Madness escrita por Ayame Kioshi


Capítulo 7
VII. Watari.




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Misa se levantou e saiu do quarto. Ela me deixou ali jogado no chão tendo ataques e tremeliques como fez da última vez. Ia chamar Watari, ele cuidaria de mim e Misa partiria novamente. Provavelmente ia demorar um mês pra me visitar também.

Ouvi um berro vindo da sala de estar. Um berro desesperado da Amane. Rastejei até a porta e vi o corpo de Watari jogado no chão feito pedra. Não piscava, não se mexia e muito menos respirava. Ele estava morto.

– Pai! - Gritei com dor no coração e levei meu corpo até o dele. Passei a mão em seu rosto e senti seu calor mais uma vez. Ele começou a esfriar aos poucos. - O que aconteceu com você? Não me deixe aqui sozinho, Watari... - Desabei em lágrimas. Misa estava chocada. Apertei a barra da blusa do mais velho. - Não...

– Ryuuzaki, eu sinto muito... - Misa chorou ao meu lado. Tentei respirar fundo, mas de nada adiantou. Estava sentindo a dor que um filho sente ao perder o pai, mesmo que ele não fosse o meu de verdade.

Agarrei o corpo de Watari e fiquei na mesma posição por muito tempo. Ele não poderia estar morto, não queria acreditar nisso. Por dentro, eu ainda era uma criança; insegura e medrosa, porém orgulhosa, na qual não sabe viver sem um pai ao seu lado. Chega de brincar, Watari... Pode acordar agora...

– Ei, Ryuuzaki. - Misa me chamou e eu virei o rosto para ela em seguida. A garota olhava para um bilhete em cima da mesa. - Olhe aquilo. Será que era de Watari?

Me levantei e peguei o tal bilhete - que mais parecia uma carta - e comecei a ler. Misa se intrometeu e leu junto comigo.

"Ryuuzaki Lawliet. Lembrava perfeitamente do dia em que o vi pela primeira vez. Já havia pressentido que tinha alguma ligação com você, mas não sabia exatamente qual.

Se você ler essa carta, é bem provável que eu morri. Ou que você invadiu a gaveta que eu deixei claro que você nunca poderia encostar um dedo. Mas acho que é a primeira opção, afinal, você sempre me obedeceu. Tenho orgulho disso.

Ryuuzaki, você sempre foi muito especial pra mim. Mesmo com todos os problemas, um ajudava o outro até o fim. Infelizmente - ou não -, o meu fim chegou primeiro que o seu.

Por favor, não chore. Estou morto em corpo, mas espero permanecer vivo dentro de seu coração para sempre. Você nunca deu bola para essas coisas de amor até conhecer uma garota, não é? A conversa que tivemos foi muito boa. Você derrubou bolo em meus vestimentos.

Saiba que nunca estará sozinho. Cuidarei de você todos os dias como fiz por todos esses anos, porém agora estou mais distante. Você já está bem grandinho para se cuidar sozinho, sempre exigiu que eu não me metesse em sua vida. Sempre respeitei isso, mas como pai, tenho que vigiar você de vez em quando.

Eu amo você. Amei no passado, no presente e amarei por todo o futuro. Não amo o grande Detetive L, mas sim Ryuuzaki Lawliet, o meu filho.

De Watari, ou simplesmente W, seu pai."

– Wow, já sei de quem veio o dom com as palavras. - Foi a única coisa que Misa conseguiu dizer. Larguei o bilhete em cima da mesa denovo e olhei para o corpo morto de Watari. Parecia estar com um pequeno sorriso nos lábios.

– Eu também amo você, pai. Obrigado por tudo. - Falei para mim mesmo. Tenho certeza que ele estava ouvindo lá de cima. - Descanse, você precisava disso. - Consegui dar um sorriso.

– Você parece melhor agora, Lawliet. - Mirei meu olhar no dela um pouco desconfiado. Como já disse antes, é estranho ver ela me chamando de outro nome que não seja Ryuuzaki.

– Defina "melhor". - Falei secamente enquanto trocava a camiseta branca que usava casualmente por uma da cor preta. Raramente usava aquela camiseta, mas agora era um caso especial.

– Não está mais endoidando. Eu acho que isso é bom. - Respondeu a garota com seu tom puro e inocente. Ela agarrou meu braço e deu um sorriso. - Você não precisa se preocupar com nada. Eu cuidarei de você dessa vez, Ryuuzaki.

– Isso é uma promessa ou você vai me deixar de lado mais uma vez? - Perguntei enquanto secava as lágrimas com a manga da blusa preta.

– É uma promessa. Cansei de ver você chorar, Ryuuzaki. Ver suas lágrimas caindo me machuca demais. - Respondeu e largou meu braço calmamente.

– Confio em você, por mais que pense que cometerei um erro. - Peguei um morango e o coloquei na boca. Antes que eu pudesse morder, Misa se aproximou de mim e colocou as mãos em meu tórax. Ela segurou o outro lado do morango com os dentes e sorriu.

– Não cometerá erro algum. - Misa mordeu o pedaço do morango e me deu um beijo rápido. - Eu quero mais um morango.

Aquele beijo de Misa tinha me animado tanto... Ela realmente sabia como agradar um homem. Já tinha entendido as suas intenções, então ajudei com isso tudo.

– Se quiser, tente pegá-lo de minha boca. - Falei com dificuldade devido ao morango que estava em minha língua. Misa deu um sorriso perverso e fez o que foi pedido: Juntos seus lábios nos meus e tentou pegar o morango. Sua língua pedia espaço dentro de minha boca, mas eu tentava negar. Por fim, ela conseguiu comer a fruta.

– Consegui. - Deu uma risada curta e se afastou de mim. Olhou para o corpo de Watari e em seguida para minha camisa. - E quanto ao Watari... O que faremos?

– Meu pai merece um belo enterro, mesmo não possuindo muitos amigos. - Minha voz estava dócil e meiga. Isso quase nunca acontecia. Misa mexeu a cabeça em concordância e pegou mais um morango.


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Notas finais do capítulo

NÃO PARE DE LER QUE AINDA TEM COISA AQUI!
MUUUUUUUUUITO OBRIGADA POR TUDO. ESSA FANFIC PASSOU DAS MINHAS GERZA, ENTÃO FICO REALMENTE AGRADECIDA. POR ENQUANTO, ESTÁ COM 25 REVIEWS E TEM MENOS DE 8 CAPÍTULOS. VALEU, SÉRIO MESMO. AMO TODOS VOCÊS, MEUS LEITORES.
Acho meio psicopata da parte de vocês gostarem de uma fanfic onde L enlouqueceu, mas né... Isso não importa. Novamente, obrigada. ♥