Quarter Quell escrita por BruxoBrunao


Capítulo 4
Peeta




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Capitulo 4

Peeta’s

O plano era procurar uma árvore mais alta do que a cerca e pular. Foi isto o que Katniss sugeriu. Eu apenas fiz uma leve contribuição com a corda que eu tinha na mochila. Não era uma corda muito grossa, mas havia uma boa chance de dar certo se a amarrássemos a um galho e escalássemos. Obviamente sem tocar a cerca em momento nenhum. Devo admitir que a chance de sermos fritados como bifes era consideravelmente ainda maior. Porém, não havia muito que discutir.

- Aquela. – Katniss aponta. A arvore era alta, mas eu não via nenhum galho que pudesse servir para o esquema.

- Vamos em frente, deve ter outra melhor que essa e não muito longe. – Digo, otimista.

O por do sol se aproxima quando finalmente encontramos uma árvore que estava de acordo. Eu sou o primeiro a escalar e com certa dificuldade, diferente de Katniss que sobe com tamanha agilidade que chega a ser irritante. Ato a corda a um galho grosso, mas este só pode sustentar o peso de cada um de nós separadamente, por isso sou o primeiro a descer.

Devemos estar a mais de seis metros do chão e não consigo me segurar no cabo direito. A mão começa a queimar, pois estou escorregando. Quase estou chegando à terra firme, quando a acorda arrebenta e eu caio.

O baque não é muito forte, mas bato o ombro e sinto uma dor tremenda. Contudo, minha primeira preocupação é Katniss. Só enxergo seus olhos arregalados.

- E agora? – Ela tenta não gritar para não chamar atenção.

- Você pula. – Digo. – Venha, eu te pego.

Ela olha por cima do ombro, em busca de outra opção, mas logo estará de noite e é melhor não ficarmos ali, pois provavelmente a Capital já sabe sobre nossa estadia na floresta. Falar na Capital sempre me remete aos jogos. Por isso gasto todo este tempo livre, que venho tendo, nos meus quadros. Havia um, em especial, que dizia muito mais do que minhas palavras poderiam dizer. Era o momento exato em que ela me beijou, não eu, mas ela se inclinou e me beijou. E pensar que tudo era uma ilusão... Entendo que ela tenha feito isso para salvar nossa pele, e que me iludir foi o meio encontrado para isso... Nem por isso posso acreditar que era tudo encenação, principalmente os beijos. Será que todas aquelas vezes ela nunca, nunquinha, quis me beijar? Bom, apesar de tudo, continuo tentando me convencer de que ela, no fim, fez tudo isso pensando em nós.

- Um... – começo a contar, e agito os braços, me preparando para agarra-la.

- Dois... – ela sibila, as costas curvadas, apoiando-se na beira do galho.

- Três. – berramos, e ela salta.

Quando sou atingindo, sinto um estalido na coluna imediato, e depois uma dor insuportável no que sobrou da minha perna esquerda. Fico agarrado a Katniss para tentar ignorar as dores, mas ela se debate pedindo por liberdade.

- Huf! – agita-se. – Queria me matar? Acho que torci o joelho. – diz.

Até formulo uma resposta e tento responder, mas as palavras não saem em ordem correta.

- Perna dor coluna insuportável.

Sei que ela percebe meu sofrimento, pois se debruça sobre meu corpo prontamente. Ela acaricia meu rosto, e massageia a perna. Diz alguma coisa, mas minha audição não estava regulada. Demoro em torno de meia-hora para me recuperar.

- Melhor? – pergunta, quando finalmente consigo sentar.

- Muito. Principalmente com os... – Não quero dizer carinhos, mas ela sabe exatamente que era isso, então, afaga meus cabelos e me ajuda a levantar.

- Sei que não estamos muito bem, mas não acho que devemos andar com um cervo por ai, não concorda?

Apenas aceno com a cabeça que sim.

- Vou levar para Hazelle, ela tem muitos filhos, vai ser muito bom, mesmo que eu não tenha deixado muito pra eles. Não gosto de desperdiçar comida.

- Sei... – murmuro.

Hazelle. A mãe de Gale. Claro que ela não pararia de pensar em Gale sequer por um minuto. Mesmo que eu tivesse acabado de destroçar vários ossos só para ela não se machucar muito. Sei que não parece certo este sentimento que nutro, mas ele vem se acumulando como bola de neve dentro de mim e tenho medo de alguma hora explodir. Por exemplo, quando ela disse que não havia permito a minha ida até a casinha na floresta, tive vontade de berrar com ela e perguntar sobre Gale, e porque ele tinha essa autorização e eu não. Mas percebi que ela riria da minha cara se o fizesse afinal, eles são praticamente namorados. Eu sou apenas o noivo de mentirinha, o noivo pra Capital.

Arrastamos-nos para a Costura até chegar à casa de Hazelle. Ela não está, foi pegar algumas trouxas de roupa que finalmente conseguiu. Desde a chegada dos Pacificadores ela não tem conseguido muitos serviços... Gale também está fora desde cedo, então deixamos o cervo com uma das filhas dela e a menina esconde o bicho no forno velho do meu pai. Lembro que meu pai cedeu o objeto à família dela quando nos mudamos, pois seria bem mais útil a ela. Também penso em Gale, e o que ele anda fazendo desde cedo para não ter voltado pra casa. Acho que, pelas expressões de Katniss, ela também está com isso na cabeça.

É noite quando por fim estamos na estrada da Aldeia. Passamos na casa de Haymitch, mas ele não está. A única casa com luzes acessa é a de Katniss. Quando enfim chegamos a casa, sinto que meu corpo todo vai desmoronar e não sei como ainda aguento Katniss apoiada sobre mim. Não reclamo, mas vez ou outra meus gemidos me denunciam. Ela destrava a porta e a empurra para passarmos. A luz adentra meus olhos como espadas e demoro em distinguir os presentes reunidos na sala principal: A mãe de Katniss, Haymitch, e dois Pacificadores. Um choque percorre meu corpo e sinto os problemas vindo em minha direção como uma avalanche.

- Katniss, Peeta... Eles estão aqui há horas esperando por vocês. E o presidente também.

Ótimo, penso, ainda bem que deixamos o animal na casa de Hazelle. Que ela não se encrenque por isso.


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