Leah escrita por Jane Viesseli


Capítulo 20
Confronto Entre Alfas




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Atrás do lobo alfa estava o restante do bando, saindo das sombras da floresta e entrando na campina. Eles não compreendiam o porquê de serem chamados e nem o motivo da implicância de Sam com o casal, afinal, Leah não estava mais o perturbando, isso não era um motivo de alívio?

― Diga-me, Sam, o que você quer? – insisti Lucian, se levantando e levando Leah consigo.

Quero que fique longe dela— rosna com fúria.

― E por que eu deveria ficar longe dela? – repete ele, tentando deixar Leah a par da conversa mental. – Me desculpe, Sam, mas eu não sou de seu bando e não vou acatar às suas ordens! – responde autoritário, envolvendo a cintura da loba. – Eu sou o meu próprio alfa e faço o que quiser, e, neste momento, eu quero ficar com ela.

Leah, saia daí agora— ordena em tom de alfa.

Lucian repete a ordem no ouvido da quileute, fazendo-a rir debochadamente.

― Você não é o meu alfa há muito tempo, Sam. Se alguém pode “tentar” me manter longe dele, esse alguém é o Jacob. Vá embora e nos deixe em paz.

― Agora estou curioso, Sam, por que está aqui realmente? Seria ciúme?

Lucian passeia pelos pensamentos do lobo em busca de uma resposta, mas tudo o que encontrou foram imagens de Emily, que saltavam na mente do quileute naquele exato momento.

― Não é ciúme. Seu imprinting não reconhece mais ninguém além de Emily. Então o que seria? – Pensa. – Preocupação?

Leah observava o rosto sério e determinado do cherokee, enquanto ele sondava mais uma vez a mente do lobo negro, roubando-lhe as informações que saltavam de sua memória.

Sam tentava controlar seus pensamentos, mas a persuasão de Lucian era excelente. A cada palpite que o rapaz dava, imagens apareciam em seus pensamentos, denunciando se o palpite era verdadeiro ou falso. Estava sendo fácil demais lhe arrancar a verdade.

― Também não é preocupação – conclui o cherokee. – O que sente quando nos vê juntos é muito maior do que mera preocupação, sem contar que Leah não pertence ao seu bando. Quem deveria estar aqui tentando me intimidar era Jacob, isso se houvesse necessidade...

Pare de entrar em minha cabeça, moleque— esbraveja num rosnado.

― Moleque? – Ri, deixando Sam ainda mais furioso. – Com certeza sou bem mais velho que você! – Pensa. – Vamos tentar algo diferente: por que ver Leah amando outra pessoa o incomoda?

A persuasão foi certeira! Imagens desconexas da loba começam a saltar na mente de Sam deixando o bando confuso. Aquelas lembranças sem ordem e sem sentido não os ajudavam a compreender o problema do alfa.

― Entendi tudo! – admite Lucian, descontente com a resposta que tivera. – Lhe agradava vê-la atrás de você, não é? Você se sentia poderoso e cobiçado com ela correndo atrás de você, não é? Responda Sam!!! – grita furioso. – Se sentia mais homem em vê-la sofrer por sua causa?

Leah fica desconfortável com o assunto. As lembranças confusas começam a se interligar através das palavras do cherokee, finalmente fazendo sentido para o bando, que passam a questionar o alfa sobre aquelas hipóteses.

Calem-se todos!— ordena Sam com seu tom alfa.

― Confesse Sam, você implica comigo porque gosta de ver Leah rastejar por você como um cãozinho. Mesmo sem ter intenção nenhuma de voltar atrás e corresponder aos seus sentimentos, ainda quer que ela corra atrás de você, quer que cobice o que é da prima... Isso é pior do que ciúmes, isso é maldade. A atitude real de um monstro!

Estou decepcionado com você, Sam— comenta Paul. – Deveríamos estar felizes por Leah finalmente estar seguindo sua vida.

Faço das palavras de Paul, as minhas— emenda Embry.

Os lobos quileutes estavam arrasados. Sabiam que o alfa era humano e cometia erros, mas ser capaz de tais intenções era de fato, decepcionante! Agora ele havia sido descoberto, seu bando estava contra as suas intenções e, como não estava acostumado a ser contrariado, podia sentir a raiva crescer com intensidade.

Vagabunda!— rosna ele encarando Leah.

Lucian sente o pulsar da fera enfurecida dentro de seu peito e com apenas um piscar de olhos sua íris torna-se negra. Sem pensar muito, ele desaparece do lado de Leah, avançando contra Sam e socando-lhe o focinho, fazendo-o tombar e perder dois dentes do fundo.

― Meça suas palavras, Sam, não esqueça que eu posso ouvi-las – grita enfurecido.

Arrependo-me amargamente do dia em que permiti sua entrada nesta reserva!— diz o lobo, se levantando e correndo para uma briga.

― Lucian, cuidado! – grita Leah em alerta.

Sam avança contra Lucian com os dentes prontos para triturá-lo, porém, com muita agilidade e experiência, o cherokee esquiva-se de sua boca furiosa e agarra seu pescoço, lançando-o contra o chão com força e quebrando-lhe uma costela.

― Sabe, Sam, você poderia facilmente ganhar de minha irmã, mas não pode me vencer. Eu sou forte mesmo sem me transformar, sou rápido e tenho décadas de experiência a mais que você, somente uma boa distração poderia te dar uma chance de me vencer. – Pensa. – Volte para casa antes que eu o machuque!

A luta terminava ali. O quileute se sentia humilhado diante de seu bando, que estava admirado com a destreza de Lucian.

Do outro lado da campina surgem Hana e Seth, que também estavam a passeio. Leah vira-se para eles, acenando para que pudessem se aproximar, dando ao lobo negro o que ele mais desejava: a distração.

Lucian já estava a alguns passos de distância e Sam sabia que, apesar de ser rápido, o cherokee ainda era inferior aos lobos. Ele se levanta do chão ignorando a dor causada pela costela quebrada e se lança contra Leah, que se encontrava a apenas alguns metros.

― Não! – grita o cherokee correndo em direção a loba.

Leah volta-se em direção ao grito, surpreendendo-se com lobo negro que já saltava em sua direção para o golpe final. Não havia tempo de pará-lo ou desviá-lo de sua trajetória, por isso, Lucian fez a única coisa que lhe restava fazer: empurrou Leah para o lado e deixou que as patas do oponente lhe rasgassem o tórax, ao mesmo tempo em que o jogava contra o chão.

Esta distração está boa pra você?— pergunta com sarcasmo, se afastado do corpo de Lucian. – Você fez exatamente o que eu esperava que fizesse pelo seu imprinting.

Seth e Hana correm em direção ao grupo, estavam muito longe, mas sabiam que algo grave havia acontecido. O bando estava dividido entre o choque e a fúria, com relação àquele imenso gesto de descontrole, vingança e traição. Como o alfa poderia pensar em atacar um lobo amigo?

O que você fez, Sam?— grita Quil.

Leah corre em direção ao cherokee, que urrava de dor. Em seu peito estavam as marcas das garras de Sam, que lhe feriram profundamente do ombro esquerdo até a metade do peito, fazendo o sangue manchar a blusa branca e sua respiração tornar-se ofegante.

― O que você fez com meu irmão? – grita Hana em desespero.

― Seth, chame Jake agora mesmo e peça para trazer Carlisle, diga que é urgente!

Em meio segundo o rapaz já estava em forma de lobo, uivando forte para que o seu chamado voasse por entre as árvores e chegasse até Jacob. Enquanto isso os quileutes retornavam a forma humana para ajudar o ferido, mesmo sob os protestos de Sam.

― Rápido, vamos levá-lo para a hospedaria até que Carlisle chegue – anuncia Embry, tentando organizar a bagunça que se formava.

― Não! – interrompe Leah. – Levem-no para minha casa.

A quileute observa o corpo de Lucian ser carregado pelos amigos e por Hana, acompanhado de gemidos dolorosos, e a raiva começa a crescer dentro de seu corpo. Como Sam pôde usá-la para acertar Lucian? Será que não restara nenhum escrúpulo naquela cabeça?

O bando, Jacob, Sue, Seth, o amor que um dia sentiu por aquele lobo negro, ela não se importava com nada naquele momento, tudo o que queria era dar uma boa surra nele...

Leah explode em sua forma lupina sem se importar em retirar suas roupas e avança contra o lobo negro, mordendo-lhe a orelha e pressionando suas patas ao redor de seu pescoço. Sam revida com uma mordida na pata dianteira da loba, pois, se ela queria o enfrentar, então lutaria sério.

Seth corre em socorro à irmã assim que consegue contato com Jacob, não podia deixá-la levar a pior contra o alfa, ainda mais depois do que acontecera ali. Mesmo sabendo o quão forte Sam era, Seth se lança contra ele, talvez dois lobos pudessem dar conta do recado e ensinar uma lição a um alfa.

Os quileutes se engalfinham pela campina numa luta violenta e feroz, até que alguém vai ao chão, derrotado! Seth manquejava e tinha o focinho arranhado, Leah tinha fios de sangue na pata dianteira e em uma das orelhas, devido às mordidas que levara, mas nada se comparava à de Sam: exausto, humilhado, com ferimentos nas patas traseiras, no pescoço, nas orelhas, no focinho e mais duas costelas quebradas.

Leah queria xingá-lo ainda mais, porém, não tinha tempo a perder, tinha que retornar depressa para casa e ver o estado em que Lucian se encontrava. Não demorou muito para que a loba fosse vista em casa, ainda em forma de lobo, pegando suas roupas do varal, na área dos fundos.

― Leah, temos um problema – alerta Quil, assim que a loba adentra a casa. – Ele está reagindo à presença de Edward e Carlisle, eles não podem se aproximar ou Lucian vai enlouquecer.

Oh céus! Como pôde ser tão descuidada? Como pôde não ter se atentado a esse detalhe? O que faria agora? A loba não podia simplesmente deixá-lo a própria sorte.

― Leah, os cortes parecem ser muito profundos e mesmo que o corpo dele se cure sozinho, provavelmente morreria pela perda de sangue, precisamos agir rápido – pressiona Carlisle.

A cabeça da quileute parecia querer explodir, era muita informação, muita pressão e muito pouco tempo para agir. Só havia uma saída para isso...

― Eu faço a sutura! – Caminha até Sue. – Me ajude, por favor, eu preciso de você agora – pede com os olhos em clemência. – Me ajude, mãe!

― Doutor – chama, sem tirar os olhos da filha. – Apenas diga-nos o que fazer.

Sue sorri confiante para a filha, que a abraça de repente. E enquanto a mãe se apoderava de algumas toalhas, água e do equipamento de Carlisle, Leah entrava em seu quarto, surpreendendo-se pelo estado de Lucian.

O corpo do cherokee saltava com os espasmos, urrando de dor por causa das feridas, suas garras já sobressalentes estavam fincadas no colchão e seus olhos negros se fechavam todas as vezes em que ele tentava conter os instintos da transformação.

― Tire-os daqui – grunhi, assim que vê a quileute. – Estão muito perto, tire-os daqui ou não respondo por mim!

Leah se aproxima do lobo tentando acalmá-lo, afirmando que os vampiros não entrariam no quarto, contudo, ele não conseguia relaxar, a proximidade era muita. A loba logo repara no colchão manchado pelo sangue do cherokee e se desespera.

― Carlisle, está sangrando muito, o que eu faço? – pergunta Leah, sabendo que o doutor ouviria muito bem da sala.

― Precisa acalmá-lo, Leah – explica Edward. – Estou em sua mente, posso vê-lo pelos seus olhos e estes espasmos estão aumentando o sangramento.

― Ouviu, Lucian, você precisa se acalmar!

― Perto demais, perto demais – resmunga entre dentes. – Tire-os daqui, Leah!

― Você consegue – diz a loba saltando sobre ele e sentando em seu umbigo. – Olhe pra mim, concentre-se em mim.

― Leah – urra ele, fazendo a garota pular com seus espasmos. – Não dá mais para segurar...

Os caninos já se tornavam evidentes entre seus lábios, a fera estava próxima. A quileute tenta chamar a atenção do rapaz, mas o cheiro adocicado dos vampiros estava por toda parte e ele logo sente seus olhos perderem o foco. Um urro mais alto salta da garganta do lobo, fazendo a loba estremecer... Outro urro se segue dos lábios do cherokee, mas Leah o abafa, arcando-se sobre ele e unido seus lábios num beijo!


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Notas finais do capítulo

Só para lembrar: O segundo trailer da fanfic já esta disponivel no youtube. O endereço esta disponivel na pagina principal da história!! :D
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Próximo Capitulo: Humilhando-se em Prol do Perdão!