Madness escrita por Ayame Kioshi


Capítulo 8
VIII. Preparações.


Notas iniciais do capítulo

MADRUGADA, OEEEEE.



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Terminei de escrever mais um diário e gritei o nome de Misa, avisando que ela já podia voltar para a sala de estar. A garota retornou com um saco de balas em mãos, em seguida dando-o para mim. Lancei um sorriso curto, agradecendo-a pelo tal ato, e ela sentou na minha frente e começou a mexer em meu cabelo.

– Ryuuzaki-kun, seu cabelo está horrível! - Amane colocou a língua pra fora da boca e me fitou com um olhar enojado. Permaneci em silêncio. - Que shampoo você usa pra lavar isso aqui?

– Eu não lembro da marca. O Watari que comprava pra mim. - Respondi com amargura enquanto girava na cadeira. Enfiei a mão no saco de balas e escolhi uma da cor verde. Levei-a até minha boca e deixei que ela derretesse em minha língua. Era deliciosa.

– Saiba que eu passarei a comprar essas coisas todas. Você não pode ficar com o cabelo assim... Fica parecendo uma palha, é nojento. - Ela moveu a mão de um lado para o outro e procurou a chave da casa e sua carteira. - Quando eu voltar, quero ver você no banho. Quer que eu traga alguma coisa do supermercado pra você?

– Do supermercado, não. Agradeço por tudo que você está fazendo por mim, Misa. - Desviei o olhar para a tela do computador e esperei que ela dissesse alguma coisa. Ela caminhou até mim e colou seus lábios em minha bochecha, dando um beijinho carinhoso. Não pude deixar de sorrir.

– O.k, estou indo, Lawliet. Se cuide e não faça besteiras enquanto eu estou fora, certo? Até daqui a pouco! - Misa correu para fora da casa e fechou a porta de forma rápida.

– Pode deixar, mamãe. - Dei de ombros enquanto revirava os olhos. Amane estava me tratando como uma criancinha de cinco anos de idade. Não me incomodava muito com isso, desde que ela soubesse que crianças gostam muito de cuidados especiais. E de brincar. Um sorriso perverso brotou em meus lábios; sorte que a Misa não viu isso.

Comecei a fuçar nos arquivos do computador - sempre faço isso quando estou entediado. Encontrei fotos minhas, fotos de Watari, fotos de Raito e Misa... Até que uma pasta me chamou a atenção. Meus olhos se arregalaram e me aproximei mais da tela.

"Wammy's House"

Pelos shinigamis, eu havia me esquecido completamente do orfanato!... Agora que Watari havia falecido, havia 56% de chances de eu ser o novo dono do local. Se Roger estiver morto, essas chances aumentam muito mais. Me pergunto se eles sabem que o Watari está morto. Provavelmente não.

De toda forma, eu não estou em condições de administrar um orfanato tão grande como a Wammy's House. Se eu aparecer por lá, será só para comunicar sobre a morte de Watari e para consultar um médico. Nesse tempo todo, não saí de casa, e isso pode ser horrível para minha saúde. Ouvi a chave ser colocada na fechadura da porta e voltei á posição normal.

– Chegueeeei, Ryuuzaki! - Ela largou as sacolas no chão e se agaixou para pegar os produtos para o banho. Dei uma olhada na tal cena. Uau. - Agora, saia desse computador e vá para o banho, como foi prometido.

– Eu não prometi nada... - Falei com certa ironia na voz. Misa colocou os produtos na mesa e levou as mãos até sua cintura. Seu olhar me fuzilava furiosamente, então me levantei da cadeira para ela perceber que eu ia fazer o que ela ordenou. - Farei uma visita á Wammy's House hoje. Irei informá-los sobre a morte de meu pai e consultarei um médico dali mesmo.

– Uh, isso é bom. Devo ir junto com você, detetive L? - Amane sorriu e se aproximou de mim, fazendo seu olhar se tornar muito mais compreensivo e meigo. - Seria tão legal ver os seus sucessores, conhecer gente inteligente como você.

Tentei pegá-la no colo como o homem faz com uma mulher quando eles estão recém casados, mas falhei. Misa caiu por cima de mim e amassou meu rosto com seu traseiro. Devo admitir que isso valeu muito a pena, mas a garota não entendeu nada. Fiquei de pé novamente e a puxei para perto de mim, na expectativa de conseguir colocá-la em meus braços. Com muito esforço, deu certo.

– O que você está fazendo?... Não estou entendendo nada disso, Ryuuzaki-kun. - A menina perguntou com um tom de surpresa enquanto eu a fitava. Nunca senti tanta dor nos meus braços em toda minha vida, mas permaneci forte.

– Venha. - Falei em um murmuro, caminhando com dificuldade até o banheiro. Na hora, ela entendeu minhas intenções e se encostou na porta. Meus braços agradecem, Misa! - Eu vou pegar o shampoo e o condicionador, fique aí.

Saí do banheiro lentamente e segurei os produtos em minhas mãos, nos quais se encontravam em cima da mesa. Não ficavam muito longe do banheiro, então voltei para lá em menos de um minuto.

Comecei a me despir, começando pela camiseta branca. Liguei o chuveiro e a água quente começou a descer. Fechei a porta, trancando-a com a chave que ficava pendurada ali, e a fumaça predominou o local em segundos. Tirei as calças e a cueca, indo para baixo do chuveiro na mesma hora. Misa demorava demais para tirar as roupas, provavelmente por causa dos diversos acessórios que ela usa. Depois de esperar uns cinco minutos, a garota entrou para o banho comigo.

Amane lavou meu corpo e eu lavei o dela. Isso era incomum para dois amigos fazerem. Eu não era o namorado oficial de Misa, então só podemos ser considerados amigos. Ou amantes, depende. Eram sentimentos tão bipolares... Uma hora eu a via como uma namorada. Em outra, como uma mãe.

Demoramos aproximadamente quinze minutos para terminar o banho. Só havia uma toalha, então nós a dividimos com certa dificuldade. Misa sempre queria a maior parte para ela, o que me deixava irritado. A casa era minha, a toalha também. Mas, como ela é uma garota, deixei a toalha somente para ela e caminhei até meu quarto para procurar alguma roupa descente.

Pela primeira vez em seis meses, usei uma calça jeans preta e uma camiseta da cor vinho. Havia alguns detalhes na tal camisa, provavelmente uma frase idiota que colocam hoje em dia. Não me recordo de ter ganhado isso de Watari.

Observei-a melhor e percebi que havia alguns passos em preto e uma lupa perto deles. Ah, ótimo, uma blusa daqueles detetives tradicionais que não solucionam caso algum e que enfiam a lupa no olho, achando que dará algum efeito legal. Eu acho isso ridículo, mas não estava com tempo de julgar nada, e muito menos de trocar a camisa. Misa voltou, já com sua roupa no corpo - um belo vestido azul marinho, um bolero preto com um certo brilho (glitter, obviamente) e um salto alto simples.

Estendi minha mão para Amane e ela a segurou com firmeza. Aproximei-a de meu rosto e toquei meus lábios nos seus, fechando-os com um selinho. Ela deu um sorrisinho e pegou a chave da porta, abrindo-a rapidamente. Saímos da casa em direção á Wammy's House.


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