Vortex escrita por Dayse Aoi


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sofrer por você


Notas iniciais do capítulo

É eu to aqui de novo com mais um capt com um nome ridículo e sem criatividade, me desculpem kkk'
Bom não tenho muito o que falar aqui, é...
Boa Leitura Aline!!! Boa leitura fantasmas!!!



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Capítulo 8 - Sofrer por você



– Eu prefiro deixar as coisas como estão, eu... Eu acho que ele vai me odiar, é melhor ter ele como amigo do que ver ele me detestando.

– Uke... Deixa-me tentar ao menos...

– Não... Não Kou eu agradeço, eu sei que você só quer me ver feliz e que se eu ficar mal você também vai ficar por isso eu peço que deixe as coisas como estão eu pensei que se eu me aproximasse aos poucos eu poderia conquistar ele, mas me enganei a Clara é muito mais presente, muito mais bonita e é uma garota, ele nunca vai querer nada comigo, ele não é como nós, gosta de mulheres.

Ouvir essas palavras e o ver chorar fez meu coração se apertar... Se eu não fosse curioso o bastante será que eu nunca iria descobrir que meu melhor amigo gosta de mim?


Por que Kai? Por que logo você?


E mais uma vez numa situação dessas, só que dessa vez é um pouco diferente, Kai é homem droga! E era pra eu estar com nojo disso, ter se afastado, mas quanto mais eu penso nisso mais próximo eu quero ficar, eu o vejo sofrer e isso de alguma forma me machuca.


Fico me perguntando como deve ser pra ele, faz dois meses que eu descobri, e desde então fiquei calado observando o comportamento dele, como ele se segura pra não explodir, o quanto ele se esforça pra me manter por perto.


As coisas tomaram outros sentidos com o tempo, aquele amigo que estava ali pra ajudar, pra cuidar não era mais visto como amigo, eu não consigo mais olhar pro Kai e ver ele como amigo, isso é difícil e estranho pra mim, mas acho que deve ser pior pra ele, e não poder fazer nada é agoniante, e não saber ao certo o que eu sinto por ele é pior.


É eu estou confuso em relação ao Kai, às vezes acho que eu gosto dele, do sorriso dele, da forma que ele me trata.


Era pra eu enxergar todos os problemas possíveis nisso, eu deveria odiá-lo só em saber que ele gosta de mim, e hoje eu nem olharia na cara dele, mas foi diferente, eu “aceitei” a ideia, eu quis me aproximar e tentar entender ou até mesmo ajudar.


E pra que? Pra o ver sofrer comigo por perto?

Por que é evidente que quanto mais perto eu fico mais dolorido é pra ele, pois ter de aturar minha “felicidade” não deve ser fácil, da pra ver a cara que ele faz toda vez que a Clara vira assunto, ou quando ela está por perto, e eu me incomodo com isso eu não gosto de ver ele mal.


– Aki. – me virei vendo o Taka entrar.


– Oi Ruki, aconteceu algo? – me sentei na cama.


– Eu é que pergunto você anda trancado nesse quarto, não vejo você sair de casa. - sentou-se na beira da cama.


– Sou um adolescente em crise, se esqueceu?


– Pare de ficar ouvindo o que seu pai fala, daqui a pouco vai ficar biruta! – rimos.


– É verdade.


– Agora vamos, me diz o que anda te deixando assim tão estranho.


– É o Kai...


– O Kai? Mas por que, ele te fez algo?


– Na verdade não é que ele... Eu descobri que ele gosta de mim.


– Gosta de quem!? Está de brincadeira não é?


– Não Ruki, eu também quis que fosse brincadeira, mas...


– Quando você descobriu?


– Faz dois meses.


– Pera ai, você e ele já...


– Não! – disse um pouco alterado. – Ele não sabe que eu sei.


– E você continua sendo amigo dele mesmo sabendo? E não entendi isso.


– Você simplesmente viraria as costas deixando alguém importante machucado?


– Claro que não Aki, é que você sempre demonstrou querer distancia de assuntos relacionados à homossexualidade.


– Eu também não entendo Ruki.


– Não entende ou não quer entender?


– Como assim?


– O que você acha do Kai?


– O Kai... Por que essa pergunta?


– Você esta apaixonado! – disse com um sorriso sapeca.


– Eu? Claro que não está louco?


– Não estou eu sou louco, mas disso eu tenho certeza. – riu. – Eu te conheço Aki, a essa altura você nem olharia mais pra cara dele.


– Não é isso Ruki, a amizade que eu tenho pelo Kai é...


– Estranha! – cortou-me. – Você é com ele do jeito que você nunca foi comigo ou com o Kou e até mesmo com o Yuu.


– Não fique dando conclusões retardadas por causa do seu ciúme Taka! – disse um pouco alterado me levantando.


– Sim eu tenho um pouco de ciúmes admito, mas isso ta tipo na cara.


– Eu não vejo diferença nenhuma, eu sou com ele do jeito que eu sou com vocês.


– Não, você é com ele do jeito que você deveria ser com a Clara, tudo, exatamente tudo que você vai fazer você inclui ele.


– Você nem sempre está por perto, não pode sair falando o que não sabe.


– Por que será que está nervoso? Eu vou deixar você jogar na cara por que eu sei que é normal quando se perde a razão. – disse num tom sarcástico.


– Ruki eu queria que você me ajudasse, não que piore minha situação.


– Ok você quer ajuda? Então vamos lá, se você está tão confuso assim não é por causa da amizade de vocês, até hoje eu não conheci ninguém que mantem amizade com um gay sabendo que ele gosta de você!


– Ruki...


– Eu não terminei! Aki... Você só não quer aceitar, mas você gosta dele, e eu acho bom que de um jeito nessa situação antes que você a Clara ou o Kai saiam feridos.


– Ruki, eu não amo o Kai, eu só não quero que ele sofra.


– Tudo bem, mas se você realmente não quer que ele sofra acabe de uma vez com isso, diz pra ele que você sabe, pois quanto mais perto você fica pior é pra ele. – fiquei fitando um ponto qualquer do chão sem responder.


– Filho, a Clara está aqui. – olhei vendo a minha mãe parada na porta. – Aconteceu alguma coisa?


– Nada não.


– Vai logo Aki, a Clara ta esperando. – disse Ruki.


– Não enche! – mostrei o dedo do meio e sai.



oOo





Entrei no apartamento do Kou sem tocar campainha como de costume, me deparei com a casa toda acesa e totalmente silenciosa, fechei a porta sem fazer muito barulho e fui caminhando até a cozinha pra ver se ele estava lá.


Talvez ele esteja no banho, fui até o quarto e a porta estava fechada.


– É eu sei... – ouvi a voz de Kai.


– Mas fugir não é o melhor a se fazer Kai.


– Você é a prova de que eu tentei, eu me envolvi de mais e acho que já estourei o limite da tolerância.


– Será que ficar longe vai funcionar?


– Se vai eu não sei, mas acredito que passe com o tempo.


– Você que sabe... Vou sentir sua falta!


– Eu também vou sentir a sua. – eu não posso acreditar que o Kai vai... Do que estou reclamando? Ele tem direito não tem? Ele já deve ter percebido que eu estou sendo ridículo em evita-lo depois da conversa que tive com o Ruki.


Voltei até a sala e comecei a chamar pelo Kou, pra parecer que eu acabei de chegar, não demorou muito até que os dois aparecessem com aquela cara que a gente faz quando quer esconder algo.


– Fugiu de casa de novo é? – brincou Kouyou.


– Não. – ri. – vim só encher o saco mesmo!


– Ok, então vamos encher o saco na cozinha por que eu estou morrendo de fome e temos um à sorte de ter um cozinheiro a nossa disposição.


– Ah não, mentira que você vai me fazer cozinhar!


– Claro que vou.


– Kou, quando não é bebida é comida, não sei como essa praga não engorda!


– Invejoso!


– Hahá eu com inveja de você lagartixa?


– Fica de boa calopisita, se não eu mando ele te cozinhar!


– Duvido que ele me cozinha, nee Kai? – ele não respondeu somente deu um sorriso negativando com a cabeça, isso doeu mesmo sendo uma resposta, ele nunca me negou uma palavra.


Acho que ficamos tempo de mais nos encarando e só desviamos o olhar quando Kou gritou que estava com fome, ficamos conversando amenidades, só que dessa vez algo estava diferente, Kai mal olhava pra mim e falava muito pouco.


O que foi que eu fiz com ele?


Ruki tinha razão eu devia ter dito que sabia, não seria a melhor opção, mas era a única, agora é tarde ele vai embora e magoado comigo por ter sido ignorante, eu queria dizer tudo a ele e que sinto muito...


– Hey Akira, terra chamando. – ergui minha cabeça vendo os dois rirem de mim.


– Desculpa gente to boiando. – dei um sorriso sem graça.


– É percebi. – disse Kou ainda rindo.


– Bom eu vou indo. – disse Kai se levantando. – Quer uma carona Aki?


– Vou aceitar né!


– Por que esse “vou aceitar né”?


– Não é nada, só força do hábito. – rimos.


– Ok, então vamos?


– Vamos sim. – me levantei.


Kou foi com a gente até a portaria, e como sempre o caminho até lá foi só besteira.


– Aki e quero falar com você depois.


– Por que não fala agora?


– Por que se fosse pro Kai saber eu diria na frente dele. – disse mostrando a língua, às vezes o Kou consegue ser muito criança sério...


– Eu nem quero saber mesmo, contanto que não falem de mim, agora tchau Kouyou, vamos Aki!


– Não vou perder meu tempo, tchau Kai, tchau Aki. – disse virando as costas.


– Tchau coisa. – disse Kai entrando no carro.


[...]


– Prontinho, está entregue. – riu.


– Obrigado Kai... – olhei pra ele com vontade de falar, mas não tinha assunto.


– O que foi?


– Não sei. – ri. – Quer dizer... Eu to achando você estranho comigo ultimamente...


– Convenhamos que nós dois estejamos estranhos um com o outro.


– Por quê?


– Me diz você primeiro o por que...


– Eu perguntei primeiro Kai. – disse sério.


– Tem coisas que eu devia, mas eu simplesmente não consigo te contar, não dá. – é eu sei Kai...


– Nós somos amigos, você deveria confiar mais em mim, afinal eu não sei qual é seu medo...


– Meu medo é perder você, a sua amizade.


– Kai o que você esconde de tão grave? Me diz, eu prometo não te virar as costas.


– Eu sei que... Eu sei que você é alguém de palavra Aki, mais depois que eu te disser as coisas vão mudar eu tenho certeza.


– E quando pretende me contar?


– Eu vou embora Aki, vou morar com minha vó e não pretendo ir sem te contar. – eu senti meus olhos arderem, mas eu não ia chorar na frente dele, não queria.


– Entendo. – disse de cabeça baixa.


– Eu também não queria que você soubesse dessa maneira, eu ia te contar com mais calma.


– Quando? – não consegui evitar as lágrimas. – Quando estivesse prestes a ir?


– Aki, não chore, por favor, eu não... Eu não queria que fosse assim. – olhei pra ele vendo seus olhos cheios de lágrimas.


– Se não quisesse não seria assim, mas eu sei que um dia se cansaria de mim, da minha melancolia você merece ser feliz e eu não tenho o direito de querer segurar a sua felicidade não é? – sai do carro batendo a porta.


– Aki! – gritou. – Aki para! – senti sua mão me segurar pelo braço. – Me escuta antes de tirar suas conclusões, por favor, depois eu deixo que você vá, eu sei que vai me odiar então me escuta pela ultima vez.


– Eu não quero mais te ouvir Kai. – deixei que as lágrimas descessem de uma vez. – Eu não quero ouvir algo que eu poderia ter ouvido há muito tempo. – me soltei deixando ele sem ao menos olhar ou se despedir, talvez tenha sido nossa ultima conversa, nossa primeira e ultima briga, e a primeira vez que eu tive a vontade de arrancar meu coração fora, pois ele já admitiu o amor pelo Kai...


Entrei em casa vendo meu pai sentado na sala, disse boa noite de cabeça baixa e subi pro meu quarto. Fui direto pra janela e o vi parado perto do carro, talvez ele tenha me notado mesmo eu estando atrás da cortina fitando ele entre uma pequena brecha, depois de alguns segundos ele entrou no carro e deu partida.


Acho que desde o começo eu queria escutar tudo o que ele sente por mim, eu tive essa oportunidade, mas eu optei pela felicidade dele, Uke não precisa ter de ficar aguentando minha fragilidade inútil, ele não é meu pai, não precisa fazer esse papel.



– Eu devia te odiar por me fazer isso Kai, devia te odiar...




oOo




– Mãe estou indo.


– Tudo bem filho, se comportem na rua viu. – disse apontando pro Yuu.


– Tia Akemi não se preocupe com o Aki, se está comigo está com Deus. – disse sarcástico.


– Mãe eu vou dormir lá ok!


– Tudo bem, mas a Clara não vai dormir lá vai?


– Claro que não né mãe. – ri. – Não se preocupe a gente só vai pro cinema depois o Kou vai levar ela pra casa.


– Então por que você também não volta pra casa.


– Mãe!


– Tudo bem Aki, tudo bem, vai some da minha frente. – disse jogando o pano de prato em mim.


– Também te amo dona Akemi. – disse jogando um beijo pra ela.


– Passarinho atrevido! Tomem cuidado os dois.


[...]


– Cadê a Clara Aki? – perguntou Kou assim que apareceu na sala.


– A mãe dela vai trazer ela depois.


– Por que não vieram juntos?


– Por que ela enrola pra se arrumar.


– Sei não você em Aki. – disse indo dar um beijo no Yuu.


– Qual o problema nisso Kou?


– Não é o fato de vir na frente, é que você anda estranho com ela, já não era o melhor dos namorados, agora então...


– Fala pra ele Yuu como ela está de uns dias pra cá.


– Insuportável. – disse Yuu fazendo Kou rir. – Ela quer ser dona do Aki, se ele respira ela já pergunta o porquê.


– Que exagero Yuu. – disse Kou rindo.


– Mas é.


– Ta bom, vamos lá pro quarto pra eu terminar de me arrumar, é melhor parar e falar dela antes que ela chegue.


– Sério que você ainda vai terminar de se arrumar? – nos levantamos indo pro quarto do Kou.


– Qual é o problema Yuu?


– Não tem problema nenhum né Aki? É que é sempre ruim ficar duas horas esperando a madame se arrumar.


– Acho que você vai ficar sem um amigo Reita. – ameaçou Kou me fazendo rir.


– E você sem um namorado. – disse.


– É verdade, que pena não posso te matar ainda Yuu.


– Idiota. – disse Yuu se jogando na cama.


– Afinal, eu nem sei pra que tanta pressa, está um pouco cedo a Clara nem chegou e eu tenho que esperar o Kai vir aqui.


– O Kai vai vir aqui? - perguntei


– Sim vai, e falando em Kai... Por que você brigou com ele?


– Não é da sua conta Kou!


– Não é da minha conta o caralho, ele ficou mal, nem de casa ele quer sair e a culpa é sua.


– Não vem querer botar a culpa em mim Kou, você e o Kai são dois mentirosos.


– O que?


– Isso mesmo que você ouviu você sabia o tempo todo que o Kai gostava de mim e nunca me disse nada.


– Como você soube? Quer dizer...


– Não importa mais como eu fiquei sabendo Kou.


– Se você já sabia, por que continuou fingindo que não sabia?


– Não sei, talvez a convivência com vocês dois me ensinou a mentir, esconder as coisas.


– Aki você está sendo cretino.


– Cretino... – ri.


– Eu sou problemática? – ouvi uma voz alterada vindo da sala, parecia ser a Clara. Sai do quarto seguido pelo Kou e pelo Yuu, me deparei com Kai e a Clara se encarando.


– O que está acontecendo aqui? – perguntou Kou.


– Olha ai, outro sínico.


– Clara o que é isso? – perguntei atraindo sua atenção.


– Essa garota é surtada! – disse Kai demostrando estar irritado.


– Limpa a sua boca pra falar de mim, seu nojento! – gritou se voltando pro Kai, ele não disse nada, revirou os olhos e deu um meio sorriso. – Estava demorando não é? Essa sua carinha nunca me enganou, você foi ridículo em pensar que o meu namorado ia se apaixonar por alguém como você.


– Cala a boca Clara. – disse puxando ela pelo braço.


– Qual é Akira, vai defender esse nojento agora?


– Você não tem o direito de ofender o Kai, para com isso.


– Eu não paro! Você é nojento. – disse se voltando pra ele. – E me causa repulsa, deveria ter vergonha de existir, de ser o que é de desejar algo que nunca vai ser seu...


– Clara! – gritei, olhei pro Kai que fitava a Clara com ódio, ele olhou pra mim balançou a cabeça e saiu.


– Kai! - chamei passando na frente da Clara.


– Você vai atrás dele?


– Claro que vou, você não tinha o direito de ter falado assim com ele.


– Como não tenho? Você é meu namorado.


– Isso não significa que você seja minha dona, e muito menos que tenha o direito de interferir nos meus assuntos.


– Eu não posso acreditar que...


– Acredite no que quiser. – disse virando as costas.


– Se você passar por essa porta está tudo acabado entre nós!



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Notas finais do capítulo

hahá!!! eu ia colocar o resto aqui nesse capt, mas preferi deixar pro prox fica mais legal com Pov do Kai kkk'
E aiii Aline, pedras????
Fuiii até o prox ^^