Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 26
Every Thing Is Geting Lost


Notas iniciais do capítulo

Olha que coisa boa, a Victims não demorando *u* Pois é , algumas leitoras resolveram ressurgir das cinzas ( lê eu dramática) e também fiquei louca pra postar essa poarte só pra vê uma parte considerável de vocês pirando cmg -qq
Não vou dar muitos detalhes, mas aqui segue o meu link no animespirit para quem quiser acompanhar a fic que eu to postando lá : http://animespirit.com.br/victims
É isso galerinha, boa leitura!



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POV Erika.

”Keeping my fate deep within your threshold.

Petty inconvenience but it means the world to me.

You have the power.

To set me free.

Caught in your grasp, how?”

“Mantendo meu destino profundo dentro da sua soleira.

Inconveniência trivial, mas é o significado do mundo para mim.

Você tem o poder.

Para me deixar livre.

Capturado pela sua compreensão, como?”

Sempre me arrepio nessa parte de “Turn The Other Way”, tem como Jimmy conseguir ser mais rápido? Não entendo nada de bateria, mas aquilo me parecia completamente absurdo! Ele era como um polvo voraz e resumia seu esforço em arrancar o fôlego da plateia. As luzes estavam agitadas em cima do palco hora focando Matt, hora focando Brian e Zachary que se encontravam encostados um do lado do outro, várias vezes Justin também passava perto deles, mas algo nele parecia não se encaixar lá... Sei lá, ele parecia acuado demais para uma banda de Heavy Metal.


Quando me dei conta estava de pé em cima do banco de estofado vermelho onde antes tentava me manter escondida, é um saco ser pequena e ter um bando de marmanjos de cinco metros de altura na sua frente pulando como gorilas no cio, aquilo me deixava possessa! Poderiam ser um pouco cavalheiros? Nesse instante um dos caras os quais eu me referia mentalmente soltou um grosso e audível arroto bem perto de mim. Cheguei a conclusão que seria muito pedir deles. A música deu continuidade passando por “Thick And Thin”, “Shattered By Broken Dreams”, “We Come Out At Night”, outras duas que eu não me lembrava o nome e por fim a que mais mexia comigo…



“The breath I waste.

Losing control.

I bleed in pain.

Testing what I know.

Lips soaked in deceit.

Pull me from this hole”


“A respiração que eu gasto

Perdendo o controle

Eu sangro em pânico

Testando o que eu sei

Lábios encharcados no engano

Puxe-me deste buraco”

Foda-se a segurança! O que eu mais queria agora era mergulhar na plateia e nadar até onde eu via um Brian executando rápidos dedilhados para exibir sua destreza a várias mulheres que atiravam sutiã no palco. Passei entre os grandalhões a minha frente sentindo um forte cheiro de suor e cigarro impregnado na jaqueta de um deles, com dificuldade me esgueirei por meio salão até perceber que continuar o caminho seria uma missão quase impossível, e o pior era que agora que eu estava nivelada com o chão as pessoas de antes pareciam três vezes maiores. É uma porra mesmo ser baixinha... Saltitei algumas vezes tentando ver os coturnos de Matt para conseguir alguma referência de onde estava, para a minha quase alegria percebi que o único na minha reta era Zacky. Eu não ia conseguir me aproximar mais então fiquei por ali apreciando o show na medida do possível e acompanhando cada movimento que ele fazia com a guitarra que praticamente bailava junto a ele. Era difícil respirar, ainda mais no meio de tanta gente, mas foi assim que aguentei até o fim do show onde finalmente algumas pessoas se dissipavam; Matt agradeceu no microfone e Brian deu um tapinha ‘’amigável’’ no traseiro do Zacky, tinha como aqueles caras serem mais gays?!


Observei eles descerem até o backstage e corri como uma louca até a portinha de madeira maciça onde haviam acabado de entrar. Foi ao me aproximar que notei como minha missão só havia ficado mais difícil: dezenas de garotas se aglomeravam lá também e gritavam histéricas pelos nomes artísticos dos meninos, dois seguranças afastavam a multidão do local contendo aquele furdunço. Agora não foi tão difícil chegar perto ficando apenas uma fileira de garotas atrás dos braços largos fardados. Em questão de minutos os meninos saíram novamente e a gritaria que já era ruim antes piorara muito ficando insuportável. Eles nunca me veriam assim, notei duas meninas muito idênticas dentro da saleta onde eles haviam acabado de sair e uma delas se pendurava no pescoço de Brian antes de ele fechar a porta deixando-as lá dentro para sair como os meninos. Assim como as fãs eu me dignei a pular e gritar para que eles talvez olhassem para mim, cada vez dava saltos mais altos sentindo algumas gotas se formarem na minha testa e os joelhos começarem a doer. Foi nesse impulso que senti um dos meus cotovelos atingir algo macio e um grito agudo escapar da boca de uma das mulheres do meu lado.


– Porra garota, recolhe essas asinhas! Não é só porque você não tem que precisa acabar com os das outras. – Ela acariciava a parte superior do colo dos seios enquanto me olhava de cima. Era alta e usava cabelos tingidos de vinho, sua expressão estava muito carregada de maquiagem diferente de seu corpo que além de suportar seios gigantescos cobria-se apenas com um top preto minúsculo.


Fiquei tentada a responder a altura, mas devido as minhas atuais circunstâncias uma briga só me afastaria ainda mais dos garotos.


– Desculpa, eu só estou tentando chamar meus amigos. – Disse calma e voltei a ficar na ponta dos pés. A garota gargalhou e logo foi acompanhada de outras duas que estavam por perto, elas debocharam entre si até a alta chegar mais para perto de mim novamente.


– Coitadinha, deve ser uma daquelas fãzinhas apaixonadas. Escuta, já não passou da hora de criançar ir dormir não? – Respirei fundo, e sem olha-la respondi.



– para sua informação eu tenho idade o suficiente para estar aqui e...


– Sua anta, eu estou falando disto aqui! – Ela apertou os próprios seios com vontade fazendo com que o fino e gasto pano do top quase se rompera em contato com as unhas decoradas. – Deixa eu te ensinar uma coisinha meu bem: Homens como aqueles gostam de mulheres como eu... Não de franguinhas recém chocadas.



– Vem cá garota, sua mãe sabe que você tá acabando com o papel higiênico de casa pra ficar enfiando no sutiã? Olha, eu fiquei sabendo que o trabalho lá na esquina tem dado poucos lucros esse mês pra você ficar gastando no peito o que você devia usar pra limpar o cu... Ou a boca né, pelo visto você solta merda por tudo quanto é buraco. – Pronto. Soltei, reta e direta. No início a garota ficou um pouco atordoada, mas depois se aproximou grudando o corpo quase no meu e me segurando pela gola da jaqueta.



– Eu vou te ensinar como uma mulher de verdade resolve esses assuntos. – Nisso suas unhas cravaram na minha garganta e eu senti uma forte ardência no pescoço. Antes que ela se aprofundasse ainda mais na minha carne outra mão me agarrou, mas dessa vez por trás afastando-me das garras da puta assassina.



– Eu não acredito! Você consegue chegar em algum lugar sem se meter em confusões? – Justin falava incrédulo enquanto mantinha um sorriso bobo na cara. Percebi que o braço do herói fora dele, também percebendo que a distância que nos separava era bem menos do que eu imaginava. Com certeza ele assistiu tudo de camarote entre os braços dos seguranças.


Olhei de novo para o ninho de pessoas e vi a megera se aproximar com raiva e incredulidade a me ver conversando intimamente com o baixista. Virei-me mais perto dela e encarei com o mesmo olhar nojento que ela havia me designado momentos antes.


– Homens como estes gostam disso aqui. – Apontei para a minha cabeça fazendo referência ao cérebro. – Vacas siliconadas como vocês são fáceis de encontrar em qualquer puteiro. – No fim joguei um beijo debochado voltando minha atenção para o cara a minha frente.


– Sério, eu nem quero saber sobre o que vocês estavam discutindo.


– Obrigada pela mão. Literalmente... – Disse ajeitando o vestido.


– Não por isso. – Ele sorriu com os olhos castanhos na mesma intensidade que com os lábios. – Nossa, não te vejo há um tempão senhorita. Nunca mais deu as caras nos ensaios... Bem, eu sei que não sou muito amigo dos caras, mas aconteceu alguma coisa? – Só nesse momento me lembrei que o único laço dos meninos com ele era a banda e por causa disso ele provavelmente não estava a par de nada.


– Nada! Eu só ando ocupada com a escola, e algumas coisas em casa. – Desconversei. – Você viu o Zachary? – Justin arqueou uma sobrancelha pensativo e coçou o queixo.



– Achei que ia estar com você a essa altura... Mas provavelmente tá no bar com o amigo baixinho de vocês, aquele que deixa bem claro que quer meu lugar na banda. – sorri com o comentário e dei tapinhas amigáveis nas costas do branquelo.


– É melhor você tomar cuidado, sua carreira corre perigo.


– Não fui eu que acabei de ser ameaçado por unhas postiças! – Rimos juntos e ele me acompanhou até o outro lado em segurança, onde corri de volta para a multidão. Não me admira que eles tenham passado direto por mim, aquele lugar estava um caos.



POV Zachary.



Saímos do camarim e logo nos espalhamos para longe de uma horda de fãs lunáticas enquanto os seguranças davam conta. Fui cumprimentado e aplaudido no caminho, muita gente queria até tirar foto! É divertido no início, mas depois você cansa e quer um tempinho mais sossegado. Eu estava acompanhado de Jimmy e nós íamos para o bar encher a cara em comemoração pelo sucesso do show com alguns amigos, definitivamente havia sido um dos melhores desse ano! Se tudo continuasse assim lançaríamos logo o CD e quem sabe conseguiríamos um empresário. Johnny ( o dono do bar ) veio falar conosco e garantir que o cachê daquela noite era bem gordo, sorri com a ideia e me sentei na bancada com um copo de White Horse na mão. Terminei o primeiro copo e uma mulher loira de cintura bem fina veio se esfregar em mim, ela estava fedendo a álcool e aquilo me enjoou mesmo sendo muito gostosa. Jimmy quase me bateu quando eu me esquivei dos braços magrelos da menina e a mandei ir embora, mas o que eu podia fazer? Eu não estava no clima, na verdade não vinha me sentindo muito animado esses dias. Não estava deprimido nem nada, bem normal na verdade, mas acho que esse era o problema, a falta de empolgação. Balancei a cabeça tentando espantar os pensamentos, e acariciei os snakebites que finalmente pude recolocar aquela semana, catei a garrafa de whisky para mim sem que os outros percebessem e sai porta afora.


No início apenas caminhei pela margem do píer sentindo o cheiro da água salgada aliviar meu nariz de todas as substâncias do bar, estava fresco lá fora e minha distância do bar não era grande. Virei mais rapidamente a bebida sentindo as pernas cambalearem, com certeza esse whisky junto com as várias garrafas de 45’ que tomamos antes não iria me deixar bem. Debrucei-me na grade de madeira e fiquei encarando o mar agitado por baixo dos meus pés, algumas vezes me pegava imaginando como seria nadar pelado em uma noite gostosa como essas...


– Lugar de artista é dentro da festa. – Ouvi um tom macio e família comentar de modo brincalhão, voz feminina.


Virei a cabeça e a vi sorrir descontraída para mim. Fiquei confuso apertando os olhos desconfiados, ela não devia estar aqui, de modo algum esse poderia ser o tipo de lugar que ela viria só para descontrair.


– O que quer aqui? – Perguntei sem perceber que estava um pouco arisco devido o excesso de bebida.


– Calma, eu juro que vim totalmente em paz. – Ela encostou-se do meu lado à grade puxando o casaco mais para si por causa de uma brisa um pouco mais gelada que bagunçava a cabeleira comprida. – Vocês tocam muito bem, eu nunca iria imaginar que ia curtir esse tipo de som. – Girou o pescoço em direção o mar e ficou fitando-o.


– Também não consigo imaginar Marcy Freeman escutando “esse tipo de som”. – Disse debochado, mas ela pareceu não se ofender.


– As pessoas nunca imaginam nada sobre mim não é? – Ela ria para o nada perdida entre o mar e seus pensamentos. – Eu sou a aluna exemplar, a garota delicada, meiga e venenosa. Não tenho o direito de ter opinião, não é? – Virou-se para mim sorrindo um pouco entristecida. Girei a garrafa na minha mão pensando sobre o que ela disse.


– Quer? – Ofereci a bebida e ela aceitou surpresa. Depois de longos goles prosseguidos de silêncio ela continuou.


– Você devia estar mais animado, hoje é seu dia de glória.


– Ainda não me respondeu o que está fazendo aqui. – Assentindo com a cabeça a garota virou o corpo para mim.


– Huntington Beach não é o tipo de lugar que se tem várias opções de diversão, então se tem algo novo na parada, porque não experimentar?


– Isso não é muito convincente vindo de você. – Sorri e ela riu também.


– Bom, eu me meti nessa e percebi que não conhecia ninguém. – Marcy olhava para baixo e ajeitava algumas mechas loiras atrás da orelha. – Então quando decidi ir embora vi você aqui e sei lá... Quis conversar.


– Estamos aqui então. – Fui mais amigável meiando a garrafa enquanto conversávamos. Misturamos assuntos variados e percebi que realmente ela parecia apenas querer espairecer a cabeça, não sendo aquela Marcy da escola, mas sim a verdadeira que provavelmente ela tinha que manter escondida. A garrafa acabou e nós ríamos como dois doidos, balancei o recipiente vazio no ar e olhei para ela.


– Até que pra uma senhorita certinha você sabe dividir uma garrafa de whisky.


– Vamos lá, eu não sou tão careta assim. – Recebi tapinhas amigáveis no ombro.


– É sério ,quando eu ia beber com a Erika ela sempre... – Diminui o tom gradativamente até não conseguir continuar como se algo dentro de mim se rasgasse ao pronunciar aquele nome. Realmente ficamos muito mais emotivos quando estamos bêbados.


– Bebia mais. – Marcy completou como quem me encorajava a não parar de falar. – Vocês não se falam mais. Não é? – lembrei do problema no refeitório e decidi que conversar sobre Erika com Marcy era totalmente perda de tempo, ambas se odiavam.


– Melhor não falarmos sobre isso.


– Eu sei, sou a última pessoa no mundo que gostaria de falar sobre a Wells. Não é segredo pra ninguém que temos nossos problemas. – Der repente sua voz se tornara autoritária e ríspida.


– Eu entendo. Agora eu entendo você... Sabe, antes eu me perguntava o porquê de todo mundo ter essa birra com ela. A escola toda! – passei a mão algumas vezes pelo queixo. – Mas ela é assim, Erika tem o dom de afastar as pessoas de perto dela, e parece não se importar com isso, sem falar de como aquela garota é egoísta.


– Então você já sabe, finalmente abriu os olhos para a verdadeira Erika Wells. – Não estava enxergando bem, mas tenho quase certeza de que vi Marcy sorrir por algum tempo.


– É eu acho que sim. – Ficamos em silêncio apenas ouvindo a música do bar.


– Bom no fim somos dois rejeitados apaixonados que acabam afogados no álcool ou no mar. – Ela disse e eu ri.


– Não fala isso, você tem o seu namorado.


– Tyler? – Sua gargalhada fora sem humor. – Por favor, ele nunca se quer olhou para mim do mesmo jeito que pra sua queridinha. Não importa o que eu faça... Nunca chegarei aos pés dela. Agora os dois estão felizes, bom para eles. – Tentei processar a informação, mas algo parecia não se encaixar.


– Felizes você quer dizer...?


– Juntos? – Ela me olha confusa. – V-você não sabia? – Suspirei forte e abaixei a cabeça entre as mãos, meu rosto queimava por raiva, vergonha, e outras coisas.


– francamente, um cara tão legal como você não merecia isso. – Ouvi-a dizer e levantei para falar algo, porém esqueci tudo no exato momento em que seus fartos lábios vieram tão rápidos que eu quase me desequilibrei. Era um beijo doce e descontrolado, algo que eu nunca iria imaginar dela, passei a mão por sua nuca apertando os cabelos loiros e sedosos de modo que pressionasse seu rosto contra o meu. O que eu estava fazendo? Ou melhor : o que ela estava fazendo? Marcy Freeman me atacou com um beijo e eu estava muito confuso por não saber se era certo.


Mas quer saber? Foda-se! Eu queria, no fim eu precisava de alguém, e não iria ficar esperando como se Erika fosse um dia brotar de novo na minha vida. Aquela garota me machucou, me fez de idiota então eu preciso me recompor, eu precisava de alguém que me entendesse e mesmo sobre efeito do álcool acho que essa pessoa era Marcy.


Soltamos-nos do beijo e tanto ela quanto eu estávamos atônitos, respirávamos aceleradamente e não parávamos de nos fitar; Aqueles grandes e oblíquos olhos azuis tão perdidos quanto os meus verdes e semicerrados, tínhamos tudo para continuar assim se não fosse um sussurro roco como de uma criança sendo sufocada chamar por mim.


– Za- Zachary? – Virei o rosto e me deparei com uma Erika linda, pálida e estática a menos de um metros de nós.


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Notas finais do capítulo

MUHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA SOU MÁ ( mentira, não venham caçar meus rins)