Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 26
Fica Comigo essa Noite?




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Lucian entra no carro novamente, pretendendo devolvê-lo antes da reunião, e quando o faz, corre para o local marcado por Jacob... A chuva caia forte em toda a região, mas cherokee já podia ouvir os barulhos dos lobos quileutes e do riacho em que sempre se reuniam. Eles realmente achavam que aquele riozinho poderia impedi-lo de matar um dos Cullens? Que grande piada.

Não vai se aproximar?— pergunta Jake ao constatar que o cherokee estava encostado em uma árvore a alguns metros atrás.

― Não. Eles poderão me ouvir muito bem daqui e eu não sentirei o fedor deles.

― Então – começa Carlisle, sem se ofender –, você está sendo mesmo caçado pelos Volturis?

― Só respondo às suas perguntas se, em troca, você considerar minha dívida quitada, doutor.

― Dívida? – pergunta Alice.

― Sim, ele salvou minha vida e um Filho da Lua nunca esquece uma dívida, mesmo que seja com um sanguessuga...

― Feito! – concorda Carlisle, sorrindo. – Sua dívida será quitada se responder às minhas perguntas. Você está sendo mesmo caçado pelos Volturis? – repete a pergunta.

― Sim.

― Quem era a vampira que invadiu a reserva?

― Uma rastreadora, eu não a conheço, mas como me encontrou logo que cheguei a La Push creio que seja muito habilidosa.

― Hmm – resmunga pensativo. – Jake, se importaria de mostrar ao Edward a imagem da rastreadora, por favor?

O lobo avermelhado repassa as cenas da perseguição em sua mente, deixando em evidência as partes em que conseguira ver o rosto da vampira com perfeição. Edward assistia as cenas, mas não a reconhecia de nenhum outro lugar...

― Não a conheço – finaliza o leitor de mentes. – cabelos escuros e compridos, muito habilidosa, tem uma tatuagem floral muito bonita envolta de seu olho esquerdo, isso diz alguma coisa pra você, Carlisle?

― Tatuagem no rosto? Não, não me diz nada. – Pensa. – Aro deve cobiçá-lo muito, a ponto de dar essa missão a uma completa desconhecida.

― Eu sei – murmura o cherokee dando um longo suspiro.

― Acha que eles podem atacar?

― Com toda a certeza! Só não sei quando...

― Alice? Vê alguma coisa?

― Não. Nada, nem mesmo seus rostos, está tudo nublado, não sei o porquê!

Aquela realmente não era uma boa notícia, não poder ver o próximo passo dos Volturis era algo preocupante, ainda mais quando havia a suspeita de um ataque. O grupo fica calado por alguns instantes, tudo o que se ouvia era o barulho da chuva.

― Ele não pode ir embora, é o alvo do imprinting de Leah – diz Edward, respondendo a pergunta de alguém de sua família. – E se algo acontecer, os lobos lutarão por ele juntamente a ela.

― Já tivemos problemas demais com os Volturis, não poderemos tomar parte desta luta Jacob – diz Bella um tanto alterada. – Não quero minha família e minha filha na mira deles. O que acha que fariam conosco se soubessem que o defendemos?

― Não quero que me defendam – rebate Lucian irritado. – Somos inimigos naturais e mais nada, não quero sua piedade! – Pensa por alguns segundos. – Não conseguirei fugir para sempre, uma hora Aro acabará ganhando. Quero apenas que lutem por Leah, se for necessário...

Esme se compadece do cherokee. Não fazia ideia de como era a real força do imprinting, mas reconhecia em seu tom de voz o quanto se preocupava com Leah.

O grupo logo se despede, não havia mais nada a ser dito. Os Cullens estariam fora da possível luta por medo de incitar a ira dos italianos, os quileutes lutariam por ele, pois sabiam que Leah também o faria. Somente Lucian não tinha certeza do que faria ou do que viria a acontecer, sua mente estava uma bagunça, era preocupação, coragem de lutar, saudades da quileute, receio, raiva e amor, uma grande mistura...

Bem longe dali estava Leah, em seu quarto, andando enfurecidamente de um lado a outro. Estava com raiva da discussão e da maneira como Lucian ficou ao lado de Jacob, mas, ao mesmo tempo, arrependida de tê-lo proibido de vê-la.

― Droga, droga, droga. Por que você tem que ser tão estourada, Leah? – repreende-se. – E ainda tem essa chuva, dois dias seguidos com ele perambulando na chuva, e se ficar doente?

Leah se dá conta da verdade que dissera. Ela nunca se perdoaria se ele adoecesse e não tivesse ninguém para cuidar dele. Tinha que ir vê-lo imediatamente, tinha que averiguar como ele estava se sentindo, não poderia ficar ali, parada, só por causa de seu orgulho.

Era quase meia-noite e a casa estava silenciosa, todos já haviam dormido – incluindo Seth, que retornara da reunião com os Cullens e correra direto para a cama. Leah apaga a luz do quarto, ajeita a cama de forma que parecesse que havia alguém ali e salta a janela, fechando-a pelo lado de fora.

Suas pernas corriam apressadas pelas ruas enlameadas, fazendo-a notar que sequer lembrara-se de calçar um sapato ou de retirar suas roupas de dormir. Não levou muito tempo para que a hospedaria entrasse no campo de visão da loba, mas como saberia em que quarto ele estava?

Leah fecha os olhos, concentrando-se no cheiro de Lucian e farejando o ar em meio à chuva. E lá estava ela, a janela que a separava de seu imprinting. Ela agradece mentalmente pelo edifício não ter andares e força a janela para que abrisse, entrando e fechando-a novamente, sem fazer barulho...

― Leah? O que faz aqui?

A loba vira-se e sente seu coração falhar algumas batidas. Lucian havia acabado de sair de um banho quente, estava somente de calças, com os cabelos presos em seu famoso coque mal feito, toalha pendurada no pescoço e gotículas de água escorrendo por seu braço e tórax.

― Eu... Eu... – gagueja. – Eu só queria saber como você estava, mas vejo que está bem, vou embora.

Girando em seus calcanhares, Leah abre a janela subitamente e deixando claro que partiria, entretanto, ela é logo fechada pelas mãos do cherokee. A quileute desvia o olhar para o lado direito e depois para o esquerdo, seu coração dispara enlouquecidamente, ela estava presa pelos braços masculinos.

― Espera – sussurra ele próximo ao seu ouvido. – Não vá embora, por favor. Desculpe-me pelo que disse antes, não queria te trair ou te irritar, sou muito grato por ter me defendido.

― Me desculpe também, eu disse aquilo por impulso, manter você longe não é o que meu coração realmente deseja. – Silêncio. – Você está com febre! – finaliza, já sentindo a temperatura do lobo aumentar gradualmente.

― E o que você vai fazer a respeito?

― E... Eu não sei.

― Fica comigo essa noite?

A loba permanecia estática, não sabia o que dizer, não sabia o que fazer, só sabia que seu rosto devia estar vermelho de tanta vergonha. Lucian retira as mãos da janela, deixando o caminho livre para o caso de decidir partir.

― Não vou te obrigar a nada, você sabe disso. Se resolver partir, saiba que não vai mudar em nada o que sinto por você!

Leah pensa por alguns segundos: quando ele a obrigou a algo? Quando ele lhe faltou com respeito e não lhe deu motivos de confiança? Quando ele se interessou mais pelo seu corpo do que pelo seu amor? A resposta era: nunca... Ele nunca a obrigou a nada, nunca lhe faltou com respeito, nunca foi desleal e nunca, nunca repudiou seu amor, preferindo a atração carnal.

A quileute se vira devagar, ficando frente a frente com seu amado cherokee, que estava lindo como sempre, apesar de sua expressão já demonstrar que estava febril.

― Eu fico – responde num fio de voz.

Lucian toca o rosto da loba, deslizando a mão para sua nuca e juntando seus lábios num beijo. Leah sobe suas mãos, alisando o tórax despido do lobo e indo diretamente para sua nuca, sentindo sua pele arder com o toque quente que ele lhe proporcionava.

Ela sabia onde aquilo iria dar, mas não ligava, pois sabia que, ao contrário, dos meros humanos, ele não a chutaria depois daquela noite, não a dispensaria por se cansar dela... O imprinting os uniria para sempre e a loba agradecia ternamente por seus genes lupinos, que lhe davam essa garantia.

― Lucian, você me ama? – pergunta, fazendo-o cessar o beijo.

― Amo mais que tudo, desde a primeira vez que a vi! E você... Me ama?

― Amo... O amei antes do imprinting e o amei depois, é quase impossível não gostar de você. – Sorri, satisfeita com a resposta que recebera.

Leah se aproxima da boca de Lucian e morde seu lábio inferior, fazendo-o sorrir e beijá-la novamente. Ela podia sentir seu corpo ser conduzido a pequenos passos em direção à cama, assim como podia sentir as mãos do lobo percorrendo a lateral de seu corpo. Ali começava a noite que, com certeza, ficaria marcado em sua história.

Naquela noite ela se entregaria a ele. Naquela noite ele a faria sua mulher. Naquela noite eles se amariam até o amanhecer... Naquela noite eles se tornariam um só!


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Notas finais do capítulo

Só lembrando que o conteúdo da fanfic é romance e não erotismo, ok!? Eu escrevo principalmente, para despertar o romantismo em cada uma das pessoas que leem minhas historias, faço uma menção à relação que o casal teve, mas não detalho... Espero que tenham gostadoo do capitulo, rs!!
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Parabééns a vicsalles por postar o comentário 250 :D
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No próximo capitulo avançaremos um pouco mais no espaço/tempo da história, para darmos inicio ao nosso próximo e "evento".