Jealousy escrita por aninha


Capítulo 3
Capítulo 2 - Elemento Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou um pouco maior do que eu gostaria. E eu fiquei chateada porque não consegui colocar nenhum pov do Ronnie :( soiadjad Demorei porque eu tinha que decidir alguns detalhes da história. Agora que tá decidido pode ser que eu escreva mais rápido :B haha. Já aviso que aparece gente aqui de quem eu sei muito pouco, então se tiver algo errado, pode avisar :) Boa leitura!



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   Escolho a roupa mais básica que eu encontro na mala (um vestido sem estampa preto) já que eu não sabia aonde iríamos. Escolho uma bota com menos detalhes do que a maioria, mas que não deixava de ser altíssima. Passo a maquiagem um tanto quanto carregada de sempre, mas separo meus óculos de sol porque ainda estou com sono e, dependendo do lugar, não gostaria que todos soubessem disso.

  Trinta minutos depois estávamos prontos e eu já tinha conseguido arrancar a informação de que íamos a um restaurante. Pegamos um táxi qualquer que parou em frente ao prédio (se avisássemos ou pedíssemos por um, teria uma quantidade considerável de fãs na frente da porta do táxi nos esperando. Sim, isso já havia acontecido e eu havia ficado furiosa com o motorista, ao ponto de Ronnie – que costuma perder o controle mais do que eu – me forçar a voltar para o apartamento antes que eu falasse coisas que sairiam na capa das revistas do dia seguinte) e acabei descobrindo que o tal restaurante era longe, mais especificamente do outro lado da cidade. E eu sabia disso porque ficamos uma meia hora dentro do carro enquanto atravessávamos a cidade. New York City, a cidade que eu conhecia como a palma da minha mão. A minha casa.

  Em todo esse tempo lá dentro, eu usei de todas as minhas armas para tentar saber o que íamos fazer lá, mas ele parecia fodidamente disposto a esconder e me deixar curiosa. E quando eu achava que finalmente ia descobrir algo porque ele parecia querer me comer com os olhos (no sentido literal... ou não) o carro para.

  Tento enxergar pela janela onde diabos estávamos antes de voltar a cobrir meus olhos com um enorme e escuro óculos de sol. Estamos em frente a um restaurante definitivamente refinado, de bom gosto. O que era estranho, porque Ronnie nunca havia me levado a um lugar assim. Não que eu esteja reclamando, eu até prefiro restaurantes mais simples porque eu sinceramente prefiro fritas à um prato francês. Só era muito estranho ele ter escolhido tal lugar. Talvez a ocasião fosse de extrema importância. Mas eu não conseguia pensar em nada.

  Desço do carro lentamente, tanto por causa dos saltos enormes quanto pelo vestido preto e justo que eu usava. Aceito a mão do taxista gentil que a oferece e ele me ajuda a descer.  Normalmente eu não aceitaria, mas eu não gosto de ser rude sem ter um motivo pra isso.

  Ronnie dá a volta no carro mais rapidamente do que o normal e passa a mão pela minha cintura enquanto, com os olhos cerrados, entrega o dinheiro ao motorista. Reviro os olhos pela sua atitude e passo as mãos pelas suas costas, guiando-o em direção à porta antes que ele abra a boca pra falar alguma coisa para o cara que só quis ser gentil.

- Vamos logo, amor.

  Ele decide colaborar e relaxa, me guiando até a entrada do restaurante. Somos recebidos por dois seguranças de cara fechada e uma mulher bonita e elegante vestida em um terninho preto que demarcava todas as suas curvas. Ronnie diz nossos nomes e ela confere na lista, acenando positivamente com a cabeça para os dois seguranças abrirem espaço.

- Venham comigo. – Ela diz, e começa a andar. Ronnie pega a minha mão e nós a seguimos até uma mesa mediana, em um canto afastado do lugar, de onde vinham risadas masculinas e barulhos de taças se chocando. Quando chegamos perto o suficiente para mim definir quem era, vem a surpresa. Se eu não estivesse com os olhos escondidos por aquele negócio enorme que eu chamava de óculos, poderiam ter achado que a mulher havia pisado no meu pé com um salto agulha. O que era completamente improvável de acontecer.

- Paul Barker? – Eu pergunto com a voz um pouco mais esganiçada do que pretendia ao chegar à mesa, mas ele apenas me olha e sorri.

- Sim, e você é a famosa e encantadora Taylor Momsen. Sente-se querida, seja bem-vinda.

  E então eu olho em volta e percebo que conheço praticamente todos que estão na mesa. Eles começam a levantar, um de cada vez, para cumprimentar a mim e ao Ronnie. Alexis da banda Daughter , Nikev Ogre da Skinny Puppy, Chris Connelly (que já foi da banda Ministry, assim como o Paul), o notável Lemmy Kilmister do Motorhead, Trent Reznor do Nine Inch Nails (Ronnie olha rapidamente pra mim e pisca depois de apertar a mão dele, eu sorrio e tenho a decência de corar na frente do cantor da música daquele dia), alguns integrantes do Jane’s Addiction e mais algumas pessoas que eu não conseguia lembrar o nome.

  Ronnie então puxa uma cadeira para que eu me sente e se senta ao meu lado, ficamos de frente para Paul. E, caralho, se eu já estava confusa antes, agora eu corro sério risco de me beliscar para saber se não estou sonhando. Ronnie e Paul estão sorrindo e observando minha reação, enquanto as atenções dos outros se centra novamente em suas conversas paralelas. Retiro meus óculos e bagunço o cabelo, colocando o acessório em cima da mesa. Encaro Paul.

- Ok, eu ainda não faço idéia de por que eu estou aqui. Quero dizer, vocês são fodas e tudo o mais e convidar o Ronnie para um almoço é algo absolutamente compreensível. Mas o quê exatamente algum de vocês iria querer comigo? E porque Ronnie não podia me contar?

- Desculpe por isso Taylor, mas eu pedi que ele não contasse. E eu fico lisonjeado com o... Elogio. Mas você tem tanto talento para se juntar à mesa quanto qualquer um que foi convidado, querida. Você já é um ícone, e eu gostaria muito de trabalhar com você. – Seu sorriso aumenta e ele para de falar comigo para dar atenção aos garçons que chegaram com os pratos. Enquanto colocam a frente de cada convidado um prato do cardápio francês que eu não conseguia lembrar o que era (mas que provavelmente era o mais caro do cardápio), aperto a perna do meu adorável namorado para chamar sua atenção pra mim.

- Aqui não é o lugar mais apropriado, Taylor. Mas se você quiser tem um... – Ele cochicha, parando quando eu emito um shiiiiiiiu discreto para que ele cale a boca. Seu sorriso é malicioso, mas eu sei que ele só disse isso pra me provocar.

- Você sabe que não tem nada a ver com isso, seu pervertido. – Cochicho de volta, perto o suficiente para que só ele ouça. – Eu ouvi direito? Ele quer trabalhar comigo?

- Ele vai te explicar tudo, mas é isso sim.

- Mas então porque ele não ligou para o meu agente e preferiu mandar recado por você?

- Ele falou que queria ter o prazer de conversar com você primeiro. E, aparentemente, queria nossa companhia. Somos o casal do ano, baby. – Ele pisca o olho e eu reviro os olhos e resmungo.

- Como se rótulos de revistas de fofoca fossem importantes.

- Então, Taylor. – Paul volta sua atenção pra mim e eu sorrio para que ele continue. - Fui contratado para comandar a trilha sonora do filme FIX THE MINISTRY, que será um documentário sobre minha antiga banda. E a maioria das pessoas que estão aqui participaram da trilha, os outros são penetras e vieram só porque a comida é por minha conta. – Perry Farrell do Jane’s Addiction levanta o dedo médio para Paul, concentrado demais na conversa com Dave para sequer ter realmente se importado com o comentário. Paul sorri. – Ou participaram do documentário, que seja. Mas o fato é que falta o elemento surpresa e, bem, você vai ser ele. Se aceitar trabalhar comigo, é claro.

  E então a cena do dia em que eu aceitei a trabalhar com o Ronnie me vem à cabeça. Mas o único fato que ligava os dois era fazer um feat.

  Em todo esse ano em que eu estive na turnê do CD Precious, tanto eu quanto Ronnie recebemos algumas propostas para colaborações, mas nenhuma tinha a ver com trilhas sonoras. E cara, eu amava fazer trilhas sonoras. Mas a falta de tempo e a intenção de fazer os fãs ficarem com toda a sua atenção voltada ao CD impediu-nos de aceitar qualquer uma delas. E impediu Ficarro e Jacky de darem atenção aos seus projetos paralelos. ¹

  Não consigo conter um sorriso enorme que se forma entre meus lábios e pigarreio para tentar disfarçar.

- Ok. Supondo que você esteja realmente falando sério... O que exatamente eu faria?

  Ele começa a rir da minha confusão.

- Eu tenho idéias para a letra, não a fiz porque acho que você compõe melhor que eu. Suas letras são fantásticas, devo dizer.  Eu vou ser responsável pela melodia. Você comandaria a letra e o vocal. A idéia é ter uma música completamente sua, com um toque de metal industrial do Ministry. Não consegui pensar em alguém melhor do que você para isso.

  Olho para Ronnie, ele sorri e acena positivamente com a cabeça, me incentivando. Viro pro resto da mesa e percebo que todos pararam e esperavam por minha resposta. Levanto em um impulso e bato minhas mãos na mesa.

- CARALHO, É ÓBVIO QUE EU ACEITO!

  Todos começam a rir. E, quando eu vejo que fiz um pequeno escândalo e que o restaurante parou pra me ver, sento e tento me recompor. Ronnie coloca a mão na minha perna, querendo mostrar que eu não estava sozinha ali.

- Err... Me desculpem por isso. – As risadas agora viram gargalhadas. Merda. – Seria foda ter o prazer de trabalhar com você, quando começamos?

- Tudo bem, fico feliz que tenha gostado da idéia. Podemos começar ainda hoje, se você não se importar.

  Meu olhar encontra o de Ronnie em uma pergunta que nem eu mesma sabia qual era. Mas ele parece saber.

- Eu acertei com o DEUCE de ensaiar e quem sabe gravar a música agora à tarde, então não é como se você tivesse perdendo alguma coisa se fosse com o Paul. Não avisei porque ontem você não me deu chance, e hoje eu não queria dar pista alguma do que faríamos.

- Ok amor, mas como você vai chegar lá? – Meu rosto se fecha lembrando da carona da noite anterior e, se ele tinha alguma intenção de ligar para aquela vadia, já tinha desistido da idéia. Eu sei que eu não a conhecia, mas já não gostava dela pelo simples fato de saber que ela iria passar um tempo considerável ao lado do meu namorado. Eu tinha todo o direito de me referir a ela como eu bem entendesse.

- Hey Radke, por acaso esse estúdio não é aquele que fica na esquina da rua principal?² - Lemmy pergunta, do outro lado da mesa.

- Esse mesmo.

- Então eu te dou uma carona, tenho que passar por lá mesmo pra chegar ao hotel.

- Valeu cara, fico te devendo essa. – Ronnie sorri.

- Nada que algumas garrafas de whisky não paguem. – Ele sorri de volta.

  Ficamos na mesa conversando e comendo por um bom tempo. Todos mais conversando e rindo do que comendo, é claro. E então Lemmy sorri para o Ronnie.

- Desculpa cara, mas se importa de ir agora? Tenho um compromisso daqui a –  Ele checa o relógio de parede do restaurante. – Quinze minutos.

- Sem problemas. – Ele levanta da cadeira ao mesmo tempo em que Paul e aperta sua mão.  – Foi um prazer, cara. E o almoço estava ótimo. – Paul sorri.

- Ah, não foi nada. Com certeza vou chamar você para a próxima, espero que possa vir. – Ele olha pra mim. – Você também, é claro. Devo dizer que vocês são o casal mais talentoso e simpático que eu já tive o prazer de conhecer. – Ronnie e eu nos olhamos e sorrimos.

- Obrigado. Taylor é realmente fantástica. – Ele sorri maliciosamente pra mim. Reviro os olhos.

- Ah sim, eu é que sou. – Ronnie ri.

- Ok, estou indo. Tchau pra vocês e até mais. – Ele se vira pra mim. – Tchau amor, quem se liberar primeiro vai pra casa e arranja algo pra janta. – Começo a rir.

- Okay. – Ronnie, que está de pé, se aproxima para o que eu penso ser um selinho rápido. Mas quando nossos lábios se tocam, ele tenta aprofundar o beijo. E eu sem pensar, retribuo. Pelo menos por alguns segundos, até eu lembrar que estou em um restaurante. Mais especificamente em uma mesa cheia de pessoas. Quebro o beijo e pigarreio. - Tchau, amor. – Lemmy que agora está do nosso lado começa a rir.

- Vamos logo antes que você engravide a moça aqui, seu idiota. – Eu coro, Ronnie começa a rir e dá um soco leve no ombro dele.

- Ah sim, Lemmy. Certo, tchau pra vocês. – Ele me dá um beijo na bochecha e sai. E eu o acompanho com o olhar até que ele desapareça de vista. Aquela bunda...

Paul pigarreia.

- Vamos, Taylor? Eu te levo até a minha casa.

- O QUÊ?


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Notas finais do capítulo

¹Na minha cabeça maluca eu imagino o Jacky e o Ficarro como aqueles artistas que se aventuram em outras funções do mundo da música e acabam com projetos paralelos. Jacky tem cara de compositor e Ficarro tem cara de diretor de videoclipes. Na boa, eu tenho problemas psicológicos, eu acho ASKDJADOIAHDJK
²Eu não sei que porra isso significa. Mas eu não conheço NY e não sei de nenhum estúdio de gravação de lá, então inventei um ponto de referência simples (?) e que não precisasse de detalhes. Vulgo: Eu enrolei porque não sei merda nenhuma SADKJADOIAHDJK
CARALHO É MUITA NOTA. Falo mais no próximo capítulo. Já aviso que as coisas vão ser meio tensas a partir daqui, preparem seus corações e... ouçam Victory e Nobody Likes Me que são músicas incríveis *-*



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