Jealousy escrita por aninha


Capítulo 4
Capítulo 3 - Estúdio


Notas iniciais do capítulo

Prontinho! Capítulo revisado e completo. Acredito que essa semana eu volte a postar mais caps................ mas não prometo nada. Até porque pelo que eu vi ninguém apareceu pra ler :( Pra quem tiver aí, boa leitura! Não tem pov do ronnie porque eu precisava mostrar o lado da taylor sobre tudo. Mas to com uma puta saudade de escrever pelo ronron então próximo cap já começa com ele! *pulinhos*



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POV TAYLOR

Já ia começar a xingar em alto e bom tom quando Paul começa a se explicar:

– Meu estúdio fica na minha casa, claro. Achei que podíamos trabalhar lá em vez de alugar um estúdio, mas se você não se sente confortável com isso…

– N-não, não é isso, você me pegou de surpresa cara. - Consegui dizer em meio ao meu choque. Ok, ele tinha um estúdio em casa. Super normal para alguém como ele, eu devia ter imaginado. Mas por algum motivo aquilo não eliminou minha impressão de que tinha algo ruim nisso tudo. Decidi empurrar essa maldita impressão ruim e consertar tudo. - Um estúdio em casa, que foda! Quero ter um algum dia. Mas dizem que não se deve levar trabalho pra casa ou alguma merda do tipo. Pelo visto você não concorda com isso. - Ele sorri.

– Não mesmo. Meu trabalho é um hobbie e gosto de curtir meus hobbies em casa. - Ele termina com uma piscadela pra mim. Parecia ter algum outro sentido no que ele disse, mas não tentei entender e deixei pra lá. Ronnie é o rei do duplo sentido, devo ter ficado paranoica depois de tanto tempo tendo ele como... namorado. É.

– Então, podemos ir madame? Acho que o motorista está nos esperando. - Ele diz enquanto aponta onde um carro (se é que dava para chamar aquela belezura simplesmente de “carro”) estava estacionado com a porta aberta segurada por um motorista sorridente. Caralho! Eu estava sem palavras.

– Ah, claro! - Disse, de repente animada demais com a ideia de entrar naquele carro caríssimo.

Nos despedimos das outras pessoas da mesa (com muita relutância) e fomos para o tal “carro”. Paul sentou ao meu lado no banco de trás enquanto o motorista dava partida. Não consigo evitar minha curiosidade (nem queria) e cochicho para Paul:

– Desculpe a pergunta, mas porque você tem um motorista? Imagino que saiba dirigir. - Ele apenas sorri e me responde tranquilamente.

– Claro que sei e não preciso do motorista o tempo todo. Só quando existem boas chances de eu não sair sóbrio de algum lugar… ou quando pretendo voltar com alguma companhia e não gostaria de ter que prestar atenção na direção do carro.

O sorriso ficou um pouquinho malicioso ou é impressão minha? Só pode ser paranoia. É a única explicação. Ele não daria em cima de mim, daria? Ele provavelmente tinha quem ele quisesse só por ser… ele. Claro que não daria. Se bem que o comentário da companhia (que eu entendi perfeitamente, Paul seu pervertido!), não era algo que ele precisava ter me contado…

– Chegamos, senhor. - A voz do motorista interrompe meus pensamentos e automaticamente olho para Paul, que estava tão ocupado com alguma coisa que não percebeu que havia chegado na própria casa. Estranho.

Paul abre sua porta enquanto o motorista gentilmente abre a minha, segurando minha mão para sair do carro. Não ligava pra essas merdas e não fazia meu estilo ser tratada como donzela, mas ele só estava fazendo seu trabalho e decidi não reclamar.

***

Depois dele me apresentar a casa (ou eu devia chamar de mansão?) e começarmos a realmente trabalhar no estúdio, tudo fluiu muito bem. Enquanto ele me explicava sobre o que seria a letra, ideias iam se formando enquanto eu escrevia. Não era algo super complexo, a letra tinha um objetivo e não tinha um significado pessoal. Conforme os versos iam tomando alguma forma Paul opinava e cantarolava algum ritmo para a melodia. Paul era legal e percebi que era fácil trabalhar com ele, aquele cara realmente era bom no seu trabalho. Era tudo muito profissional e ele apenas ria quando palavrões e xingamentos escapavam por alguma frustração minha em terminar alguma frase. Eu não era um exemplo de garota que sabe se comportar com pessoas importantes, mas até que estava me saindo bem.

Até que o whisky entrou na história. Paul decidiu em algum momento que era para fazer uma pausa e voltou com uma garrafa e dois copos. Eu até acompanhei no começo, mas aquele homem virava copos em uma velocidade impressionante. Se ele não fosse extremamente forte para bebidas, aquilo teria um fim bem fodido.

Comecei a virar meus copos lentamente nas plantas de decoração quando ele não estava olhando. Não era hora de sentir pena das plantas. Eu conhecia meus limites, coisa que aquela criatura não tinha. Estávamos na última parte, até o refrão que é o mais difícil já estava pronto e então faltava pouquíssimo pra eu ir embora daquele lugar antes que acontecesse alguma merda. Mas aí aconteceu. Sua mão foi parar na minha coxa de repente e eu a tirei delicadamente, sabendo que seria fácil demais dar um soco no meio da sua cara bêbada, mas que não era o certo a se fazer. Apesar de minha mão formigar de tanta vontade.

– Você bebeu um pouco demais cara. Vou terminar e então posso fingir que não vi você fazer isso. - Tentei dar um sorriso amarelo enquanto tentava conter minha raiva. Uma mão na coxa não é algo terrivelmente terrível, mas eu não sabia onde isso iria terminar. E não queria descobrir.

– O que foi Taylor M-o-m-s-e-n? - Ele pronunciou meu sobrenome devagar e de um jeito arrogante. A merda estava começando. - Você não anda pelada por aí? Você é um pouco gostosa até e anda com essas roupas de vagabunda, não é isso que você quer? - Diz, enquanto coloca a mão no mesmo lugar da coxa e começa a arrastá-la para dentro do meu vestido. Mesmo em meio ao choque, a fúria me fez agir rápido, me fazendo pular da cadeira antes que ele alcançasse seu objetivo, e fazendo inclusive com que eu soltasse a mão bem no meio da cara daquele idiota.

– Eu realmente não esperava isso de você seu filho da mãe! Canalha, imbecil! Deixe a porra dessa sua mão suja bem longe de mim e abre aquela porra de porta agora!

Com a mente nublada pela raiva e o pouco álcool que consumi, e ainda magoada pelas coisas que aquele porco disse, peguei minha jaqueta e a folha em que a letra estava escrita e passei por um Paul que ainda segurava o rosto com os olhos confusos. Praticamente corri até a porta da casa e percebi que a chave não havia sido retirada da fechadura. Antes que ele pudesse ir atrás de mim, saí no escuro fim de tarde pela rua que eu mal sabia onde ficava enquanto pensava pra quem poderia ligar. Não queria ter que conversar com Ronnie justo AGORA, mas ele provavelmente era o único que podia descobrir onde ficava a casa de Paul. Quando achei que já estava bem longe, sentei na calçada em frente a uma casa com uma placa grande de “vende-se” que podia muito bem ser usada como ponto de referência, e disquei o número que sabia de cor. Ele atendeu no terceiro toque.

– Oi, amor? Já terminou a música? Fui pro hotel a um tempo já, mas não queria te atrapalhar, então não lig-

– Pode vir me buscar? Estou na frente de uma casa enorme com uma placa enorme de “vende-se”, não deve ser difícil de achar. É na rua da casa do Paul, você sabe onde fica? - Interrompo-o indo direto ao ponto. Não suportaria ficar um minuto a mais do que o necessário naquela calçada. Só queria ir pra casa. Ou pro quarto de hotel que essa semana eu chamaria de casa.

– Não sei, mas conheço alguém que deve saber. Peraí, aconteceu alguma coisa? Sua voz tá estranha. Você tá bem? Porque não tá com o Paul?

– Só me busca ok? E tenta não demorar. Não sei como eu me sinto agora, mas “bem” definitivamente não é. - Não queria que ele fizesse perguntas, mas também não queria mentir. Graças as forças que regem o universo ele pareceu entender.

– Já estou no carro, chego aí em alguns minutos. - E a ligação encerra enquanto esfrego as mãos no rosto tentando clarear meus pensamentos.

Ok, Paul tinha sido um idiota. Mais do que um idiota. E a gente tinha uma música pra fazer. Minha chance de ter uma música na trilha sonora do filme tinha evaporado quando soquei seu rosto, mas o que mais eu podia fazer? Melhor uma oportunidade perdida do que descobrir o que diabos aquele cara queria de mim. Eu não ia tolerar nada daquilo nunca, não precisava dar pra ninguém pra manter a minha carreira. E o que ele disse foi bem cruel, usando o meu jeito pra justificar o que ele queria. A humilhação de ter passado por aquilo faz uma lágrima sorrateira escorrer pelo meu rosto, que eu rapidamente seco. O que diabos eu fiz pra merecer ser tratada desse jeito? Usar roupas curtas dava permissão pra qualquer um tocar em mim? Porque se fosse assim, trabalhar com outros caras seria um problema. Eu seria só uma vagabunda que sabe compor e cantar, e que podia ser usada a qualquer momento. Será que outros caras fodões que eu tanto admirava pensariam como Paul quando trabalhassem comigo? Eu esperava que não.

A minha raiva era tamanha que só lembrei que devia explicações ao Ronnie quando um carro parou na minha frente e um namorado confuso (e sexy) saiu lá de dentro. Juntei minha jaqueta e levantei em um pulo, eliminando a distância entre nós e ganhando um beijo profundo e carinhoso. Ele sabia que tinha algo errado.

– Você parece bem inteira, então acredito que não tenha se machucado. Vamos pra casa? Você me explica no caminho.

Com o tempo que ficamos juntos desde aquela semana a mais de um ano atrás, conheci vários lados do Ronnie. O carinhoso era um deles, apesar de raramente se manifestar de uma forma tão literal como agora. E eu fiquei profundamente agradecida quando descobri que esses outros Ronnies existiam em algum lugar dentro daquele corpo maravilhoso que eu chamava de meu.

Nos separamos sem vontade e entramos no carro. Ficamos em silêncio por alguns segundos, Ronnie provavelmente estava pensando em como me perguntar sobre o que aconteceu enquanto com os olhos fechados eu fazia massagem nas têmporas. Caramba isso era bom.

– E então gata? Como foi trabalhar com Paul? Aposto que você deu um chute na bunda daquele velho quando mostrou o que sabia fazer. Ele deve ter ficado de queixo caído com sua capacidade para compor. - Ele pisca o olho divertido, tentando me animar. Fecho os olhos novamente para respondê-lo.

– Eu dei um tapa no rosto daquele imbecil. - É fácil colocar algo pra fora quando você está de olhos fechados, mas quando Ronnie não respondeu fiquei curiosa para ver sua expressão. Ele parecia estar tentando adivinhar se aquilo era sério ou não. Levantei a sobrancelha quando seu olhar voltou pra mim.

– Você fez isso mesmo, não é? Agora eu estou curioso para saber o porquê. Na verdade eu estou imaginando vários motivos e nenhum deles é bom, todos me fazem querer socar aquele cara e dar um chute naquele rabo magrelo. - Suas mãos apertam com mais força o volante e seu maxilar endurece.

– Não aconteceu nada… demais. Ele estava bêbado, achou que podia me tratar como uma vagabunda e levou o que mereceu. Zero chances da minha música aparecer no documentário. - Esfrego novamente as mãos no rosto, cansada.

– Eu vou acabar com esse desgraçado! Se você tivesse me dito antes eu tinha ido fazer uma visitinha para quebrar esse cara completamente. O que esse filha da mãe fez com você? - Seu tom demonstrava puro ódio e eu sabia que ele realmente estava pensando em fazer algo a respeito. Porém, isso não ia mudar nada. Ele continuaria sendo um imbecil, eu continuaria sem minha música no filme, a minha humilhação não diminuiria e Ron poderia ser preso. Nada positivo.

– Você não vai fazer nada, porque eu já estapeei esse idiota. Você ir lá bater nele só vai te prejudicar, não vai melhorar a situação. Eu adoraria que você fosse lá e espancasse aquela criatura, mas não é a opção mais inteligente. Não ver ele pro resto da minha vida já é o suficiente. Se ele aparecer de novo, mesmo que por acaso, eu mesmo quebro esse imbecil.

Percebo que já estamos na frente do hotel e que o carro alugado está entrando no estacionamento. Ronnie fica em silêncio por mais alguns longos segundos (provavelmente tentando encontrar algum modo de dizer que eu estava errada, sem encontrar nenhum). Ele estaciona ainda em silêncio. Sinto um irritação começando a borbulhar. Eu que tinha passado por aquilo e ele que estava… bravo?

– Você está bem? Porque que eu saiba fui eu que ouvi que minhas roupas significavam que eu queria ser tratada que nem vagabunda! E foi no meu vestido que aquele velho nojento tentou colocar a mão! Você é um idiota Ronnie, deve estar se preocupando com sua masculinidade ferida e não comigo. Você não vai bater nele porque você não vai se envolver com a polícia, eu não vou deixar. E você vai parar de agir como um imbecil agora e me levar lá pra cima pra me mostrar o quanto você me ama. Aquele traste não vai estragar minha noite com você e eu quero acordar feliz porque passei uma noite maravilhosa gritando aos quatro cantos daquele apartamento!

Deixo um Ronnie um tanto chocado dentro do carro e saio para o estacionamento, rumo ao elevador. Não chego nem na metade do percurso quando ele puxa meu braço e me vira para encará-lo. Coloca uma mão na minha cintura e com a outra prende minha nuca, encostando sua boca no meu ouvido para sussurrar:

– Taylor, me desculpa. Eu me perdi na raiva de quem fez isso com você ao invés de te reconfortar. Desculpa. - Seus lábios encontram os meus e sua língua pede passagem. Só Ronnie podia me fazer esquecer, pelo menos por um tempo, tudo o que aconteceu. E era isso que eu queria que ele fizesse. Ele sabia como. Nossos lábios se separam quando buscamos por ar e ele sorri maliciosamente encostando a testa na minha. - E se você falou sério, já que estou proibido de voltar lá e enfiar um taco de beisebol na bunda de Paul Barker, vou usar minha noite para algo bem mais interessante. Com você. Na nossa cama. E no banheiro. E na cozinha que a gente ainda não usou…

– É exatamente o que eu quero. - Respondo imitando o seu sorriso. - Quero que me faça esquecer de tudo por algumas… horas. - Sorrio e consigo me soltar dos seus braços, correndo em direção ao elevador, sabendo que Ronnie me seguiria. Ouço seus passos e sua risada até ele colocar a mão na porta antes que ela possa fechar e seus lábios encontram os meus novamente.


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