Lips Of Deceit escrita por Victims


Capítulo 22
Cutting Words


Notas iniciais do capítulo

G E N T E, A M A R E L N H A S D O M E U Q U E I J O...
Demorei? Se sim, me xingem, se não... Me beijem-qqqq
Ok, descuulpem essa demora exorbitante mas eu tava sem imagination, sacumé... Enfim, eu quero deixar um beijo muuuito especial pra everybody here porque as leitoras que chegaram até aqui eu juro que não vão se arrepender ♥
Minhas gatinhas,aqui está meu presente pra vocês, esse cap! Então aproveitem e boooa leitura manoleenhas!



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POV Zachary.

- Essa história é complicada pra caralho, man. – Johnny suspirou passando a mão pelos cabelos bagunçados e dando outro gole na garrafa que tinha em mãos.

Estávamos na sala da minha casa e consegui reunir os caras depois do colégio. Os únicos que tinham conhecimento dos fatos até então eram Johnny, eu, e Matthew. Todos ouviram atentamente a tudo que me foi passado interrompendo apenas com pequenas perguntas uma hora ou outra. Jimmy olhava atônito para os pés sem saber exatamente o que pensar, e eu confesso que não estava muito diferente dele.

- Tudo bem, a garota é uma vadia mercenária, mas o que você tem com isso? – Brian questionou impaciente com tanto silêncio. Mesmo sabendo que ele tinha razão em proferir aquelas palavras também tive vontade soca-lo por se dirigir a Erika daquela maneira que usava para tratar as vadias dele.

- Cala a boca Brian, a gente nem sabe se isso é verdade! – Jimmy murmurou.

- Bom... Eu tive um tempinho pra pesquisar e... – Johnny se levantou preguiçosamente do sofá e jogou algumas anotações em cima da mesa. – Tá ai a prova que precisam.

Junto com anotações que ele deve ter pegado na secretaria, uma pequena manchete do jornal local de Orange Country relatava o ocorrido. Não precisava ser nenhum grande detetive para conseguir aquilo, o colégio armazena toda e qualquer reportagem que contenha seu nome, seja boa ou ruim. Passamos os papéis pelas mãos de todos e no final só conseguíamos chegar a mesma conclusão, não havia dúvidas.

- E daí? Todo mundo já roubou alguma coisa na vida... Porra, quantas vezes já pegamos bebidas no River Market? – Disse com um fio de esperança.

- Zacky, cara... Você sabe que roubar meia dúzia de cervejas baratas não se compara a... Isso. – Matt balançava algumas das anotações entre os dedos e mantinha os ombros eretos.

- Qual é gente, não somos santos também. – Brian revirou os olhos antes de se levantar do sofá devido o tocar insistente de seu telefone. – Eu mesmo vou cometer a porra de assassinato se esse encosto da Michelle não parar de me ligar a cada quinze minutos...

- O que foi, ficou sem coleira hoje? – Jimmy falou ganhando apenas o dedo do meio de Brian como resposta antes dele deixar a sala.

- Nem me fale, Val também não tem me dado descanso essa semana. – O gigante vocalista espreguiçou-se suspirando forte largando aquela maçaroca de folhas sobre a mesinha novamente.

- Mulheres... - Mesmo com o ar entediado o sorriso travesso e infantil de sempre não deixou de brincar nos lábios de Johnny.

- Aqui diz que ela não foi expulsa por pouco. – Os olhos verdes atentos de Matt continuavam a correr pelas linhas emboloradas do jornal velho. – Parece que o incidente foi associado ao divórcio recente dos pais na época e a condição médica da irmã, assim sendo constatado que ela passava por problemas internos e acabou dando essa pirada para conseguir atenção. – Todos torceram a cara nem um pouco convencidos pelas explicações que o jornal apresentava. – Olha isso: O Ex-namorado dela fez questão de participar do comitê de julgamento e foi seu maior defensor.

- E ela fez dois anos de psiquiatria – James completou olhando por cima dos ombros de Matt.

- Erika? Querendo atenção? – Fui o primeiro a questionar.

- Bem, alguém tentou salvar o traseiro dela. – Jimmy retirou um cigarro do bolso e acendeu com um palito de fósforos.

- Se o cara fez isso por ela, porque ela o odeia tanto? – Johnny perguntou o que ninguém parecia disposto por minha causa.

- Tyler é um pouco perturbado e andou perseguindo ela na época...

- Hum, tipo um psicopata apaixonado? – Brian estava de volta e seu humor não parecia nada bom.

- É, ela me contou umas coisas. Mas muito superficialmente. – Não quis aprofundar o assunto sobre o relacionamento dela com o Dawkins.

- Quer saber? E daí se ela for uma ladra da máfia italiana? Gostei dela e ser normal nunca foi o meu forte. Então sendo cassada pela polícia ou não eu vou continuar falando com aquela nanica demoníaca. – James se mostrava mais relaxado com o assunto e deixou seu parecer bem claro, sorri internamente pensando quase a mesma coisa, mas não deixando de me preocupar.

- Jimmy tem razão, nós não temos nada a ver com as escolhas dela, o máximo que podemos fazer é ir ajudando no que der. – Matt se pronunciou já levantando do sofá. – Agora eu tenho que vazar seus putos, ou a minha mulher vai me capar.

- E eu tenho que ir com você. – Brian murmurou como se fosse a pior das obrigações ver a namorada grudenta.

- Eu tenho que encontrar o meu irmão no trabalho dele, a gente se fala mais tarde porpeta. – O baixinho também se levantou e se juntou aos outros na porta, no fim Jimmy decidiu ir ver a amiga estranha dele e acabei tendo que levar os quatro marmanjos até a varanda; Conversávamos normalmente até uma fria corrente passou pelo grupo, em cerca de segundos todos foram se calando aos poucos à medida que viravam para frente e encaravam a pequena figura encostada no portão.

- E ai tampinha. – A voz de Jimmy saiu calma, mas quem o conhece bem sentiria o tom hesitante.

- Zachary, eu preciso falar com você. – Seu tom era tão sério que todos nós estremecemos. – E ai gente.

- Então, nós vamos nessa cara. – Brian piscou para mim e logo seu carro partiu pela rua com todos os nossos amigos lá dentro.

Com passos firmes Erika adentrou em minha casa e se posicionou bem no meio da sala ainda de pé, por um segundo se distraiu com a quantidade de fotos familiares e bordados caseiros que minha mãe espalhava pela sala, mas assim que fechei a porta sua atenção foi novamente voltada para mim e pela feição não se tratava de algo amigável como uma visita rotineira.

- O que você...

- Porque não me disse Zachary? – Seu tom era baixo e áspero do jeito mais repreendedor possível.

- Disso o que?

- Que foi o Tyler que fez isso com você. – Ela apontava para mim que ainda ostentava alguns curativos pelo rosto. Fiquei estagnado encarando-a abobalhadamente sem ter ideia do que poderia responder. Por fim respirei pausadamente tentando manter a calma porque se tratando dela, eu teria que ter paciência pelos dois ou essa conversa se transformaria em um banho de sangue. – E ainda por cima por causa de mim!

- Não leve isso tão pessoal Erika, você sabe que meu santo já não batia com o dele. – Como se isso fosse desencadear aquela reação.

- FODA-SE! – Ela berrou descontrolada e vi seus punhos cerrarem perto das cochas. – Isso não te dava direito nenhum de esconder uma coisa dessas de mim! Como ele pode... – Agora ela andava de um lado para o outro de um jeito histérico que eu nunca vi. – Como você pode?!

- Eu ia te contar...

- Não, você não ia porra nenhuma! Eu tenho cara de retardada Zachary?

- Tem razão. – Me aproximei cautelosamente pisando com cuidado no tapete felpudo onde ela quase queimava com sua fúria descontrolada. Ela ainda não olhava pra mim, mantinha ambas as mãos no topo da cabeça como se essa pudesse sair rolando a qualquer momento. – Eu não ia, mas eu juro que só fiz isso por que... Eu fiquei preocupado com você! Sabe lá qual seria sua reação...

- Eu NUNCA pedi para que se preocupasse comigo! – Brutamente ela virara para mim. – Eu nunca te pedi nada além de distância, além de paz! Mas era muito divertido ficar cutucando a garotinha estressada não é? Tão divertido ao ponto de se envolver... – Ela balançava as mãos - como se tentasse mitificar algo. – Dessa maneira.

- E você acha que eu queria? Acha que eu planejei alguma coisa? – Nesse ponto eu já começava a me irritar com o fato de ela me culpar até pelo modo que nos sentíamos.

- Se insistiu foi porque quis! – Revirei os olhos e ela se aproximou mais.

- Não começa Erika, eu só queria ajudar! Meu Deus, porque você vê malícia em tudo que eu faço? – Ela gritava tanto que sua voz sufocava até o barulho que os carros do lado de fora faziam ao passar.

- Claro, a pobre e indefesa garotinha solitária precisa de um amigo que a compreendesse. – Seu tom era extremamente irônico e irritante. De novo caminhou em círculos por alguns momentos até parar de frente para mim com olhos verdes tão escuros que eu quase podia ver meu reflexo. – Me poupe dessas viadagens Baker, porque simplesmente não me esqueceu? Porque você ficou me cercando e ganhando espaço em território perigoso? Você só queria alguém para brincar esse tempo todo... E depois que percebeu que a coisa tinha fodido pro seu lado, quis se afastar de mim de novo!

- Se tá drogada garota? Dá onde tirou isso? – Eu estava pasmo.

- Você não atende as minhas ligações, e nos últimos dias no hospital mal olhou na minha maldita cara! Eu posso ser estúpida, mas não sou cega!

- Então pera, você não está brava por eu não ter te contado... E sim por eu estar estranho com você?

- NÃO SEU CAGALHÃO DE MASTODONTE, EU TO PUTA PRA CACETE POR TUDO! – Ela parecia a ponto de arrancar os tufos cobreados da cabeça. – Porque então se fez todo meu amiguinho dês de o início? Ainda bem que eu não engoli a história ...

- E-eu não consegui... Eu não imaginava... – Então é assim? Ela achava esse tempo todo que eu era apenas um curioso idiota que queria bisbilhotar a sua vida? Então porque caralhos eu apanharia por ela?!

- NÃO IMAGINAVA O QUE ZACHARY?! PORRA ME RESPONDE ALGUMA COISA CONCRETA!

-EU NÃO IMAGINAVA QUE EU IA ME APAIXONAR ,CARALHO! - Foi assim, em um surto de ódio e descrença que eu revelara uma verdade que até então era desconhecida até para mim. Meu coração palpitava tão rapidamente que o ar parecia rarefeito, aos poucos sentia o sangue pulsar cada vez mais forte e quanto mais eu me sobressaltava via ela entrando em choque. Olhos arregalados, sobrancelhas que antes se enrugavam quase em união agora estavam tão arqueadas, a boca semiaberta como se algo fosse sair de lá, mas nenhum som se fez. – Eu não te contei sobre Tyler porque achei que você se afastaria de mim... Para me proteger assim como fez no início.

- E-eu não estava t-te protegendo... I-idiota...

- Cala a boca garota! Agora eu falo! – Juro que não sei que parte minha é essa que está se impondo sobre a Erika mandona e descontrolada. – Você não deixa ninguém se aproximar por defesa própria, não é? Você não é rabugenta assim por natureza. Quer esconder as coisas dos outros, não quer ter amigos para também não ter inimigos. – Ela estava parada olhando emburrada para um canto qualquer. – Mas não é tão egoísta assim, na verdade dês de que te conheci acho que egoísta é a última palavra que te descreveria... Depois que começamos a nos falar você ainda era arisca e me queria longe, mas sabe porquê? Queria me proteger, não só a mim, mas a qualquer um que pudesse deixar o Tyler daquela maneira. – Ousei me aproximar ainda mais dela e como resposta ela recuou alguns passos. – Você gostou de mim, talvez não no primeiro momento, e muito menos no segundo... Mas estava lá comigo no hospital, esteve na praia, nos ensaios, na escola. Você pode dizer tudo o que vier nessa cabecinha enfurecida, mas não ouse me acusar de querer “brincar” com a sua vida, eu não sou assim, eu não sou como ele! – mais passos e mais recuos, estávamos de papéis invertidos. – E os beijos... Droga como faz isso? Quer mesmo que eu acredite que eu não significo absolutamente nada? Acontece que nem mesmo você consegue negar isso, que estamos juntos nessa! – Deu mais uma investida em sua direção e como antes ela andou para trás, porém não havia percebido que o espaço da sala havia acabado e atrás de sua pessoa apenas a parede bege amparava seu desespero.

- Eu não... Ele, você... Não ouse agir como se me conhecesse! Você não sabe de porra nenhuma e quer tirar uma de psicanalista comido meu bem? Por favor, até o conselheiro bêbado da escola conseguiria um diagnóstico melhor! – Ela rolou os olhos pensando em sair dali, mas antes que ela escorregasse para longe, prensei-a contra a parede segurando-a delicadamente pelos ombros.

- Não faz isso, não desdenha assim de mim porque você sabe que é verdade!

- Haaaa sim, tão verdade quanto a história dos mendigos bêbados. – De novo seu ar nojeto tomou conta das palavras.

- N-não fala assim, sério, você tá me mag...

- Você que mesmo que eu acredite que você está apaixonado pela aquela garotinha fútil e imbecil que te conheceu enquanto roubava uma loja? Patético Zachary, assim como você. – Ela gargalhou sem humor, sem um pingo de brilho no olhar, de novo fazendo pouco caso de mim, dos meus sentimentos...

- Um livro né? Ainda bem, imagina se fosse... Sei lá, dez mil dólares que iam para a caridade? Ou melhor... Trapacear em jogos estudantis! Essa sim hem, daria uma grande história de amor. – Eu começava a ficar fora de mim, com raiva, magoado, me sentia minimizado a lixo. Erika parecia perder a consciência assim como parara de respirar. Estava paralisada encarando o chão. – Imagina só: O gorducho guitarrista, patético que se apaixona pela ladrazinha delinquente da escola que é rejeitada por meia cidade por ter destruído o futuro de uma porra de jovens e seus familiares! Tem certeza que eu fui o injusto em esconder alguma coisa de você, meu bem? Como eu sou uma pessoa patética mesmo, patética por ter acreditado que você era mais do que aparentava! – A cabeleira ruiva escondia os olhos, por isso eu não conseguia decifrar sua expressão ou emoção. Ficamos em silêncio e o arrependimento bateu tão rápido e subitamente que ao mesmo tempo em que ainda piscava voltando a mim, quis engolir tudo de volta.

- Foi ele que te contou né, Tyler? – Outro riso sem o mínimo de humor escapou por seus lábios, porém dessa vez mais como uma bufada de desprezo.

- Não, espera... Eu não queria dizer isso. – Com uma força que eu não imaginava que ela tinha, meus braços foram empurrados para longe e ela calmamente andou de cabeça baixa até a porta, eu não me mexia e acompanhava seus passos apenas pelo som.

- Eu tentei te avisar Zachary, eu sou o tipo de pessoa que não vale o tapa que leva. Eu sou tão desprezível quanto ele. – E depois dessas palavras, só pude ouvir o clique da porta.


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Notas finais do capítulo

Ok, acho que vou me esconder uns tempos lá na Califórnia, porque agora eu sei de certas pessoas * Lê-se Fiction* que irão querer meu útero num espeto depois desse capítulo Ç_Ç HUAHAUHU -q Beijos e pooor favoor... Reviews? ♥