Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 31
Giving A Chace For A Chance


Notas iniciais do capítulo

GENTEN EU SEI QUE DEMOREI E QUE VOCÊS PESSOAS LINDAS E PERFEITAS DESSDE MUNDO INJUSTO QUEREM MINHA CABEÇA EM UMA BANDEJA DE PRATA SERVIDA PELO PRÓPRIO BRIAN DE PEITO DESNUDO.
Maaaas em vez disso oferesso-lhes um novocapítulo inédito ok? :33 Não é tão orgasmante quando o Brian seminu mas tem um pouco de brian nele... Psé.
Eeeee eu quero dedicá-lo a mais nova e linda leitora MELISSA ARMSTRONG BAKE. SIM PQ ESSA COISA FOFA PINGADA DO CÉU SE JUNTOU A NÓS.
Melinda, esse capítulo é todo dedicado a sua pessoa, ok? Foge de mim não pimpolha :3 Sou meio possessiva -qqq
Acho que agora vcs sabem da onde a natureza bizarra do Tyler se originou -qqq
E um aviso pra Raquel fofa que com certeza vai vir assim " mas sua vadia do inferno, meu Tyler não tem aparecido" Calma bitch, já disse que você terá uma surpresa u_u-q
É isso, beijo pra vocês e boa leitura.



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POV Brian.

O carro estava à espreita do outro lado da rua onde tínhamos a visão perfeita de frente à escola. Eram 17h20min da tarde, o fluxo de alunos saindo e entrando já havia diminuído bastante desde que chegamos. Joguei a guimba do cigarro restante no asfalto quente pisando-a logo em seguida ao sair do carro, depois de mim Jimmy e Jacky também se levantaram e espreguiçaram-se devido ao longo tempo sentados. Os cabelos da Mortiça estavam pela primeira vez na vida presos em um rabo de cavalo deixando seu rosto amostra, não era feio e lembrava vagamente a uma boneca de porcelana devido a palidez. Havíamos combinado de parecermos menos esquisitos para não chamarmos atenção na hora de por em prática nosso plano. Jimmy estava empolgado, qualquer merda que fosse ilegal e proporcionasse o mínimo de aventura esse cara toparia.

- Então estamos todos entendidos? – Perguntei soltando o resto de fumaça que ainda segurava na boca. Ambos concordaram balançando a cabeça.

- Eu distraio os seguranças para vocês dois conseguirem pular a mureta perto do pátio. – James falou arrumando alguns fios do cabelo espetado e levantando uma das meias até acima da canela.

- E eu entro para conseguir informações sobre o tal depósito e depois ficar de vigia enquanto você consegue a chave. – Jacky disse no fio de tom que sua voz tomava quando estava prestes a ter que se socializar com pessoas.

- Estão bem treinados. – Sorri. – Agora acho melhor irmos ou seremos muito facilmente notados com poucas pessoas na escola.

Ajeitei a camiseta justa nos ombros e baguncei um pouco mais o cabelo livrando-me das gotículas de suor que começavam a se formar na testa, quando finalmente pensei que estávamos prontos, Jacky segurou meu braço em um toque sutil e gelado. Virei-me ainda um tanto surpreso e me vi encarado por duas orbes negras exalando medo, ela tremeu um pouco e desviou o olhar para Jimmy limpando a garganta antes de falar.

- E... E se não der certo?

- Bem, ai o jeito é correr. – Sorri o mais simpático que conseguia ser perto dela. Se não a conhecesse a tanto tempo diria que cada vez mais esses olhos me concebiam pavor.

Jimmy então se abaixou um pouco ficando da mesma altura que ela, o que não era muito preciso já que Jacky é uma das garotas mais altas que eu já vi. Ambos se fitaram de um jeito fraterno, porém a garota baixou o olhar e se aninhou no peito dele, ficaram assim durante algum tempo até que eu perdi a paciência e voltei os passos que já havia dado até o meio da rua.

- Porra pessoal, isso não é hora de namorar! Dá pra acelerar ai? – Cerrei os dentes e Jimmy assentiu desgrudando-se da Mortiça. Foi então que me dei conta de outro detalhe, ela usava bermudas largas e acinzentadas e um moletom vermelho de gola alta tão grande que as mangas chegavam a cobrir seus punhos. De novo me exaltei pego por outro detalhe falho. – Mas que merda de roupa é essa Jacky? Eu disse que era pra você parecer com alguém no mínimo normal, acha que não vão perceber uma soga monga andando por ai?

- Cala a boca Brian! Não fala merda que você não sabe! – Jimmy falou exaltado para mim. Fiquei surpreso com sua atitude hostil, mas esse era um dos motivos pelo qual eu odiava que esses dois ainda andassem juntos, ele sempre ficava na defensiva dela.

- James! Calma, tá tudo bem ele tá certo... – Jacky falou me dando ainda mais raiva. Cerrei o punho e grunhi um “vamos” respirando forte até o outro lado da rua, atrás de mim eles vinham cochichando baixo até a entrada da escola. Nesse momento todos nós esquecemos nossas diferenças e a garota veio para o meu lado deixando James a sós com os seguranças. Ficamos na esquina vendo enquanto o gigante parecia estar trocando uma ideia amigável com os guardas, sem perder tempo a Mortiça debruçou com as pernas finas sobre a mureta e logo o barulho de mato remexendo anunciou sua passagem. Segui seus passos e assim que também aterrissei do outro lado ouvi certa correria por trás da parede de tijolos, eis que me debruço novamente e vejo James correndo alucinadamente para o outro lado com ambos os guardas atrás dele e já com cassetetes na mão. Esse pirado leva tudo muito a sério.

- O que houve? – Ela me perguntou retirando alguns galhos do cabelo.

- Nada com que precise se preocupar.

Andamos na grama até achegarmos a uma enorme entrada já escancarada coberta de cartazes e flores de papel coloridas. Dentro do ginásio vários grupos se encontravam dispersos em suas tarefas: Algumas pessoas organizavam copos de plástico perto de onde eu imaginava que ficaria o bar, outro cobria mesas e cadeiras com uma mistura de panos verdes e brancos, duas garotas pregavam uma gigante faixa estampada com o nome da escola bem em cima de nossas cabeças , e um grupinho de três garotos pintavam caixotes e pedaços de papelão para o que, imagino eu, fosse parte da decoração. Jacky então suspirou parecendo entorpecida pela atmosfera alegre do local, ela olhava para todos os lados com um ar de surpresa bem distante da sua natureza em geral.

- Tá tudo tão... Colorido. – Ela disse.

- Nem todos enxergam o mundo preto e branco como você. – Ela me encarou por algum tempo depois suspirou voltando a olhar os preparativos. – Vamos, não temos tempo a perder.

Passamos discretamente por baixo das arquibancadas até a outra saída que dava para o corredor, ao passar por ele percebemos ainda menos movimento de gente. Procuramos por longos minutos onde seria a secretaria, por mais que já tenha vindo buscar Zacky algumas vezes aqui nunca passei dos portões principais, odeio escolas de mauricinhos metidos a besta. Arriscamos virarmos à direita em uma das bifurcações e finalmente encontramos a saleta de porta azul e vidro transparente. Entrei primeiro arrastando Jacky pelo cotovelo, não havia ninguém por perto a não ser uma senhorinha enrugada atrás de uma bancada de madeira e mármore que folheava alguma revista de crochê ou sei lá o nome dessa merda que os idosos fazem com aquelas agulhas maiores que o meu pau. Ela olhou por cima dos óculos e então nos chamou para perto, de novo tomei a frente me debruçando vagarosamente sobre o balcão e sorri.

- Boa tarde Senhora... – Chequei a plaquinha em cima da mesa com seu sobrenome. – Colsefini.

- Sim? – Ela perguntou sem tirar os olhos da revista.

- Estamos ajudando a arrumar o ginásio para o baile e deixamos algumas coisas na antiga sala de arquivos, poderia emprestar a chave para a gente?

Nesse momento a senhorinha de cabelos escuros nos olhos com os olhos pequenos e largou a contragosto sua leitura. Ela me encarava diretamente e oscilava os olhos entre nós dois.

- No prédio antigo? – Fiquei sem muita reação, até ai Marcy não havia mencionado o outro prédio.

-Sim. – Jacky respondeu por mim com bastante naturalidade.

- Porque não deixaram suas coisas junto com a decoração no depósito de materiais esportivos? – Ela insistiu um pouco mais e eu recuei.

- Porque são materiais mais caros que o próprio diretor requisitou e meu pai cedeu de uma de suas lojas, eu não ia querer deixar dando bobeira por ai. – Nesse momento vi a mágica acontecer, Jacky se transformara para alguém totalmente despreocupada interpretando o papel de garotinha rica e esnobe. – Esses tipos de favores que economizam o dinheiro da escola que ele usa pagando vocês para cumprir com o seu trabalho e não ficar fazendo perguntas e desperdiçando o nosso tempo. – No final para completar ela lançou aquele sorrisinho sínico que deixa qualquer um com os olhos ardendo de ódio. A mulher parecia além de surpresa bastante ofendida, ela abaixou os olhos e abriu uma gaveta de verniz onde várias chaves se encontravam catalogadas, em poucos segundos ela nos entregou uma das mais antigas e enferrujadas depois sem dizer mais nada deixou a sala correndo para outra porta ainda de cabeça baixa.

- Você pegou um pouco pesado com ela. – Eu disse assim que voltamos em passos apressados para o corredor.

- Eu sei, me sinto mal com isso também, mas se eu não fizesse assim provavelmente ela iria continuar fazendo perguntas. O pessoal daqui não parece ser nem um pouco educado e quando você chegou dando “boa tarde” ela provavelmente ficou curiosa. – Depois da observação a Mortiça ganhou mais um ponto de carisma comigo.

- Agora onde infernos fica essa porra de prédio antigo? Já viu como essa escola é um labirinto?

- Vamos para o jardim de trás, lá deve dar pra ter uma noção. – Paramos em um tipo de encruzilhada onde dois de nossos caminhos davam em escadarias e o outro em mais uma larga estrada de corredor.

- Ok, e senhorita sabe como chegar lá? – Perguntei me encostando a parede e relaxando um pouco.  Passos ecoaram por trás de nós me deixando alerta. – Hey, tem alguém vindo.

Sem pensar duas vezes pegamos uma das escadas e subimos em passos silenciosos, espreitando-nos na berada do topo, abaixo de nós um homem moreno e velho de mais para ser aluno seguiu seu caminho com um colete vinho onde a palavra “Inspetor” estava localizada nas costas. Ótima notícia, pelo tamanho desse lugar deve haver mais um milhão deles espalhados por ai. Preparei para começar a me queixar quando Jacky agarrou minha blusa e sacudindo violentamente apontou para a janela, lá pude ver não só o jardim que ela havia comentado mais também outra construção não muito diferente dessa do outro lado.

- Só pode ser lá. Não tem outro prédio sem ser o do ginásio. – Ela disse se levando em um salto e me puxando escada a baixo.

- Cuidado garota, se a gente topar com outro daquele estamos fodidos.

Outro parto para encontrarmos a saída, depois de algumas bifurcações erradas onde foram encontrados laboratórios, lanchonetes e bibliotecas, conseguimos voltar ao corredor principal, nosso ponto de partida. Seguimos a numeração das salas de aula até chegarmos a uma porta grande de madeira escrita “Acesso restrito à funcionários”. Sem nada a perder empurrei-a dando lugar a uma calorosa brisa emanada do jardim a nossa frente. Sorri vitorioso e sem perder muito tempo atravessamos o gramado tomando cuidado com os inspetores. Assim que entramos no segundo prédio me dei conta que a estrutura era mais simples, pelo que pesquisei o primeiro andar ainda era usado normalmente, porém o segundo e o terceiro haviam sido esvaziados depois que uma forte inundação danificou demais as estruturas das salas. Dessa vez conseguimos subir sem nos perder tanto, porém logo no final da escadaria de tábua corrida uma longa corrente selava a passagem com um aviso amarelado. Ignorando tudo isso, pulamos a passagem continuando a busca em passos rápidos, gastamos muito tempo nos perdendo e a escola se encontrava perto de ser fechada. A partir dali Marcy havia me dado instruções mais específicas, a sala ficava logo à direita no primeiro corredor, sendo bem mais fácil encontrá-la. Cautelosamente girei a chave e com um estalo ecoado, a porta escancarou para mim. O cheiro de mofo era altamente perceptível dentro da saleta, as paredes estavam manchadas e pequenas gavetas de ferro se espalhavam esquecidas no tempo. Pulei um bolo de folhas húmidas e cheguei até o único armário ainda em pé dentro do recinto, estava comido pela ferrugem, mesmo assim obedeceu as minhas investidas para ser aberto. Jacky se contentou ficando no corredor afastada do cheiro irritante daquele lugar, vasculhei com a mão livre até topar em um pequeno estojo preto malocado no fundo da segunda prateleira. Contente, abri o fecho retirando uma fita cassete bem conservada sem nenhuma identificação.

- É só isso? – Ela perguntou arriscando botar a cabeça para dentro da porta.

- Sim, vamos dar o fora daqui.- Disse contente e um pouco mais realizado.

***

Chegamos na casa de Jimmy onde combinamos de nos encontrar, no fim não foi tão emocionante quanto pensei que seria, porém valeu a pena, Zacky vai ficar bastante agradecido no fim das contas. Tia Bárbara nos recebeu com uma grande torta de maçã, daquelas fumegantes com aroma de canela assim como vemos em filmes; Eu e Jacky dividimos uma metade enquanto Jimmy sozinho detonou a outra. Quando sentimos a barriga pesar jogamos nossos corpos moribundos no sofá botando a fita para ser assistida. Uns chiados e distorções apareceram antes da imagem nítida, porém preta e branca, encontrar lugar no televisor. Os primeiros minutos não eram nada além de pessoas aleatórias entrarem e saírem da sala incluindo a tia gorda que Jacky traumatizou hoje cedo na secretaria, estava chato e monótono até que depois de dezesseis minutos James acelerou o vídeo para quase no final onde víamos nitidamente uma silhueta pequena e cabeleira bagunçada entrar pela porta. Era Erika que em demorados treze minutos saiu sem parecer nem um pouco suspeita. Logo depois, cerca de cinco minutos de diferença, a última pessoa passava pela mesma porta: Tyler. Ele demorara ainda um pouco menos que ela, entretanto a pressa exagerada com que saiu da sala deixou ainda mais claro o que queríamos provar. Virei para trás e bati minha mão com a de James, empolgado rebobinei a fita e guardei na mochila.

- Essa porra vai deixar aquele otário com o cu entre os dedos. – Espreguicei-me e recebi tapinhas amigáveis de James nas costas.

- O foda foi que vocês dois ficaram com a melhor parte. – Ele disse apontando para mim e uma Jacky dorminhoca capotada no sofá. – Eu não corri nem dois quarteirões e aqueles gordos sedentários desistiram de mim! Pra você ver como é a segurança dos locais hoje em dia.

- Também, uma pernada sua são duas de pessoas com o tamanho normal. – Ele riu baixo e cuidadoso para não acordar a garota. – Então eu vou nessa, tá tarde e amanha teremos uma noite e tanto mostrando isso pro Zee. – Catei minhas coisas e mais uma vez esticando os braços andei até o corredor. – Hey Rev, antes de sair vou dar uma mijada, ok?

- Sinta-se em casa bro.

Entrei no banheiro e deixei a natureza fazer sua parte, ouvi que do lado de fora Jacky havia acordado, e ela e Jimmy conversavam sobre coisas sem sentido. No fim ela também parecia decidida a ir embora. Fiquei ouvindo a conversa dos dois até os últimos respingos caírem no vaso e eu abotoar a calça.

- Acho melhor você passar a noite aqui Daniel’s, se ele tentar de novo... – Jimmy disse com a voz séria demais.

- Não posso. Seria muito pior se eu voltasse para casa amanha você sabe como ele é meio... Possessivo. – Uma longa pausa se procedeu, não saí do banheiro esperando conseguir mais detalhes.  – Ahm... É melhor eu te devolver isso, se for com mais um moletom seu pra casa daqui a pouco vou poder montar um armário com as suas roupas lá.

- Não esquenta, ele não serve mais em mim. – Jimmy disse.

- Não, eu faço questão. – Outra pausa. – Toma.

- Jacky... – Agora James parecia assustado. A curiosidade me matava por dentro, esses dois estavam escondendo algo, abri a porta de vagar e vi a sombra de ambos refletidas na parede do corredor, andei vagarosamente até a ponta tomando cuidado para que não percebessem que eu me aproximava. – Você não pode sair assim.

Assim que James falou eu entrei na sala de supetão, pegos pela surpresa, Jimmy virou com uma careta para mim, mas não pela minha chegada, e sim pela visão pavorosa que se tinha do corpo exposto de Jacky. Ela usava uma blusa cinza não muito larga e de mangas curtas, na região do pescoço hematomas que de tão escuros quase chegavam a ficar da cor de seu cabelo, se juntavam a vergões vermelhos e esverdeados formando marcas exatas de dedos largos. Descendo o olhar pelos braços as mesmas marcas se espalhavam, porém de forma menos uniforme deixando grandes arranhões e manchas roxas. Ela olhou para mim em uma mistura de vergonha e raiva, abraçando o próprio corpo logo em seguida em uma tentativa de se esconder. Todos nós ficamos parados sem saber o que falar, senti minha boca se entreabrir de tão pasmo que estava, James então lançou o moletom de volta para ela virando-se de costas para mim.

- Veste isso, você já percebeu que não dá pra passar despercebida na rua. – Ele disse se aproximando dela. Sem dar mais uma palavra ela o vestiu novamente e saiu pela porta não se despedindo ou agradecendo.

-Foi mal cara... Eu não sabia... Hoje mais cedo...

- Relaxa, ela tenta carregar tudo normalmente. – Ele disse suspirando tristemente.

- Você sabe que se precisar eu tô aqui ok? Eu ia adorar chutar a bunda de um idiota desses. – Ele sorriu ainda com o semblante triste.

- Tudo bem cara, mas acho melhor você ir. Vamos ajudar uma pessoa de cada vez, falou? – Acenti com a cabeça e deu mais um abraço no meu melhor amigo.

- Eu te amo seu cabeça de rato.

- Eu também te amo Synderella.


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Notas finais do capítulo

~lê pequeno momento de amor entre os friends Syn e Rev ~choranu, pfv.