Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 28
Parabéns, Lucian, Você Vai Ser Pai!




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Sue dirigia como uma completa maluca. O medo que Leah não sentia ao lutar contra vampiros, ela sentiu com sua mãe ao volante, e, ao pensar melhor no assunto, constatou que sequer sabia que ela tinha licença para dirigir...

― Onde arrumou este carro? – pergunta espantada.

― Peguei emprestado – responde, afundando o pé no acelerador. – Agora fique quieta, está me desconcentrando.

― Está bem! Ficarei em silêncio para o meu próprio bem.

Algum tempo de direção na velocidade da luz e o carro já estacionava em frente ao hospital. Sue entra na recepção como um tornado, pedindo urgentemente para conversar com o Dr. Cullen como se não aceitasse um “não” como resposta, parecendo uma cliente insatisfeita prestes a reclamar do produto adquirido. Leah senta num dos bancos de espera, olhando para os lados e fingindo não conhecê-la, mas se levanta assim que avista o vampiro vindo pelo corredor. É lógico que ele ouvira toda a barulheira de sua mãe.

― Bom dia, Sra. Clearwater, o que faz aqui tão cedo? Está se sentindo bem?

― Eu estou ótima, Carlisle, mas Leah parece ter algo...

― Ow – murmura ele, retirando uma pequena lanterna e examinando os olhos da quileute. – Isso é inesperado, como está se sentindo, Leah?

― No momento? Um pouco enjoada com o seu cheiro. – Franzi o nariz. – Sem ofensas.

― Não ofendeu. – Sorri. – Mas qual é o problema que te trouxe até aqui?

― Acho que estou grávida – fala num supetão, deixando o doutor um pouco pasmo.

Carlisle guia as mulheres a um lugar mais reservado, pois precisava saber um pouco mais daquele estranho assunto. Ele entra no escritório, apontando as cadeiras e fechando a porta atrás delas, sentando-se logo em seguida e encarando a quileute um tanto incrédulo.

― Por que acha que esta grávida?

― Eu simplesmente acho...

― Os genes lupinos não paralisaram o seu corpo? Como isso é possível?

― Um filho da Lua não precisa de condições humanas para nascer – repete a tão conhecida frase para o doutor. – Foi o que ele me disse.

― Céus! – exclama boquiaberto. – Lucian é o pai?

― Sim – responde sorridente.

― Incrível! – Sorri, já que presenciava coisas relacionadas a um verdadeiro lobisomem, pela primeira vez. – Vamos coletar seu sangue para um exame, só assim teremos uma resposta definitiva.

O vampiro coleta o material necessário para o exame e encaminha mãe e filha de volta para casa, dizendo que trabalharia em seu exame a manhã toda e que, no final da tarde, o resultado sairia. Leah analisa o ambiente hospitalar receosa, já sentindo um calafrio subir-lhe a espinha, era tudo muito novo e repentino, e se não fosse verdade? E se sua gravidez não fosse real? O que faria com a esperança que se alojara em seu peito?

― Voltaremos no final da tarde para pegar o exame, obrigada por nos atender tão rapidamente, sabia que poderia contar com você para examinar minha lobinha – sussurra as últimas palavras, para que os presentes não estranhassem o termo que usara.

― Aguardarei o retorno de vocês, até mais tarde!

Leah não gostava nem um pouco de vampiros e tampouco era próxima da família Cullen, mas tinha que admitir, se existia em Forks alguém capaz de ajudá-la naquele instante, este alguém era Carlisle.

Ambas retornam para casa e encontram Lucian à espera, na frente da casa. Como o combinado, a ida ao médico fora jogada para cima de Sue, que teve de formular toda uma história de crise de nervos e controlar seus pensamentos para que a telepatia do cherokee não descobrisse a verdade.

No mais, o dia havia passado tranquilamente, sem problemas ou desconfianças por parte do cherokee. E quando o Sol começava a se pôr, mãe e filha retornam ao hospital, onde encontram o vampiro logo na entrada, as esperando.

― E então? – pergunta Sue afobada – Qual o resultado?

― Vamos para meu escritório, será melhor para nossa privacidade.

O trio mais uma vez percorre o caminho para a pequena sala que Carlisle tomara como seu escritório. Eles adentram o recinto, fecham a porta e sentam-se ao redor da mesa, como da primeira vez.

― Parabéns, Leah, você vai ser mamãe! – lança de repente fazendo o queixo da loba cair.

― Então é mesmo verdade? Ela vai ter um bebê? – pergunta Sue a espera de uma confirmação.

― Sim, aqui está o exame confirmando. – Entrega o papel timbrado do hospital, com o resultado do exame de sangue. – Os genes quileutes paralisaram seu corpo, Leah, mas parece que os filhos da Lua realmente não necessitam de condições humanas para serem gerados. É como se o embrião tivesse reativado o seu corpo, obrigando-o a recebê-lo... Nunca vi tal coisa! – explica, fascinado.

― Mas, é normal engravidar logo na primeira relação? – pergunta Sue, deixando a filha um pouco embaraçada.

― Levando em consideração que existem vampiros, metamorfos, lobisomens e híbridos, acho que nada em nosso mundo é muito normal. – Sorri. – Estamos falando da gestação de uma mulher loba com um filho da Lua, é aceitável que saia um pouco dos padrões da medicina...

― Poderíamos conversar melhor sobre isso? – pede a loba. – A sós?

Sue não se agrada com o pedido. Ser enxotada daquela consulta não estava em seus planos, mas, ao observar o rosto preocupado da Leah, ela cede e deixa a sala silenciosamente.

― Pode falar agora, Leah, o que a incomoda? Não gostou do resultado positivo?

― Eu gostei sim, nenhuma outra notícia vinda de você poderia me deixar mais feliz, mas isso também me dá um pouco de medo.

― Medo do quê? Tem alguma coisa a respeito do bebê que eu deveria saber?

― Hoje eu acordei com fortes pontadas em meu ventre e, de repente, uma grande quantidade de sangue escorreu pelas minhas pernas... Você supôs, agora a pouco, que o embrião forçou meu corpo a aceitá-lo. – Coloca as mãos de forma protetora sobre a barriga. – Mas e se ele quiser rejeitá-lo?

― Fique calma, Leah, isso faz todo o sentido se comparar com minhas suposições. Uma mulher só pode engravidar enquanto puder ovular, acredito que o embrião influenciou sua estrutura biológica, fazendo-a voltar no tempo e ovular, e levando em consideração que seu organismo de lobo é acelerado, o processo levou apenas alguns minutos...

― Isso tudo é realmente possível?

― Humanamente, não, mas não estamos falando de uma mulher comum.

― Essa é outra coisa que me preocupa... Acha que terei uma gravidez diferente ou turbulenta, como a de Bella?

― Não sei lhe dizer, isto é algo que não podemos prever, mas prometo a você que serei seu médico particular e que a acompanharei durante toda a gestação! – Rabisca num pedaço de papel, entregando-o para a quileute logo em seguida. – Aqui está meu celular, pode me ligar a qualquer hora e em qualquer lugar!

― Obrigada, passarei a gostar mais de você de hoje em diante – brinca fazendo o vampiro rir. – O que faremos agora?

― Iniciaremos um pré-natal de forma intensiva, faremos ultrassom toda semana para verificar se o crescimento do bebê será diferente ou não. Só peço que não se consulte com mais ninguém além de mim, outros médicos não entenderão uma mãe febril e, muito menos, um filhote de lobisomem. – Brinca.

― Está bem! – concorda ela.

Leah deixa o hospital fazendo uma pequena lista mental: ida ao hospital: concluída; confirmação da gravidez: concluída; dúvidas sanadas: concluído; faltava apenas comunicar a novidade ao pai...

Já era noite quando Sue deixou a filha na porta da hospedaria e seguiu caminho para fazer a devolução do carro. A quileute engole saliva várias vezes, tentando conter o nervosismo. O que ele acharia da novidade? Será que aceitaria tão bem quanto ela?

― Entre – pede ele ao ouvir as batidas na porta.

― Oi.

Lucian salta da cama em direção a loba, recepcionando-a com um beijo.

― Temos que conversar. – O afasta, fazendo-o estranhar a atitude.

― Aconteceu alguma coisa?

― Aconteceu! – Respira fundo, sentindo as mãos tremerem. – Existe outra pessoa.

Lucian entra em choque, já sentindo o ar lhe faltar devido à tristeza sufocante que o dominava. Seu coração se aperta fortemente, modificando seu semblante para uma mistura de incredulidade e agonia.

― Você ama essa pessoa? – pergunta num fio de voz.

― Muito e faria tudo por ela.

― Eu conheço?

― Ainda não, mas vai conhecer.

― Ah, é? Quando? – Ri sem muita vontade, achando aquela frase bastante irônica.

― Daqui a nove meses – Sorri.

― O quê? – pergunta incrédulo.

― Parabéns, Lucian. – Estende a folha do exame de gravidez. – Você vai ser papai!

O cherokee segura o papel com mãos trêmulas e passeia os olhos por todo o seu conteúdo. Era verdade, sua loba agora tinha outra pessoa, ou melhor, ambos tinham outra pessoa: um bebê em formação. Ele joga o papel por cima do ombro e se aproxima de Leah rapidamente, puxando-a pela cintura e a abraçando forte.

― Não sei o que dizer. Minha Leah, minha loba, vai me dar um filhotinho? – Ri embasbacado. – Sabia que tinha feito certo ao escolhê-la, nenhuma outra mulher do mundo poderia me fazer mais feliz.

Ele captura os lábios de Leah num beijo rápido e logo deixa seu corpo ceder sobre seus joelhos, ficando à altura de seu umbigo. Ele levanta a barra da blusa feminina lentamente, como se pedisse permissão para o gesto, e encosta o rosto no lar de seu bebê, depositando ali um beijo carinhoso e fazendo a loba sorrir.

Lucian envolve seu quadril num abraço, desejando de todo o seu coração que seu calor e amor paterno penetrassem naquele ventre e que o feto pudesse senti-lo antes que algo lhe acontecesse. O cherokee parecia prever que algo de ruim estava para lhe acontecer!

― Nunca mais faça uma brincadeira dessas Leah – sussurra. – Quando disse que tinha outra pessoa, tudo doeu dentro de mim. Nunca mais brinque desse jeito.

― Tudo bem. – Acaricia a cabeça do rapaz. – Me desculpe, não brincarei assim nunca mais.

― Eu te amo, Leah!

― Eu te amo, Lucian!

― Eu já te amo, bebê – declara ele, junto à barriga da loba.


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Notas finais do capítulo

Ownn [*-*] Espero que tenham gostado :D
Não comentarei nada sobre o próximo capitulo, deixarei apenas o titulo para atiçar a curiosidade (coisa de escritora malvada lol). Próximo capitulo: A queda de Lucian