Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 27
Careful


Notas iniciais do capítulo

esse é pequeno por dois motivos: No próximo temos uma grande revelação e ... porque estou sem saco de escrever hoje...
DESCULPE SE O CAPÍTULO FICOU UMA BOSTA OK ? U_U
Bem, boa leitura para vocês bolinhos de bacalhau ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221962/chapter/27

POV Zacky.


Ficamos os três estáticos. Eu olhava para Erika que olhava para Marcy que olhava para mim, foi um tempo logo e desconfortante até Erika suspirar forte de um modo indecifrável e, balançando a cabeça, virasse as costas indo para longe. Ameacei a segui-la, mas Marcy me segurou.


– Não vale a pena. – Disse por minhas costas. Me sentia oco e desorientado, o que caralhos ela estava fazendo aqui?

Voltei o corpo para a grade do píer e enterrei o rosto entre as mãos, uma parte de mim sentia-se satisfeita por ter dado o troco , porém uma parte muito pequena e insignificante, esse era meu problema, compaixão. Eu não queria magoa-la e fiz mesmo assim. Porque ela estava aqui? Será que viu o show? Porque não avisou a gente? Milhões de hipóteses se passaram pela minha cabeça e no fim uma coisa só me incomodava: Ela estava lá, e com certeza não era mera coincidência.


– Quer entrar? Acho que é melhor a gente tomar mais alguma coisa, essa situação foi mesmo embaraçosa. – Marcy continuava tagarelando nervosamente perto de mim, senti raiva por ter acreditado no seu estado de coitadinha. Provavelmente ela sabia que Erika estaria aqui e fez isso como mais uma de suas jogadas perversas.


– Eu sou um idiota mesmo. – Disse calmamente fitando a água turva. – Você sabia que ela estava aqui e deu um jeito de ela nos ver juntos.


– O quê? Zachary, porque eu perderia meu tempo com isso? – Ela se afastou transparecendo estar ofendida.


– Você se faz de vítima para eu ter pena e depois arma uma dessas? Marcy, eu realmente cheguei a acreditar que dentro de você ainda podia ter uma personalidade decente, pelo visto me enganei como de costume. – Virei-me para o bar e sem me demonstrar alterado comecei a caminha de volta.


– Não é isso Zacky, me escuta! – Ela gritava. – Eu juro que não sabia! Espera! – Não me dei o trabalho de parar e ainda ouvindo sua voz adentrei novamente no bar.


Eu era um idiota, mas mesmo que a Erika tivesse vindo aqui para me ver... Do que adiantaria? Se ela está mesmo com o Dawkins isso não mudaria nada, eu não tinha motivos para confiar nas palavras de Marcy só que a hipótese me parecia bem plausível. A área de pessoas no bar parecia der duplicado, com um pouco de dificuldade cheguei ao bar e olhei para o semblante feliz e cansado de Berry.


– Que cara horrível parceiro, quer alguma coisa pra animar? – Ele oferecia enquanto enxugava um copo entre as mãos.


– Manda o que você tiver de pior.



POV Erika.


De todas as garotas no mundo precisava ser logo Marcy Freeman? Conheço Zachary bem o bastante para dizer que ele provavelmente não teve culpa, mas também conheço-o para dizer que quis mesmo que por uma fração de segundos. É Erika, você se deu muito mal dessa vez. Acho que não tem mais nada para fazer, tarde de mais ele já se fora para sempre. É estranho perder algo que de fato nunca nos pertenceu, mesmo assim o vazio doía no peito e quase me fez querer chorar. Engoli aquele sentimento e respirei fundo, não iria quebrar minha promessa por um cara qualquer, afinal era isso que ele era, apenas mais um cara. Será que eu cheguei mesmo a acreditar que ele iria me perdoar? Que secretamente conseguiríamos manter uma amizade? Pensei que sim, mas até parece que Tyler e a sua vadia particular iam me deixar chegar perto do Zacky. Não peguei ônibus nem taxi, na verdade não queria ir pra casa porque não conseguiria esconder meu estado de Lucy. Era muito tarde e apesar de as ruas serem mal iluminadas a lua brilhava intensa no céu iluminando a maior parte do caminho. Eu reconhecia a rua em que estava, era apenas algumas atrás da casa de April.


Senti outro vazio no peito, estava morrendo de saudades dela e só agora havia percebido como o sem ombro amigo me fazia falta. Resolvi engolir o orgulho, eu precisava de alguém e era sempre ela com quem eu mais podia contar. Continuei os caminhos sinuosos até o grande portão marrom de aço, olhei no relógio e passava um pouco de 03h30min da manhã, peguei o celular e apertei seu número na discagem rápida. O telefone tocou três vezes até uma voz grogue e arrastada atende-lo.


– Erika?! É você?


– É, oi. – Estava nervosa, fazia bastante tempo que não nos falávamos e eu não sabia qual era sua reação.


–oi. – Estava tão desconfortada quanto eu, e quando vi que era meu papel falar respirei fundo.


– Olha, você pode abrir o portão? Eu não to me sentindo bem aqui na calçada deserta.


– Mas que porra você tá fazendo aqui há essa hora?! Pera... Não vai me dizer que esta chapada?


– Não! – revirei os olhos. – Eu preciso conversar com você, e estava passando aqui perto...


– Ás 03h30min da manha?


– Eu estava no show! Falando nisso, porque você não foi?


–Eu vou abrir ai, calma. – April falou rapidamente esquivando-se da pergunta, dei de ombros e passei pelo jardim gigante de sua casa.


– Sua mãe vai achar estranho, não? – Perguntei e ela sorriu fraco.


– Ela não passou a semana aqui, só eu e a Sra. Mindtown – Essa era a governanta que trabalhava na casa de April dês de que era uma criança. Os pais dela sempre trabalharam fora e mesmo tendo uma condição de vida boa, não passam muito tempo em casa deixando a única filha aos cuidados de uma senhorinha surda de um dos ouvidos.


– E você, avisou a sua que vai dormir aqui?


– Eu aviso amanha, a bronca já está garantida mesmo. – Rimos subindo a escadaria do primeiro para o segundo andar.


O quarto de April era quase do tamanho da minha sala, seu closet ocupava uma parede inteira e era espelhado em todas as pontas, a cama de casal estava bagunçada entre cobertores estampados e almofadas, na parede oposta havia uma sacada e porta de correr e bem abaixo de nós um chão de carpe vinho e felpudo. Sentamos na cama uma de frente para a outra e eu desandei a falar sobre Tyler, sobre Marcy e Zachary, sobre o terror que a minha vida tinha se transformado. No final ela acariciava meu ombro afavelmente e parecia apreensiva.


– Eu já sabia dessas coisas, pelo menos a maioria.


– Como assim? – Perguntei.


– Bom, eu já te conheço há bastante tempo, e sei que você não passaria a andar por ai agarrada com o Tyler de um lado pro outro do nada, mesmo ele ainda ‘’namorando’’ a vadia oxigenada. – Ter uma amiga como April era raridade, eu me dava conta disso a cada dia. – Bom, você também começou com essa loucura depois de eu te contar sobre o incidente do Tyler então...


– Fico aliviada. – Baixei o olhar sabendo que não podia mais adiar minhas desculpas. Eu odeio ter que me desculpar, eu odeio de todo o meu coração. Mas no fundo eu também não gosto de ficar em dívida com os outros. – April... Eu sei que fui mesquinha e imparcial com você, me desculpa, eu não quero mais esse clima entre a gente.


– Vamos só... Esquecer isso, ok? Já estou satisfeita de você ter vindo aqui. – Ela sorriu e eu me joguei em seus braços, precisava muito de um colo.


– Eu odeio aquele garoto April. – Suspirei abatida – Odeio... Como eu puder fazer isso com ele? – Funguei me levantando e jogando a cabeça contra um dos travesseiros. – Depois de ter jurado que eu nunca teria nada com o Tyler obrigo-o a me ver todo dia sendo arrastada quase que com uma coleira por todos os lados! Isso não é justo... Ainda mais porque ele disse... – sem conseguir completar a frase peguei outra almofada e apertei-a contra o rosto. – Mas a culpa é dele!


– Dele?


– Sim, se não fosse tão burro... Ninguém mandou apanhar! – Ela riu e se jogou ao meu lado. – Sabe, eu fui tirar satisfação com o Tyler naquele dia...


–E?

– E ele me propôs um trato...


– Esse trato é o que eu estou pensando? – Ela parecia séria e repreendedora. Balancei positivamente a cabeça.


– Eu me afastaria de Zachary para ficar com Tyler, e em troca ele não chegaria mais perto nem de Zachary nem dos garotos da banda.


– Não sabia que os meninos corriam perigo também.


– É lógico que sim. E se um deles cisma de ir acertar as contas com o Tyler? Mesmo que conseguissem espancar aquele retardado, iriam parar na cadeia! Sabe como aquele pai dele adora se intrometer. Então se eu fosse embora e deixasse Zacky magoado ele não viria atrás de mim, muito menos se meteria com o Dawkins de novo!



– E lá vai a nossa mártir Erika novamente. – Além de debochar, April demonstrava irritação. – Para de querer resolver tudo sozinha caralho! Você não percebe que acaba se sacrificando para os outros de uma maneira desnecessária? Já passou por sua cabecinha que os meninos sabem se defender? Porra Erika, essa garoto ai o Zacky é uma benção na sua vida!


– E eu fodi tudo com o sempre! Agora já era April, ele nunca acreditaria em mim, e quer saber? Eu me viro muito bem sem ele. – A essa altura dizer isso era pura mentira, me sentia tão dependente dele em certas horas como com o cigarro.


– Na verdade... – April hesitou mordiscando o lábio.


– o que foi?


– Bem ... Primeiro, você tem que prometer que não vai pirar. – Assustei-me, o que poderia ser tão ruim.


– Ok, eu prometo. – Ela então puxou ar o suficiente e fechou os olhos, provavelmente tomando coragem para dizer algo.


– Brian me procurou outro dia, queria conversar sobre você.


– O QUÊ?! – Fiquei boquiaberta por algum tempo até me acalmar. – E o que você falou?


– Olha, ele na verdade veio saber sobre a história dos jogos. Tinha muita coisa que ele não acreditava e queria explicações. – Ela respirou mais uma vez dessa vez fitando-me nos olhos. – Eu contei pra ele a verdade...


– Você... Não!


– desculpa, mas eu tive... Olha, ele me pareceu bem convencido, mas me prometeu que não contaria nada aos outros.


O problema não era eles saberem a verdade, eu até gostaria muito de não ser mais vista como uma ladra suja, porém era uma informação perigosa e que se fosse muito averiguada podia trazer resultados horríveis. Fiquei em choque, esperava mesmo que ela estivesse certa e que ele não abrisse o bico para Zacky, e se esse bando de marmanjos decidisse vasculhar mais a fundo? E se de fato descobrissem toda a verdade?


As coisas não estavam bem, e pela primeira vez senti medo de verdade sobre tudo aquilo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OBS: GENTE, só eu pirei horas com o show do Linkin Park perfeitíssimo em SP? Caralho que banda perfeita, pqp, EU QURIA TER IDO NO DO RIO T-T , pois é .-.