Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 21
Humilhando-se em Prol do Perdão!




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Os lábios macios de Leah permanecem unidos aos de Lucian num toque demorado. Uma explosão de adrenalina se espalha pelo seu corpo, era como se estivesse flutuando em outra dimensão, com milhares de fogos de artifício explodindo ao seu redor, fazendo sua pele se arrepiar.

Lucian sente a mesma onda de adrenalina invadir seu peito através de seus lábios, seu corpo começa a ficar leve e seu faro só conseguia sentir o cheiro de canela que lhe era tão familiar. E com apenas uma piscada, seus olhos retornam a cor amendoada de sempre, a transformação fora interrompida!

As mãos do cherokee seguram a cintura da loba instintivamente, enquanto seus olhos se fechavam e seus lábios aprofundavam o beijo apaixonado. A sensação era incrível, completamente mágica...

Leah se sentia amada, correspondida, satisfeita por Lucian ter um beijo tão bom e desejava com todas as suas forças que nunca terminasse. Ele, por sua vez, estava entorpecido pelo gosto da loba, era maravilhoso, queria aproveitar cada grama do sabor de seus lábios e viciar em seu beijo até que sua dependência se tornasse irreversível.

Lucian sobe suas mãos pelas costas de Leah, puxando-a para um abraço apertado, não queria que ela fugisse, pelo contrário, queria sentir o calor de seu corpo e as batidas de seu coração em sincronia com o dele.

― Ai – resmunga ele entre o beijo, quando o corpo da loba encosta-se às feridas.

A quileute se levanta rapidamente, mordendo o lábio inferior, sabendo que os efeitos daquele beijo ainda estavam estampados em sua face na forma de um grande sorriso.

― Carlisle, ele está bem calmo agora. O que devo fazer?

― Ah sim, é verdade, estou extremamente calmo agora – brinca ele, lambendo o lábio superior e mordendo o inferior. – Meu corpo está um pouco dopado, doutor, isso é consequência da ferida ou seria outra coisa? – Sorri, fazendo a loba rir envergonhada.

― Por que ela está rindo? – pergunta Seth curioso.

― Ela o beijou – dedura Edward para todos os que estavam na sala.

― Pare de ficar contando sobre a intimidade de meu quarto para os outros, Edward – zomba ela.

― Muito bem, Leah, vamos começar – começa Carlisle ainda rindo. – Sua mãe está levando o equipamento para dentro do quarto, certifique-se de ficar sempre perto dele para que nosso cheiro não chegue ao seu nariz... Primeiro você deve limpar o ferimento, assim poderá visualizar bem a pele para fazer a sutura. Em seguida aplique uma anestesia local para diminuir a dor.

Leah cuidadosamente rasga o tecido da camiseta de Lucian, deixando seu ferimento mais acessível e, juntamente a mãe, limpa a região. Lucian gemia uma vez ou outra, não podendo evitar sentir dor, tamanho era o estrago que Sam lhe fizera...

― Nós formamos um casal bem turbulento, não é? – pergunta ele, observando o rosto concentrado de Leah. – Estamos sempre nos metendo em algum tipo de briga – Sorri.

―Qual seria a solução pra nós, então? Se continuarmos neste caminho algum de nós pode acabar morrendo – brinca.

― Se este for o meu destino, eu aceito. Estou disposto a matar e a morrer por você! – Leah o olha com seriedade, ele parecia não estar mais brincando.

― Não diga estas coisas, não quero que você morra...

― Ei – murmura –, minha visão esta ficando meio turva, isso é normal?

Sue encara Leah com olhos preocupados, sabia que aquilo não era um bom sinal, só não sabia o que realmente queria dizer.

― Rápido, não perca tempo – alerta Carlisle –, ele perdeu muito sangue e está caminhando para a inconsciência... Precisa suturá-lo agora, para conseguirmos reabastecer seu corpo com sangue.

Mãe e filha agiam juntas, costurando as feridas do rapaz. Leah estava nervosa, nunca tinha feito aquilo antes e a única fonte de conhecimento que tinha estava na sala, ditando o procedimento. Os olhos do cherokee começam a diminuir de tamanho, ele estava apagando, para a aflição da loba.

― Lucian – chama ela –, fique acordado, não feche os olhos, mantenha o foco em mim!

Tarde demais! O cherokee estava inconsciente...

Já era noite quando Lucian abriu os olhos, recobrando os sentidos. Ele olha para o cômodo vazio tentando se localizar, tenta se sentar, mas leva uma pontada no peito e logo se lembra de que estava machucado. Seus olhos analisam o quarto novamente e se detêm na bolsa de sangue ao lado da cama, ligada ao seu corpo. O cherokee tenta chamar alguém, sua garganta estava seca e, com muito custo, conseguira chamar por Leah.

A porta do quarto se abre devagar, revelando a imagem de Sue, que lhe trazia um termômetro e um copo com água.

― Olá, querido, fico feliz que tenha acordado. Leah está numa reunião com o conselho, na casa de Sam, provavelmente discutindo sobre o incidente desta tarde, mas ela ficará muito contente em saber que acordou – ela inclina a cabeça do rapaz para que bebesse um pouco de água e coloca o termômetro em sua axila direita. – Carlisle terminou de fazer seus curativos depois que você ficou desacordado e pediu para que verificássemos sua temperatura quando acordasse. Se ela estiver absurdamente alta, é porque seus genes de lobo estão operando bem em relação à ferida e logo estará forte como um touro.

― O doutor sanguessuga esteve por aqui? Que nojo – murmura ele –, é por isso que estou sentindo esse cheiro esquisito...

A mulher ri e, minutos depois, o termômetro é retirado, revelando a altíssima temperatura corporal do lobo. Sue revela as previsões do médico a respeito de sua recuperação, de que em um dia poderia se levantar da cama e caminhar normalmente e em dois, estaria completamente curado.

A porta da sala se abre ruidosamente. A dona da casa corre para receber os filhos e se espanta em ver quem estava com eles... Em poucos minutos alguém estava à porta do quarto novamente, Lucian corre seus olhos esperando encontrar a Leah, mas, em vez disso, encontra a imagem de seu agressor.

― O que faz aqui? – pergunta o cherokee num fio de voz.

Sam estava acabado. Tinha uma forte cinta enrolada em seu tronco, tentando segurar suas costelas quebradas no lugar até que se curassem; havia cortes em seu rosto e em suas pernas; e seus olhos estavam angustiados, fundos e inchados, denunciando que havia chorado muito.

O quileute nada responde; apenas se prostra diante do paciente em sinal de submissão.

― Por favor, me perdoe!

― O quê?

― Você tinha razão em tudo o que me disse, eu tenho sido um monstro todo esse tempo. Não fui sensato, nem justo, nem um exemplo de líder... Eu apanhei de você, apanhei de Leah e Seth, mas nenhuma destas surras é pior do que ver o coração de Emily partido por minha causa. – Chora. – Você teve um imprinting, sabe como é horrível sequer imaginar sua parceira triste... Minha esposa é a minha própria vida, o ar que respiro e agora, não quer olhar em meu rosto. Ela se trancou no quarto e meu peito dói muito, sinto como se tivessem arrancado um pedaço de mim.

― Veio aqui para me falar dela? Desculpe-me, mas não posso ajudar – responde mal humorado.

― Minha esposa me odeia neste momento, meus irmãos de bando perderam o respeito por mim, o conselho me destituiu do cargo de alfa e Jacob está decepcionado também... Por isso estou aqui. – Levanta o rosto úmido para encarar o cherokee. – Por favor, Lucian, me perdoe... Preciso pelo menos de seu perdão para ter forças de seguir em frente.

― Do meu perdão?

― Sim! – Prostra-se novamente. – Preciso do seu perdão para resgatar pelo menos um pouco de minha dignidade, de meu amor-próprio... Sei que nada disso muda o que fiz e nem mesmo irá te curar, mas eu te imploro Lucian, por favor, me perdoe!

Lucian encara o teto por alguns instantes, estava um pouco irritado com toda aquela situação. Como ele pôde fazer tudo aquilo e agora lhe pedir perdão como se tudo se resolvesse com este pedido? Se tudo se resolvesse com esta única palavra, não existiriam leis no mundo, nem polícia...

― Só o perdoo se Leah o perdoar!

― Eu já o perdoei – sussurra Leah do outro cômodo, sabendo que ele ouviria. – Um alfa implorando por perdão é muita humilhação. Eu presenciei esta humilhação diante de Emily, do bando, do conselho e mais ainda de você. – Suspira fundo. – Ele um dia foi chamado de grande alfa, mas hoje, é digno de pena...

Lucian reconhecia pelo tom de sua voz, que ela falava seriamente. Não havia sarcasmo, ironia ou zombaria em sua fala, isso significava que ela realmente o havia perdoado, e se Leah tomara esta atitude, ele também tomaria.

― Eu o perdoo, Sam! – confessa, fazendo o quileute se levantar do chão para encará-lo novamente. – Espero que esteja realmente arrependido e disposto a mudar. Só peço que nos deixe em paz daqui para frente, procure dedicar seus esforços a reconquistar seus amigos, sua esposa e ser feliz com sua família.

― Obrigado, Lucian, muito obrigado – agradece entre lágrimas. – Farei isso, com certeza!

O quileute se levanta com dificuldade por causa da cinta e se retira da casa dos Clearwater de cabeça baixa, disposto a começar do zero a partir daquele momento, conquistando novamente sua esposa e o respeito de seus irmãos de bando.

Leah adentra o quarto logo depois da saída de Sam, aproximando-se da cama devagar.

― Eu não mordo, pode chegar mais perto – brinca o rapaz.

― Sei que não, mas não ficarei relaxada enquanto estes pontos não forem retirados. – Senta à beira da cama. – Fico feliz que finalmente esteja acordado, fiquei muito preocupada quando você apagou.

― Grave bem isso: “Eu sempre vou voltar pra você!” – Sorri. – Você tem um bom coração sabia? Perdoá-lo, depois de tudo, foi um gesto muito honroso de sua parte. Acho que se dependesse só de mim, não conseguiria perdoá-lo!

― Conseguiria sim – rebate Leah –, você também tem um bom coração.

Silêncio!

― Fique aqui comigo hoje! – pede ele de repente.

― Como?

― Durma aqui comigo hoje... Meu ombro esquerdo esta arrebentado, mas você ainda pode se aconchegar no direito. Se me disser que não, irei para a sala atrás de você, então para o bem de seu paciente, acho melhor aceitar!

― Chantagista – retruca, deitando-se ao lado direito de Lucian.

Leah se aconchega no ombro do lobo, certificando-se de não encostar no ferimento. O cherokee beija o topo de sua cabeça e acaba por atrair seu olhar. Ele toca seus lábios levemente, aprofundando o beijo logo em seguida, era impossível resistir à tentação de saborear aquela boca. A loba protesta no início, lembrando-se do curativo, mas logo o esquece e se entrega aos deliciosos lábios que já a retiravam de órbita.

Se um meteoro caísse em La Push ou se o mundo acabasse naquele momento, definitivamente nenhum deles notaria... O beijo só fora rompido quando Leah se lembrou de que precisava respirar e se afastou, puxando uma grande lufada de ar. Ela tinha que admitir, aquele homem era realmente de tirar o fôlego, nem mesmo Sam conseguira fazer em todo o período de namoro, o que Lucian fazia num único beijo!

A quileute se aconchega novamente em seu ombro e ambos adormecem, satisfeitos pela companhia um do outro!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo...
No próximo capitulo veremos Lucian tratar das cicatrizes do passado de Leah, agora sim ela será definitivamente curada!! Mas o que ocorrerá depois disso?
Você não pode perder: Agora é Recíproco ♥