Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 25
I'll Not Hesitate


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei que demorei.. MIL DESCULPAS!
Mas eu to em semana de prova... E também com essa nova regra filha de quenga do nyah eu corri para o Animespirit.
Quero agradecer muita a vocês leitoras fiéis, eu me sinto bem sabendo que não tenho só leitoras, mas amigas de verdade por aqui! Sério, obrigada mesmo!
Então deixa eu avisar de uma vez: Pessoinhas queridas do meu heart, Comofomos traídas pelo Nyah com essa regra infame, tenho que lhes informar sobre a migração do pessoal do Nyah para o Animespirit. Assim que a regra for posta em prática passarei a postar SOMENTE NO ANIMESPIRIT. Pois é.
Até lá, EU CONTINUAREI AQUI, mas já estou postando a Forgotten Faces por lá, por isso quem ainda não lei, tem a chance de ir do começo agora :D
EU não vou poder postar o Link do meu perfil aqui porque o site ta em manutenção eu acho e não tá abrindo, mas no próximo capítulo eu posto para vocês!
Quem não quiser esperar e já tem conta lá é só me mandar MP que eu add vocês :)
É isso gente, boa leitura!



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POV Zachary.

– Para de comer, caralho! Se você engordar mais não vai caber no mundo! – Johnny resmungava tentando afastar de mim a caixa de pizza a qual eu sozinho tinha detonado a metade.


– Cala a boca filho da puta, eu não almocei hoje por culpa sua! Demora para se arrumar igual a bichinha do Brian!


– Ai tá aproveitando pra jantar também?- Ele sacudia a caixa de papelão no alto suplicando para que alguém a tirasse de sua mão antes que eu levantasse para pegá-la.


– Para de implicar com o Zacky, se ele não comer agora depois fica de mal humor no ensaio. – Matt disse ao fundo da sala onde disputava uma partida acirrada de Street Fighter com Jimmy.


– É, o ensaio da banda onde EU deveria estar tocando! – Johnny se mostrava enraivecido e um pouco magoado.


– Qual é nanico, você sabe que já tem o lugar garantido. Mas você sabe, o Justin apareceu quando você não podia tocar, e acabou indo bem... Não podemos dispensar o cara agora, ele tá fazendo coisa pra cacete pela banda. – Jimmy deu seu parecer pela primeira vez parecendo complacente.


– Verdade, se não fosse ele não iríamos fazer essa apresentação. – Completei surpreendendo Johnny por trás e retomando minha caixa de pizza.


– Gordo maldito. – Ele resmungou ajeitando o moicano e jogando a bunda pequena sobre o sofá. – Mas ai vocês vão fazer sucesso, comer mulher pra caralho, e esquecerem de mim!


– Nunca iríamos esquecer de você little Jô! – Abracei-o pelos ombros e fiz questão de desarrumar o cabelo que ele levava oras para deixar daquele jeito.

– PORRA! SÓ FAZ GORDICE MESMO ZACKY!


Todos na sala caíram na gargalhada, Jimmy acabou desistindo de jogar contra o Matt depois de perder pela quinta vez consecutiva, não sei por que ainda tentava. Tentei ligar para Brian, o único que ainda não havia chegado no ensaio, mas de novo seu celular deu caixa de mensagens, provavelmente aquele puto tava comendo a namoradinha corna.


– Comer mulher? O que mais tem nessa banda é nego comprometido! – O grandão de cabelos arrepiados se juntou a conversa enquanto rodava uma das baquetas entre os dedos, ele sorria divertidamente como quem já sabia o que falar em breve.


– Isso nunca foi empecilho para o Brian. – Dei de ombros e eles sorriram.


– É, mas para mim sim. – Matt também se juntou a nós.


– Você é um viado enrustido Matt, está perdendo a chance de tirar uns bons cabaços. Já se deu conta que quantas garotas dariam tudo para ter uma noite com você? – O anão ainda instigava. Matt coçou a cabeça e disse por fim:


– Dariam muita coisa. – Todos sorrimos maliciosamente. – Mas depois que eu encontrei a Val, não senti mais a necessidade de ficar com outra pessoa, acho que assim descobri a pessoa certa.


– Tirar cabaços?! Mas que porra Johnny, pelo tamanho do seu pau a menina corre risco de sair virgem novamente depois de transar com você! – Jimmy falava e ria ao mesmo tempo que o baixinho juntava em cima dele com socos e pontapés. Dei espaço no sofá para que eles se embolassem a vontade me juntando a Matt no chão.


– Vocês deviam ser mais agradecidos comigo! – Johnny dizia ainda que suspenso no ar pelos pés de Jimmy. – Eu que espalhei a porra dos panfletos pela cidade e pela escola! Eu que faço a porcaria da propaganda.


– Por isso você já tem seu cantinho garantido no céu. – Matt disse deixando o menino mais agitato enquanto lutava com James.


– Por falar nisso... Sabe quem parecia bem interessada no cartaz lá da escola? – Johnny falou sendo colocado no chão depois de uma humilhante derrota e não se demonstrando mais com raiva.


– Só é importante se for gostosa. – James brincou batucando com as baquetas no braço do sofá.


– Erika Wells. – Ele dizia o nome cuidadosamente analisando bastante a minha expressão. Fingi não me importar ainda cavucando o fundo da caixa de papelão em busca de resquícios de pizza. – Ela tava olhando meio abobalhado pro cartaz, parecia indecisa sem saber se ia ou não.


– Deve tá morrendo de vergonha porque a gente descobriu os podres dela. – As batucadas foram se sessando e os olhos azuis de Jimmy baixaram até o chão.


– Mesmo assim, ela não devia ter se afastado tanto da gente. – Eu não estava magoado com isso, na verdade só um pouco. O que ainda me corroía por dentro durante esse tempo era o jeito humilhante o qual fui tratado, chegando até a corar quando me lembrava o quão idiota eu fui ao me declarar daquela maneira.


Por outro lado, eu já conheço a Erika o suficiente pra saber que ela é muito impulsiva, e que ela estava tomada por raiva naquele momento, querendo me ferir de volta por não ter contado sobre Tyler. Não nos falamos há semanas, ela nem se quer me procura, talvez já tenha se cansado de ser perseguida pelo gordo apaixonado.


– Eu achei que vocês dois iam dar em algum lugar, lembra que a Val e a Michelle também vinham muito nos ensaios quando estavam afim do Matt e do Brian? – James inclinou a cabeça para o marmanjo no chão que assentiu pensativo.


– O problema da Wells é que ela fala de mais e ouve de menos. – Falei fitando o teto tentando não me comprometer muito no assunto. O clima ficou meio pesado até finalmente a porta se abrir e os passos pesados de Brian tomarem o ar do local, ele parecia relaxado e não muito preocupado por estar meia hora atrasado para o ensaio.


– E então seus putos, vamos começar?


POV Erika.

Estava lá sentada na cama de Lucy enquanto desembaraçava seus cabelos. Assistíamos televisão e há algumas horas antes eu havia contado sobre um “pequeno desentendimento” com Zachary que eu tivera, nada muito grave, e também havia contado sobre a indecisão de ir no tal show ou não. Ela se demostrava bem interessada e concentrada, eu raramente contava as coisas desse tipo para Lucy, e quando fazia, reduzia bastante de um jeito simplório. Ela trambolhava os dedos no joelho provavelmente fantasiando algum tipo de história de amor inocente em sua cabecinha com aquele meu dilema.


– Acho que você tem que ir! Mesmo que ele ainda esteja bravo, não vai conseguir te ignorar, ele te ama, não é?


– Amor é uma palavra muito forte, anjo. – Passei o polegar por seu rosto fitando o brilho cintilante daquele olhar sonhador. – Mas digamos que ele sente alguma coisinha por mim.


– E você também sente essa “coisinha” por ele? – Cheguei a corar um pouco e engasguei com o ar, como se uma bola de vento tivesse se formado na minha garganta.


– Talvez... Sabe, eu não acho ele de tudo irritante. – Revirei os olhos e ouvi sua risada maliciosa.


– Erika tá apaixonada! – Lucy batia palmas no colo desajeitadamente pelo pouco movimento que exercia com um dos braços.


– Não! Claro que não! Só gosto um pouquinho dele... Ao ponto de não querer ficar muito...Longe. – Eu conseguia me enrolar tanto com as palavras quanto enrolava a ponta do lençol cor-de-rosa estampado de sorvetes na ponta do dedo indicador.


– Você já... – Lucy simulou uma pergunta que parecia vergonhosa de mais para fazer.


– O-oque? – Não sei por que, mas certo frio na barriga atiçou ao ouvir essas palavrinhas.


– Você sabe, já... – Lucy respirou fundo e soltou o resto da frase em uma velocidade maior que o normal. – Beijou ele?


– Há... Isso... – Suspirei aliviada. – Depende, você já beijou o David?


– Não diga isso! – Quase como mágica seu pequeno e redondo rostinho foi tomado pela cor púrpura e assim como eu ela desfocava a visão para os cantos do quarto. – Ele é só meu...


– Amigo?


– Sim! – Ela concordou rapidamente.


– E você não tem vontade de beijar esse seu “ amiguinho”?


– Que tal voltarmos para o seu assunto, do seu amigo?


Gargalhei alto e abracei-a pelo topo da cabeça, adornei as laterais do cabelo com fitinhas azuis e depois ajeitei sua franja. Ela estava igual uma boneca e apenas para ir ao hospital... Depois fala que são só amigos.


– Tudo bem, voltando ao foco. – Cruzei as pernas por cima do lençol e virando sua cadeira de frente para mim.


– Você tem que ir.


– Mas e se alguém me impede disso? – Mordi o lábio um tanto nervosa.


– Tipo a mamãe?


– Não... – Até porque a velha nunca foi impedimento para eu fazer ou ir onde bem entendesse. – Digamos que é outra pessoa que gosta muito de mim.


– E você também gosta muito dela?


– Não! Caramba, se eu pudesse mandava ela pra bem longe. – Medi as palavras para acabar não falando “para a casa do caralho”.


– Então qual o problema? Além disso, ele nem precisa saber! Porque isso? Ele tá mandando em você?


– Não, não! – Parei tentando pensar em alguma desculpa plausível, mas nada me vinha a mente.


– E você tá esperando o que?! – Lucy demonstrava uma empolgação maior que a minha. – O show é hoje, não é? Vai logo se arrumar! – Ainda fiquei estática algum tempo enquanto ela usava as palmas das mãos para me empurrar até meu quarto. Como se isso não bastasse, a pequena ainda quis escolher a minha roupa, talvez realizando a vontade que sempre teve de um dia brincar de boneca comigo, assim como eu sempre faço ao vestir e arruma-la.


Acabei com um vestido azul marinho rendado e botas pretas de cano alto. Joguei minha jaqueta de couro por cima para conseguir quebrar um pouco toda a formalidade que aquele vestido possuía, Lucy sorria de orelha a orelha enquanto arrastava a cadeira de rodas pelo quarto escolhendo bijuterias e maquiagens. No final eu me surpreendi como ela conseguiu conciliar uma imagem meiga que ela gostava com algo mais radical.


– Onde aprendeu a combinar roupas assim? – Diferente das minhas, as roupas de Lucy eram mais padronizadas e infantis para a sua idade.


– Canal de moda. – Ela disse balançando a cabeça ainda alegre. – Eu nunca pensei que seria útil pra mim, mas você é linda e tem roupas maravilhosas.


– A partir de agora você será a minha estilista particular, ok? – Agachei-me na altura de seu rosto depositando um beijo em sua bochecha.


– Agora vai logo! Já tá tarde e se a mamãe te ver arrumada assim vai arrumar confusão, você sabe que ela odeia que você saia depois de 22:00.


Sai pela porta da cozinha e andei até o ponto de ônibus na rua vizinha. A noite era fresca e algumas cigarras ressoavam suas canções solitárias pelo vazio das ruas, o bar era um pouco longe da minha rua, e seu eu quisesse chegar a tempo da primeira música teria que gastar um pouco do resto da mesada em ônibus. Não tinha muita gente no ponto àquela hora, e com sorte Tyler não daria as caras por lá já que de longe seria o tipo de ambiente que ele se disponibilizaria a ir.

Desci do outro lado da rua e o movimento no bar era visível, a margem de pessoas cobria até perto do píer e transbordava pela entrada. Tomei o fôlego necessário e mais uma dose de coragem, andei em meio a multidão ganhando olhares maliciosos de homens e desconfiados de mulheres que julguei serem prostitutas por usarem shorts menores que o meu OB. Dei mais alguns passos para dentro do bar e me senti em meio ao apocalipse onde oxigênio era comparado a marola. Me esquivei em busca de rostos conhecidos, aquelas pessoas não eram da minha escola com certeza; Continuei vagando pelo salão apertado até chegar ao banheiro feminino, lá saímos de maconha para uma mistura de vômito e cheiro ácido de urina. Fitei meu reflexo no espelho tentando me acalmar, pelo cronograma eu só teria que aguentar mais quinze minutos para o show dar início.


Aproveitei aquele tempo para refletir. Porque diabos eu resolvi aparecer lá? No início da semana eu estava mais do que convencida de que não viria, e agora eu me encarava atordoada no espelho imundo do banheiro tentando não perder o controle. Tudo isso para vê-lo. Mesmo que de longe, mesmo que ele não soubesse que eu estava lá, eu precisava ficar na menor distância possível. Quanto mais ele parecia não se importar mais comigo, mais eu me dava conta do quanto eu queria estar perto, e do quanto eu precisava de seu apoio. Tyler estava sugando uma vitalidade que eu não percebera que ainda tinha até Zachary aparecer clandestinamente no meu caminho. Será que eu estaria valorizando tanto as pessoas agora se não fosse por ele? Eu não sei, e fico sem saber também se é só por ele que eu supero um dos meus maiores defeitos: O orgulho.

Queria tanto protege-lo, tanto quanto aqueles viados que acabaram me cativando, mas mesmo assim eu precisava ter um pouco daquele carinho que só eles me proporcionavam. Droga, meu maior pesadelo veio a tona, necessitar de alguém de novo! Respirei fundo, e fechei os olhos mais uma vez. Precisava de um cigarro ou qualquer coisa que me fizesse parar de tremer como uma vara verde. Deixei o banheiro fétido e fui até o balcão, com um pouco de charme foi fácil conseguir um cigarro de cortesia do balconista. Me sentei por lá, nos fundos do bar onde minha visão mesmo longínqua era bem privilegiada do palco improvisado, mal comecei a tragar o cigarro e as luzes se apagaram. Tremi no banco e engoli em seco, a multidão se aglomerou mais selvagemente em frente ao palco e gritos histéricos podiam ser ouvidos a quadras de distância. Provavelmente só eu era leiga nessa cidade e não fazia ideia do sucesso que os meninos já faziam. Continuei ali fitando o espaço iluminado por holofotes até cinco sombras robustas tomarem o palco.


Nesse instante era como se tudo ao redor sumisse e apenas uma sensação insana de chegar até ele me era tomada.


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Notas finais do capítulo

POR FAVOR, LEIAM AS NOTINHAS INICIAIS