Acordo com o som horrivel da campainha me atazanando. Quem poderia ser uma hora daquelas? Vou até a porta do jeito que estava, de camisola e despenteada, quando abro a porta fico surpresa ao ver Eduardo ali parado me olhando. Ele parecia estar bem, exceto pelo o curativo que tinha em cima de sua sombrancelha direita. "Eduardo?" Disse surpresa. "Posso entrar?" Ele me perguntou. "Claro." Disse fechando a porta assim que ele entra "Onde você esteve esse tempo todo?" "Depois que a gente... Brigou, peguei o carro transtornado e bati contra uma árvore." Ele me contou "E fiquei em coma em um hospital. E como eles não tinham como me identificar, já que estava sem documentos, eles não puderam avisar Miguel ou a ninguém até que eu acordasse." "Além do Miguel quem sabe?" Perguntei. "Todos há mais ou menos três dias..." Edu disse "Só faltava você." "Fui a última à saber." Disse me sentindo mal por aquilo "Bom agora que você já ta bem... Não há mais nada que devo saber. Pode ir embora." "Não vem com essa não, Beatriz porque você também nem pensou em E contar do seu casinho com um cara aí!" Edu disse "Ou você planejava me falar agora?" "Quem te contou isso?" Perguntei. "Não interessa, mas o que você ta pensando?" Eduardo perguntou furioso "Quer ferrar com a gente?! Não! Já sei! Você quer me ver na cadeia pra se vingar, não é?" "Como é que é?" Perguntei "Você pirou Eduardo?" "Não, Beatriz!" Eduardo disse "Você pirou!" "Vai embora, Eduardo!!" Disse furiosa "Vai embora antes que eu..." "O que?" Ele me perguntou com ar de deboche "Antes que você diga para o seu namoradinho que fui eu quem assaltei ele?" "Cala a boca!" Disse "Some da minha frente, seu imbecíl!" "Não precisa dizer duas vezes." Ele disse indo até a porta, mas de repente parou, virou-se e concluiu: "Sabe de uma coisa? Patty estava certa o tempo todo sobre você. Você é apenas uma patricinha... E eu aqui pensando que você era diferente." E finalmente ele bateu a porta. Eu não pude agüentar. Assim que ele saiu deixei as lágrimas rolarem pelo o meu rosto. Também não consegui mais dormir, então me arrumei e fui trabalhar. Lá Lisa já estava e Léo também. "O que você está fazendo aqui, noivnha?" Perguntei à Lisa. "Se eu ficar em casa o dia todo pensando no meu casamento vou ficar muito ansiosa e os dias se passarão mais devagar." Ela explicou "E eu não vou agüentar." "Só você, Lisa." Disse. "Ah, e chegaram aquelas rosas ali pra você!" Lisa disse. "Já tem outro na área?" Léo perguntou "Você não vai me dá nenhuma chancezinha?" "Ah, Léo!" Disse sorrindo "Já disse que somos apenas amigos." "Não está mais aqui quem falou." Léo disse "Vou comprar um sanduíche, vão querer alguma coisa também?" "Não, obrigada." Disse Lisa. "Também não." Disse "Mas obrigada também." Léo se foi e eu resolvi ler o cartão de Lucio, que dizia: 'De uma flor para outra'. Aquelas rosas me fizeram lembrar da vez que Eduardo encheu o quarto de pétalas depois que ele me tirou da clínica. Acabei deixando escapar um pequeno sorriso, mas Lisa o entendeu errado. "Beatriz, é incrível como você está bem melhor depois que terminou com Eduardo." Lisa disse "Quase posso vê a velha Beatriz novamente! Quem sabe em pouco tempo ela não estará de volta por completo?" "Impressão sua." Disse. "Acho que não." Lisa insistia. "Não acho que Eduardo me fez mal." Disse. "Que isso!" Lisa disse "Como fez. Ah, de qualquer forma agora ele está fora de sua vida." Engano dela, meu e de todos que pensavam isso. Eduardo jamais saíria da minha vida. Mais tarde, Eduardo estava com Fernando e Patty no ferro velho enquanto eu me dirigia ainda pra lá. "A Beatriz ta perigosa." Patty disse "Ela ta deixando esse cara entrar legal na vida dela. Quero só vê quando essa patricinha abrir o bico." "Ela não vai." Edu disse sério "Eu conheço a Beatriz." "Você acha que sim Eduardo." Patty disse "Mas ela ainda vai passar a perna em todo mundo aqui! Ou você esqueceu de quem ela é filha?" "Essa aí deve estar soltando fogos agora que eu e a Beatriz não estamos mais juntos." Edu disse. "Mas a Patty tem razão, irmãozinho." Fernando disse "Se eu fosse você eu reconquistaria a Beatriz logo." "Vai ser difícil." Edu disse "Quebrei o pau feio com ela hoje." "Você tem que tentar, Eduardo." Patty disse e eu entrei no ferro velho. "'Tentar'?" Perguntei "'Tentar' o que?" "Ei!" Patty disse "O que você ta fazendo aqui?" "Como assim?" Perguntei-a "Faço parte da gangue assim como você." "Vamos deixar bem claro que agora que você e o Eduardo não estão mais juntos, nO há necessidade alguma de você continuar freqüentando o ferro velho." "Vai à merda!" Disse "Eu passei naquela prova estúpida pra ta aqui dentro, portanto tenho o direito de aqui estar!" "É verdade." Edu se manifestou "Ela tem o direito de estar aqui dentro. Ela passou no teste." Eu comecei a rir incrédula no que acabara de ouvir. "Do que você ta rindo?" Patty perguntou irritada. "Vocês são patéticos." Disse "Vocês acham mesmo que não os ouvi dizendo que Eduardo tinha que me reconquistar e mais um bla, bla, bla aí? Faz me rir." Eles estavam surpresos e então continuei: "Eu não vou dizer nada à ninguém e vou continuar freqüentando o ferro velho. Vejo vocês." Deixei o ferro velho e ele não disseram uma palavra sequer. Quando saí, Patty foi a primeira a se recuperar. Ela foi vê se eu realmente tinha ido embora e disse: "Ela se foi." "É irmãozinho..." Fernando disse "Vai ser mais difícil dobrar a Beatriz do que nós pensávamos." Eduardo sabia disso, mas me reconquistar havia virado uma questão de honra para ele naquele momento. Ele queria sua Beatriz de volta. Ele me queria de volta...