mesmo que isso custe sua vida e este é o momento ideal...

Evi solta o vampiro vagarosamente, observando a raiva crescer dentro dele. O frio voltasse para o estouro da guerra, onde os quileutes já haviam massacrado mais da metade dos inimigos, mas também já estavam exaustos e feridos. Ele solta um rosnado furioso e avança em direção ao confronto, saltando e atacando seus próprios aliados...

― O que fez com ele? – pergunta Leah curiosa.

― Tia Evi tem o dom da persuasão. – Sorri empolgada. – Pode manipular a mente das pessoas e influenciá-las a certas atitudes... Ela influenciou o vampiro a se rebelar contra seu exército.

O vampiro luta ferozmente, derrotando o restante de sua armada e garantindo a vitória para o lado quileute... Vic tenta sair de cena despercebida, mas Jacob a descobre e, mesmo machucado, avança contra ela prendendo-a no chão, pronto para destruí-la.

― Espere! – grita Evi. – Precisamos dela se quisermos despistar os Volturis.

O lobo avermelhado se contém, mas não faz menção de soltar a vampira e fica a se perguntar de onde a garota estranha havia saído e “como” poderiam usar a vampira para despistar os italianos.

― Leah! – chama com cautela, tentando não errar o nome da loba. – Preciso do seu anel. – Estende a mão em sinal de petição.

― Lucian me deu este anel – responde em súplica.

― Já imaginava. – Pausa. – Mas precisarei dele, se quiser salvar o seu bebê – fala com carinho.

Leah retira o anel do dedo, depositando-o com mãos trêmulas na palma da cherokee. Evi agradece e se dirige rapidamente para Jacob e a vampira.

― Segura-a firme, não vai demorar muito!

― Saia daqui, cherokee – rosna Vic furiosa. – Eu conheço você, já vi a sua cara antes, mas pensei que estivesse morta!

― Como você acha que esta ideia foi parar em sua cabeça? – Ri debochadamente. – Eu a coloquei ai e estou prestes a convencê-la de outra coisa! – Encara a vampira com intensidade. – Leah lutou contra seu exército e morreu durante a batalha, seus guerreiros foram dispensados logo depois do combate e você está levando este anel como prova do falecimento da dela.

Evi faz um sinal com a cabeça e Jacob retira suas patas do corpo da sanguessuga, abrindo espaço para que a cherokee colocasse o anel prateado nas mãos da vampira. Vic desperta da hipnose e foge apressada, sem olhar para trás, para reportar a Aro a notícia da morte da quileute e do bebê.

― Muito bem, crianças – grita Evi batendo palmas e chamando a atenção de todos. – Limpem essa bagunça, eu me encarrego de levar a garota para casa...

Crianças?— resmunga Sam. – Olhe só quem está falando!

Quem é esta maluca?— pergunta Paul.

Os quileutes retornam a forma humana aos poucos e, os menos feridos, se voluntariaram para juntar os restos mortais dos vampiros e atear fogo, pois não podiam deixar quaisquer vestígios da luta em um local tão aberto.

Hana e Evi tentam levantar a quileute, mas Leah sente as pernas completamente dormentes, não conseguindo fazer algo tão simples quanto ficar de pé. Seth se aproxima das garotas oferecendo ajuda e, mesmo com as costelas doloridas, tona a irmã nos braços e a leva para casa.

As cherokees seguem o Clearwater durante todo o percurso, enquanto Jacob se responsabilizava em chamar Carlisle para examinar Leah. E, ao chegarem à casa, Hana passa a frente do namorado, abrindo a porta e dando-lhe passagem.

― Você está bem, Leah? O que aconteceu? – pergunta Sue aflita, ao ver Seth machucado e Leah em péssimo estado.

― Vampiros – responde Seth, colocando a irmã no sofá. – Fizeram um ataque surpresa.

― Eles queriam levá-la, mas acabou tudo bem, nós vencemos – completa Hana, tentando acalmar a mulher. – Carlisle já foi chamado para cuidar de Leah e do bebê.

Sue respira fundo e senta-se no chão, próxima à cabeça da filha, acariciando seus cabelos. Leah não sabia o que dizer, estava com medo das notícias serem ruins a respeito de seu bebê e por isso decide ficar calada, apenas respirando e tentando se acalmar.

― E você, quem é? – pergunta Sue ao reparar na visitante.

― Sou Evi, Evi Tavares, muito prazer. Sou tia de Hana e Lucian, moro em outro país e, às vezes, saio à procura deles para fazer uma visita. Tive sorte de encontrar minha sobrinha num momento tão importante e poder ajudar a proteger Leah.

― Desde quando este é o seu sobrenome? – sussurra Hana, confusa.

― Desde quando encontrei meu imprinting e tive que me adaptar a civilização – responde no mesmo tom. – E quem é este bonitinho aqui? – pergunta, olhando para Seth.

― É meu namorado, meu imprinting...

― Então vai cuidar dele, pois me parece muito ferido. – Fala já em tom normal, olhando para Leah em seguida. – E onde está Lucian? Onde está meu sobrinho relapso que não foi protegê-la? Quando eu colocar minhas mãos nele, lhe darei uma surra...

― Ele se foi – sussurra Leah, realmente não querendo entrar naquele assunto.

― Como? Ele abandonou você?

― Não, os Volturis o levaram...

― O quê? – grita furiosa, fechando os punhos com força. – Aqueles vermes, malditos, levaram meu sobrinho?

― Fique calma, garotinha – diz Sam entrando na casa. – Você e Hana precisarão sair agora, Carlisle já está a caminho...

― Quem é a garotinha aqui, seu pivete? – esbraveja. – Tenho mais de 100 anos e posso dar uns tapas em seu traseiro se me faltar com respeito de novo... E por que deveria sair daqui? Quero ficar e ver se meu afilhado ficará bem!

― Afilhado? – perguntam Leah, Sue e Hana ao mesmo tempo.

― É claro, se trata do filhote de meu sobrinho preferido e eu serei a madrinha.

― Tia Evi, Lucian é o único sobrinho que você tem.

― Tanto faz, Hana, não se prenda a detalhes – balança as mãos que se aquele “detalhe” não fosse nada.

― Ele não vai gostar disso, você sabe que este seu modo impulsivo o irrita muito, não sabe?

― Lucian não tem o que querer. – Cruza os braços emburrada. – Querer de criança é a vontade dos pais, ou no caso dele... A minha vontade.

Hana revira os olhos, tendo que se conformar com a situação já que a tia não mudaria de opinião nem que lhe fosse ordenado por lei. O jeito impulsivo e impetuoso de Evi fazia-a parecer uma criança aos olhos de Sue, que achava graça nas mudanças rápidas de seu humor.

― Vamos, “Tia Evi” – diz Sam, fazendo aspas no ar com os dedos. – Carlisle já deve estar chegando e ele não fará bem a sua saúde.

― Não me chame de tia, menino, sou muito nova para ter um sobrinho tão velho...

― Desisto! – resmunga ele, levantando os braços e fazendo uma negativa com a cabeça.

― Deixe de ser tão complexa, uma hora é velha demais, outra hora é nova demais, assim você nos deixa confusos – diz Hana. – Vamos para a praia, Tia Evi, Dr. Carlisle é um vampiro e precisamos ficar longe.

― Um vampiro vai examinar meu afilhado?

― Ele é de confiança – intervém Leah. – Lucian confiava nele para cuidar de mim.

Muito a contragosto, Hana consegue arrastar a cherokee para a praia de La Push, evitando assim uma possível briga. Logo os quileutes se juntam a elas, a fim de conhecerem um pouco mais sobre a tal "Tia Evi", era quase impossível esconder a curiosidade e o interesse na mais nova cherokee da reserva.

― A família toda não havia morrido com o ataque dos Volturis? – pergunta Paul confuso.

― Meu irmão e eu não nos dávamos bem, ele não aguentava esse meu jeito confuso e afoito, e eu não aguentava o jeito sério e certinho de alfa que ele tinha. Então fui embora de nossa terra natal com dezessete anos, voltando de vez em quando para visitá-los.

― Depois do extermínio, ela nos rastreou para saber se estávamos vivos e continuou a fazer suas visitas de tempos em tempos – completa Hana, destacando as qualidades de rastreadora da tia.

― Como pode se mais velha que seus sobrinhos? Você é tão nova... – questiona Jacob, deixando a frase suspensa.

― Desde que fui embora, estive em contato com vampiros. Já me deparei com o clã russo ao qual aquela vampira pertencia, mas os despistei com minha persuasão, os fiz acreditarem que haviam me matado e, assim, me deixaram em paz... Mas sempre aparece algum engraçadinho tentando me derrubar, pobres sanguessugas, acham mesmo que podem me derrotar – Ri.

― Estava com saudades, Tia Evi – confessa Hana a abraçando.

― Eu também, minha pequena, estou feliz por ver que encontrou a sua cara metade, e mais feliz ainda por ver que Lucian encontrou alguém. – Sorri sem graça. – Há quanto tempo o levaram?

― Há oito dias, aproximadamente – responde a cherokee desfazendo o abraço.

― Está bem. – Acaricia o rosto da sobrinha. – Adeus!

― Espere, aonde vai? Você acabou de chegar.

― Vou para a Itália buscar meu pivete – responde com os olhos flamejantes e decididos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo ^^
.
No próximo capitulo veremos como Lucian e Aro reagirão a suposta morte da loba, será que acreditarão mesmo nisso?
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