Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 25
Passeio em Seattle – Parte II




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Uma imensa alegria cresce em seu peito, explodindo em seu rosto num enorme sorriso, seu dia definitivamente não poderia ficar melhor.

― É claro que sim – responde Leah, bem mais alto do que deveria.

― Xiiiiiu – fazem as pessoas do cinema em uníssono.

― Desculpe – sussurra, voltando-se para o cherokee em seguida. – É claro que sim!

Lucian toma uma das alianças e desliza pelo dedo anelar da quileute, beijando sua mão direita em seguida e agradecendo mentalmente a sua nova sogra, por ajudá-lo na compra das alianças. Aquele momento também entraria em sua lista dos melhores de sua vida...

Leah pega a outra aliança e a desliza sobre o dedo de Lucian, mas, ao contrário dele, não beija sua mão, pois seu imprinting lhe impulsionava a algo muito melhor... E seguindo seus instintos, Leah apoia o joelho na poltrona e se lança sobre Lucian, sussurrando um "eu te amo" em seu ouvido e o beijando.

O filme se tornara inútil naquele momento, pois o casal passara o restante dele em seu namorico, no escurinho do cinema. E quando ele termina, as luzes se acendem e os lupinos se separam rapidamente, para não serem flagrados aos beijos.

― Me pergunto o que seria de mim, sem você – começa o cherokee, já do lado de fora do cinema.

― Provavelmente voltaria a sua vida antiga, a que você tinha antes de vir para La Push.

― Acho não. – Nega com a cabeça. – Minha vida antes de La Push não tinha sentido, era apenas fugir, fugir e fugir... Você é o sentido da minha humilde vida lupina, se ficasse sem você não iria querer viver... Minha namorada – Sorri.

É inacreditável como pequenas palavras podem vir carregadas de significados e sentimentos. Leah podia sentir toda a intensidade do amor de Lucian naquela única palavra: namorada.

Algumas pessoas dão seu coração para alguém, mas não recebem nada em troca. A quileute entregou o seu coração a ele e sentia-se perfeitamente preenchida, sabendo que o coração dele lhe pertencia há muito tempo!

O carro estava próximo. Leah corre até ele e encosta-se ao veículo, enquanto Lucian ainda se aproximava para destrancá-lo, tudo sem deixar de observá-la.

― Eu já disse que te amo, Leah Clearwater?

― Hoje ainda não – responde fazendo manha.

― Pois eu te amo, minha loba. Preciso de você cada dia mais, sem a sua presença meu dia se torna mais cinzento que o céu nublado de Forks...

― E essa foi a melhor cantada que já recebi até hoje. – Ri.

― Tenho outra se você quiser! – Aproxima-se, colocando um braço em cada lado de seu corpo, prendendo-a contra o carro. – Eu queria ser invisível para em teu quarto entrar e no silêncio da noite teus lábios beijar.

Ele pretendia beijá-la, realmente pretendia, mas Leah o faz primeiro! Ela diminui o espaço entre eles e captura seus lábios num beijo urgente, admitindo mentalmente o quanto sua alma clamava por ele cada vez mais e o quanto ansiava por seus beijos. O imprinting era algo realmente impressionante!

― Mamãe! – A voz chorosa rompe o ar. – Mamãe, cadê você.

Lucian gira a cabeça em direção a pequena menina que chorava em busca de sua mãe. Ela estava perdida e assustada, com medo de ficar sozinha e de ser esquecida. O cherokee se aproxima da criança cautelosamente e se agacha próximo a ela, tentando acalmá-la com palavras doces.

― Oi, quanto anos você tem?

― Seis – responde com medo.

― Por que está chorando?

― A mamãe sumiu! – Chora.

― Se você quiser pode subir no ombro do tio, assim vai ficar bem alta e vai ver onde a mamãe está. E aí, você quer?

A criança acena positivamente com a cabeça e Lucian a ergue bem alto.

― Eu achei, eu achei. – grita ela empolgada. – Mamãe!

A mulher ouve o chamado de sua filha e corre em sua direção, ao mesmo tempo em que Lucian a devolvia para o solo... Leah observava a cena com uma mistura de ternura e tristeza em seus olhos. O cherokee tinha muito jeito para ser pai e isso a encantava grandemente, mas sabia que não podia ter um filho devido aos seus genes defeituosos.

― Algum problema? – pergunta Lucian, se aproximando novamente.

― Nada. – Sorri. – Não é nada. Melhor irmos para casa agora, tenho que fazer a ronda essa noite.

― Preciso conversar com Jacob a respeito disso, vou pedir para me escalar junto com você. – Entra no carro.

― É melhor não ou nenhum de nós conseguirá fazer o serviço direito. – Ri, entrando no carro.

O carro é ligado e o casal retorna em silêncio, pelo caminho que conduzia à reserva. O pôr do Sol mal podia ser notado devido às nuvens que cobriam o céu e Leah estava ficando fadigada com tanto silêncio.

― No que está pensando agora? – pergunta ela.

― Eu? Estou pensando em como explicar para Jacob sobre os Volturis. – Suspira.

― Seja franco com ele, por mais que fique zangado não esconda nada. Se contar toda a verdade ele ficará ao seu lado...

― Quem garante que ele não me expulsará?

― Eu garanto! Ele não pode expulsá-lo, não pode fazer mal ao alvo do imprinting de um irmão de bando. – Sorri vitoriosa.

Lucian corresponde ao sorriso e lança um rápido olhar para a garota, mas quando volta a olhar a estrada, pisa fundo no freio para não bater contra o enorme lobo avermelhado à frente.

― Jacob, está maluco? – esbraveja Leah.

― Ele descobriu – traduz Lucian. – A rastreadora invadiu o território quileute, foi caçada por eles, mas conseguiu fugir. E quando partiu me mandou lembranças...

Espero que tenha uma boa explicação para isso— rosna Jake.

Lucian desce do carro, seguido por Leah. Era chegada a hora de dizer a verdade e o cherokee nem sequer estava preparado para isso, ele respira fundo, não sabendo necessariamente o que dizer, mas logo sente a mão de Leah tocar em suas costas, incentivando-o a começar.

― Antes de me refugiar em La Push, Hana, Kiary e eu estávamos sendo caçados pelos Volturis.

Os italianos?— rosna furioso. – Você está sendo perseguido pelos vampiros italianos e não nos contou nada? Quando pretendia fazer isso? Quando nos atacassem atrás de você?

― Eu achei que os tinha despistado – confessa. – Mas Aro contratou uma rastreadora nova para me perseguir e infelizmente ela me encontrou logo que cheguei à La Push.

Já chega, você está fora... Pegue suas coisas e parta da reserva agora mesmo!

― Partir? – indaga assustado, já sentindo uma dor em seu peito ao se imaginar longe de Leah.

― Ele não vai partir – defende Leah –, não pode expulsá-lo.

Leah se afasta do cherokee e deixa o calor percorrer o seu corpo, como sempre fazia. Os trapos de suas roupas voam pelo ar quando a loba cinzenta explode de dentro de si.

Espero que tenha um bom motivo para defendê-lo, Leah.

Eu tenho!— fala tranquilamente.

A loba senta-se ao chão e fecha os olhos, tentando se concentrar nas lembranças de seu imprinting. As imagens do acontecido logo percorrem a mente de Jacob fazendo estremecer, nunca vira nada parecido, nem mesmo seu próprio imprinting fora tão intenso como era o de Leah...

O lobo avermelhado recua alguns passos, enquanto Leah o lembrava da lei mais absoluta deles. Ele tinha que admitir, não poderia fazer nada contra o cherokee.

Você teve uma boa intercessora, Lucian, a partir de agora tem livre acesso à nossa reserva, mas teremos que nos reunir com os Cullens agora mesmo, para deixá-los a par da situação.

― Está bem – concorda, fazendo uma careta.

Leah, está dispensada de sua ronda. Vá para casa e descanse, eu ficarei em seu lugar.

Quero estar presente na reunião, Jake.

Não, você vai para casa. O problema com os italianos é dele e vai ser ele a se pronunciar na reunião.

― Nos vemos amanhã, Leah – despede-se Lucian, dando apoio a ordem de Jacob.

O cherokee reconhecia que era sua responsabilidade, mas não era isso que o motivava a mandar a quileute para casa. O real motivo era a rastreadora, que ainda era desconhecida e com técnicas de luta secretas, como ele poderia deixá-la ir até a floresta com a sanguessuga correndo livremente por aí? Se fosse alguma vampira conhecida, não se preocuparia tanto, mas não era o caso... O suspense com relação à inimiga o deixava muito inseguro.

Que ótimo, eu o defendi e fui traída— resmunga irritava. – Não venha me ver amanhã!

A loba cinzenta corre para o bosque que beirava a estrada e desaparece em meio às árvores, indo para casa. Lucian ouvira muito bem suas últimas palavras através da mente de Jake e ficara um tanto magoado com aquilo, não era sua intenção chateá-la e muito menos incitar sua raiva, mas já era tarde para se lamentar.

Jacob rasga o silêncio com um uivo, ao mesmo tempo em que a chuva voltava a cair. Os lobos logo se conectam a mente do alfa, que passa as coordenadas da reunião que aconteceria dali a alguns minutos.

Vá direto para lá, Lucian! Irei chamar os Cullens e logo estaremos no lugar marcado.

O cherokee assente com a cabeça e observa o lobo avermelhado partir em meio ao bosque. A chuva aumentava a cada segundo, mas ele não se importava, apenas deixava seu corpo se molhar enquanto buscava as melhores palavras para se desculpar com Leah no dia seguinte...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
No próximo capitulo, Leah se arrepende de ser tão estressada e de ter proibido seu amado de vê-la. Para tentar acertar as coisas ela vai atrás dele... Não perca: Fica Comigo esta Noite?