Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 28
Eye For An Eye, Debt For Freedom


Notas iniciais do capítulo

OOOI XENTI BUNITA
Cara, eu amei muito os reviews do capítulo passado, ok? Vocês não sabem como me deixam feliz!
Nesse aqui temos uma grande revelação e o aparecimento de uma nova personagem :3 Por isso não percam tempo aqui em cima e vão ler u_u
Boa leitura!



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POV April.

Eu sabia que no fundo ela ficaria chateada, mas entendam, eu estava morrendo de raiva e pensei que assim eu estaria acabando com tudo isso. Sentia o peso de dez mamutes nas costas por vê-la desmoronar na minha frente, mas no fundo eu sabia que tinha feito a coisa certa. Porque esconder? Afinal, quanto mais gente souber da verdade melhor e se o próprio Zacky ficar sabendo, ele verá que a culpa não foi da Erika e talvez esses dois tenham uma nova chance, não é?


– Eles não podiam saber, mas que porra! – Erika se lamuriava enquanto debatia os punhos no colchão.


– Erika, agora vai ficar tudo bem e você e o Zacky vão se entender, pensa assim!


– NÃO APRIL, NÃO VAI FICAR TUDO BEM! – Ela amaçava os cabelos com visível desespero, logo tomou uma lufada de ar para conseguir voltar ao normal.


– Sabe o que pode acontecer se ele descobrir que foi o Tyler?! Ele vai querer enfrenta-lo, querer descobrir a verdade e se o próprio Dawkins descobre isso... Eu não quero nem imaginar.


– Quando ele descobrir vai ser tarde de mais Erika! A gente já vai ter dado um jeito de por aquele despirocado na cadeia ou pelo menos arrumado um mandato pra ele ficar meio mundo longe de você! – Tentava acalma-la pondo a mão em seus ombros.


– E o pai dele? Acha que vai deixar por isso mesmo? Meia dúzia de adolescentes delinquentes expondo os podres do filho e sujando o nome da família. – Ela riu amargamente. – Já vi o senhor Nicholas Dawkins fazer coisas ruins com gente que fez por muito menos... Já saímos da minha história pessoal e passamos para uma questão muito mais séria.


Pensei no que ela me disse e percebi que tinha razão, era arriscado para a segurança de todo mundo, mas eu estou longe de desistir disso. Não tenho nada a ver pessoalmente, porém um dos meus defeitos é tomar a dor alheia e se tínhamos uma chance de enfiar aquele gostosão psicopata em uma jaula eu iria agarra-la. Quando Brian me procurou ele parecia bem interessado também na história, e contando que Tyler não o conhece ainda temos essa vantagem.


Flashback ON

Na saída do colégio, a algumas quadras de distância senti uma mãe pesada me abordar por trás, virei-me assustada até me deparar com a figura alta e perfeitamente bronzeada.


– Synyster? – Ele sorriu de lado de um jeito tentador e soltou meu ombro.


– Pode me chamar de Brian.


– E eu de lagartixa. Quer me tacar na parede agora? – Ele riu descontraído e me acompanhou pela caminhada. Eu já disse que aquelas covinhas são de derreter qualquer ovário?


– April, certo? – Perguntou ainda sorridente e com olhos bem relaxados. – Já nos encontramos algumas vezes.


– Não da mesma frequência que eu gostaria. – Disse ajeitando os óculos e jogando algumas mechas coloridas para a frente do ombro.


– Mas isso nós podemos concertar depois. – Ele piscou e senti as pernas bambearem. Que calor era aquele meu Deus? – Eu vim aqui porque tenho algo que preciso muito saber, e acho que só você pode me ajudar.


– Sou toda ouvidos. – E qualquer outra parte do corpo que ele quisesse eu estava disposta a oferecer, mas dessa vez preferi deixar meus comentários de lado. Enquanto andávamos, ele me contou sobre tudo nos mais mínimos detalhes, a briga de Zacky e Erika, a surra que Tyler havia armado e mais algumas coisas que eu já sabia. No fim ele já apresentava uma expressão séria e decidida, paramos em uma praça perto da minha casa para que então ele me perguntasse.


– Olha April eu entendo que você e ela sejam muito amigas, e é entendendo isso que eu posso afirmar que sei como é sofrer quando alguém que gostamos muito está mal. Você estaria tentando ajudar a Erika a descobrir tudo se fosse ao contrário, não é? – Assenti com a cabeça, ele estava certo e mesmo brigadas eu tinha consciência disso. – Por isso eu vim aqui. Essa história não bate nem um pouco e eu tenho certeza que só uma garota esperta como você pode botar o jogo limpo na mesa. Acho que todo mundo já cansou dos segredinhos e mentiras, né?


Ele estava redondamente certo em relação a isso, como eu odiava me sentir a “câmara secreta” de Erika e guardar seu passado. Por que ela mesma não resolvia isso antes? Se era medo do Tyler que ela tinha, então eu podia fazer isso, dar uma chance de liberta-la daquele doente porque eu não tinha um pingo de medo dele ou da vadia de estimação. Molhei os lábios ainda em dúvida sobre se contaria a Brian ou não, ele esperava uma resposta pacientemente enquanto descansava os braços musculosos no joelho. No fim cheguei a conclusão que assim seria melhor, afinal éramos dois amigos desnorteados em busca de uma solução.


– Não foi a Erika. – Ele suspirou como quem já imaginara. – Ela nunca faria aquilo.


– Então foi quem eu estou pensando?


– Se for no Dawkins, acertou em cheio. – Encarei-o por algum tempo antes de deixar as palavras fluírem.


– Não temos provas. Portanto você não tem que acreditar em mim, mas tenho certeza que é uma história interessante de ouvir. – Mergulhei as mãos no bolso do casaco e retirei um maço de cigarros oferecendo-o para Brian. Tragamos juntamente e depois eu me sentia mais a vontade para continuar. – O maluco do Dawkins ama a Erika de verdade, pra caralho. E é doentio esse amor. Quando os dois terminaram ele teve várias crises do que seus pais chamam de “Hiperatividade”, mas todo mundo sabe que isso é só uma faixada de merda. Esse garoto tem problemas bem mais sérios. – Traguei novamente.


– Então eles dois já tiveram um caso?


– Sim, e foi o dos mais estranhos. No ano em que ela entrou todo mundo ficou rodeando igual urubu na carniça, mas ele foi lá e literalmente tomou ela como “sua”. Sabe o que é a pessoa não poder nem cumprimentar o companheiro na aula de biologia? Era assim, ela não podia fazer nada se ele não estivesse perto. Simplesmente agonizante.


– Não consigo imaginar essa cena, ela sempre me pareceu dona do próprio nariz.


– Por isso mesmo. Mas ela era bem diferente de agora, como vou dizer? Ela era mais... – Nenhuma palavra se encaixava no contexto que eu me referia, levei algum tempo para pensar até Brian resolver dar uma ajuda.


– Feliz?


– Acho que sim, essa deve ser a palavra. – Abracei os joelhos por cima do banco.


– Mas o que isso tem a ver com o roubo da escola?


– Qual o melhor jeito de manter as pessoas afastadas da pessoa que você ama compulsivamente? Fazendo-as odiá-la! E para odiar a Erika naquela época seria preciso uma merda muito grande. – Terminei o cigarro e joguei a guimba entre os arbustos.


– E os jogos pareciam a oportunidade perfeita de garantir isso. – Brian concluiu o pensamento em voz alta contorcendo os lábios. – E como ele fez isso?


– Por favor né... O cara é filho do diretor e os caralhos, seria fácil armar todo o esquema!... Eu não tenho a mínima ideia de como ele fez isso! As fitas, o dinheiro no armário com as digitais dela... Foi tudo muito perfeito e ele com certeza teve ajuda, arrisco dizer que foi da Marcy.


Ele ficou quieto e parecia refletir enquanto também terminava seu cigarro, os olhos castanhos fitavam o asfalto como se nele estivesse escrito todas as soluções possíveis para aquele enigma. Fiquei com medo de ele não acreditar na história, de achar que estávamos apenas inventando tudo aquilo, no fim éramos nós duas contra uma Califórnia. Seu silêncio começara a me incomodar até que ele se levantou e sem me fitar continuou.


– E porque ficou do lado dela? O que você tem a ver com isso?


– Porque eu conheço ela dês do primeiro dia em que pisou naquele colégio, foi como amor a primeira vista, sabe? – Ele sorriu. – ficamos amigas instantaneamente e tive sorte de o Dawkins não se importar com a minha aproximação dela... E...


– E?


– E eu sei que não foi ela. – Abaixei a cabeça.


– Por que tem tanta certeza? – Brian virou para mim sentindo que havia algo a mais.


– Porque... Eu estava com ela na noite em que ela supostamente teria organizado o crime. Eu era o álibi.


– Se ela tinha um álibi por que... – Não deixei que ele terminasse a pergunta, era embaraçoso de mais.


– Porque nessa noite ela estava me salvando de uma overdose em um deque na praia. – Senti os óculos embaçarem, mas segurei o choro. – Era a segunda em um período de um mês e meio. Acontece quando se anda com as companhias erradas. Eu fui pega na primeira vez e levada para o hospital, se acontecesse de novo eu seria internada em uma clínica de reabilitação e, porra, isso é um inferno. Então ela mentiu e disse estar em qualquer outro lugar porque sabia que nem a minha própria mãe se dignaria a livrar meu traseiro. Na verdade a velha nem deve lembrar que eu existo. – Não consegui conter e deixei uma lágrima escorrer, mas antes que ela atingisse meu queixo as costas mornas das mãos de Brian limparam-na. Funguei algumas vezes e recuperei o folego. – Eu sei que sou uma merda de amiga por deixar ela fazer aquilo por mim, mas... Eu fiquei com tanto medo... – Não consegui mais continuar, agora a única coisa que saia de minha boca eram soluços agoniantes, eu odiava lembrar aquele dia, se não fosse por ela eu provavelmente estaria morta ou em uma clínica.


Brian me abraçou e confortou-me em seu peito, era quente e macio sem falar do cheiro maravilhoso e cítrico que exalava de sua camisa, aproveitei aquele momento para tirar algumas casquinhas, mas poxa, ninguém é de ferro né? No fim fui pra casa com um peso a menos nas costas, ele me prometera que tudo ficaria bem e que ele se asseguraria que conseguiríamos provar a verdade.


Eu devia muito a ela, então não ia deixar o escroto do Tyler afasta-la da única pessoa que conseguiu fazê-la sorrir novamente.


Flashback OFF

POV Erika.

Não culpei April por ter dado com a língua nos dentes, mas saí de sua casa no dia seguinte com o dobro de preocupações. Porque Brian estava se metendo nisso? Foi o Zacky quem pediu? Refiz o caminho para casa já preparando-me mentalmente para a bronca colossal que mamãe me daria por dormir fora sem avisar, a única coisa suspeita era ela ainda não ter me ligado uma única vez querendo satisfações. Eu precisava trocar de roupa porque por mais que o vestido fosse curto era de material pesado e me fazia soar muito, sem falar na jaqueta. Cheguei na rua de casa e estranhei o fato de Lucy não estar no jardim, a essa hora ela sempre estava conversando com as roseiras. Tive um mal pressentimento e não tardei a escancarar a porta da frente, estava tudo quieto e limpo, até eu ouvir uma gargalhada estranhamente conhecida ressoar da cozinha despertando ainda mais minha curiosidade, fui até lá e assim que vislumbrei as três figuras sentadas envolta de uma mesa de café da manha majestosa senti os ossos paralisarem. Todos os rostos viraram para mim exibindo sorrisos convidativos até mesmo o de mamãe que quase não cabia no rosto. Continuei parada passando o olhar por todas as três cabeleiras ruivas até a mais alta se levantar e abrir os braços para mim.


– Não vai dar um abraço de boas-vindas na irmãzona aqui? – Carmen dizia sorrindo enquanto os olhos esverdeados pareciam esbanjar de uma alegria o qual eu não compartilhava.


– Erika, a Carmen veio visitar a gente! – Lucy dizia o óbvio também não se contendo muito, mamãe então nem se falava. Carmen se mudara para New Haven em Connecticut assim que passou para Yale, depois disso só a víamos uma vez por ano no natal e ano novo, o que acabou virando uma tortura para mamãe ficar longe da filha preferida.


Era muito estranho vê-la assim em agosto, até porque deveria estar em semana de provas ou algo assim, abracei-a sem animo e depois fui arrastada para uma cadeira do seu lado.


– O papai sabe que você tá aqui? – Perguntei ignorando a careta da velha ao ouvir.


– Há sim, eu fiz questão de passar por Los Angeles antes, vocês tinham que ver o tamanho do Thomas, da última vez que o vi era um bebe! – Carmen gesticulava enquanto falava do meio irmão de 8 anos, revirei os olhos ainda procurando uma oportunidade de perguntar o que ela estava fazendo aqui.


A conversa se estendeu por muito tempo e emendou no almoço, mamãe só tinha olhos para minha irmã de modo que eu tive que levar Lucy a pé para o tratamento, ela parecia sonolenta no caminho e deduzi que Carmen tenha chegado de madrugada. Quando voltei finalmente mamãe fora lavar a louça deixando-a deitada no sofá, cuidadosamente sentei na poltrona branca do outro lado da mesinha de centro e encarei a mais alta esticada com as pernas pra cima e olhos cobertos por devaneios.


– Lembra quando éramos pequenas e fingíamos que esse sofá era um navio? Você era sempre a capitã e eu a sereia capturada. – Ela sorriu abraçando uma almofada. – Por isso eu nunca podia pilotar. – Assenti com a cabeça, mas não acrescentei mais nenhum detalhe a conversa. – Também lembro que você morria de medo de dormir sozinha quando mudou de quarto quando a Lucy nasceu e passava toda noite pra minha cama.


– Eu me lembro de quando bati na sua cabeça com o taco de golfe novo do papai. – Deixei-me levar por algum momento, ela riu e tacou a almofada para cima de mim.


– Sabia que eu ainda tenho a cicatriz? Foram quatro pontos! – Gargalhamos juntas e ela levantou endireitando-se no sofá.


– O que está fazendo aqui Carmen? – Disse por fim sem um pingo de aconchego na voz. Seu sorriso se desmanchou um pouco virando uma fina linha curvada entre as bochechas rosadas.


– No meu programa de estágio temos direito a três semanas de férias remuneradas, para caso de alguma emergência ou necessidade de folga. Como tenho algumas acumuladas resolvi vir fazer uma visita mais cedo. – Ela dizia normalmente encarando a janela de um modo cuidadoso de mais, de certo modo aquilo não me convenceu. Mas antes que eu pudesse falar mais alguma coisa mamãe voltou para a sala trazendo um embrulho gigante para Carmen. Decidi que não iria ficar vendo aquela rasgação de seda alheia e subi para o quarto.



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Notas finais do capítulo

NEGADA, quem ainda não me add no animespirit? que coisa feia, estão fugindo da Victims? qualquer coisa mandem o perfil de vcs pela review que eu acho la u_u