Eu estava no meio de um sonho maravilhoso, um sonho que eu estava quase arrancando o coração da vadia que fez eu ser expulsa do colégio e vir pra LA, quando a porra do despertador tocou. De tanta raiva peguei ele e joguei com toda a minha força disponível no momento na parede. Acho que eu havia quebrado ele, mas tudo bem, não me importava. Me virei pro outro lado e voltei a dormir, queria voltar pro sonho. Do nada o meu celular começou a tocar.

-Alô?

-Acorda agora Mary!- minha mãe gritou do outro lado do telefone.

-Ai mãe, não precisava ter gritado.

-Precisava sim, porque com certeza os seus tios não te acordaram né?

-Não.

-E o despertador você jogou na parede certo?

-Vem cá, você tá escondida aqui?- me sentei e comecei a olhar pelo quarto.

-Como se eu não te conhecesse. Agora vai se arrumar e ir pra escola. Beijos.

-Beijos.

Desilguei o celular e fui fazer a minha higiene matinal. Peguei uma blusa do Pantera que tinha comprado na semana passada, uma calça jeans rasgada que era a que eu mais amava e um all star que fiquei com preguiça de lavar por um ano. Peguei a mochila e os papéis da matrícula e desci pra tomar meu café. Comi uma tigela de cereal, peguei a chave reserva e saí pra ir pro inferno. Eu sei, até que eu poderia chamar de escola, mas é que pra mim a escola parece mais um inferno do que um local onde você aprende.

O local era perto de casa, uns dois ou três quarteirões depois. Cheguei uns 20 minutos antes e a primeira coisa que eu fiz foi ir na secretaria confirmar a matricula e pegar a turma em que eu estava. Depois me encaminhei pra sala 3C. Todo mundo no corredor ficava olhando pro meu cabelo colorido, quase ninguém pintou o cabelo. A sala não tinha tanta gente, tinha somente a guria dos cabelos vermelhos e os meninos que estavam com ela ontem na rua. 

-Pelo menos eu não sou a única com o cabelo todo colorido no colégio- pensei. olhando pra ela. O cabelo dela era lindo, era meio que um vermelho e um laranja misturado.

Me sentei na última carteira no canto da sala. Coloquei a música no último volume, encostei a cabeça na parede e fechei os olhos. Quando eu abri os olhos a garota dos cabelos vermelhos estava vindo em minha direção. Tirei um dos fones por educação.

-Oi, meu nome é Hayley- disse ela sorrindo timidamente.

-Oi, prazer, o meu é Mary- sorri pra ela.

-Prazer. Gostei da camisa e mais ainda do seu cabelo- ela abriu um sorriso enorme pelo rosto.

-Obrigada- retribui o sorriso enorme- também amei o seu cabelo.

-Obrigada.- ela voltou pro seu lugar com os amigos dela e eu voltei a escutar a minha música e fechar os olhos.

Eu estava quase pegando no sono quando o sino tocou. Tirei os fones e peguei o cadernos com a maior preguiça do mundo. De acordo com o horário de aulas a primeira e a segunda aula eram matemática. 

-Pronto, o dia já começou fudendo comigo- pensei

-Bom dia senhores e senhoras!- cumprimentou o professor alegremente.- Bem, vamos esperar os garotos chegarem e se eles não chegarem eu vou buscar eles.

Quando ele terminou de falar isso 5 garotos grandes, bem tinha só um pequeno, tatuados e fortes entraram na sala rindo. Eram os mesmos garotos da minha rua. Um parecia um armário, o outro um poste, o outro um porco espinho, o outro um anão e o outro era gordinho.

-Bom dia senhor Lary!- comprimentou o anão.

-Bom dia Johnny.

Eles se encaminharam pra minha fileira. O que tinha o cabelo que parecia um porco espinho parou do meu lado sorrindo.

-Oi- ele me disse.

-Oi.

Ele continuou lá parado.

-Perdeu alguma coisa, tipo o seu porco espinho de estimação? eu acho que ele está em cima da sua cabeça.- disse.

-Além de ser bonitinha é engraçadinha.

-Além de ser idiota é galinha.- revirei os olhos.

-Nossa, sabe como estressar um cara.

-Nossa,sabe como ser mais babaca do que o comum.

-Ei Syn, deixa a gatinha em paz.- disse o poste se levantando da carteira do meu lado-  eae, meu nome é Jimmy,mas pode me chamar de Rev, esse viado babaca aqui é o Brian, mas pode chamar ele de Syn ou Synyster. Qual o seu nome?

-Mary.

-Nome bonito assim como você. - disse ele dando uma piscadinha

-Obrigada- sorri.

-Rapazes- o professor voltou pra a sala acompanhado de uma morena nojenta atrás, era a vadia que tentou me cumprimentar. - Deixem a garota em paz e se sentem, por favor.

-Sim senhor- Rev voltou ao seu lugar,mas o Brian continuou lá.

-Não escutou porco-espinho, o professor mandou voltar ao lugar.- disse

-Você vai ver o porco espinho.- ele voltou ao lugar.

-Ui,que medo.

O professor se sentou e começou a fazer a chamada,eu era a última.

-Ora, temos aluna nova. Senhorita Leto?

-Sim?

-Humm.. seja bem vinda- Todos olharam pra mim- de onde você veio?

-Obrigada. Washington.

-Ah, é aquela ogra de ontem- comentou a vadia se virando pra frente de novo.

-Bem, vamos então fazer algo diferente. Graças a nova aluna eu não vou passar matéria- todo mundo deu vivas e me aplaudiu.- a única coisa que vocês vão ter que fazer vai ser escrever se gostam ou não de matemática e o porque e depois apresentar aqui pra turma. Sem mentiras, falem a verdade, eu não vou ficar triste nem decepcionado com as respostas. Então, vocês tem 15 minutos.

Arranquei a folha do caderno e comecei a escrever. Eu até que gostava de matemática, mas não tanto. Viajei bastante na resposta e encontrei uma perfeita pro momento.

-Tempo esgotado.O pessoal da fileira da frente pode começar,le um depois senta, depois le o outro e senta e assim vai.

Todos foram e depois chegou a vez da fileira do fundão. Todo mundo leu e eu fui a última, quando todos tinham se sentado eu comecei a ler:

-Bem,eu gosto de matemática, não tanto, mas gosto,por que com a matemática nós aprendemos lógica e com a lógica e a matemática juntas podemos construir uma bomba e matar todos os projetos de vadia que existem no mundo.- olhei pra vadia que tinha tentado me cumprimentar.O pessoal do fundão praticamente se mijou de rir, mas o pessoal da frente pareceu que tinham entrado em estado de choque.

-Como se você fosse gostosa- a vadia me disse.

-Sou mais do que você.

Eescuta aqui...- ela se levantou apontando o dedo pra mim.

-Escuta aqui você, projeto de vadia...- peguei o dedo dela e olhei bem fundo dos olhos dela- Eu fui expulsa da minha antiga escola de Washington por ter quebrado um braço e quase matado uma vadia igual a você, e não tenho medo de fazer isso com você e terminar o serviço que não consegui com ela.Então, baixa a tua bola se tu quiser continuar viva.

-Opa. Pode se sentar Mary.Parabéns pela sua resposta.

Voltei ao meu lugar. Rev não parava de rir por conta do que eu disse e eu não parava de rir por causa dele. Passou as duas aulas de matemática e depois tínhamos educação física. Guardei tudo na mochila e sai, mas na metade do caminho voltei porque tinha esquecido do papel da minha matricula que o professor havia assinado e a minha tesoura. Foi quando alguém me empurrou pra parede...