Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 30
And A Lot Of Shit


Notas iniciais do capítulo

Depois de algum tempo eis eu que surjo de novo!
Bom galera estou feliz em estar aqui de novo.. E adivinha? DIA DE CAPA! Hoje temos Carmen e a sua mãezinha puxa-saco HUHAYUHAYUAHAYU , espero que gostem.
Fico tão feliz com os reviews de vocês, sério, desculpa se demoro pra responder, mas as vezes nao tenho tempo!
Fora isso percebi o sumiço de algumas leitoras, isso me deixa chatiadinha ):
Mas o bom é que ainda estamos juntas UAIHUAI óia o grude-q
Beijo amoras, boa leitura



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POV Erika.

– Não adianta! Não é não! Eu me taco de uma ponte, mas não vou à merda desse baile! – Rugi com a mesma intensidade que trocava os canais da televisão no quarto de Lucy. – O que ela estava pensando quando sugeriu isso, Lucy?


– Mas não foi culpa dela Erika, o diretor ofereceu em homenagem, disse que ela foi uma aluna muito importante! – Lucy acariciava meus cabelos que permaneciam jogados em seu colo enquanto eu recostava na cama. – Além disso, outros alunos antigos foram convidados, é um bom motivo para você relaxar um pouco.


– Relaxar? – Ri ironicamente. – E ser alvo de chacota por ser a irmã fracassada da família? Todos vão começar a nos comparar como sempre fizeram, a diferença é que eu não consigo mais fingir que não estou vendo. Enquanto ela estiver aqui todos os holofotes estarão virados para o seu rostinho bonito.


– O mesmo rostinho bonito que você tem! Que eu tenho! Não vejo diferença entre vocês. A única coisa que te impede a ser como a Carmen é esse seu pensamento pessimista maninha! – Ela sorriu fazendo-me fitar seus olhinhos cansados. Tenho notado que Lucy tem estado estranha, dorme mais que o normal e faz um bom tempo que não sai ao jardim, sempre que pergunto ela responde que só anda assim por causa dos novos remédios, deve ser uma barra e tanto. – Você tem a chance de se superar, de mostrar que é tão bonita e valiosa quanto ela.


–Eu não sei, não quero permanecer muito tempo no mesmo local que ela. Já viu o jeito que a mamãe trata ela quando está aqui? Só falta estender o tapete vermelho...


– Se você morasse longe e só viesse uma vez ao ano, aposto que seria a mesma coisa. – Ela brincou de contornar meu rosto com os dedos fazendo um carinho gostoso e sonolento. – Você vai ver quando for pra faculdade ou se tornar uma artista famosa. Vai viajar tanto que quando chegar literalmente vai ter um tapete vermelho pra você! – Sorriu com os olhos fantasiosos. – É só uma fase.


– Uma fase que durou dês de a nossa infância né? Mamãe nunca fez esforço para esconder o quanto preferia Carmen, e depois do incidente no colégio... – Levantei da cama e sentei perto da cabeceira, odiava tocar nesse assunto com Lucy porque seu coração inocente nunca entendeu muito bem o que aconteceu. Ela nunca me disse se acreditava que tudo era minha culpa, mas sempre que comentávamos ela dizia que no fim o que fosse verdade seria revelado, me deixando mais tranquila.


– Ela ficou chateada e furiosa. Acontece, mas não quer dizer que te ama menos que a Carmen, somos as três filhas dela e como eu vi na bíblia as mãe sempre amam igualmente seus filhos.


– Eu já disse que você não devia levar em conta tudo que a bíblia fala ao pé da letra. – Ela revirou os olhos e se acomodou mais nos travesseiros rendados por trás de si. – A questão é que parece que a Carmen sabe de tudo isso e fica se fazendo de santa! Acho que ela armou esse baile é só mais um dos jeitos dela de me mostrar “quem tá no poder”.


– Você deveria esquecer isso. Sabe, que tal dar uma chance a Carmen? Vocês se distanciaram um pouco e ela talvez só esteja tentando concertar as coisas. Esqueça a mamãe por enquanto.


A partir daí eu sabia que a conversa ainda iria render bastante, porém antes que pudéssemos continuar algumas batidas hesitantes vieram da porta. Viramos ambas ao mesmo tempo trocando olhares cautelosos, Lucy então sibilou um “entre” e Carmen mostrou o rosto corado pelo vão. Arqueei a sobrancelha perguntando-me se ela havia ouvido alguma coisa.


– Reunião de irmãs e nem me convidaram? – Ela sorria para nós enquanto andava um tanto saltitante. Forcei uma expressão menos tediosa porque Lucy parecia feliz. – Olha o que eu trouxe para você Erika! – Carmen estendeu a mão com dois convites em laranja claro enfeitados com estrelas de glitter. – Vão precisar disso para entrar no baile.


– Vocês?! – Repeti incrédula.


– Bom, eu andei conversando com a mamãe. – Não diga! – E ela me falou que você anda saindo muito com novos amigos... E até um em especial. – Ela piscou com entusiasmo desnecessário. - Eu fiquei muito feliz em saber disso maninha! – Continuei encarando-a com os olhos mais esbugalhados que consegui formar.


– Carmen, eu...


– não precisa agradecer, espero conhecer esse pretendente em breve. – Com a mesma pressa que ela entrou no quarto ela o deixou antes beijando minha testa e de Lucy.


Encarei os cartões na minha mão por certo tempo oscilando entre eles e uma Lucy um tanto cabisbaixa, joguei-os em cima da penteadeira e enterrei o rosto entre as mãos. O tempo passava rápido e as coisas pareciam cada vez mais estranhas pra mim como se minha vida fosse um quebra-cabeça desfeito. Ela insiste em me tratar desse jeito quando o que eu mais quero é vê-la do outro lado do mundo, talvez essas coisas sejam só para depois jogar na minha cara o quão “santa” ela é.


– Hey, eu tenho que ir. Nós nos falamos depois, ok? – Acariciei de leve o tampo da cabeça de Lucy.


– Ok... – Ela sorriu de modo estranho indagando lentamente em uma crise estranha e turbulenta de tosses, bati de leve em suas costas, mas com o tempo sessou-se.


– Você tá bem?! – Perguntei assustada.


– Tô sim, acho que engasguei com a minha própria saliva. – Suspirei aliviada e abracei-a antes de sair do quarto.



POV Brian.


Entrei em casa e fui recebido por uma Kenna chorosa, ela esfregava os olhos enquanto sentava emburrada aos meus pés. Levantei a pequena em meus braços acariciando o cabelo liso e castanho preso em duas marias-chiquinhas. As lágrimas vazavam por seus olhos por mais que ela lutasse para mantê-las presas e a careta que ela fazia para parecer séria além de cômica, mostrava que ela estava realmente magoada.


– O que aconteceu Kenna? Cadê a Suzy? – A pequena soluçou um pouco antes de falar.


– Mamãe teve que sair e... e... – Esperei ela acabar de soluçar levando-a para a cozinha e limpando o pequeno nariz batatinha.


– Respira Kenna, agora fala com calma o que aco...


– BRIIIIAAAAN! – Senti os ouvidos tilintarem. Kenna voltou a chorar instantaneamente assim que Michele desceu as escadas e veio rebolando até a cozinha. – Olha o que essa peste fez com o meu cabelo! Você tinha que prender essa coisinha dentro de uma jaula, isso sim! - Abracei Mckenna virando-me e encarando a morena escandalosa por trás de mim.


Michelle segurava uma mecha gorda do próprio cabelo nas mãos enquanto sacudia o resto em sua cabeça. Sua maquiagem estava borrada provavelmente também estava chorando pela travessura de Mckenna, o problema é que essas duas nunca se deram bem.


– Alguém pode me explicar? – Pedi impaciente, Kenna escondia o próprio rosto em minha camiseta encharcando-a.


– Eu vim aqui pra saber onde diabos você se meteu e a Suzy me pediu pra olhar esse diabinho por cinco minutos enquanto ia no banco, eu caridosamente disse que sim e depois ela começou a encher meu saco, e...


– Eu pedi pra você brincar comigo! – Kenna protestou.


– Não criança irritante, você ficou me tacando um monte de bonecas! – Michelle discutia como se tivesse a mesma idade de minha irmã, ela estava enfurecida. – Ai Brian, eu dentei no sofá para te esperar e dormi. Essa criança...


– O nome dela é Mckenna Michelle! Não é diaba, coisa ou essa criança. – Eu disse duramente.


– A Mackenna veio e cortou metade do meu cabelo! – Exageros por parte de Michelle, até porque nas mãos miúdas de Mckenna uma mecha era muita coisa.


– Você é má, é uma bruxa velha e má! Ela me trancou no quarto Brian!


– Michelle, você o que?!


– ELA ESTAVA TACANDO BRINQUEDOS EM MIM! Eu deixei ela de castigo. – Michelle esperneava como uma criança e apontava o dedo magro em direção a Kenna.


– Para com esse escândalo agora! Michelle você não tem direito de gritar ou encostar um dedo na minha irmã! Quem te deu autorização pra botar ela de castigo, caralho? Trancar uma criança de seis anos no quarto?! Você é maluca.


– Mas Brian, ela... Meu cabelo...


– Cabelo cresce Michelle, e é bom pra você cortar um pouco dessa juba mesmo, já tá na hora! – Eu estava impaciente e ela cada vez mais furiosa.


– Vai se foder Brian, fica defendendo ela só porque é sua irmã? Você devia educa-la, isso sim, ela tá precisando é de alguém que ponha na linha!


– E essa pessoa não é você! Então nunca mais encoste um dedo nela. Estamos entendidos?!


Michelle olhou para a pequena também de lágrima nos olhos e depois voltou para mim. Por um minuto achei que iria explodir de tão vermelho que seu rosto ficou, depois de um tempo ela apenas sibilou para mim “foda-se” e saiu batendo a porta da sala com bastante força, suspirei e acabei de limpar Mckenna, também conversei com ela pedido que fosse mais legal com a Michelle, mas crianças nessa idade não dão muita bola pro que falamos. Voltei ao meu plano original que incluía ligar para certas pessoas.


Fala Synderela!– James disse animado do outro lado da linha.


– Cara preciso falar com você, tem como passar aqui em casa?


Porra, tu não fica longe da minha pica não é? – Risos ao fundo me fez deduzir que ele estava com a “Mortiça”, apelido que dei mentalmente a Jacky.


– Não, preciso dela aqui o mais rápido possível.


Ok, tem problema se a Daniel’s for? – Já esse apelido fora cortesia de Jimmy. Preparei para sibilar um seco e sonoro “sim”, porém se tratando do meu plano, acho que alguém alta e esquia como ela seria útil. Até porque se precisássemos matar alguém do coração ela seria perfeita pro trabalho.


– Não, pode trazer a sua noiva cadáver. Só toma contra pra ver se o capeta não segue vocês. – Jimmy bufou provavelmente se segurando para não rir da piada.


Para de implicar com ela viado. Olha estamos indo praí e eu quero cerveja de graça, ok?

Q que eu não faço por uma fodida com você hem?


Não fala assim que eu morro de tesão e deixo a Daniel’s com ciúmes. – Mais risadas.

Desliguei o telefone e subi para uma ducha rápida, deu uma breve olhada em Kenna e ela brincava feliz destruindo uma de suas casinhas de boneca. Aliviado entrei no quarto e comecei a tirar a roupa, liguei o chuveiro do banheiro e voltei para pegar a toalha, quando pisei no carpete cinza do quarto meu celular tocou revelando o nome de Zacky.


– O que você quer gordo? – Disse sorrindo.


Hey man, eu preciso falar com você. É uma coisa importante...


– Aconteceu alguma coisa?


Não, é só uma para que eu descobri, sobre a Erika... Você pode vir aqui em casa? Eu to ficando maluco e com uma garrafa de Whisky do lado... – Sua voz era lenta e cansada, ele parecia mal. Mas eu não podia conversar com ele ainda, não agora, se ele soubesse das coisas que descobri provavelmente iria atrás do tal do Dowkins e estragaria tudo.


– Zee, foi mal cara, mas eu to agarrado com a Kenna aqui em casa. A Suzy saiu e eu briguei com a Michelle...


Então eu podia passar ai, se não for incômodo, claro. Eu queria muito falar com você bro.

– Foi mal cara, mas hoje não dá, a Kenna tá impossível, acho até que tá com febre e ta me deixando louco. – Senti um peso enorme na consciência por dar uma desculpa ridícula como essas, ainda mais quando um amigo está realmente necessitado. Mas ele não podia desconfiar de nada.


Entendo, foi mal então. – Ele suspirou. – Quando tiver de bobeira me dá um toque.

– Liga pro Joh man, foi mal mesmo mas eu estou enrolado.


Ele viajou com o irmão, mas tá tudo bem, a gente se fala outro dia.

Entrei na ducha ainda me sentindo extremamente mal, mas Zacky é um dos meus melhores amigos, e eu só entrei nessa especulação por causa dele. Eu irei contar tudo, porém só na hora certa, se não estamos arriscados daquele psicopata que deu uma surra nele fazer algo pior. Ainda tem isso, se aquele otário acha que vai sair ileso, está totalmente enganado.


Enrolei na toalha até o closet onde só peguei bermudas e calcei chinelos brancos, assim que sequei levemente o cabelo ouvi a campainha. Desci correndo e deixei que um gigante de dois metros e um projeto de satanás adentrasse em minha casa. Abracei Jimmy que estava sorridente como sempre, já Jacky me contentei com acenos de cabeça. Não gosto do jeito que eles dois ficam grudados, parece que ela só existe se estiver respirando o mesmo ar que ele. Além disso não vou com a cara dessa menina, quer dizer, olha como ela anda... Sempre coberta com calças largas e moletons quentes demais para o clima da cidade. Cabelo comprido bagunçado e pele pálida como defunto com olheiras gigantescas, sinceramente não sei o que o James vê nela.


– Perdeu alguma coisa aqui, Brian? – Só então me dei conta que encarava aquela garota.

– Só se for a minha alma. – Ela revirou os olhos e se jogou no sofá ao lado de Jimmy.


– Para ai vocês dois, a gente mal chegou! – O grandão murmurou espremendo os olhos para mim.


– Eu chamei vocês aqui porque preciso de ajuda. Mais precisamente de uma pessoa especialista em furtos e arrombamentos – Olhem para Jimmy. – E uma boa mentirosa dissimulada e assustadora. – Olhem para Jacky piscando ironicamente. Ao contrário do que os outros pensariam ao ouvir isso, eu não estava mentindo; Ninguém mente ou manipula tão bem quanto essa garota, mais um motivo pelo qual tenho um pé atrás com ela.


– Certo, mas exatamente para o que? – Ela disse encolhendo os joelhos e abraçando-os junto ao corpo.


– Vocês lembram da história da garota do Zacky, né?


– Sim, e daí? – Jimmy perguntou com a face suspeita.


– Bom, eu andei dando uma checada e alguns fatos me intrigam, andei conversando com a April e uma outra garota, Marcy. E vejam só o que descobri...


Desembuchei sobre meu papo com a April e o álibi que elas tinham. Contei também sobre as artimanhas do Tyler para manter Erika longe do Zee e de como ele teve ajuda dessa Marcy, que aparentemente é louca de pedra nele. Um triângulo amoroso trágico o perigoso, o pior de tudo era que se Zacky tentasse algo estaria correndo riscos, Tyler não nos conhece por isso passaríamos despercebidos aos seus sensores psicopatas.


– E que pista é essa que a tal Marcy te deu? – Jacky perguntou inclinada levemente para frente.


– Tecnicamente ela não me deu. É uma fita, a cópia original das filmagens que mostram o Tyler sendo o último a entrar e sair do gabinete onde os cartões respostas estavam. Mas ela não poderia me entregar porque tinha que esconder isso de Tyler, aparentemente ele não sabe da existência da tal fita.– Notei certo sorriso infantil brotar nos lábios de James, ele já havia sacado o que eu queria.


– Se ela não te deu, onde tá então? – A morena perguntou.


– Escondida na escola, na antiga sala de arquivos no segundo andar, diz ela que ninguém mexe mais por lá por causa de uma infiltração do demônio que teve há alguns anos. Então retiraram o material importante deixando lá um embolorado de pastas e gavetas velhas. A água destruiu o resto. Ela guardou isso para caso de Tyler sair do controle.


– Bando de gente doente. – James comentou brincando com algumas mechas do cabelo de Jacky. – Então quando vamos invadir?


– A escola vai ter um baile esse fim de semana, o ginásio ficará aberto a parte toda da tarde na sexta-feira para os alunos voluntários terminarem de arrumar as coisas. – Sorri maliciosamente para os dois que capitaram a mensagem. Ainda tínhamos muito para armar, mas nada sai dos eixos no controle de Brian Haner.


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Notas finais do capítulo

E ai malandragem ? O que acharam? Ainda querem me despedaçar?