Vortex escrita por Dayse Aoi


Capítulo 2
Capítulo 2 - Novamente


Notas iniciais do capítulo

Olla pessoal...
Desculpem pela demora *eu acho que demorei, e vcs devem pensar o mesmo*
Mas eu tenho uma explicação, é que eu resolvi mudar bastante coisa pro kai aparecer um pouquinho mais rápido!!!
Mas um poquinho do sofrimento do aki pra vcs *Lê pessoa nada má* kkkk
Boa Leitura fooOf's.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/222159/chapter/2

Capítulo 2 - Novamente

Eu passei a tarde inteira em frente ao pc,  algumas vezes o Taka ou o Kou entravam para conversar comigo, mas quando eu estou em frente ao computador eu não dou muita atenção pra quem aparece.
O fato é que meus irmãos odeiam serem esnobados, ai começa toda a putaria de sempre, beliscões, tapas, mordidas, chutes, palavrões, apelidos.
Esses são os momentos que eu sinceramente não sei se amo ou se odeio esses idiotas.

- O tentativa mal feita de Ana Maria Braga deixa eu perguntar, você ainda está brigado com o seu amigo, o Yuu? – Disse Kouyou se sentando na beira da minha cama.

- Por que quer saber? – cruzei os braços

- Por que eu quero! Ele era praticamente seu único amigo de verdade lá e...

- Sei... – disse Ruki com um tom de deboche.

- Sabe o que? Rebateu Kou.

- Eu também sei! – disse para provocar.

- E o que vocês sabem?

- Eu não sou otário Kou, mas respondendo sua pergunta, sim voltei a falar com ele, mas não espere ver ele aqui em casa!

- Ah... Por quê? – disse fazendo bico, o que nos fez rir.

- Se você quer algo com ele vá você atrás, não fique agindo como uma garotinha apaixonada pelo amigo do irmão. – disse Ruki

- Quem está falando de paixão? É que ele é muito lindo, uma perdição, não acha Ue-chan?

- Aff’s. – revirei os olhos e Kou começou a rir. Você se esqueceu que ele é de menor e hetero, igual a mim

- Não é nada que eu não possa resolver você mesmo é meio viado!

- Vai tomar no cú! – ele sabe o quanto isso me irrita.

- O único viado aqui é você Kou. – disse Taka.

- Eu sei, e me orgulho disso, mas voltando ao assunto, e então por que você não trás seu amigo aqui pra gente conversar.

- Se você estiver com vontade de levar uns socos na cara eu chamo ele aqui sim, vai ser muito legal! – semicerrei os olhos para confronta-lo.

- Você esta blefando não é?

- Não, até onde eu sei o Yuu gosta muito de mulheres, se eu fosse você desistia. – voltei minha atenção pro computador.

- Aki... Acho que você esta com ciúmes.

- Ciúmes? Ta bêbado? – me virei pra ele com uma expressão séria.

- Sim, ciúmes de mim!

- Deixa de ser convencido Kou. – disse Taka dando um tapa na cabeça dele.

- E você deixa de ser invejoso, ta bravinho por que sabe que o Aki tem ciúmes de mim.– agora foi Kou quem deu um tapa na perna do Ruki.

- Ai! Minha perna seu corno...

- Já vão começar com a putaria!

- Cala a boca Aki!

- Cala a boca você Taka!

- Você me chamou de que?

- Isso mesmo que você escutou! – retruquei.

- Meninos.  – disse minha mãe do lado de fora.

- Entra mãe. – Gritou Kou.

- É impressão minha, ou vocês estão sendo salvos toda hora pela mamãe?

- Salvos do que Taka? – perguntou minha mãe.

- Mãe! – Ruki bateu o pé igual a uma criança.

- O que foi filho?

- Taka não né! – disse baixo como quem ia contar um segredo, e nós rimos.

- Desculpe filho, tinha me esquecido... – ela havia mudado a sua expressão do nada, e quando isso acontece já começo a me preparar pro que vem depois.

- O que foi mãe? – perguntei.

- Nada filho... É só desanimo... Vamos jantar? O pai de vocês já chegou.

- Estou sem fome mãe. – eu o Taka e o Kou falamos em conjunto.

- Por favor meninos, não vamos continuar assim, não ira fazer bem a nenhum de nós ficar agindo como desconhecidos.

- Meu pai é um desconhecido pra mim. – murmurei.

- Aki... – minha mãe veio até mim e suspirou fundo. – Não se deixe levar pelo que aconteceu hoje a tarde, seu pai ama vocês, ele só quer o seu bem!

- Então o a pessoa que te trouxe ao mundo é um desconhecido pra você? – que legal. Legal mesmo meu pai aparecer agora!

- Toshio entenda o Aki está...

- Eu não vim aqui para brigar Akemi, não se preocupe. – cortou. – Só vim tomar mais algumas providencias.

Ele veio em minha direção, fechou minhas páginas e depois desligou o computador.

- O que você...

- O que está fazendo Toshio? – perguntou minha mãe.

Ele não respondeu, simplesmente continuou o que fazia, eu já sabia que ele queria tirar meu computador, e sei que de agora em diante ele vai me tirar muitas coisas se eu não me tornar o filho que ele quer que eu seja.
Pois bem se é isso que ele quer, ele não vai ter.

Me levantei peguei minha jaqueta e meu celular e fui até a porta abrindo-a.

- Pode fazer o que quiser “pai”. – fiz aspas no ar. – Isso não vai mudar em nada! – disse em um tom mais alto, sai do meu quarto batendo a porta, e desci correndo as escadas sai de casa já com lágrimas nos olhos, não que ficar sem computador me afete muito, mas é que eu não acho que seja preciso toda essa palhaçada que ele está fazendo.

É meu pai porra!

Por que ele tem que ser tão... Tão insensível?

Por que ele não para pra enxergar um pouco do que acontece comigo?

Eu não vou ser um brinquedo na mão de ninguém.

Ouvi algo do tipo, “Akira volte já pra dentro!”, mas eu sinceramente não estou com saco pra discutir, que as consequências venham quando eu voltar, pois estarei mais calmo, e com certeza vou deixa-lo falando sozinho.

Senti o frio me arrepiando por inteiro, decidi colocar minha jaqueta. Por serem oito horas da noite ainda tem um movimento calmo pelas ruas, mas mesmo que estivessem vazias e perigosas não voltaria pra casa, seria até melhor se algo de ruim me acontecesse.

Se existe algo que eu realmente odeio são as minhas lágrimas, elas não param por mais que eu queira.

Resolvi tomar um rumo concreto e fui em direção à praça que ficava a uns vinte minutos de casa, meu celular não parava de tocar e de receber mensagens, hora era o Kou, o Taka ou a minha mãe, depois de tanta insistência deles resolvi desligar essa porcaria.

O que eu acho mais engraçado é o fato das pessoas me falar que eu tenho uma vida perfeita, só por que o meu “pai” é dono de empresa não quer dizer que eu tenho uma vida perfeita, afinal quem tem uma empresa é meu pai e não eu, e eu nem me interesso por isso.
Tudo o que ele sempre soube fazer foi nos tratar como bonecos, não sei como minha mãe aguenta ele!

Ele pensa que eu vou passar a minha vida abaixando a cabeça pra ele, mas está muito enganado, eu vou mostrar pra ele que somos pessoas bem diferentes e ele vai ter que aceitar isso, não vou deixar que ele me afete com essa implicância, se ele não quer me mudar de escola e pretende tirar tudo que me distrai eu não irei questionar, mas ele vai começar a ver o que exatamente ele esta criando dentro de casa.

- Aki... – eu sabia que aquela voz era do Yuu, não precisei levantar a cabeça para me certificar, e mesmo que quisesse não o faria, não quero que ele veja meus olhos vermelhos e inchados.

- E ai Yuu. – falei baixo com certa rouquidão.

- Esta tudo bem com você?

Não respondi.

- Aki... Me responde. – sentou-se ao meu lado colocando a mão sobre o meu ombro e me puxando mais pra perto. – O que esta acontecendo? Por que esta assim?

- Por que minha vida é uma merda. – minha voz já estava embargada pelo choro.

- Me diz ao menos o que esta acontecendo pra eu poder te ajudar.

- Eu não quero que perca seu tempo comigo. – comecei a enxugar as lágrimas que caiam.

- Deixa de ser idiota Akira! Quero te ajudar eu sou seu amigo, olha pra mim... Aki! – obedeci fitando-o com uma expressão séria e avaliativa. – Agora me diz o que está acontecendo.

- Meu pai, a escola... Sempre isso que me sufoca, todos acham que eu sou de ferro, o maldito do meu pai age como se nós fossemos marionetes, ele não aceita meu jeito quer que eu me torne o filho robô, eu não aguento mais... – as lagrimas voltaram a cair e eu baixei a cabeça novamente.

- Ei... – suspirou fundo. – Não se deixe levar pelas coisas que te causam mal, isso só te puxa pra baixo.

- Eu tento Yuu, mas estão sempre insistindo em me afetar, como se fosse algo engraçado como se eu fosse algum tipo de criminoso que merece punição, isso me destrói eu... Eu tenho até vontade de dar um fim a tudo isso... Tenho vontade de dar um fim a minha vida. – voltei a fita-lo.

- O que? Esta louco? Nunca mais diga isso Aki, não é simples assim, pare de se importar com que pensam os outros, deixe que essas feridas cicatrizem...

- Eu não tenho forças pra isso. – cortei.

- Claro que tem! Não vale a pena destruir a sua vida por isso, você deve dar a volta por cima, mostrar o seu eu não esse garoto frágil que se deixa levar pelas coisas ruins que acontecem – disse bravo, e meu choro dessa vez veio com intensidade, eu sei que ele tem razão, me tornei uma pessoa fraca, mas me sinto preso, tem muitas coisas entaladas na minha garganta e eu simplesmente não consigo vomita-las.
Ele me abraçou forte e eu deixei com que as lágrimas e os soluços viessem de uma vez.

- Eu os odeio... odeio muito! – disse em meio ao choro.

- Eles não merecem nem o seu ódio Aki.

Essa ultima frase do Yuu me fez ficar pensando, realmente eles não merecem nem o meu ódio.

- Quando será que eles vão me esquecer?

- Quando você deixar de se mostrar irritado! – me desfiz do abraço para fita-lo.

- Eu não consigo simplesmente baixar a cabeça Yuu, você sabe disso.

- E é por isso que eles te provocam, sabe que você vai retrucar.

- Olha só... O viadinho chorando! – olhei para o imbecíl, notando aquela face que me deixa enojado, era o Flávio, um idiota do terceiro ano que pensa que mete medo em todos por causa do seu tamanho.
Ele estava com mais dois idiotas, que começaram a rir do comentário dele, eu juro que ia me levantar, mas o Yuu segurou meu pulso com tanta força que o máximo que consegui fazer foi fita-lo.

- Namoradinho novo? – voltou a me irritar, rindo junto com os capachos dele.

- Será que vai continuar a irritar o Aki quando não tiver mais nenhum dente? – dessa vez Yuu se mostrou irritado.

- Ahhhh... A bonequinha ficou irritada! – disse sarcástico, Yuu se levantou e eu o acompanhei.

- A bonequinha está louca pra quebrar a sua cara. – Yuu o empurrou fazendo ele cair sentado.

- Vai se arrepender... – disse raivoso se levantando do chão.

- O que está acontecendo aqui? – disse Kou que estava acompanhado do Ruki, a expressão de ambos não estavam nada amigáveis.

Os otários saíram praticamente correndo ao perceber que meus irmãos estavam atrás deles.

- O que esse babacas queriam? – Perguntou Ruki.

- Me irritar como sempre. – disse apertando os punhos.

- A se eu pego uns filho da puta desses! – disse Kou com um tom extremamente encabulado.

- Você se fode e vai pra cadeia. – continuou Taka. – Aki... é melhor você voltar, a mamãe esta preocupada com você.

- Eu não vou. – dei de ombros.

- Você esta agindo como uma criança. – disse Kou.

- É melhor que volte Aki... Escute seus irmãos, é só se lembrar do que eu te disse, ignore os fatos.

- Eu não vou Yuu, eu não quero voltar pra casa.

- E vai pra onde? – Ruki adora me colocar contra a parede.

- Fico na rua. – respondi de forma fria.

- E vai esperar que apareça um trombadinha e te roube, ou até mesmo um pedófilo que te violente? – voltou a me questionar.

- Nada é pior do que aquela casa.

- O Pai ia vir atrás de você sabia?  Mas eu o impedi, pois sei que ele não teria toda essa paciência que eu e o Ruki estamos tendo.

- Aki...  Você pode ir dormir em casa se quiser. – disse Yuu

- Não quero incomodar.

- Então eu concluo que você esta morrendo de vontade de ir pra casa.

- Está errado!

- E vai dormir aqui, ao relento, sabendo da possibilidade de que algo de ruim te aconteça? Esta mesmo se comportando como uma criança.

- Eu...

- Você vai dormir em casa sim! – cortou-me novamente.

- Não vou...

- Cala a boca!

- Ta, já que você vai pra casa do seu amigo eu e o Kou vamos em casa pegar algumas coisas pra você, e liga essa porra desse celular!

- Não me enche Taka! E vocês não podem resolver as coisas por mim.

- Alguém sabe onde é a minha casa? – perguntou Yuu ignorando o meu comentário.

- Eu sei. - Kou quase cuspiu as palavras. – Er... Eu já levei vocês lá uma vez depois da escola, me lembro do lugar. – eu não intendi o porquê dele estar tão embaralhado, ou intendi e não quero acreditar.

- Então vamos Aki. – me deu um leve empurrão.

- Que saco Yuu! Você é muito chato cara.

- Eu sei. – riu. – Estamos indo ok. – disse olhando fixadamente para o Kou.

- Acho que estou vendo coisas. – disse baixo me dando um tapa na cara.

- Oque foi isto? Está louco Yuu? – perguntou Kou.

- Estou sim, e a culpa é de vocês.

- Nossa? – agora Ruki fazia uma falsa cara de desgosto. – Eu não nasci pra passar por tais acusações ok Akira!

- Ruki as vezes você parece ser mais gay que eu!

- A vai toma no seu cú!

- Adoro. – riu.

- Eu não perguntei, agora vamos logo. – Ruki começou a caminhar em direção contrária a nós.

- Esse nanico pensa que manda. – resmungou seguindo o Ruki.

- Seus irmãos continuam cômicos. – disse sem me olhar.

- É são uns bestas, mas fazer o que é o que Deus me deu não posso reclamar. – ri.

-Que horror! Deve dizer a mesma coisa quando perguntam se sou seu amigo.

- Claro que não.

- Não é? Estou até imaginando, chega alguém e te pergunta, aquele japonês preto e beiçudo é seu amigo? Ai você responde, é sim fazer o que, foi o que Deus me deu! – começamos a rir de forma escandalosa só parando quando percebemos que só tinha a gente na rua.

- Você exagera de mais Yuu.

- Aprendi com você. – me mostrou a língua.

- Sei. – dei de ombros.

- Continua esnobe essa porra! – disse num tom tão baixo que se não estivéssemos em silencio eu não escutaria.

- Nem vou dizer nada Yuu. – o olhei de canto.

Sabe quando algo fica atormentando sua cabeça e te deixa curioso com as mãos e a garganta coçando?
É exatamente como estou desde que o Kou começou a tarar meu amigo, mesmo que seja só com olhares, já é uma forma de tarar a outra, eu penso que o Yuu nunca vai corresponder, mas tem uma pequena parte que está muito curiosa sobre o que ele pensa disso.

- Er... Yuu você está namorando? – não estava vendo sua expressão, mas sabia que ele estava me olhando.

- Não, por que?

- E está gostando de alguém? – ignorei sua pergunta.

- Também não, mas por que essas perguntas Aki? – Agora vem a parte difícil.

- Você tem problemas com homossexuais?

- Ok, vou só responder, não, eu não tenho problema com homossexuais.

- Ficaria com um homem?

- Desde que o homem não fosse você!

- Yuu você é gay? – por essa ultima resposta eu não esperava.

- Não sei, acho mulheres e homens atraentes... Eu realmente não sei bem como definir.

- O que você acha dos meus irmãos? – não quis dizer exatamente “meu irmão”.

- São... Bonitos.

- Qual deles te chama mais atenção?

- Aki isso já ta ficando chato ok! Vamos parar com essa conversa, ta me deixando mais confuso do que eu já sou.

- Ok, não precisa ficar bravo. – comecei a rir. – Mas... Quando foi que você se descobriu gay?

- Aki! – disse bravo, o que me fez voltar a rir. – Eu estou curioso Yuu!

- Olha chegamos, depois se eu estiver com vontade eu te respondo tudo. – abriu o portão e me deixou passar na frente.

- Mas Yuu...

- Não Aki! Eu disse depois ok.

- Ok seu nego chato!

- Como se você fosse muito branco. – passou por mim. – Vem logo!

- Sou mais branco que você. – disse provocando.

- Vai toma no cú Aki! – sorri, eu sempre acho engraçado deixa-lo irritado.

Entramos na casa dele, dei uma rápida olhada pela sala e logo vi os pais deles sentados em sofá de costas para nós.

- Filho, onde você estava? – disse a mãe dele levantando e vindo até nós.

- Eu estava andando pelo bairro mãe.

- Hum...  Akira quanto tempo! Estava sumido.

- É eu e o Yuu estávamos um pouco... afastados.

- Mãe... O Aki pode dormir aqui hoje?

- E precisa pedir? – perguntou o pai dele me lançando um sorriso, do qual eu retribui.

- Seus pais sabem que está aqui certo? – perguntou a mãe dele.

- Sabem sim. – menti.

- Nós vamos subir mãe.

- Não querem comer algo?

- Não. – falamos junto.

Subimos para o quarto do Yuu, ficamos conversando amenidades, logo meus irmão trouxe algumas roupas e meu material, Yuu e o Kou trocaram olhares dos quais e não queria ter presenciado, agora que sei que o Yuu é e não é gay, talvez bissexual, sei lá, eu fico meio confuso em relação a isso, não que eu ache que estou virando gay, é sobre ele e meu irmão, eu não vejo problemas em ter um irmão e um amigo gay, mas eu acho que não conseguiria aceitar que meu irmão e meu amigo estivessem namorando ou ficando, seria um tanto quanto assustador.
Pode até parecer preconceito mas, não eu não aceitaria mesmo.

- Aki. – Yuu estava debruçado na cama dele me fitando de forma séria.

- O que foi? – me sentei no colchão.

- No que está pensando?

- Você sabe que eu não consigo mentir, e também não consigo esconder nada de você nee?

- Sei sim. – ele veio até mim e sentou-se ao meu lado.

- Você ficaria com o meu irmão, o Kou? – ele tinha que ter ficado vermelho?

- Por... Por que está... Me perguntando isso? – disse gaguejando.

- Por que... Ah por que eu não sei, quer dizer... Eu vejo vocês dois trocando olhares e... Você e meu irmão se acham bonitos...

- Aki... – deu um sorriso de lado e se aproximou. – O Kou é lindo, mas eu não ficaria com ele, primeiro por que eu nunca fiquei com um homem, e outra por que eu sei que você não ia gostar nada dessa ideia.

- Não é isso Yuu...

- Não tente me enganar Aki eu sei que você não ia aceitar... Agora eu vou dormir amanhã a gente conversa mais, sobre outras coisas.

...

Acordei me deparando com a escuridão do quarto, comecei a procurar meu celular encontrando-o debaixo do travesseiro, ainda faltava uma hora pra me levantar, resolvi ficar deitado olhando pro nada pensando em coisas nada sérias.
Logo a noite de ontem me veio à mente, e eu me lembrei daqueles idiotas, com certeza hoje vai ser mais um dia do qual eu vou ter de aguentar aqueles imbecis fazendo piadinha comigo.
Estou me segurando ao máximo pra não explodir com esses idiotas, e espero que consiga me segurar por mais tempo.
Não se esquecendo do meu pai, tenho certeza que ele vai me importunar por causa do meu “mau comportamento”.
Esses dias não estão sendo legais, se eu tivesse condições eu já teria sumido e nunca mais daria notícias, até por que nem teria tanta gente sentindo minha falta!

Acabei por dormir novamente, e acordei dessa vez com o Yuu me chamando.


...

- Está com uma cara de sono horrível! – disse Yuu.

- Eu tenho uma cara horrível!

- Que falta de alto-estima, logo o garoto mais estiloso e mais gato da escola falando que é horrível?

- Sai com essa boiolisse pra lá, antes que eu pegue! – rimos.

- Aki. – ouvi uma voz feminina me chamar e me virei pra trás, era a Clara.

- Oi Clara... – disse meio desanimado.

- Oi... Oi Yuu!

- Olá Clara.

- Que cara é essa Aki?

- É sono, preguiça e raiva por estar aqui!

- Ok, agora me conta uma novidade. – ri forçado acompanhando as gargalhadas de ambos.

Alguns minutos depois o som irritante do sinal nos fez ir pra tortura tediosa que se chama sala de aula, eu e a Clara ficávamos trocando sinais que queriam dizer “que tédio” ou “quero ir embora daqui”, e ao mesmo tempo eu ficava cochichando em um tom que só eu e o Yuu estávamos escutando.

- Ai caralho, me lembrei que eu vou ter que sair mais cedo da escolapra ir ao dentista. – disse Yuu quase sussurrando.

- Que ótimo pra você não ter que ficar aqui até o fim das aulas. – disse no mesmo tom.

- Ótimo? Eu vou ter que colocar aparelho, eu prefiro meus dentinhos separados, é meu charme.

- Yuu eu pensei que os gays gostassem de ficar mais belos, e sinceramente eu não gosto dos seus dentes separados! – disse para irrita-lo.

- Vai se ferrar Akira! – elevou o tom de voz chamando a atenção de todos.

- Shiroyama por favor! Se houver mais uma gracinha eu separo vocês. – disse a vaca da professora Cristina, sim vaca mesmo, eu odeio ela desde a sétima série, essa velha só pode ter criado a matemática, pois ela fica muito puta quando a gente diz que a matemática é burra!

- A vai tomar no cú! – disse baixo.

- Disse alguma coisa Akira? – se voltou para mim.

- Você ouviu alguma coisa professora?

- Não. – arqueou a sobrancelha.

- Então significa que eu não disse nada! – dei um falso sorriso de lado.

- Hum... – se virou e voltou a passar lição na lousa, essa da qual eu nunca faço, só copio pra ela não falar que eu não faço nada.

Foram duas aulas de matemática, e mais uma de português, depois sai para o intervalo e como o Yuu teve que ir ao dentista eu fiquei metade do intervalo só, depois a Clara veio até mim junto com a Malu e a Rafa, duas colegas de classe que só falam comigo quando querem.
Ficamos conversando até o fim do intervalo, depois voltei para a sala e tive uma aula de sociologia e duas de geografia.

Faltavam somente dez minutos para eu ir em bora, senti meu celular vibrar no bolso, peguei o aparelho vendo a mensagem que o Ruki me mandou.

“Me liga quando sair da escola”

Eu chamo isso de cuidado excessivo, eles nunca vão perder essa mania de me tratar como uma criança, mas é bom não contrariar.

O sinal tocou eu dei m simples tchau de longe para Clara e sai praticamente correndo da sala, dessa vez sem muitos idiotas parados nos corredores, sai até mais rápido que esperava.

Resolvi não ligar pro Taka, queria dar um tempo na rua, pelo menos até que tivesse certeza que meu pai voltou pro trabalho, eu não quero ver a cara dele  tão cedo, sei que a essa altura até o me Psp ele deve ter tirado do meu quarto, e já que eu não vou ter nada pra fazer lá prefiro ficar na rua. Pensei em ir a um lago que fica a uns trinta minutos de casa, entrei em uma rua pequena, mais parecida com um beco, eu e o Yuu sempre cortávamos caminho por ela.

Meu celular começou a tocar, era o Ruki novamente.

- Fala!

“Fala é o caralho! Onde você está?”

- To indo pro lago. – bufei.

“Que lago?”

- Não se preocupe, eu não vou morrer afogado.

“Não foi isso que eu perguntei Akira!” – disse quase gritando.

- Eu só quero ficar um tempo sozinho, tem algum problema com isso?

“Tem, é melhor que você apareça aqui em menos de dez minutos, se não você ta ferrado na minha mão!”

Eu ia responder, mas ele desligou na minha cara, e ele só faz isso quando está realmente irritado.

Disquei o número já conhecido para avisar que eu não iria voltar, mas meu celular desligou por estar descarregado.

- Ótimo você tem que descarregar logo agora! É melhor eu voltar antes que aquele nanico de cria. – falei para mim mesmo guardando meu celular.

Assim que me virei para voltar me deparei com aqueles idiotas da noite passada, Flávio e seus capachos que eu não sei o nome.

- Olha só além de viadinho é louco, fala sozinho! – falou rindo, mas com um olhar de ódio.

Tentei ignora-los, mas quando fui passar por eles os outros dois me empurraram pra trás.

- Está com pressa princesa? – disse um dos quais eu não sei o nome.

- Estou! Agora saiam da minha frente.

- E se não sairmos, vai chamar seus irmãos?

- Deixa de ser impertinente Flávio, depende tanto da minha atenção?

Ele se mostrou realmente irritado com as minhas palavras e me deu um soco do qual eu só me dei conta quando me vi no chão passando a mão sobre o meu nariz ensanguentado, me levantei e dei um chute em seu estomago, e por impulso dei um soco em seu rosto fazendo com que ele também caísse ao chão.

Senti um empurrão e dois braços me prendendo por trás para que eu não pudesse reagir, tentei me soltar mas não consegui, levei dois socos no estomago e a falta de ar se fez  presente.

Logo vários chutes e socos foram me atingindo, eu não sei quando foi que me jogaram no chão, agora eu estava levando chutes de todos os lados, não sentia nada além da dor, nem gritar eu conseguia, não sei como continuei consciente em meio ao espancamento.

Com alguma dificuldade abri meus olhos vendo Clara e a Malu bem de longe, logo elas notaram o que estava acontecendo e começaram a correr em direção a nós.

_ Aki! – gritou Clara se aproximando.

Logos os chutes cessaram, senti ser levantado pela gola da camiseta.

- Isso não termina por aqui. – ameaçou, tirei forças não sei de onde e cuspi no rosto dele vendo minha saliva misturada com o sangue, ele me deu uma joelhada e me jogou contra a parede.

- Monstros! – gritou Malu, vendo eles correr.

- O que fizeram com você? – Clara levou as mãos tremulas a boca e logo vi suas lágrimas escorrer, Malu se abaixou me fitando com os olhos marejados, eu devia estar em uma situação deplorável pra elas terem ficado assim.

- Temos que ligar pra alguém que possa nos ajudar. – Malu tentava manter a calma.

- Eu tenho o número da casa dele. – Clara ainda com as mãos tremulas entregou o celular pra Malu.

- Clara não... – tentei impedi-la, mas não tinha forças nem pra levantar os braços.

- Aki, por favor deixa a gente te ajudar. – depois dessas palavras meus olhos foram se fechando.

- Aki... – vi seus olhos arregalaram. – Aki...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aii o que acharam???
Eu particularmente não gostei de capt mais vai de vcs XD
Eu não vou estimar uma data certa pro prox cap pois as coisas andam meio embaralhadas...
espero que tenham paciencia, prometo não demorar muito oki!!!
*o*y